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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS VÁRZEA GRANDE UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - UFMT CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE VÁRZEA GRANDE - CUVG FACULDADE DE ENGENHARIA - FAENG ENGENHARIA QUÍMICA ENGENHARIA QUÍMICA CROMATOGRAFIA EM PAPEL Ana Paula Rotermel Baratto Ana Paula Rodrigues Bruna Schmitt Durães Rayssa de Paiva Neves CUIABÁ-MT 20 de abril de 2021 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA CAMPUS VÁRZEA GRANDE Ana Paula Rotermel Baratto Ana Paula Rodrigues Bruna Schmitt Durães Rayssa de Paiva Neves CROMATOGRAFIA EM PAPEL Relatório apresentado como forma de obtenção de nota na média parcial da disciplina de Química Orgânica ministrada pelo Prof. Dr. Lucas Campos Curcino Vieira. CUIABÁ-MT 20 de abril de 2021 3 Sumário 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 4 2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL ............................................................................ 6 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 7 Eluição das substâncias ......................................................................................................... 10 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 13 4 1. INTRODUÇÃO A cromatografia em papel é uma técnica utilizada para averiguar pequenas quantidades de amostras, podendo ilustrar interações intermoleculares, polaridade e propriedades de funções orgânicas. Uma estratégia muito útil para analisar pigmentos encontrados na natureza (frutas, legumes, etc) chamado de carotenoides, pigmentos naturais que trazem benefícios para a saúde através de suas ações antioxidantes e anticancerígenas, é utilizado folhas ou tiras de papel de filtro (celulose) como adsorventes. Esta técnica é utilizada para separar misturas sendo elas homogêneas ou heterogêneas, baseiam-se no diferencial das substâncias em duas fases, uma fase estacionária e a outra móvel de acordo com o movimento no papel (FONSECA E GONÇALVES, 2004). Eles que têm capacidade de formar ligações (ou “pontes”) de hidrogênio que migram mais lentamente (COLLINS E COLS., 2006). Esse processo começou por tentativas que não deram certo na separação dos aminoácidos com a hidrólise de lã, com o tipo de extração líquido-líquido, mas A. J. P. Martin e R. L. M. Synge com a cromatografia obtiveram a separação dos monoaminoácidos através da cromatografia líquido-líquido. Nas primeiras tentativas em 1941 eram utilizadas colunas de sílicas em gel para suporte da água, processo na fase estacionária, após testes notaram dificuldades na separação dos aminoácidos com dois grupos carboxílicos. Sendo assim testaram com fitas de papel de filtro (celulose), para substituição na fase estacionária, se tornou útil, porem pouco eficiente, pois eram absorvidos irreversivelmente na coluna, logo após notou que se aplicasse direto no papel úmido se tornaria mais competente, e assim permaneceu (COLLINS, 2009). Dentro da cromatografia de papel existem algumas classificações, como a cromatografia de papel ascendente – o solvente se desloca em uma direção ascendente, com o recipiente na parte inferior, cromatografia em papel descendente – o recipiente fica localizado na parte superior e o fluxo do solvente se move devido a atração gravitacional e ação capilar para baixo sendo assim descendente, cromatografia em papel ascendente – descendente – ocorre nesse tipo o fluxo do solvente para ambos lados após um ponto ser determinado, cromatografia de papel radial ou circular – com um furo no centro do papel e em uma placa de Petri é feita a aplicação no centro do papel do filtro circular, assim conduzido por capilaridade até o centro do papel, e cromatografia de papel bidimensional – analisadas as substâncias no extremo de um papel retangular e em seguida permitidas para o primeiro desenvolvimento, em seguida é feito a segunda análise, de forma que é 5 imergido na fase móvel, assim sendo em direções opostas mas em ângulos retos (COELHO, 2012). Tem sua utilização na maioria das separações e identificações de compostos polares, como açucares, antibióticos hidrossolúveis, aminoácidos, íons metálicos e pigmentos. O procedimento em questão é considerado uma técnica de partição líquido- líquido. (AQUINO NETO E NUNES, 2003). 