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MATERIAL DE APOIO AULA: OPERAÇÕES FARMACÊUTICAS / CONSERVAÇÃO / ACONDICIONAMENTO / PADRONIZAÇÃO I) Operações Farmacêuticas: 1) De caráter geral: ∙ Pesagem: − Balança de precisão (pequena quantidade) − Balança ordinária (capacidade maior) ∙ Medida de volume cálice, becker, algumas vezes uma pipeta graduada ∙ Acondicionamento Características: − Indiferença química − Proteção − Baixo preço − Peso e volume mínimo 2) De caráter específico (operações farmacêuticas propriamente ditas) a) Produção b) Divisão ∙ Mecânica Pulverização (transformar uma droga em pó). Muda o estado, mas não muda o aspecto físico. ∙ Física Emulsificação (dividir O/A ou A/O) Dispersão (dispersões coloidais) - muda o estado e pode ou não mudar o aspecto físico. ∙ Química Não é muito usada dentro da Farmacotécnica. c) Separação ∙ Sólidos: tamização, triagem ou monda, levigação ∙ Um líquido + um sólido − Expressão (filtração, muito usado para obtenção de polpas) − Decantação − Centrifugação − Filtração: algumas maneiras de filtrar: A) papel de filtro: líquidos fluídos, medicamentos uso interno; a vácuo ou sob pressão. Não é recomendado para colírios (solta partículas que lesa o olho); usam-se discos rígidos. B) algodão hidrófilo: indicado para formas farmacêuticas de uso externo, não muito viscoso; quando viscosos usa-se pressão ou vácuo. C) tecido (gaze ou tecido algodão): usado para líquidos viscosos (xaropes) D) filtros industriais (placa): funcionam sob pressão, capacidade maior em termos de volume. E) superfícies filtrantes esterilizantes: usados na indústria para injetáveis e colírios. − Precipitação − Destilação − Dessecação ∙ Dois líquidos: volatilização d) Inibição biológica: ∙ Esterilização ∙ Congelação ∙ Liofilização: usa congelação e sublimação; retira a fase líquida por questões de conservação)] e) De controle (ou padronização) ∙ Morfológico ∙ Físico-químico ∙ Biológico ∙ Bacteriológico ∙ Clínico (produtos que são lançados no mercado) f) De conservação (o que altera a conservação do medicamento) ∙ Alteração: fatores biológicos fatores físico-químicos fatores extrínsecos ∙ Estabilizantes São utilizados para a conservação de medicamentos II) Conservação, acondicionamento e padronização II.1 Conservação: O medicamento é considerado conservado quando este guarda na íntegra os seus princípios ativos e mantém as suas características organolépticas, isto é, mantem o aspecto inicial, aparência do produto, características físicas. Prazo de validade → é o tempo em que o medicamento mantém 90% do teor do principio ativo. Fatores que afetam a conservação: 1) Fatores extrínsecos Quando depende de fatores externos ao medicamento. a) Calor: Pode interferir no processo de preparação ou armazenamento Ex.: durante a fabricação do AAS, a temperatura não deve ultrapassar 40o c para que não haja degradação do princípio ativo. b) Luz: É um catalisador de reações, ela é capaz de promover oxidação do medicamento ou a degradação do mesmo. O medicamento deve ser armazenado em frasco âmbar ou branco leitoso. c) Agentes microbianos: Contaminação durante ou após a fabricação do medicamento d) Umidade: Pode hidrolisar o medicamento e) Oxigênio do ar Pode oxidar o medicamento f) CO2 do ar: Ação em fármacos que fixam CO2 . Ex.: hidróxido fixa CO2 e vira carbonato g) Recipientes Flúor ataca vidro, deve ser acondicionado em embalagens plásticas. 2) Fatores intrínsecos: Fatores internos relativos à própria natureza física ou química de um ou mais componentes do medicamento que podem interferir na sua conservação. a) instabilidade molecular b) reações intermoleculares c) pH do meio d) volatilização II.2 Acondicionamento A embalagem pode ser: ∙ Primária: É o recipiente que permanece mais próximo do produto. Ex.: âmpolas de vidro, frasco de xarope, papel de embalagem de comprimidos, pote de creme, etc. É também denominado “material de acondicionamento”. ∙ Secundária: É o acessório que se soma à embalagem primária. Ex.: cartuchos de papelão ∙ Terciária: É utilizada para a proteção durante o transporte e