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Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 TUTORIA 2-MÓDULO 2-FECHAMENTO VITILIGO E PSORÍASE Objetivo 01: Compreender o vitiligo quanto sua etiologia, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento. (Azulay/ Sampaio e Rivitti/ Dermato clínica/ Fitzpatrick) DEFINIÇÃO É uma dermatose caracterizada por manchas acrômicas, em geral bilaterais e simétricas, de etiologia desconhecida. A palavra viriligo pode ser derivada do grego vitellius, que significa “manchas brancas de um bezerro”. O vitiligo é uma perda de pigmentação adquirida, caracterizada histologicamente pela ausência de melanócitos epidérmicos. EPIDEMIOLOGIA Ocorre em qualquer idade, porém é mais frequente na 2a ou na 3a década de vida; em torno de 25% dos pacientes têm menos de 10 anos, 50% começam antes dos 20 anos e a doença surge em aproximadamente 95% dos casos antes dos 40 anos. Sua frequência é de 1% (0,5-2%) na população; não tem preferência por sexo e raça [O predomínio nas mulheres sugerido pela literatura provavelmente reflete a maior preocupação dessas pacientes pela aparência estética]. É relativamente comum o comprometimento familial (20-30%). A transmissão é mais provavelmente poligênica, com expressão variável. O risco de vitiligo para filhos de indivíduos acometidos não é conhecido, mas pode ser < 10%. Os indivíduos de famílias com prevalência aumentada de doença da tireoide, diabetes melito e vitiligo parecem correr risco aumentado de desenvolver vitiligo. Embora capaz de causar prejuízo apenas estético, muitas vezes desencadeia distúrbios psicossociais de grande importância. ETIOPATOGENIA ORIGEM MULTIFATORIAL. Componente genético. Eventualmente há noxa desencadeante, com vitiligo surgindo após traumas ou queimaduras de sol. É possível também uma etiologia multifatorial. TEORIAS PARA DESTRUIÇÃO DOS MELANÓCITOS: -*IMUNOLÓGICA*: A teoria autoimune sustenta que ocorre destruição de melanócitos selecionados por determinados linfócitos [imunidade celular e humoral], que foram de algum modo ativados. *O vitiligo está associado a doenças autoimunes como tireoidite de Hashimoto, doença de Graves, doença de Addison, DM1, anemia perniciosa, psoríase, DII, LES, esclerose sistêmica, síndrome de Down, doença de Addison e miastenia grave. *Doentes de endocrinopatias familiares e candidíase mucocutânea podem desenvolver anticorpos antimelanócitos, não citotóxicos. *Há grande infiltrado linfocitário composto predominantemente por linfócitos TCD8 citotóxicos exerce efeito citotóxico direto sobre as células névicas e melanócitos epiteliais da periferia do nevo e na periferia de lesões de vitiligo comum. Nos doentes com vitiligo também são encontradas células T circulantes melanócito-específicas. -NEURAL: A hipótese neurogênica tem como base a interação entre os melanócitos e as células nervosas. *Indivíduos com lesões de vitiligo nas áreas denervadas podem ter aumento da vasoconstrição e sudorese nas áreas despigmentadas, sugerindo aumento da atividade adrenérgica. *O mecanismo da ação neural ocorreria pela produção de neuromediadores, a partir das terminações nervosas, que interfeririam na melanogênese. *Fatores neuroquímicos, como o neuropeptídio Y , a norepinefrina e a acetilcolina, inibem a melanogênese e têm efeito tóxico sobre os melanócitos. -CITOTÓXICA: A hipótese de autodestruição sugere que os melanócitos são destruídos por substâncias tóxicas produzidas como parte da biossíntese normal da melanina. Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 *Derivados de hidroquinona são tóxicos para melanócitos. Além disso, o estresse oxidativo causa destruição dos melanócitos, em função da atividade reduzida de catalase na epiderme e do acúmulo de espécies reativas de oxigênio. *Pele vitiligosa tem acúmulo de pteridinas por defeito na homeostase da tetraidrobiopteridina que provoca acúmulo de peróxido de hidrogênio, o qual é malanotóxico. A dosagem de superóxido dismutase e catalase demonstra aumento acentuado da primeira e baixos da catalase, sugerindo aumento do estresse oxidativo que resultaria em aumento de radicais livres tóxicos que destruíram os melanócitos. -Teoria