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Semiologia Veterinária - Aula Prática - Exame Físico Geral ou de Rotina

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Exame físico geral ou de rotina
- Deve ser realizado independente da queixa principal do proprietário;
- É um exame padrão;
- Parâmetros devem ser sempre avaliados;
- Se algo chama a atenção, parte-se para o exame físico específico.
Introdução
- Visão de conjunto (maioria dos sistemas orgânicos);
- Sequência de exame > hábitos, não existe regra;
- Recursos semiológicos para examinar o animal: inspeção, palpação, percussão, auscultação;
- Exame feito a partir da inspeção/observação, consegue obter informação.
Nível de consciência
- Se o animal tem consciente do ambiente que o cerca; 
- Alerta, deprimido, excitado;
- Informação importante em casos de comprometimento do sistema nervoso central > pode haver alteração no nível de consciência;
- Importante saber o que é o normal para aquele animal (importante perguntar para o proprietário se o animal costuma a agir de tal forma);
- É preciso identificar se o comportamento é momentâneo (por conta da mudança de ambiente) ou se realmente representa uma alteração no nível de consciência;
- Necessário conversar com proprietário e observar o animal.
Postura e locomoção
- Sugere dor localizada, fratura, luxação, doenças neurológicas;
- Animal precisa ser observado em repouso e em movimento;
- Observar se há relutância ou incapacidade de realizar o movimento;
- Postura analisada juntamente com o nível de consciência;
- Analisar a postura normal do animal e se ele consegue se manter nela durante o exame.
Condição corporal ou status
- Obeso, gordo, normal, magro, caquético (magreza extrema, identificado pelas costelas);
- Observação importante para avaliar suspeitas.
Pelame
- Pelos limpos, brilhantes, opacos, eriçados, ectoparasitas;
- Observar existência de feridas, aumento de volume que chame a atenção;
- Observar se a alteração é uni ou bilateral.
Formato abdominal
- Timpânico (excesso de gases no saco dorsal do rúmen) > processo digestivo associado, decúbito por muito tempo (cumprimento o rúmen, desfavorecendo a eructação) > pode desenvolver dispneia (dificuldade respiratória) pois comprime os órgãos, dificultando a movimentação do diafragma/insuflação dos pulmões;
- Ascite (aumento de volume abdominal).
Características respiratórias
- Eupneia x dispneia (posição ortopneica > posição que o animal adota estrategicamente na tentativa de melhorar a oxigenação tecidual, se adapta para facilitar a entrada de ar);
- Animal em dispneia exterioriza a língua;
- Tipo respiratório;
- Secreção nasal (identifica-se pela inspeção).
Outros comportamentos
- Defecação, micção, apetite, sede, secreções (auricular, peniana, vaginal, nasal, ocular).
Nível de consciência
- Comportamento ou nível de consciência > avaliação pela inspeção;
- Investigar se o comportamento é normal;
Exemplo – cólica equina:
- Animal com dor é uma situação de estresse > estimulação adrenérgica com liberação de cortisol (prepara o animal para situação de fuga/luta) > aumenta frequência cardíaca e respiratória > comum que animais com cólica tenham taquicardia e taquipneia;
- Se o animal chega apático é sinal de alerta (pode ser normal ou o animal já passou do nível de dor, pois está em uma condição pré-óbito. 
- Reação a estímulos > suspeita de comprometimento do sistema nervoso > palmas, estalos de dedos;
- Animal acompanha/busca saber de onde vem o estímulo? Está em situação de coma? Irresponsivo?
- Animal apático, coma, “normal” (depende do que é normal para aquele animal) ou excitado;
- Temperamento de cada espécie e categoria animal.
Postura
- Posicionamento do animal > posição quadrupedal, decúbito e locomoção;
- Comportamento de cada espécie:
· Equino: posição quadrupedal e decúbito lateral;
· Bovino: decúbito esternal.
- Necessário de conhecimento do que é normal para não haver dificuldades e cometer erros ao identificar ou não posições anômalas;
- Animais enfermos: cabeça baixa, afastam-se do rebanho ou levantam-se com dificuldade;
- Posição ortopneica: pescoço estendido, língua protruída, membros torácicos abduzidos (abertos), cifose (arqueamento do dorso, indica desconforto).
Estado nutricional ou status corporal
- Depende da espécie, raça, utilidade ou aptidão.
História nutricional 
- Faz parte da anamnese;
- Quantidade e qualidade da dieta;
- Deficiências nutricionais;
- Mudanças repentinas de regime alimentar > alterações do sistema digestório;
- Doenças parasitárias > administração de vermífugos e agentes parasitários.