armazenamento. Ex.: caixas de papelão. Funções da embalagem: ∙ Proteção: Deve assegurar a conservação do produto em todos os estágios, no fim da fabricação, durante o transporte e durante o tempo do prazo de validade do produto. ∙ Prevenção: Deve prevenir a deterioração do produto por quebra, esmagamento ou choque; alterações devido aos fatores externos; absorção de odores ou sabores estranhos ao produto, perda do conteúdo por mau fechamento e adulterações. ∙ Funcionalidade: A embalagem deve possibilitar um acondicionamento adequado do conteúdo em quantidades apropriadas, e permitir a identificação, marcação do lote, validade, etc. ∙ Motivação: O consumidor deve ser motivado pela embalagem a comprar e usar o produto. Tipos de materiais de acondicionamento: 1) Vidro: Transparente, inerte, ter uma boa apresentação, possuir resistência física baixa e dependendo, a resistência pode aumentar. Tipos: a) Borosilicado: Muito caro, resistente quimicamente, ideal para acondicionar produtos parenterais em pó ou solução. b) Sódico cálcico tratado: Alcalino que é tratado internamente e por isso se torna semi-neutro; utilizado para soluções parenterais oleosas e alguns antibióticos. c) Sódico cálcico sem tratamento: Usado principalmente em antibióticos em pó ou liofilizado. d) NP ou não parenteral: Usado para outras finalidades que não injetáveis. Apresenta resistência mecânica melhor que os outros. No caso de injetáveis, melhor usar vidro âmbar. Os vidros são utilizados principalmente em âmpolas de injetáveis; acondicionamento de xarope, algumas soluções. 2) Plástico É um material mais recente que o vidro e existe uma grande quantidade de plástico. Tem uma resistência maior a ações mecânicas do que o vidro, desvantagem é a falta de impermeabilidade. Os plásticos são usados: grandes volumes parenterais, pomadas e pó. Existem 02 tipos de plásticos: ∙ Termoplásticos: são utilizados para frascos e são flexíveis ∙ Duroplásticos: são utilizados para tampas e são derivados da baquelite. Problemas mais comuns com embalagens plásticas: a) Plasticidade: Trata-se da transmissão de gases, vapores ou líquidos através da embalagem flexível (oxidação e hidrólise). b) Lixiviação: É quando um ingrediente da embalagem migra para o produto envasado. c) Sorção: Resulta na perda de uma droga de uma forma farmacêutica por adsorção. Obs.: para esterilização de soros, utiliza-se gases de óxido de etileno. 3) Borracha: Ela é utilizada basicamente para fabricação de tampa. As tampas geralmente são siliconizadas (para evitar problemas com o medicamento). Pode ser natural ou sintética. 4) Papel É mais utilizado nas cintas termolábeis (geralmente associadas ao plástico ou ao alumínio, para aumentar a sua impermeabilidade). 5) Alumínio Muito utilizado em bisnagas de pomadas e cremes dentais (e para cintas termolábeis). Muito utilizado para blister (cartelas de comprimido: 1 parte plana de alumínio e a outra em relevo de plástico). Todos os materiais de acondicionamento devem seguir para um controle de qualidade específico para a forma farmacêutica que vai ser utilizado. Formas farmacêuticas e Embalagens sugeridas: 1. Comprimidos e Cápsulas Frascos pequenos de boca larga, de vidro ou plástico derosca ou de pressão. 2. Líquidos Recipientes ovais. Para líquidos viscosos, o frasco a ser utilizado deve ser de boca larga. Líquidos orais flavorizados podem perder o flavorizante através da volatilização e permeação através da embalagem plástica, deve se optar neste caso pelo vidro. 