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Aspergillus fumigatus

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Aspergilus fumigatus 
 
 
 
Taxonomia Caracteristicas 
Reino: Fungi 
Filo: Ascomycota 
Classe: Eurotiomycetes 
Ordem: Eurotiales 
Família: Trichocomaceae 
Género: Aspergillus 
Espécie A. fumigatus 
 
 Genoma Histórico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É um fungo filamentoso que pode ser encontrado 
no mundo todo. Comumente vive no solo e é encontrado 
com frequência na superfície de plantas e de 
composteiras. Tendo assim um papel saprofítico de 
reciclar carbono e nitrogênio de organismos mortos. O 
mesmo também possui capacidade de suportar a 
temperaturas de 70 °C, temperatura característica de 
pilhas de compostagem. Apesar de estar no solo, por 
poder se disseminar pelo ar pode assim invadir outros 
hospedeiros, como o ser humano, causando doenças 
principalmente a indivíduos imunocomprometidos (1). 
Culture of Aspergillus Fumigatus Fungus is a photograph 
by Science Photo Library. Fine Art America. (2019). 
Tamanho médio do genoma 
(Mb): 28.831 
Contagem média de 
proteínas: 9544 
GC% médio: 49.5 
Sendo a estirpe Af293 
contendo 8 cromossomos 
Ano de sequenciamento da 
estirpe Af293 fora 2005. 
É o fungo causador da Aspergilose, doença que é 
contraida pelo trato respiratório e pode levar a várias 
alergias e doenças variando em severidade e até mesmo a 
morte. Os tratamentos atuais consistem em 
medicamentos antifúgicos e ainda são relativamente 
ineficientes (2). O sequenciamento da estirpe Af293 
ocorreu em 2005 (2) e isso abriu portas para estudar 
melhor o ciclo de vida e o sistema metabólico da espécie 
para desenvolver uma forma eficaz de tratamento. 
Estima-se que centenas de conídios deste fungo 
sejam inalados por um indivíduo comum por dia. 
Embora, o sistema imunológico consiga combate-lo 
eficazmente em indivíduos saudáveis, através da ação 
dos macrófagos (1) (7). 
Este, entra o corpo pelo pulmão e, em 
indivíduos com a imunidade baixa, pode rapidamente se 
alastrar pela corrente sanguínea, chegando ao cérebro e o 
resto do corpo. Três severas infecções causadas por ele, 
também nomeadas de apergiloses são: aspergilose 
brônquiopulmonar alérgica, aspergiloma e aspergilose 
invasiva ou IA. A taxa de mortalidade para indivíduos 
infectados com IA reside entre 60-90% (1). Os casos de 
aspergiloses aumentam ultimamente devido ao uso de 
tratamentos imunosupressivos. Pacientes com cancêr, 
AIDS, e transplantantes de orgãos, ou que receberam 
médula óssea são candidatos em risco (5). 
Fig 2. Ascoesporos não germinadas do teleomorfo (forma 
sexuada) Neosartorya fumigata (O’ Gorman et al) 
 
 
Ciclo de vida 
 
 
 
Mecanismos genéticos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pesquisas proteomicas de A. fumigatus indicaram que este tem um armamento 
enzimático que o permite degradar a parede polisacarídica das plantas 
(glicosilhidrolases) e em comparação com sapotróficos e fitopatógenos, indica que o 
nicho primário de A. fumigatus é em vegetais (9). Este não possui lignina peroxidase, 
então seu papel degradativo principal é em folhas e outros materiais friáveis e não e 
em madeira. 
Um estudo atual tentou explicar melhor como o Aspergillus fumigatus obtém 
acesso ao corpo pelos pulmões. Neste estudo, foi analisada a interação entre os 
conídios e os macrófagos alveolares. Verificou-se que os conídios são capazes de 
inibir a caspase 3 por um mecanismo desconhecido, inibindo a apoptose das células 
hospedeiras dos macrófagos alveolares (3). 
Devido ao seu ambiente, A. fumigatus é frequentemente exposto a flutuações 
de pH e temperatura, bem como a espécies reativas de oxigênio. Uma resposta ao 
estresse regulada pela proteína cinase dependente de AMPc (PKA) desempenha um 
papel na regulação do crescimento e da virulência do fungo. Foi demonstrado em 
experimentos que os mutantes da subunidade reguladora da PKA são mais suscetíveis 
a danos oxidativos e anormalidades nos conídios, dificultando sua capacidade de se 
tornar transportada pelo ar e capturada por indivíduos (4). 
Cilo de ascomicetos (Tortora et. al) 
 