de destruição por defeitos intrínsecos [sem mecanismos normais para remover precursores tóxicos da melanina]. COMPONENTE GENÉTICO: -Parentes de 1º grau de pacientes com vitiligo apresentam um risco de 6 a 8% de desenvolver a doença, e a concordância entre gêmeos monozigóticos é de aproximadamente 23%. A herança parece ocorrer de forma não mendeliana, multifatorial e poligênica, com penetrância incompleta, e diversos genes já foram associados. -A maioria dos genes identificados associados ao vitiligo exercem função imunomodulatória, enquanto uma minoria parece estar ligada ao melanócitos em si. -Genes HLA associados. Os HLAs -A2, -DR4, -DR7 e -DQB1*0303 parecem conferir aumento da susceptibilidade e são especialmente importantes naqueles casos com história familiar. -Após uma injúria mínima à epiderme, são liberados padrões moleculares associados a perigo. Entre eles, o principal parece ser a HSP 70 (heat schock protein). Esse aumenta a produção e secreção de interferon gama (IFN), que por sua vez ativa células dendríticas e aumenta a expressão de citocinas responsáveis pela ativação linfocitária. Em paralelo, existe um aumento local do estresse oxidativo e ativação dos inflamossomos. Nesse contexto de ativação da imunidade inata, tem importância o aumento da expressão de interleucinas (IL) 1 beta e IL-18. Toda esta sinalização pró-inflamatória leva ao processamento de antígenos próprios dos melanócitos por parte das células dendríticas e posterior apresentação no linfonodo regional. Desse modo, são formados e ativados linfócitos T citotóxicos contra antígenos do melanócitos da pele. -Os linfócitos passam a produzir citocinas pró-inflamatórias, principalmente IFN gama, TNF-α e IL-17. Outras citocinas também têm importância neste processo: IL-2, IL-22, IL-23 e IL-33. São ainda ativados plasmócitos e induzida a formação de autoanticorpos contra os melanócitos. Todo o processo se regula positivamente, perpetuando o estado inflamatório local. Exercem, ainda, importante função as quimiocinas CXCL9 e CXCL10 no recrutamento de novos linfócitos T citotóxicos ativados. Todo o cenário culmina com a destruição imunomediada dos melanócitos. QUADRO CLÍNICO Muitos pacientes atribuem o início do vitiligo a um traumatismo físico (quando o vitiligo aparece na área de traumatismo - fenômeno de Koebner- 30-60% dos casos), a uma doença ou ao estresse emocional. -Lesões cutâneas: Máculas de 5 mm a 5 cm de diâmetro ou mais. Cor de giz ou branco- pálido, com bordas nitidamente demarcadas. As margens são convexas. Inicialmente, as lesões são hipocrômicas; em algumas lesões recentes, pode ocorrer uma borda discretamente eritematosa; em seguida, instala-se a mancha acrômica com borda, em geral, hipercrômica (vitiligo tricrômico três cores: branco, marrom-claro, marrom- escuro) representa diferentes estágios na evolução da doença. *O crescimento da mancha é centrífugo, como se houvesse uma fuga do pigmento para a periferia e, por isso as lesões costumam ser ovaladas. *A pigmentação ao redor de um folículo piloso existente em uma mácula branca representa uma pigmentação residual ou a recuperação da pigmentação. -Distribuição: *O tipo focal caracteriza-se por uma ou várias máculas em uma única região; em alguns casos, isso pode representar um estágio evolutivo inicial de um dos outros tipos. O vitiligo generalizado é mais comum e se caracteriza pela distribuição disseminada de máculas despigmentadas, que frequentemente exibem uma notável simetria. *Localizações preferenciais: Ocorrem máculas características em face, punhos, dorso dos dígitos, genitália, dobras naturais da pele, regiões periorificiais e eminências ósseas (cotovelos, maléolos); simetria é a regra. Manuelli Antunes da Silva-Tutoria p8 *O padrão lábio-extremidades acomete a pele ao redor da boca, bem como os segmentos distais dos dedos das mãos e dos pés; pode haver acometimento dos lábios, dos mamilos, da genitália e do ânus. A confluência do vitiligo resulta na formação de grandes áreas brancas, e o vitiligo generalizado extenso pode deixar apenas algumas áreas de pele com pigmentação normal - vitiligo universal. CLASSIFICAÇÃO: -Vitiligo segmentar/localizado: No