6 2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Para as analise são utilizados os seguintes materiais: folha de papel, régua, lápis, canetas coloridas hidrográficas nas cores vermelho, verde, marrom, azul, amarelo e preto, Becker (de preferência com um palito fixado na parte inferior para apoiar o papel) vidro de relógio um pouco maior que a boca do becker e os solventes, que neste caso é a água. A cromatografia é uma técnica baseada na capacidade de adsorção e na solubilidade. Trata-se do particionamento de fases envolvendo sólido–liquido (ENGEL, 2013). O sólido pode ser praticamente qualquer, neste caso a celulose do papel, material que não se dissolve na fase liquida associada. Neste viés iremos tratar sobre o processo experimental da cromatografia em papel apresentada em aula. O primeiro passo é recortar o papel em tiras, depois medir 1,5 cm da borda com menor comprimento do papel e traçar uma linha de base onde será aplicado a tinta, este traço precisa ser feito de lápis, visto que a tinta da caneta pode reagir com o solvente e atrapalhar a análise. Imagem 1: tira de papel com o traço Depois disso a tinta é aplicada na fita de papel em pequenos círculos, uma ao lado da outra com uma pequena distância, para que não ocorra misturas entre os analitos de forma que prejudique a visualização da separação das cores. Imagem 2: Analitos aplicados no papel 7 No Becker coloca-se uma pequena quantidade de solvente, que nesta análise é a água, cerca de 8mm e posiciona-se a fase estacionaria (papel) na vertical com a base em contato com o solvente. Após isso, utilizou-se o vidro de relógio para tampar o copo de Becker e evitar que o solvente se volatize no ambiente. Imagem 3: fita de papel (fase estacionaria) com o analito aplicado inserida no Becker. Observa-se que a tinta começa a se eluir e subir gradativamente pela folha, tornando possível a observação de que as cores que formam as tintas começam a se separar. Isso ocorre pela força de capilaridade entre eles, um fenômeno de atração e repulsão onde se observa o contato dos líquidos com um sólido fazendo com que esse líquido suba ou desça, conforme molhe ou não a parede (PARANHOS, 2013). No caso da folha de papel, que é composta por fibras de celulose, a água sobe por consequência da tensão superficial (ATKINS, 2002), e assim os pigmentos que não fazem ligações tão fortes com a celulose são arrastados para a parte superior junto. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após o papel permanecer no solvente, observou-se que os pontos de tinta se tornaram colunas, nas quais estão as cores que formam a tinta de caneta correspondente. A ação da capilaridade agora está bem visível bem como a separação dos pigmentos. 8 Imagem 4: Cores separadas no papel. Quadro 1. Separação das cores Cor tinta da caneta Cores dos pigmentos após a separação Vermelho Rosa e amarelo Verde Amarelo e azul Marrom Vermelho, amarelo e verde Azul Roxo e azul claro Amarelo Branco eamarelo Preto Roxo, rosa pink, verde, azul No quadro acima vemos como cada cor se separou, mostrando os pigmentos que estão na mistura daquela cor. Isso acontece por meio da interação que cada uma das cores faz com a celulose, já que o papel consiste de celulose praticamente pura, que pode absorver até 22% de água. É a água absorvida que funciona como fase estacionária líquida e interage com a fase móvel também líquida (AQUINO NETO E NUNES, 2003). Os componentes que têm capacidade de formar ligações (ou “pontes”) de hidrogênio migram mais lentamente (COLLINS, 2006) ou seja aquelas substancias que interagem mais fortemente com a celulose ficam retidas mais abaixo no papel enquanto as que interagem mais com a água conseguem subir mais. Figura 1: molécula de celulose 9 A marca de tinta se mistura com a água, o que significa que as tintas das canetas são polares e por isto se solubilizam em água que também é uma substancia polar. Conforme a ação da capilaridade vai acorrendo aumenta-se o tamanho da coluna de pigmento e observa-se a separação das cores . Como cada componente percorre o papel com uma velocidade diferente acontece a separação dos pigmentos que constituem a tinta percorrem distâncias diferentes para cada solvente, por conta da polaridade de ambos como dito anteriormente, alguns pigmentos migraram em distâncias diferentes devido as fibras da celulose e interagem com o solvente de maneiras distintas (COLLINS, 2006) Collins ainda explica que os corantes de cada tipo de caneta têm composições químicas diferentes, ou seja, caso os componentes do pigmento sejam apolares o solvente também tem que ser apolar, assim a tinta é diluída e poderá percorrer pelo papel. O tipo de interação do corante com o papel que vai determinar o quanto ele irá percorrer. Com essas distancias percorridas pelos pigmentos torna-se possível calcular o Rf (Fator Retenção) que é a razão entre a distância percorrida pelo composto (da origem ao centro da mancha) e a distância percorrida pelo solvente, de acordo com a formula: Rf= 𝐶 𝑆 Onde: C= distância percorrida pelo composto, da origem ao centro da mancha. S= distância percorrida pelo solvente da origem a linha superior (linha do solvente). 