 
 
 
Aplicações biotecnológicas 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 
 1.Latge, Jean-Paul. Aspergillus Fumigatus and Aspergillosis. Clin Microbial Rev. 12, 310-
350 (1999). 
2. NIERMAN, W. C. et al. Genomic sequence of the pathogenic and allergenic filamentous 
fungus Aspergillus fumigatus. Nature, [s. l.], v. 438, n. 7071, p. 1151–1156, 2005. 
3. VOLLING K., BRAKHAGE A.,SALUZ H. Apoptosis inhibition of alveolar macrophages upon interaction 
with conidia of Aspergillus fumigatus. FEMS Microbiology Letters (Online Early Articles) Aug. 20, 
2007. 
4. Zhao, Wei et al. Deletion of the Regulatory Subunit of Protein Kinase A in Aspergillus fumigatus 
Alters Morphology, Sensitivity to Oxidative Damage, and Virulence. Infection and Immunity 74(8), pg 
4865-4874 (2006). 
5. Anna H. T. Gifford, Jodine R. Klippenstein, and Margo M. Moore. Serum Stimulates Growth of and 
Proteinase Secretion by Aspergillus fumigatus. Infection and Immunity 70(1), pg 19-26 (2002). 
 Bioabsorbção é considerada como uma tecnologia 
inovadora para remover metais de soluções aquosa devido as 
suas vantagens de alta eficiência e seletividade para absorver 
metais em baixas concentrações, economia de energia e largo 
espectro de pH e temperaturas (6). Assim A. fumigatus vem 
sendo utilizado com sucesso em construir beads fúngicos para 
absorção íons de urânio (VI), metal este que pode contaminar o 
meio e se amplificar na cadeia alimentar (6). 
A. fumigatus provou ser eficaz em reduzir íons de 
cobre extracelularmente, de forma rápida. Detendo o potencial 
de sintetizar nanopartículas de prata (fig. 3) quando 
apresentado a íons do mesmo. Os resultados apresentados pelo 
grupo de (Bhainsa et. al) provaram ser esse método rápido 
comparável aos métodos físicos e químicos atuais, tomando 
questão de minutos para a síntese. E vantajoso também por ser 
extracelular e não precisar de passos adicionais como 
tratamento por ultrassom ou adição de detergentes. Não apenas 
isso, mas as nanopartículas formadas são bem estáveis assim 
mostrando aplicação prática para fabricar nanomateriais. 
Fig. 3 TEM micrografia de 
nanoparticulas de prata sintetizadas 
por A. fumigatus (8) 
6. WANG, J. song et al. Biosorption of uranium (VI) by immobilized Aspergillus fumigatus 
beads. Journal of Environmental Radioactivity, [s. l.], v. 101, n. 6, p. 504–508, 2010. 
Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1016/j.jenvrad.2010.03.002> 
7. PARIS, S. et al. Catalases of Aspergillus fumigatus. Infection and Immunity, [s. l.], v. 71, n. 
6, p. 3551–3562, 2003. 
8. BHAINSA, K. C.; D’SOUZA, S. F. Extracellular biosynthesis of silver nanoparticles using 
the fungus Aspergillus fumigatus. Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, [s. l.], v. 47, n. 2, p. 
160–164, 2006. 
9. TEKAIA, F.; LATGÉ, J. P. Aspergillus fumigatus: Saprophyte or pathogen? Current 
Opinion in Microbiology, [s. l.], v. 8, n. 4, p. 385–392, 2005. 
Culture Of Aspergillus Fumigatus Fungus by Science Photo Library. [online] Available at: 
https://fineartamerica.com/featured/culture-of-aspergillus-fumigatus-fungus-science-
photo-library.html [Accessed 15 Oct. 2019]. 
 
Fig 2.O’GORMAN, C. M.; FULLER, H. T.; DYER, P. S. Discovery of a sexual cycle in the 
opportunistic fungal pathogen Aspergillus fumigatus. Nature, [s. l.], v. 457, n. 7228, p. 471–
474, 2009.