subtipo segmentar propriamente dito, as lesões tendem a acometer apenas um segmento do corpo e respeitam a linha média. A progressão inicial costuma ser mais rápida e é comum o envolvimento precoce dos pelos, mas as lesões tendem a ser mais estáveis uma vez estabelecidas; existem ainda os subtipos bi ou multissegmentar. No subtipo focal, ocorre apenas uma ou poucas lesões em uma determinada área da pele ou da mucosa; neste caso seria o subtipo mucoso. Esta forma pode se manter estável ou evoluir para as formas segmentar ou não segmentar. -Vitiligo não segmentar: vulgar (múltiplas lesões, simétricas, generalizada, mucosas podem estar envolvidas), universal (despigmentação quase completa frequentemente associada à síndrome de poliendocrinopatia) e acrofacial/acral (periorificial e ponta dos dedos). -Vitiligo misto: Em alguns casos raros, pacientes com a forma segmentar podem apresentar, em geral, mais tardiamente, lesões de vitiligo alhures, configurando a forma mista, que até recentemente não era reconhecida nas classificações da doença. Nem todos os casos se adéquam a esta classificação. A variante em confete, ou ponctué, é uma apresentação bastante rara. -Manifestações cutâneas associadas: *Pelos brancos e encanecimento prematuro dos cabelos. As áreas circunscritas de cabelos brancos, análogas às máculas do vitiligo, são denominadas polioses [leucotriquia- pior prognóstico- repigmentação ocorre predominantemente por reservas melanocíticas do folículo piloso]. *Alopecia areata, nevo halo. *Pacientes em idade mais avançada, pode ocorrer fotoenvelhecimento, bem como ceratoses solares, nas máculas do vitiligo de indivíduos com história pregressa de exposições prolongadas à luz solar. *Raramente, foi relatado o desenvolvimento de carcinoma espinocelular, limitado às máculas brancas. *A destruição dos melanócitos meningeanos pode provocar meningite asséptica (síndrome de Harada), que é, em geral, precursora das demais manifestações. -Impacto psicológico: O vitiligo pode ter um grande impacto na personalidade. Podem ocorrer sentimentos de estresse, constrangimento, autoconsciência e baixa autoestima. Os pacientes afirmam que a doença interfere nas relações sexuais. O impacto psicológico pode ser profundo em raças muito pigmentadas. A doença pode ter um estigma social grave em algumas culturas. -Exame clínico geral: O exame oftalmológico pode revelar sinais de coriorretinite cicatrizada ou irite por anormalidades no pigmento da retina. Incidência de uveite elevada. A visão não é afetada. A audição permanece normal [O labirinto membranoso do ouvido interno contém melanócjtos. Podem ocorrer problemas auditivos menores]. A síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada consiste em vitiligo + poliose + uveíte + disacusia + alopecia areata + meningite asséptica [destruição de melanócitos leptomeníngeos]. Na síndrome de Alezzandrini são encontrados vitiligo facial, poliose e degeneração unilateral do epitélio pigmentar da retina com atrofia da íris, disacusia e alterações visuais. DIAGNÓSTICO Exames laboratoriais: *Exame com lâmpada de Wood: Para a identificação das máculas de vitiligo na pele muito clara. O vitiligo pode ser um preditor de metástases em pacientes com melanoma, e o exame de luz de Wood pode mostrar mudanças sutis precoce, nesses pacientes. *Dermatopatologia: Biópsia em casos difíceis. Máculas que exibem pele normal, exceto pela ausência de melanócitos. Inicialmente ocorre diminuição progressiva, seguida, na maioria das vezes, por ausência de melanócitos; por vezes se verifica infiltração de histiócitos e linfócitos na derme papilar. As células de Langerhans geralmente estão alteradas quer seja quantitativamente quer seja funcionalmente. Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 *Exames laboratoriais: Tiroxina (T4), hormônio tireoestimulante (radioimunensaio), nível de glicemia em jejum, hemograma completo com índices hematimétricos (anemia perniciosa), teste de estimulação com hormônio adrenocorticotrófico na suspeita de Addison. Exame clínico de um paciente com máculas progressivas, adquiridas, cor branco-giz, bilaterais (habitualmente simétricas) e bem-demarcadas em áreas características. Diagnóstico diferencial: -Ptiríase alba (descamação discreta, margens indefinidas, cor esbranquiçada) / Pitiríase versicolor alba (descamação fina com fluorescência amarelo-esverdeada ao exame com lâmpada de Wood, preparação com KO H positiva) / Hanseníase (áreas endêmicas, máculas anestésicas de coloração esbranquiçada, habitualmente com bordas maldefinidas) / Leucodermia pós- inflamatória (máculas esbranquiçadas; habitualmente com história de psoríase ou eczema na mesma área das máculas) / Micose fungoide (pode haver apenas despigmentação, e a biópsia é necessária) / Leucodermia química (história de exposição a determinados germicidas fenólicos) / Nevo anêmico (não é realçado com exame com lâmpada de Wood; não exibe eritema após fricção) / Nevo despigmentado (estável, congênito, máculas esbranquiçadas, unilateral) / Hipomelanose de Ito (bilateral, linhas de Blaschko, padrão marmóreo; 60 a 75% dos casos exibem comprometimento sistêmico - sistema nervoso central, olhos, sistema musculoesquelético) / Esclerose tuberosa (estável, máculas esbranquiçadas congênitas poligonais, em forma de folha de freixo, máculas segmentares ocasionais e máculas semelhantes a confetes) / Leucodermia associada a melanoma (melanócitos, apesar de reduzidos quantitativamente, estão habitualmente presentes) / Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada / Síndrome de Waardenburg / Piebaldismo (congênito, topete branco, estável, faixa pigmentada no dorso, padrão distinto com grandes máculas hiperpigmentadas no centro das áreas hipomelanóticas). EVOLUÇÃO O vitiligo é uma doença crônica. A evolução é altamente variável, porém, o aspecto mais característico consiste em seu início rápido, seguido de um período de estabilidade ou progressão lenta. Até 30% pode ter repigmentação espontânea [se inicia com ilhotas pontuadas ou gotadas nos óstios foliculares no interior da mancha ou de modo centrípeto a partir das bordas]. O vitiligo rapidamente progressivo ou "galopante" pode causar despigmentação rápida e extensa, com perda total do pigmento da pele e dos cabelos, mas não dos olhos. TRATAMENTO O objetivo do tratamento inclui a estabilização da doença e a repigmentação. O vitiligo pode ser classificado de acordo com a extensão da superfície corporal acometida: menos do que 10%, de 10 a 25%, de 25 a 50% e mais do que 50%. A doença deve ser considerada estável ou em progressão, o que também define a estratégia para o tratamento. Outro fator na definição da terapêutica é a idade; sabidamente, o vitiligo repigmenta melhor nas crianças. Filtros solares: proteger a pele acometida contra as reações agudas da queimadura solar e limitar o bronzeamento da pele normalmente pigmentada. Maquiagem estética: ocultar as máculas brancas, de modo que o vitiligo não fique evidente. Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 Repigmentação: recuperação permanente da pigmentação melanínica normal. Ocorre pela migração de melanócitos dos folículos pilosos para camada basal da pele despigmentada. Melhor resposta em face, braços e tronco. -Corticoides: podem ser usados topicamente, variando a sua potência, com melhor resultado na face e no pescoço. Corticosteroide de alta potência pode ser usado por 1 a 2 meses, com o cuidado para surpreender os efeitos colaterais,como atrofia da pele, estrias, telangiectasia, hirsutismo e erupção acneiforme. Quando o vitiligo está progredindo rapidamente, usa-se a corticoterapia sistêmica por via oral ou intramuscular; no caso de crianças, pode ser usada prednisona 5 a 10 mg/dia durante 2 a 3 semanas e, em adultos, 40 a 60 mg, com retirada gradual; para adultos, pode ser usada uma série de três injeções de triancinolona acetonida, 40 mg a cada 4 ou 6 semanas. -Inibidores da calcineurina: tacrolimo em unguento a 0,03% ou 0,1% e o pimecrolimo em creme a 1%, usados 2 vezes/dia. Quando se usa tacrolimo para as crianças, prefere-se a concentração de 0,03%; os resultados são ótimos nas áreas com panículo adiposo desenvolvido. -Análogos de VIT D3: ação imunomoduladora e estimulam a melanogênese. Melhor resposta combinado com corticoide. -Fotoquimioterapia: tratamento com solução ou creme de oxsoraleno até 0,1%, para uso tópico e exposição solar subsequente, meia hora após a aplicação da fórmula, principalmente no horário de predomínio de raios ultravioleta A (UVA). -A fototerapia com UVA ou UVB promove a migração e proliferação de melanócitos e a melanogênese, além de inibir a autoimunidade. -Laser de 308 nm: dirigido a uma lesão individualizada; assim, reduz a exposição ao UV. Pode ser usado em monoterapia ou em combinação com outras modalidades terapêuticas. 