Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Módulo 1: Introdução à Gestão de Manutenção Prof. Adriano Kulpa Disciplina: Gestão da Manutenção Curso: Engenharia de Produção Londrina / 2020 - 2 - Introdução ◼ Todas organizações que produzem bens e realizam serviços precisam, de uma forma geral, realizar manutenções para garantir sua confiabilidade, disponibilidade e qualidade. ◼ Manutenções podem se referir a processos, ferramentas e/ou equipamentos de vários portes e/ou complexidades, desde uma balança até uma aeronave. ◼ Equipamentos adequadamente mantidos consomem menos recursos, apresentam menos desgastes durante sua operação, apresentam maiores produtividades e demandam reinvestimentos menos frequentes. - 3 - Introdução ◼ Qualquer um desses motivos, por si só, já justificaria a necessidade da organização planejar seus processos de manutenção, terceirizados ou não. ◼ Como benefícios de uma adequada gestão da manutenção, destacam-se as melhorias de confiabilidade, disponibilidade, segurança e qualidade; menores custos de operação; maior tempo de vida útil e valorização dos ativos. - 4 - Introdução ◼ Qualquer organização depende, em maior ou menor grau, de recursos físicos (máquinas, equipamentos, instalações em geral). ◼ Falhas nestes recursos físicos podem resultar em consequências que vão desde um simples desconforto até perdas financeiras, de imagem, de vidas humanas e até mesmo impacto no ecossistema. ◼ Exemplo de falhas em recursos físicos: Caixa automático fora de operação. Semáforo apagado. Reversor de turbina de avião atuando numa decolagem. Fissura no casco de um navio petroleiro. Provedor de internet fora do ar. ◼ Falhas de qualquer magnitude têm influência negativa sobre a operação. - 5 - Introdução ◼ O Gestor de Manutenção deve buscar, decidir e tomar ações que evitem a ocorrência de falhas nos recursos físicos, reduzindo sua probabilidade de ocorrência ou, no mínimo, minimizando as consequências caso ocorram. ◼ Incluem-se nessas ações as atividades de prevenção de falhas, de aumento de confiabilidade e as de correção, todas objetivando manter os recursos físicos operando de forma apropriada. ◼ As atividades relacionadas à prevenção de falhas ou ao estabelecimento de capacidades de recuperação após sua ocorrência são englobadas pelo termo “manutenção”. - 6 - Introdução “Manutenção”... ◼ ... é um conjunto de ações que permitem restabelecer um bem para seu estado específico ou medidas para garantir um determinado serviço (AFNOR NF 60-010). ◼ ...são medidas necessárias para a conservação ou permanência de alguma coisa ou de uma situação; os cuidados técnicos indispensáveis ao funcionamento regular e permanente de motores e máquinas (Aurélio). ◼ ...é a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual ele possa desempenhar uma função requerida. (NBR 5462 – 1994). ◼ ... refere-se ao conjunto de atividades organizadas na operação com o objetivo de manter os recursos físicos operacionais em bom estado de funcionamento e prontos para o uso, quando necessário. ◼ ... é uma palavra derivada do latim, manus tenere, que significa “manter o que se tem”. - 7 - Introdução Manutenção e confiabilidade: ◼ As atividades relacionadas ao aumento da confiabilidade dos recursos são englobadas pelo termo confiabilidade. ◼ Confiabilidade é a propriedade de um sistema, equipamento, máquina, instalação ou suas partes funcionarem adequadamente por um tempo especificado sob condições estabelecidas. ◼ Tanto as atividades de manutenção quanto as de confiabilidade deveriam estar englobadas na função Manutenção de uma operação, com o objetivo de promover a disponibilidade dos recursos. - 8 - Funções primária e secundária da Manutenção Funções PRIMÁRIAS: ◼ Manutenção dos equipamentos existentes na planta. ◼ Manutenção dos prédios e plantas existentes. ◼ Inspeção e lubrificação de equipamentos. ◼ Geração e distribuição de utilidades. ◼ Alterações e novas instalações. Funções SECUNDÁRIAS: ◼ Gestão de sobressalentes (peças de reposição). ◼ Segurança da planta. ◼ Depósito de resíduos de serviços. ◼ Administração de