Avaliação geral da pele
- Importância da pele como indicador > estado nutricional e constituição física;
- Animal bem nutrido geralmente tem a pelagem vívida, brilhante, sedosa;
- Estimativa da desidratação:
· Até 5%: sem alterações clínicas marcantes > animal já está tendo perca de líquido, mas não há sinal clínico;
· Entre 6 e 8 %: desidratação leve > diminuição do turgor cutâneo/elasticidade da pele (2 a 4s) > enoftalmia leve (olho retrai devido a perda de líquido). Quanto mais desidratado o animal, mais perda de líquido, pior será a qualidade do turgor cutâneo, menor será o turgor (traciona a pele e observa quantos segundos essa pele demora para retornar ao normal. Quadro leve de desidratação;
· Entre 8 e 10%: perda de elasticidade cutânea intensifica-se, maior diminuição do turgor cutâneo (6 a 10s) > enoftalmia evidente > mucosas secas (mucosas aparentes: bucal, óculo-palpebral, vaginal). Quadro moderado de desidratação;
· Entre 10 e 12%: diminuição marcante do turgor cutâneo (demora de mais de 10s) > enoftalmia intensa > mucosas muito secas > extremidades, orelhas e focinho frios. Quadro grave de desidratação.
· Acima de 12%: quadro de desidratação incompatível com a vida.
Desidratação
- Perda excessiva de líquido > diarreia (quadro clínico de enterite, ou seja, inflamação no intestino) ou refluxo (ocorre em equinos com cólica);
- Ingestão inadequada de água > doenças, paralisia faríngea, obstrução esofágica.
Avaliação dos parâmetros vitais
- Antecede exame físico específico;
- Frequência cardíaca, frequência respiratória, verificação da temperatura corporal, motilidade ruminal ou intestinal;
- Deve ser feita duas vezes por dia (manhã e a tarde) no animal internado.
Frequência cardíaca – BPM
- Equinos: 28 a 40bpm;
- Bovinos: 60 a 80bpm;
- Ovinos: 90 a 115bpm;
- Caprinos: 95 a 120bpm.
Frequência respiratória – Movimentos Respiratórios/Minuto
- Equinos: 8 a 16mpm;
- Bovinos: 10 a 30mpm;
- Ovinos: 20 a 30mpm;
- Caprinos: 20 a 30mpm.
- Parâmetros se alteram conforme o comportamento do animal > saem do fisiológico.
Temperatura corporal – graus celsius
- Equinos: 37,5 a 38,5°C;
- Bovinos: 37,8 a 39,2°C;
- Ovinos: 38,5 a 40°C;
- Caprinos: 38,6 a 40°C. 
Exames das mucosas
- Comprometimento do sistema cardiocirculatório ou doenças em outras partes;
- Oculopalpebrais > conjuntiva superior, conjuntiva inferior, terceira pálpebra;
- Nasal, bucal, vaginal, prepucial;
- Coloração, ulcerações, hemorragias e secreções;
- Tempo de Preenchimento Capilar (TPC) > mucosa bucal. 
· Ergue-se o lábio do animal, coloca-se o dígito na mucosa, pressiona o dedo na mucosa fazendo uma leve pressão e logo após retira-se o dedo. Pressão obstrui a passagem do sangue pelos capilares, ao tirar o dedo reestabelece-se esse preenchimento capilar. Conta quanto tempo isso demorou para acontecer.
Avaliação do TPC durante a observação da mucosa bucal.
- Ducto nasolacrimal em equinos > mucosa nasal.
Avaliação da coloração
- Quantidade e qualidade do sangue circulante;
- Eficiência das trocas gasosas;
- Existência ou não de hemoparasitas;
- Função hepática adequada;
- Medula óssea.
- Mucosas precisam ser úmidas e brilhantes;
- Tonalidade rósea-clara.
- Forma importante de identificar condições no animal.
Tempo de Preenchimento Capilar (TPC):
- Importante ao avaliar a mucosa bucal (dentes incisivos);
- Anemia > volume globular (VG) (ou hematócrito (Ht)). Parasitismo relacionado ao grau de anemia;
- Reflete o estado circulatório do animal (volemia);
- Coloração normal da mucosa retorna após 2 segundos.
TPC > 2s → Desidratação ou vasoconstrição periférica.
TPC> 6s → Comprometimento circulatório grave.
- Quanto maior a alteração da coloração de mucosa e maior o TPC, pior é o prognóstico em relação aos transtornos circulatórios.
Mucosas pálidas:
- Hipoperfusão ou anemia.
Mucosas congestas:
- Aumento de permeabilidade vascular (processo infeccioso ou inflamatório).
Mucosas cianóticas:
- Distúrbio de hematose, tornando o animal hipercapneico (aumento de CO2).
Mucosas ictéricas:
- Retenção de bilirrubina nos tecidos.
- Doenças hemolíticas > babesiose:
· 80% da bilirrubina origina-se da degradação da hemoglobina a partir da remoção de eritrócitos da circulação.
- Lesões hepáticas > infecções bacterianas e virais, intoxicações;
- Obstrução dos ductos biliares > colangite (fotossensibilização secundária).