2x/semana. 24-48 sessões. -O uso de antioxidantes orais (como a vitamina C, vitamina E e o Polypodium leucotomos) ou tópicos (catalase, superóxido desmutase) parece conferir benefício, quando associado a outras modalidades terapêuticas. -Psoralênicos: 2ª opção com lesões múltiplas ou disseminadas é a associação de psoralênico e luz solar. Repigmentação após 30 a 40 exposições. *Máculas localizadas: Glicocorticoides tópicos, inibidores tópicos da calcineurina [tracolimo e pimecrolimo – mais efetivos associados a UVB ou laser de excímero], fotoquimioterapia tópica [8-MOP tópico e UVA] e laser excímero. *Vitiligo generalizado: Fotoquimioterapia sistêmica [PUVA oral pode ser realizado com luz solar natural (no verão ou em regiões com luz solar o ano todo) e 5-metoxipsoraleno (5-MOP) (disponível na Europa) ou com UVA artificial e 5-MOP ou 8-MOP. O tratamento tem eficácia de até 85% em mais de 70% dos pacientes com vitiligo da cabeça, do pescoço, dos braços, das pernas e do tronco. Precisa de pelo menos 1 ano pra mostrar resultado. Regiões distais de mão, pé e variante “lábio-extremidades” não apresenta resposta satisfatória. UVB de banda estreita [escolha para crianças com menos de seis anos de idade] Minienxerto: O mini enxerto (enxertos de Thiersch autólogos, enxertos de bolhas de aspiração, minienxertos autólogos com punch, transplante de melanócitos autólogos cultivados) pode constituir uma técnica útil para o tratamento das máculas de vitiligo segmentar refratário e estável e cujas lesões são pouco numerosas e de pequenas ou médias dimensões. A área enxertada pode apresentar um aspecto "áspero'. *Transplante autólogo - vitiligos segmentar e lábios-pontas dos dedos. Despigmentação: A despigmentação tem por objetivo "uniformizar" a cor da pele em pacientes com vitiligo extenso ou nos que não responderam ou rejeitaram outros tratamentos. Deve ser instituída quando mais de 80% de área corporal estejam acometidos pelo vitiligo. A concentração inicial do MBEH deve ser de 10%, sendo aplicado 2 vezes/dia, aumentando-se a concentração gradualmente a cada mês. A resposta ao tratamento pode demorar de 1 a 3 meses. Os efeitos colaterais mais frequentes dessa terapêutica são prurido, dermatite e xerose. *O clareamento da pele normalmente pigmentada com creme de monobenzil éter de hidroquinona (MEH) a 20% é um procedimento permanente e irreversível. A taxa de sucesso é maior do que 90%. A cor final da despigmentação com MEH é branco- giz, semelhante à das máculas do vitiligo. Apoio psicológico pode ser essencial, devendo-se ter sempre atenção à qualidade de vida do paciente. Objetivo 02: Elucidar a psoríase quanto sua etiologia, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico e tratamento. (Azulay/ Sampaio e Rivitti/ Fitzpatrick) DEFINIÇÃO Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 Doença imunoinflamatória, cutaneoarticular, crônica e recorrente que se caracteriza por hiperplasia epidérmica, ciclo evolutivo acelerado dos queratinócitos e ativação imune inapropriada. EPIDEMIOLOGIA Acomete igualmente ambos os sexos, pode aparecer em qualquer idade, sendo mais frequente na terceira e quarta décadas da vida. Sua ocorrência é universal. Na América do Sul e no Brasil, a incidência é em torno de 1,3%. Maior prevalência no Sul e Sudeste e menor no Norte. É menos frequente nos descendentes afro-americanos e inexistente na população indígena americana. Apresenta 2 picos de incidência: entre 20 e 30 anos de idade e após os 50 anos; pode ocorrer em qualquer faixa etária. É mais frequente na terceira década (75%) e, quando ocorre antes dos 30 anos, tem pior prognóstico [SeR: A gravidade durante a vida não parece estar associada à faixa etária de início