10 Por fim, concluímos que se as condições forem meticulosamente escolhidas (como solvente correto para cada ocasião, Becker em tamanho ideal, posição, linha de base), praticamente qualquer mistura pode ser separada. Eluição das substâncias A cromatografia funciona graças ao fato de as moléculas possuírem uma propriedade chamada polaridade em comum e tenderem a se atrair mutuamente. Uma molécula polar é simplesmente aquela que possui uma região rica em elétrons e uma outra região que é pobre em elétrons. Estas regiões às vezes são representadas como sendo negativamente e positivamente carregadas, respectivamente. Moléculas polares são unidas por forças de atração entre cargas opostas de moléculas diferentes. Moléculas de água têm regiões ricas em elétrons nos átomos de oxigênio e regiões pobres em elétrons nos átomos de hidrogênio. Assim, as moléculas de água são polares e, por conseguinte organizam-se de maneira que a região de carga positiva de uma molécula é atraída pela região de carga negativa de outra. (STROBEL, 1973) Amarelo: Na fase estacionária a ligação mais forte que ocorre entre a molécula de celulose e a molécula de piranina é o íon dipolo, onde os polos positivos e negativos da celulose interagem com os íons sulfônicos. Na molécula da piranina existem 3 íons sulfônicos disponíveis para fazer a interação. A molécula também consegue fazer interação do tipo ligação de hidrogênio pois tem um grupo OH disponível. Molécula de Piranina 11 Azul: Na molécula azul ocorre interações do tipo íon dipolo, com a disponibilidade dos íons sulfônicos, além do nitrogênio com carga formal positiva, ou seja, quatro interações do tipo íon dipolo. Além disso, a molécula tem dois nitrogênios disponíveis para fazer a ponte de hidrogênio na qual a estrutura de ressonância consegue deslocalizar a carga e disponibilizar os dois nitrogênios. A molécula azul terá maior interação com a fase estacionária, ou seja, ela ficará mais retida. Molécula do corante trifenilmetano Quanto a utilização do solvente nessas substâncias, não podemos utilizar um solvente onde as substancias tem muita interação molecular, fazendo com que a fase móvel prevaleça a fase estacionária, ao utilizar um solvente ele tem que ser pouco polar diminuindo as interações intermoleculares na fase móvel. Laranja: Para chegar na coloração alaranjada temos duas moléculas para chegar no tom, a que dá o tom de vermelho e a que dá o tom de amarelo. 12 BASONYL RED 485 E BASIC YELLOW 40 (Xanthene Dye and Coumarin Dye) A interação dessa substância na fase estacionária com a celulose, é a interação do tipo íon dipolo onde ambos os compostos fazem, além da interação íon dipolo, haverá a ligação intermolecular do tipo ligação de hidrogênio, a segunda molécula fará através do nitrogênio disponível, porém, ela funcionará apenas como aceptora, pois há apenas nitrogênios terciários, já os nitrogênios da primeira molécula podem doar e receber elétrons pois são nitrogênios secundários acompanhados de hidrogênios que também podem fazer interações, a fase estacionária terá maior interação com a molécula que dá a coloração vermelha. No sistema de eluição o amarelo subirá mais que o vermelho para essa mistura, e o fator de retenção do vermelho será maior. 13 REFERÊNCIAS AQUINO NETO, F.R. e NUNES, D.S.S. CROMATOGRAFIA: PRINCÍPIOS BÁSICOS E TÉCNICAS AFINS. Rio de Janeiro: Inter ciência, 2003. ATKINS, PETER. Físico Química volume 1, 2002 COELHO, Pedro. Cromatografia em Papel: Princípio, Funcionamento e Aplicações. Engenhariaquímicasantossp.com. Disponível em:< https://www.engquimicasantossp.com.br/2012/06/cromatografia-em- papel.html#:~:text=Essa%20t%C3%A9cnica%20utiliza%20folhas%20ou,entre%20as% 20folhas%20de%20papel>. Acesso dia 20 de abril de 2021. COLLINS, C.H., O DESENVOLVIMENTO DA CROMATOGRAFIA EM PAPEL, TCC, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Química, Campinas – SP (2009). COLLINS, C.H.; BRAGA, G.L. e BONATO, P.S. FUNDAMENTOS DE CROMATOGRAFIA. Campinas: Ed. UNICAMP, 2006. FONSECA, S.F. e GONÇALVES, C.C.S. EXTRAÇÃO DE PIGMENTOS DO ESPINAFRE E SEPARAÇÃO EM COLUNA DE AÇÚCAR COMERCIAL. Química Nova na Escola, São Paulo, n. 20, p. 55-58, novembro, 2004. PARANHOS, A; VECHIA, D; BELTRAME, M. Capilaridade: um fenômeno de superfície com aplicações cotidianas. Vale do Paraiba, 2013. RANDALL G. ENGEL, GEORGE S. KRIZ, GARY M. LAMPMAN E DONALD L. PAVIA - Química Orgânica Experimental: Técnicas de Escala Pequena, Ed. Cengage Learning- 2013
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