seguros. ◼ Outros serviços. - 9 - Funções primárias da Manutenção Manutenção dos equipamentos existentes na planta: ◼ É o mínimo que se espera da Manutenção. ◼ Execução de reparos rápidos e econômicos. ◼ Sempre que possível evitar falhas empregando medidas preventivas. ◼ Necessária equipe capacitada e habilitada. ◼ Treinamentos de atualização sempre que necessário. ◼ Coletas de dados (tipo e duração da falha, componente, intervenção realizada, etc) confiáveis e atualizadas num banco de dados. ◼ Análises dos dados coletados. - 10 - Funções primárias da Manutenção Manutenção dos prédios e plantas existentes: ◼ Edificações, incluindo telhados, pintura, vidros, instalações elétricas e hidráulicas. ◼ Escritórios e instalações administrativas. ◼ Áreas externas ao galpão, pavimentação, cercas, vias férreas. ◼ Sistemas de esgoto e abastecimento de água. ◼ Ar condicionado e climatização. - 11 - Funções primárias da Manutenção Inspeção e lubrificação de equipamentos: ◼ Tradicionalmente ambas atividades estavam sob o escopo da manutenção. ◼ Atualmente, em algumas empresas, a operação realiza atividades mais simples de inspeção e lubrificação. ◼ Nesse contexto a manutenção realiza as atividades de inspeção e lubrificação mais complexas, ou seja, que requerem equipamentos especiais ou ainda desmontagem do equipamento. - 12 - Funções primárias da Manutenção Geração e distribuição de utilidades: ◼ No caso de a própria planta gerar sua própria eletricidade, o setor de Manutenção da planta é responsável pelas atividades correlatas. ◼ Geração / transmissão de vapor, óleo térmico, ar comprimido. - 13 - Funções primárias da Manutenção Alterações e novas instalações: ◼ Três fatores determinam o nível de envolvimento da manutenção nestas atividades: o tamanho da planta, o tamanho da empresa e a política da empresa. ◼ Se a empresa possui uma única pequena planta, o trabalho pode ser feito por terceiros, mas sob a gestão da manutenção da empresa. ◼ Se a planta for pequena, numa empresa que possui várias plantas, o trabalho é feito pela engenharia central da empresa. ◼ Em grandes plantas, uma organização à parte deve ficar com a maior parte deste trabalho. - 14 - Funções secundárias da Manutenção Gestão de sobressalentes: ◼ Na maioria das empresas é essencial diferenciar-se o estoques de matérias primas daqueles de peças de reposição para equipamentos (sobressalentes). ◼ Enquanto a gestão de matérias primas fica sob a responsabilidade de um setor de materiais (logística), a gestão dos sobressalentes fica sob a responsabilidade do setor de Manutenção. - 15 - Funções secundárias da Manutenção Segurança da planta: ◼ Esta atividade pode ser subdivida em duas outras: segurança patrimonial e segurança física da planta, por exemplo, brigadas de incêndio. ◼ A segurança patrimonial trata das ações prevencionistas como o controle e proteção física das instalações, equipamentos, bens e colaboradores, envolvendo roubos, furtos, incendiarismos e depredações que possam provocar perdas e gerar acidentes. ◼ As brigadas de incêndio são compostas por colaboradores devidamente treinados em práticas de prevenção e combate a incêndios. - 16 - Funções secundárias da Manutenção Depósito de resíduos de serviços: ◼ Sobras de obras e/ou instalações. ◼ Pelos preceitos do 5s tal área não deveria existir. ◼ O 5s: SEIRI: senso de separação, o útil (necessário) do inútil (desnecessário). SEITON: senso de organização, manter no local apenas o útil. SEISO: senso de limpeza, do local. SEIKETSU: senso de padronização, os três S´s anteriores. SHITSUKE: senso de disciplina, manter o local limpo e organizado. - 17 - Funções secundárias da Manutenção Administração de seguros: ◼ Equipamentos de processo.