Ocorrência de secreção
- Quantidade, coloração, aspecto, uni ou bilateral.
Fluida:
- Líquida, aquosa, pouco viscosa e transparente (normal em bovinos).
Serosa: 
- Mais densa que a fluida, mas ainda transparente (processos virais, alérgicos e precede infecções ou inflamações).
Catarral: 
- Ainda mais viscosa, mais pegajosa e esbranquiçada.
Purulenta:
- Mais densa, coloração variável (processos infecciosos).
Sanguinolenta:
- Vermelho-vivo ou enegrecida (traumas, distúrbios hemorrágicos sistêmicos).
Avaliação dos linfonodos
- Sistema linfático > via acessória pela qual os líquidos podem fluir dos espaços intersticiais para o sangue;
- Linfonodos funcionam como filtros da linfa;
- Inspeção, palpação e biópsia (se necessário);
- Tamanho, consistência, sensibilidade, mobilidade e temperatura;
- Linfonodos possivelmente palpáveis: pode ser que não haja a percepção deles > ausência de palpação associada à normalidade;
- Orientação sobre o local de determinado processo infeccioso ou inflamatório.
Mandibulares: 
- Costumam ser 2;
- Localizados superficialmente entre as veias faciais e a pele;
- Equinos: mais profundos e ventrais à língua.
Retrofaríngeos:
- Laterais e mediais;
- Localizados na região cervical, entre o atlas e a parede da faringe;
- Costumam ser palpados quando reativos.
Pré-escapulares ou cervicais:
- Palpáveis na face lateral da porção distal do pescoço, em uma fossa adiante da escápula, pouco acima da articulação escapuloumeral;
- Equinos > difícil palpação.
Pré-crurais ou pré-femorais:
- Terço inferior do abdômen, a meia distância da prega do flanco e da tuberosidade ilíaca;
- Mais facilmente palpados nos ruminantes.
Mamários:
- 2 nódulos de cada lado;
- Entre assoalho ósseo da pelve e parte caudal do úbere.
Características examináveis dos linfonodos
Tamanho:
- Idade, localização e estado nutricional;
- Tumefação ganglionar > reação inflamatória oriunda de processos inflamatórios, infecciosos e/ou neoplásicos, localizados ou disseminados;
- Afecção relacionada com os vasos = linfangite;
- Afecção relacionada com os gânglios = adenite;
- Afecção relacionada com ambos = linfadenite;
- Não palpação > forte indício de normalidade.
Sensibilidade:
- Linfonodos sensíveis à palpação nos processos inflamatórios e/ou infecciosos agudos.
Consistência:
- Normalidade firme (moderadamente compreensíveis);
- Processos inflamatórios e infecciosos agudos: consistência não se altera (mas há aumento de volume e sensibilidade);
- Processos inflamatórios e infecciosos crônicos e neoplásicos: linfonodos duros.
Mobilidade:
- Móveis em relação à pele e às estruturas vizinhas;
- Diminuição ou ausência de mobilidade nos processos inflamatórios bacterianos agudos > ficam mais aderidos e firmes.
Temperatura:
- Igual à da pele que os recobre;
- Aumento de temperatura é acompanhado de dor à palpação > indica inflamação do local.
Avaliação da temperatura corporal
- Balanço entre ganho e perda de calor;
- Termogênese (gera calor) x termólise (dissipa calor);
- Diminuição da temperatura ambiente: incremento de metabolismo, vasoconstrição periférica, piloereção e diminuição da FC;
- Aumento da temperatura ambiente: vasoconstrição periférica e aumento da FC e FR.
Hipertermia
- Elevação da temperatura de origem não inflamatória;
- Difícil perder calor em ambientes quentes e úmidos (não resfriamento corporal por evaporação);
- Recém-nascidos produzem mais suor/kg de peso, proporcionalmente, em relação aos adultos, causando maior desidratação > prejuízo à transpiração;
- Equinos e bovinos > sudorese (principal modo de perda de calor por evaporação).
Febre:
- Elevação da temperatura acima de um ponto crítico, em decorrência de algumas doenças;
- Alteração no centro termorregulação > aumento de mecanismos para elevação de temperatura corporal:
· Conservação de calor;
· Aumento da produção.
Hipotermia
- Diminuição da temperatura interna abaixo dos níveis de referência para cada espécie;
- Perda excessiva de calor ou produção insuficiente;
- Colapso circulatório;
- Período prolongado de inanição.
Finalizando
- Resumo das conclusões relativas a todas as informações obtidas (anamnese + exame físico = exame clínico.
- Como está a saúde geral do animal (leve, moderada ou gravemente comprometida)?
- Provável local da doença (sistema tegumentar, linfático, cardiocirculatório, respiratório, digestório, genitourinário, locomotor ou nervoso central)?

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