3. Pós Frascos de boca larga, geralmente de plástico 4. Pó dividido Papéis, saches individuais, saquinhos de plástico 5. Preparações oftálmicas líquidas (colírios) Frasco gotejador de plástico, seringas (eventualmente) 6. Pomada ou gel oftálmico Tubos de metais, seringas (eventualmente) 7. Preparações óticas (Preparações líquidas para uso otológico) Frasco gotejador (vidro/plástico), frasco spray (plástico) 8. Pomadas e cremes Pote de plástico de boca larga, tubo, seringa 9. Supositórios Cartelas plásticas (molde), sachês de plástico ou alumínio. II.3 Padronização Controle de qualidade: A indústria farmacêutica é obrigada por lei a ter um setor para fazer o controle de qualidade. Vejamos alguns termos muito empregados na indústria farmacêutica: ∙ Fabricação: Todas as operações que intervém na produção de um medicamento: fabricação, mistura, formulação, envase, embalagem e rotulagem. ∙ Matéria-prima: São todas as substâncias ativas ou inativas utilizadas unicamente para a fabricação de medicamentos, tanto as que permanecem inalteradas como as passíveis de modificações. ∙ Lote: Quantidade de um medicamento que se produz em um ciclo de fabricação. a característica essencial do lote de fabricação é a sua homogeneidade. ∙ Número de lote: Designação (de números e/ou letras) que permite identificar o lote e, em casos de necessidade, localizar e revisar todas as operações de fabricação e inspeção praticadas durante toda a sua produção. ∙ Quarentena: Retenção temporal de um produto com proibição de uso até que se autorize sua saída. ∙ Inspeção de qualidade: Conjunto de medidas destinadas a garantir em todo momento a produção de lotes uniformes de medicamentos que satisfaçam as normas de identidade, atividade, pureza, etc. ∙ Produto Semi-acabado ou Semi-elaborado: Toda substância ou mistura que ainda se encontra em processo de fabricação. ∙ Produto acabado ou liberado: Todo lote de fabricação para distribuição e consumo. Principais funções do controle de qualidade: 1) Preparar instruções detalhadas, por escrito, para a execução de cada lote e análise. 2) Liberar ou rejeitar cada lote de matéria-prima, materiais de embalagem e rotulagem. 3) Liberar ou rejeitar produtos semi-elaborados. 4) Liberar ou rejeitar cada lote de medicamento acabado que esteja pronto para distribuição. 5) Avaliar a adequação das condições sob as quais as matérias primas, os produtos semi-elaborados e os medicamentos acabados são armazenados. 6) Avaliar a qualidade e estabilidade dos medicamentos acabados e, quando necessário, das matérias primas e produtos semi-acabados. 7) Estabelecer, e quando necessário, revisar processos e especificações de controle. 8) Ser responsável pela análise de medicamentos devolvidos, para determinar se esses devem ser liberados, reprocessados ou destruídos. 9) Guardar amostras de referência futura de cada lote de matéria-prima, embalagem, rótulo, produto semi-elaborado e produto acabado. Principais etapas de intervenção do controle de qualidade: 1) Matérias-primas a) Princípios ativos b) Excipientes É feito a identificação, caracterização e pureza. 2) Em processo a) Princípios ativos b) Etapas intermediárias É feito o doseamento do princípio ativo 3) Produto final a) Componentes do medicamento b) Características organolépticas c) Características físicas d) Características biológicas e microbiológicas 4) Estabilidade a) Acelerada b) Arquivo de referência c) Amostras de campo 5) Atividade a) Níveis sanguíneos b) Absortividade 6) Embalagens Tipos de Controle: 1) Morfológico: ∙ Exame de cor ∙ Apreciação da consistência ∙ Verificação do odor ∙ Verificação da limpeza da solução 2) Físico-químico a) Matéria-prima ∙ Identificação ∙ Impurezas ∙ Doseamento b) Produto acabado ∙ pH ∙ Isotonia ∙ Estabilidade de suspensões ∙ Regularidade de enchimento de recipientes ∙ Variação de peso ∙ Velocidade de desagregação ∙ Dispersidade ∙ Volume aparente ∙ Volume de compactação 3) Biológico ∙ Determinação de sulfas ∙ Determinação DL50 em camundongos ∙ Ensaio de pirogênios 4) Bacteriológico ∙ Pureza: índice de germes germes específicos ∙ Atividade baceriostática ∙ Atividade bactericida 5) Clínico Toda vez que o produto é lançado para comercialização, é necessário fazer esse controle, testando os efeitos em seres humanos. Referências Bibliográficas: PRISTA, L.N. et alii. Técnica farmacêutica e farmácia Galênica. 5aed., Lisboa Calouste Gulbenkian, 1995, v.1. FONSECA, A. & PRISTA, L.N. Terapêutica dermatológica e cosmetológica. São Paulo: Roca, 1993. GENARO, AR. (Ed.). Remington Pharmaceutical Sciences. 20aed. Easton: Mack Publishing Company, 2000
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