◼ Vasos de pressão. ◼ Reclamações. ◼ Inspeções correlatas. ◼ Tais aspectos podem ser gerenciados pela manutenção devido a mesma ser a detentora das informações técnicas necessárias. - 18 - Funções secundárias da Manutenção Outros serviços: ◼ Atividades que outros departamentos não tenham responsabilidade. ◼ Deve-se ter cuidado para não impactar nas atividades essenciais sob responsabilidade da manutenção. ◼ Quaisquer atividades que venham a ser estabelecidas devem ser acordadas com a Manutenção. - 19 - Evolução histórica da manutenção ◼ Segundo Pinto (2010): - 20 - Evolução histórica da manutenção A PRIMEIRA GERAÇÃO: ◼ Abrange o período anterior à Segunda Guerra Mundial. ◼ Indústrias pouco mecanizadas. ◼ Equipamentos simples e, em sua grande maioria, superdimensionados. ◼ A questão de produtividade não era prioritária, consequentemente, não havia a necessidade de uma manutenção sistematizada. ◼ Serviços típicos: limpeza, lubrificação e reparo após quebra. ◼ Abordagem corretiva, não planejada. - 21 - Evolução histórica da manutenção A SEGUNDA GERAÇÃO: ◼ Após a Segunda Guerra Mundial, entre os anos 1950 e 1960. ◼ Pressões do período da guerra aumentaram as demandas por produtos de todos os tipos, com sensível redução da mão de obra industrial. ◼ Forte aumento de mecanização e da complexidade das instalações industriais. ◼ Necessidade de maior confiabilidade e disponibilidade na busca do aumento de produtividade. ◼ Surge o conceito de manutenção preventiva (evitar falhas nos equipamentos), realizada em intervalos fixos nos equipamentos. ◼ O custo da manutenção começa a se elevar em relação aos custos operacionais. Surge a necessidade de planejamento e controle da manutenção, buscando o aumento da vida útil dos equipamentos. - 22 - Evolução histórica da manutenção A TERCEIRA GERAÇÃO: ◼ A partir da década de 70 intensificam-se mudanças nas indústrias, com a tendência de uso de sistemas Just-In-Time e estoques reduzidos, exigindo melhores confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos. ◼ Crescimento de automação e mecanização em setores industriais e outros como saúde, processamento de dados, telecomunicações e gestão de edificações. Maior automação significou falhas cada vez mais frequentes. ◼ Reforçam-se os conceitos e uso da manutenção preditiva. ◼ O avanço da informática agilizou o planejamento, controle e acompanhamento dos serviços de manutenção. ◼ O conceito de confiabilidade começa a ser cada vez mais aplicado pela Engenharia de Manutenção. ◼ Surge a Manutenção Centrada em Confiabilidade (do inglês RCM, Reliability Centered Maintenance), apoiada em estudos de confiabilidade da indústria aeronáutica, chegando ao Brasil na década de 90. - 23 - Evolução histórica da manutenção A QUARTA GERAÇÃO: ◼ Consolidação das atividades de Engenharia de Manutenção dentro da estrutura organizacional de Manutenção, com a missão de garantir melhores Disponibilidade, Confiabilidade e Manutenibilidade (facilidade de se fazer manutenção). ◼ Minimizar falhas prematuras (“mortalidade infantil”). ◼ Consolidação da análise de falhas como metodologia capaz de melhorar a performance dos equipamentos e, por consequência, da empresa. ◼ Cada vez mais utilizadas práticas de manutenção preditiva, visando reduzir manutenções preventivas que exijam grandes paradas de equipamentos. ◼ Novos projetos devem privilegiar aspectos de confiabilidade, disponibilidade e custo do ciclo de vida da instalação, resultando em produtos com alta qualidade e produtividade. ◼ Aprimoram-se contratações e terceirização, buscando-se contratos de longo prazo em uma relação de parceria, que medem os resultados que interessam ao negócio. - 24 - Evolução histórica da manutenção ◼ Épocas, atividades típicas e intervenções (Viana, 2009): - 25 - Interação entre as fases ◼ A confiabilidade e a disponibilidade de um sistema (instalação, máquina ou equipamento) depende da correta realização das fases de projeto, fabricação, instalação, operação e manutenção: ◼ Da não interação dessas fases resultam maiores dificuldades para que a Manutenção desempenhe o seu papel com eficácia e eficiência, por mais que se utilizem as mais modernas técnicas. - 26 - Interação entre as fases A fase de PROJETO: ◼ Nesta fase são de fundamental importância o levantamento das necessidades , o envolvimento dos usuários (operação e manutenção), os dados específicos para a sua elaboração e nível adequado de detalhamento. ◼ Tais informações irão impactar diretamente nas demais fases, com consequências no desempenho (confiabilidade, produtividade, qualidade do produto final, segurança, meio ambiente) e na economia. ◼ A escolha dos equipamentos deve considerar a adequação ao projeto (correto dimensionamento), a capacidade esperada, qualidade, manutenibilidade e custo-eficiência. ◼ Deve-se também considerar a padronização com outros equipamentos do mesmo projeto e com equipamentos já existentes na instalação, objetivando redução do estoque de peças de reposição (sobressalentes) e facilidades de manutenção e operação. - 27 - Interação entre as fases A fase de FABRICAÇÃO: ◼ Deve ser devidamente acompanhada e incorporar os requisitos de modernidade e aumento de confiabilidade dos equipamentos, além das sugestões oriundas da prática de manutenção. ◼ Todos estes dados, juntamente ao histórico de desempenho de equipamentos semelhantes (dados subsidiados pelo pessoal de Manutenção), compõem o valor histórico do equipamento, elemento importante para uma decisão em compras e futura política de sobressalentes. - 28 - Interação entre as fases A fase de INSTALAÇÃO: ◼ Deve prever cuidados com a qualidade da implantação do projeto e as técnicas utilizadas para essa finalidade. ◼ Quando a qualidade não é apurada, muitas vezes são inseridos pontos potenciais de falhas que se mantém ocultos por vários períodos. ◼ Tais falhas vêm a se manifestar quando o sistema é fortemente solicitado, ou quando o processo produtivo assim o exige, ou ainda quando normalmente se necessita de maior confiabilidade. - 29 - Interação entre as fases As fases de OPERAÇÃO e MANUTENÇÃO: ◼ Objetivam garantir a função dos equipamentos, sistemas e instalações no decorrer de sua vida útil e a não degeneração do desempenho. ◼ Geralmente nestas fases são detectadas as deficiências de projeto, de seleção de equipamentos e/ou ainda da instalação. - 30 - Unidades de alta performance ◼ Com o aumento das exigências do mercado, cada vez mais o papel da manutenção torna-se relevante para auxiliar as operações a tornarem-se Unidades de Alta Performance , com as seguintes características: ✓ Alto nível de confiabilidade. ✓ Baixo custo de manutenção. ✓ Automatizadas e com controle avançado. ✓ Ecologicamente equacionadas. ✓ Intrinsecamente seguras. ✓ Baixa necessidade de intervenções. ✓ Atendimento à qualidade futura dos produtos. ✓ Operacionalmente flexíveis para atenderem as demandas do mercado com máxima utilização das instalações. ✓ Baixo consumo energético. ✓ Uso otimizado de água, com utilização de circuitos fechados. ✓ Alto nível de desempenho, com resultados otimizados. - 31 - Unidades de alta performance Para uma bem sucedida implantação, são fundamentais as ações: ◼ Uso de referenciais de excelência (benchmarks do segmento de negócio). ◼ Elaborar e implementar plano de ações, padrões e procedimentos que permitam atingir os referenciais estabelecidos. ◼ Aplicação do conceito, de forma integrada e abrangente, desde a fase do projeto conceitual até a plena operação da Unidade, inclusive com lições aprendidas para novos projetos. - 32 - A manutenção enquanto função estratégica ◼ A manutenção deve “pensar e agir estrategicamente”, para que suas atividades se integrem de maneira eficaz ao processo produtivo, contribuindo para que a empresa caminhe rumo a excelência. ◼ Essa postura é fruto dos novos desafios que se apresentam às empresas no cenário deeconomia globalizada, onde as mudanças são rápidas exigindo da manutenção uma postura proativa. ◼ Neste cenário não existem mais espaços para improvisos e arranjos, sendo necessária competência, criatividade, flexibilidade, velocidade, cultura de mudança e trabalho em equipe por parte da Manutenção. ◼ Na visão atual, a manutenção existe para que “não haja manutenção”, ou seja, não haja manutenção corretiva emergencial. - 33 - A manutenção enquanto função estratégica ◼ Aliado a isso, cada vez mais têm amadurecido as relações de parceria entre as empresas e suas contratadas na área de manutenção, sendo praticados os “contratos de parceria baseados em disponibilidade e confiabilidade das instalações”. ◼ Nesse contexto a contratada aumenta a sua lucratividade à medida que melhora a disponibilidade e a confiabilidade das instalações da empresa onde está atuando. ◼ Nesse tipo de contrato, NÃO SE PAGAM POR SERVIÇOS, MAS POR SOLUÇÕES! ◼ Essa mudança estratégica tem refletido nos resultados empresariais: Aumento da disponibilidade. Aumento do faturamento e do lucro. Aumento da segurança pessoal e das instalações. Redução da demanda de serviços. Redução dos custos. Redução dos lucros cessantes. Preservação ambiental. - 34 - A manutenção enquanto função estratégica ◼ Assim, a manutenção para ser estratégica, precisa estar voltada para os resultados empresariais da organização, deixando de ser eficiente (fazer certo a atividade) para ser eficaz (fazer a atividade certa). ◼ Ou seja, não basta apenas reparar o equipamento tão rápido quanto possível, mas é preciso, principalmente, manter a função do equipamento disponível para a operação, reduzindo a probabilidade de uma parada de produção não planejada. ◼ Para definir as metas que explicitam a visão de futuro, o ideal é adotar-se o processo de benchmarking. ◼ Na falta ou na impossibilidade de adoção desse processo, pode-se definir as metas conforme o cenário concorrencial que se consegue vislumbrar. - 35 - A manutenção enquanto função estratégica - 36 - Benchmarking e Benchmark - 37 - Benchmarking e Benchmark Deve-se evoluir para iniciar as medições de indicadores que medem além da eficiência da manutenção, ou seja, que meçam a sua eficácia: ◼ Disponibilidade. ◼ Confiabilidade. ◼ Redução da demanda de serviços. ◼ Faturamento. ◼ Otimização de custo. ◼ Segurança pessoal e das instalações. ◼ Preservação ambiental. ◼ Moral e motivação dos colaboradores. - 38 - Benchmarking e Benchmark ◼ Apenas a parte inferior da figura não garante perenidade à organização. Ela deve buscar estar à frente da concorrência! - 39 - Best practices (melhores práticas) Para se alcançar as metas planejadas, ou seja, sair da “situação atual” rumo a “visão de futuro” é preciso implementar um plano de ações suportado pelas melhores práticas em gestão de manutenção: ◼ Gerentes e supervisores liderando o processo de sensibilização, treinamento e implantação de auditorias das melhores práticas de segurança, saúde e meio ambiente. ◼ Gestão baseada em itens de controle empresariais (disponibilidade, custos, qualidade, meio ambiente, etc...), com análise cíclica periódica. ◼ Gestão integrada do orçamento (manutenção e operação), buscando sempre o resultado do negócio. ◼ Análise crítica e priorização das intervenções com base na disponibilidade, confiabilidade operacional e resultado empresarial. - 40 - Best practices (melhores práticas) ◼ Utilização de pessoal qualificado e certificado. ◼ Contratação, sempre que possível, por resultado/parceria com indicadores de desempenho focados nas metas organizacionais. ◼ Segurança, saúde e meio ambiente serem considerados como aspectos básicos na contratação de serviços de terceiros, incluindo: Histórico de segurança da contratada. Qualificação e certificação de pessoal. Comunicação de riscos por parte da contratante. Bônus e ônus para resultados de segurança. ◼ Eliminação de falhas ocorridas e potenciais, através de análises. ◼ Ênfase na manutenção preditiva acoplada aos softwares de diagnóstico. - 41 - Best practices (melhores práticas) ◼ Adoção de programas de Manutenção Produtiva Total (TPM). ◼ Adoção da ferramenta Manutenção Centrada em Confiabilidade (RCM). ◼ Aplicação da Análise preliminar de riscos (APR) em serviços de manutenção. ◼ Multifuncionalidade ou polivalência comprovadas. ◼ Procedimentos escritos para os principais trabalhos (SMP, do inglês Standard Maintenance Procedure, ou procedimento padrão de manutenção). ◼ Aplicação de programas de auditorias, internas e externas, como ferramenta de verificação e divulgação das melhores práticas, bem como a tendência dos resultados. - 42 - Paradigmas da manutenção ◼ A manutenção deve ser organizada de tal maneira que o equipamento ou sistema pare de produzir somente de forma planejada. ◼ Quando o equipamento pára de produzir por si próprio, sem uma definição gerencial, está-se diante de manutenção não planejada, ou mesmo de um fracasso da atividade de manutenção. ◼ A Gestão da Manutenção deve atuar para evitar que ocorram falhas, e não manter sua equipe atuando apenas na correção “rápida” destas falhas. ◼ Pode ser comparada a uma brigada de incêndio: quando ocorre a emergência a brigada deve atuar rapidamente, mas a sua principal atividade, a partir daí, é evitar a ocorrência de novos incêndios. - 43 - Paradigmas da manutenção ◼ Paradigma do passado: “O profissional de manutenção sente-se bem quando executa um bom reparo”. ◼ Paradigma moderno: “O profissional de manutenção sente-se bem quando consegue evitar todas as falhas não previstas”. ◼ O profissional do futuro precisa ser “cabeçudo”, pensando muito no que fazer para evitar falhas e ter “braços curtos”, para intervir o mínimo possível na instalação! - 44 - Competitividade ◼ A competitividade depende, principalmente, da maior produtividade de uma organização em relação aos seus concorrentes, medida pela equação: ◼ Para se otimizar o faturamento é preciso otimizar a confiabilidade e a disponibilidade, aumentar o tempo produtivo, reduzindo os tempos de parada dos sistemas e de seus reparos, maximizando o tempo médio entre falhas. ◼ Para se otimizar o custo é preciso adotar as melhores práticas de manutenção, coma Engenharia de Manutenção aplicada aos novos projetos, buscando as causas raízes das falhas, estudando melhores sobressalentes, utilizando-se de técnicas preditivas de diagnóstico, etc... - 45 - Competitividade ◼ Com relação a faturamento, lucro e custos, é necessário que conheçamos o faturamento e os custos de nossa empresa, bem como o custo de manutenção. ◼ Entre 1995 e 2007 (Abraman), o custo de manutenção representou, em média, 4,2%, em relação ao faturamento bruto. ◼ Apesar de ser importante reduzir os custos de manutenção, é preciso priorizar o aumento da disponibilidade e da confiabilidade, já que esses fatores representam os outros 95,8% na equação Faturamento x Custo. ◼ É por esse motivo que uma redução de custo na manutenção, se mal conduzida, por levar a significativas perdas de disponibilidade, confiabilidade, segurança e consequências ambientais, que afetarão negativamente o faturamento e o lucro da empresa, e até mesmo desgastar a sua imagem. - 46 - Competitividade - 47 - Competitividade ◼ Tendência dos Custos de Manutenção x Faturamento Bruto: - 48 - Produto da manutenção ◼ Basicamente a produção é composta pelas atividades de operação, manutenção e engenharia. Há outras atividades que dão suporte à produção, como suprimentos, segurança, gestão, etc... ◼ O único produto que a operação deseja comprar da manutenção e da engenharia é MAIOR DISPONIBILIDADE CONFIÁVEL AO MENOR CUSTO. ◼ Não confunda disponibilidade com confiabilidade: a disponibilidade de uma lâmpada de uma mesa de cirurgia é altíssima (1.000.000 horas), porém, de nada adianta se ela apagar por 5 segundos durante uma cirurgia, ou seja, se não tiver a adequadaconfiabilidade quando necessária! ◼ Para aumentar a confiabilidade, neste caso, pode-se usar um sistema redundante de iluminação, por exemplo, um no-break. O que se necessita é a preservação da função iluminação. - 49 - Produto da manutenção ◼ Quanto maior a disponibilidade, menor a demanda por serviços, podendo- se medir a variação de disponibilidade de maneira indireta, medindo-se a tendência da evolução da demanda de serviços. - 50 - Conceito atual de Manutenção ◼ O conceito predominante de que a missão da Manutenção é a de restabelecer as condições originais dos equipamentos/sistemas é ultrapassado para algumas empresas, mas ainda realidade para outras. ◼ Atualmente a missão da manutenção é “Garantir a confiabilidade e a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender ao processo de produção / serviço com segurança, preservação do meio ambiente e custos adequados”. ◼ Voltando ao exemplo da lâmpada cirúrgica, a missão não é preservar a lâmpada (equipamento) mas sim a função do sistema (iluminação). Esta mudança no conceito de missão afeta significativamente as ações do homem de manutenção. - 51 - Redução da demanda de serviços ◼ Se no passado era comum um gerente dizer que seu principal problema era falta de gente, hoje, não há dúvida que o seu principal problema é o EXCESSO DE DEMANDA DE SERVIÇOS, decorrente de uma CONFIABILIDADE INADEQUADA. - 52 - Redução da demanda de serviços ◼ O aumento da disponibilidade, da confiabilidade, da qualidade do atendimento, da segurança e da redução de custos passa, necessariamente, pela redução da demanda de serviços. - 53 - Redução da demanda de serviços ◼ Qualidade da manutenção: Falta de qualidade na manutenção provoca o retrabalho, que nada mais é que uma falha prematura, a qual provoca perda de produção. ◼ Qualidade da operação: Erros operacionais também podem provocar falhas prematuras do equipamento, também ocasionando perdas de produção. ◼ Problemas crônicos: Decorrentes de má qualidade de projeto e/ou instalação. Tais problemas são comumente convividos e tratados como “problemas repetitivos”, ainda que de solução conhecida, sendo necessária a mudança desta cultura. ◼ Problemas tecnológicos: Similar ao anterior, apenas que a solução não é de todo conhecida, exigindo ações de engenharia mais aprofundadas, resultando em melhorias ou modernização dos equipamentos. ◼ Serviços desnecessários: Aplicação de manutenção preventiva de forma exagerada, sem a consideração de custo x benefício, ou ainda por insegurança devido ao excesso de falhas fazer com que os mantenedores e operadores hajam com exagero preventivamente. - 54 - Redução da demanda de serviços ◼ Estima-se que a composição da demanda de serviços seja a seguinte Qualidade da operação: ~ 40%. Problemas tecnológicos e crônicos: ~ 30%. Qualidade da manutenção e serviços desnecessários: ~ 30% ◼ Para otimizar a organização como um todo, é necessário estruturar-se para a mudança de paradigmas através de novos comportamentos. - 55 - Redução da demanda de serviços ◼ O homem de manutenção deve: Internalizar uma nova cultura e sua missão estratégica. Aplicar os tipos mais eficazes de manutenção. Trabalhar em equipe. Desenvolver a multifuncionalidade / polivalência. Entender que a manutenção só deve intervir de forma planejada na planta. ◼ Empresas de classe mundial aplicam diversas ferramentas, no dia a dia, para este propósito: Gerenciamento da rotina. Padronização. 5s. Manutenção Produtiva Total (TPM). Benchmark. Balanced Scorecard. Gestão de ativos. - 56 - Redução da demanda de serviços ◼ Certificações internacionais levam as empresas a melhores resultados: ◼ E a mais recente: - 57 - Tipos de manutenção x Mudança de paradigma Segundo Kardec e Nascif (2010), são definidos seis tipos básicos de manutenção, os quais serão estudados em maiores detalhes num módulo futuro: ◼ Corretiva não planejada. ◼ Corretiva planejada. ◼ Preventiva. ◼ Preditiva. ◼ Detectiva. ◼ Engenharia de manutenção. - 58 - Tipos de manutenção x Mudança de paradigma Onde ocorrem as mudanças de paradigmas e seus efeitos nos resultados empresariais? ◼ PRIMEIRA MUDANÇA: Quando se passa da preventiva para a preditiva, ou seja, quando ao invés de se parar o equipamento apenas com base no tempo, ele é mantido operando até um limite pré- estabelecido com base em parâmetros que podem ser monitorados através de medições (temperatura, vibração), compatibilizando a necessidade de intervenção com a produção. ◼ SEGUNDA MUDANÇA: Quando se passa a adotar a Engenharia de Manutenção, não tendo apenas boa manutenção do equipamento/sistema, mas sim tendo-os disponíveis para atender ao mercado (cliente), razão de ser da existência da empresa e da manutenção. ◼ Com isso, o aumento da disponibilidade, confiabilidade, da melhoria do atendimento, da segurança operacional e pessoal, da preservação ambiental e motivação da equipe é, a médio e longo prazos, acompanhado da otimização de custos. - 59 - Tipos de manutenção x Mudança de paradigma ◼ Mudança de paradigma na Manutenção: - 60 - Trabalho em equipe ◼ Uma das maiores dificuldades das organizações, que determina o sucesso ou fracasso empresarial. ◼ Uma organização com muitos talentos individuais (guerra dos aliados!) pode conseguir resultados inferiores ao de outra com menos talentos individuais e mais espírito de equipe. ◼ Em nosso contexto, deve-se buscar uma forte integração entre as áreas de manutenção, operação, engenharia e suprimentos, de duas maneiras: EDUCAÇÃO: através de treinamento, vivência, visitas a outras empresas, depoimentos de pessoas com experiências bem sucedidas. ORGANIZAÇÃO: criação de mecanismos organizacionais que favoreçam a formação de equipes mistas, através de estrutura matricial e times multifuncionais. - 61 - Fatores adicionais A gestão estratégica da manutenção também pode ser apoiada por ações como: ◼ Implantar sistemática de orçamentação para os serviços de manutenção. ◼ Alocar aos solicitantes os custos dos serviços de manutenção correspondentes. ◼ Reavaliar a frequência de problemas em equipamentos e decidir, via custo x benefício, sobre a viabilidade da sua substituição. ◼ Evitar operar equipamentos fora das suas condições de projeto, a menos que os resultados empresariais mostrem que isso seja vantajoso. ◼ Identificar equipamentos que estejam operando fora das suas condições de projeto, gerando elevada demanda de serviços e analisar a conveniência da reforma ou substituição. ◼ Aumentar o uso de métodos de manutenção com o equipamento ou sistema em operação. - 62 - Fatores adicionais ◼ Rever continuamente os programas de manutenção preventiva, visando à otimização de sua frequência, considerando as novas tecnologias de manutenção preditiva, normalmente mais vantajosas. ◼ Implantar um sistema de desativação de equipamentos e sistemas inoperantes, desde que a análise de custo x benefício se mostre adequada. ◼ Rever a metodologia de inspeção e procurar aumentar o tempo de campanha das unidades ou sistemas, evitando ocorrências não planejadas. ◼ Incrementar o acompanhamento de parâmetros preditivos, visando trabalhar mais próximo dos limites estabelecidos e, com isso, aumentar o tempo de campanha com confiabilidade. ◼ Estudar métodos para aumentar a previsibilidade das inspeções antes das paradas das unidades, inclusive com as novas tecnologias de inspeção. - 63 - Políticas e diretrizes da Manutenção ◼ Exemplo de políticas e diretrizes da Petrobras para a manutenção de suas refinarias de petróleo, que podem servir de referência para aplicação em outros segmentos: - 64 - Políticas e diretrizes da Manutenção - 65 - 1) Qual a finalidade básica da Manutenção? Em que ela difere da Engenharia de Manutenção? 2) Cite quatro benefícios proporcionados pela Manutenção que caracterizem sua importância organizacional.3) Explique o que são funções primárias e secundárias da Manutenção. 4) Qual a importância do benchmarking para Manutenção? 5) Para se atingir zero manutenção corretiva emergencial em seu automóvel, qual estratégia você adotaria? 6) Explique com suas palavras a finalidade de cada fase necessária para se obter confiabilidade e disponibilidade de um equipamento. 7) Qual a diferença entre confiabilidade e disponibilidade, no contexto de Manutenção? 8) Analise o local onde você trabalha, ou faz estágio, ou onde um colega seu trabalhe: ele possui cada uma das características para ser considerado uma Unidade de Alta Performance? O que você faria para cada característica que não fosse atendida? Questões para estudo: - 66 - CORREA, H.L. e CORREA, C.A.. Administração de produção e operaões: manufatura e serviços, uma abordagem estratégica. 2e. Atlas. São Paulo, 2010. Capítulo 21. PINTO, A. K. e XAVIER, J. N. Manutenção: função estratégica. 3e. Qualitymark. Rio de Janeiro, 2009. Capítulos 1 e 2. MOBLEY, K. Maintenance Engineering Handbook. 6e. McGraw-Hill. USA, 2002. Capítulo 1. SELEME, R. Manutenção industrial: mantendo a fábrica em funcionamento. Intersaberes. Curitiba. 2015. Capítulo 1. VIANA, H.R.G. Planejamento e controle da manutenção. Qualitymark. Rio de Janeiro. 2009. Capítulo 1. WWW.GOOGLE.COM Imagens diversas. Acesso em Ago/2017. Referências http://www.google.com/
Compartilhar