da doença], estando mais frequentemente associada ao HLA-Cw6 e a uma história familial positiva para a doença (alguns autores a designam como tipo I, enquanto o tipo II ocorre após os 30 anos). Os tipos antígeno leucocitário humano (HLA) mais frequentemente associados à psoríase são HLA- Bl3, -B37, -B57 e, de forma mais importante, HLA-Cw6, que é candidato para comprometimento funcional. PSORS 1 é o único locus de suscetibilidade consistentemente confirmado. Prevalência em crianças varia de 0,55% a 1,4%. Cerca de 1/3 dos adultos com psoríase refere início da doença antes dos 16 anos de idade e, em 2%, antes dos 2 anos de vida. Média de início nas crianças é de 8 anos. Risco de desenvolver é maior quando ambos os pais são afetados (41%). Risco de 14% quando apenas um dos pais é afetado e 6% se um irmão for afetado, 2% sem casos na família. ETIOPATOGENIA Causa desconhecida. A predisposição à doença é geneticamente determinada, mas estudos mais recentes sugerem que o seu modo de herança é multifatorialherança poligênica e requer fatores ambientais para sua expressão. Pelo menos 12 loci de suscetibilidade foram mapeados e designados PSORS1–PSORS12. O maior determinante está na região PSORS1 do MHC no cromossomo 6p21. Existe correlação com os haplótipos HLA-DR7, B13, B16 e B17 nos tipos cutâneos e HLA- A26, B27, B38, B39, DR4 e DR7 na artrite periférica e/ou axial. A maior associação tanto cutânea quanto articular é ao HLA-Cw6. Diversos fatores têm sido implicados no desencadeamento ou na exacerbação da psoríase: Destacamos o clima frio (quanto maior a latitude, maior a incidência de psoríase, provavelmente pela menor radiação solar), o trauma e microtraumatismos cutâneos, articulares ou periarticulares, tanto físicos, químicos, elétricos ou cirúrgicos; infecções causadas por vírus ou bactérias, como HIV , dengue, estreptococcias[infecção estreptocócica agudapsoríase gutata]Reação de Koebner; alterações metabólicas e endócrinas como diabetes, tireoidopatias e hipocalcemia; o estresse emocional representado pelas perdas ou modificações nas relações interpessoais; o fumo e o álcool, os fatores psicogênicos, alguns fármacos como lítio, cloroquina, betabloqueadores seletivos ou não, aminoquinoleínas, inibidores da enzima conversora de angiotensina e análogos dos receptores tipo II da angiotensina, antilipidêmicos (fibratos), anti-inflamatórios COX-1 preferenciais ou seletivos, com menor potencial os inibidores da COX-2; interferon α e γ e, por conseguinte, imiquimode, que induz a produção de IFN-α. Há raros casos descritos por estatinas, terbinafina e, mais recentemente, como complicação da terapia biológica com inibidores do TNF-α. Há participação do infiltrado inflamatório de células T e de células dendríticas. Há predomínio da resposta Th1 e recentemente foi constatada a participaçãodas células Th17 na patogênese da doença. A derme e a membrana sinovial contêm grande número de linfócitos T CD4 ativados que secretam interferon gama (IFN-γ), fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), fator transformador de crescimento alfa (TGFα) e interleucina-8 (IL-8). O TGF-α promove a angiogênese e estimula a proliferação de queratinócitos e sinoviócitos, ambos aumentados na psoríase. Outros eventos imunológicos são depósitos de imunoglobulinas e frações do complemento na epiderme comprometida e a existência de anticorpos contra a camada córnea. Alguns estudos constataram alteração do nível de AMP cíclico e, como consequência, desequilíbrio na relação GMPc/AMPc, que são reguladores do crescimento e da diferenciação celulares. Há também participação de proteases, importantes reguladoras da proliferação celular, com capacidade de produzir mediadores inflamatórios, via cascata do complemento, que podem estar aumentadas na psoríase. Em resumo, na placa psoriásica, há células T (CD4) ativadas secretando linfocinas, células apresentadoras de antígenos ativadas como células de Langerhans, macrófagos e outras células dendríticas, polimorfonucleares aumentados e queratinócitos hiperproliferados. Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 A manutenção das lesões psoriáticas é considerada como resposta imune autorreativa persistenteO mecanismo autoperpetuante da psoríase seria resultado de uma ou das várias alterações citadas ou faltaria uma proteína supressora? O ciclo evolutivo das células epidérmicas é mais rápido na psoríase do que na pele normal, o que causaria, devido à imaturidade delas, grande produção de escamas (paraceratose). Poliaminas aumentadas auxiliam no aumento da proliferação celular. Elevados níveis de ácido araquidônico, metabolizado pela enzima ciclo-oxigenase e principalmente pela enzima lipo-oxigenase, cujos produtos são os leucotrienos e o ácido eicosatetraenoico, potentes fatores quimiotáticos para leucócitos. QUADRO CLÍNICO As lesões típicas são eritematoescamosas, em placas, de limites bem precisos e, por vezes, circundadas por halo periférico claro (halo de Woronoff); as escamas são, em geral, argênticas. O tamanho das lesões varia de alguns milímetros (psoríase gutata) a grandes placas de vários centímetros; a morfologia pode ser variada: numular, girata, anular e outras. A simetria é a regra, embora possam existir casos de lesão única e isolada. Os locais mais frequentes são: face extensora dos membros – sobretudo cotovelos e joelhos –, tronco, região sacra e couro cabeludo; há, entretanto, casos com localização nas áreas de flexão (psoríase invertida). Lesões de mucosas são raras, mas podem ocorrer queilite, glossite, língua geográfica e fissurada que, inclusive, se associam frequentemente, blefarite, conjuntivite e ceratite. A curetagem metódica de Brocq é a manobra semiológica que caracteriza a placa psoriásica, apesar de não ser patognomônica: no primeiro momento, destacam-se as escamas brancas nacaradas, estratificadas (sinal da vela), surgindo a seguir uma membrana branca transparente, que uma vez curetada dá lugar a um sangramento puntiforme (topo das papilas dérmicas) ou orvalho sanguíneo, chamado sinal de Auspitz. *Sinal da vela – pela raspagem da lesão, destacam-se escamas esbranquiçadas, semelhantes à raspagem de uma vela. *Sinal do orvalho sangrento ou de Auspitz – quando, pela continuação da raspagem, após a retirada das escamas, surge uma superfície vermelho brilhante com pontos hemorrágicos. As unhas estão comprometidas em 35 a 50% dos pacientes com psoríase e em até 83% daqueles com doença articular; as lesões podem ocorrer por dano na matriz ou por comprometimento do leito ungueal. Psoríase afetando a matriz ungueal provoca depressões cupuliformes ou puntiformes (pittings ungueais) ou unha em dedal, leuconiquia (manchas brancas na lâmina ungueal) ou “esfarelamento” da unha. Quando o acometimento é do leito, há onicólise, onicorrexe, ceratose subungueal, hemorragia em estilha e a mancha de óleo/salmão; o comprometimento pode ser de uma, algumas ou todas as unhas e, raramente, é a única manifestação da doença. Prurido em até 80% dos pacientes [relacionado com a quantidade de mastócitos presentes no infiltrado inflamatório]. Muitos pacientes com lesões inflamadas referem sensação de queimação e até de “dor” na pele. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: -Vulgar ou em placas: apresentação típica. -Gutata ou eruptiva: Mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens. Tem início abrupto, com lesões pequenas e arredondadas, predominantemente no tronco. Ocorre frequentemente 2 a 3 semanas após estreptococcia do trato respiratório superior [pode ser resolvida espontaneamente após2-3 meses], em adultos jovens e crianças. 33% dos pacientes evoluem para psoríase em placa em 10 anos. -Pustulosa: Caracteriza-se por pústulas estéreis. Há uma apresentação generalizada (doença de von Zumbusch), eventualmente com morfologia anular, que tem início súbito, febre, comprometimento geral e leucocitose que pode evoluir para êxito letal [Impetigo herpetiforme*]; Pode ser desencadeada, em um doente com psoríase vulgar, por interrupção de corticoide sistêmico, por hipocalcemia, por infecções ou mesmo por irritantes locais. Apresentações localizadas lesão única ou algumas lesões com pústulas que, em geral, não evolui para a forma generalizada; outra, com lesões nas extremidades dos dedos das mãos e/ou Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 artelhos, conhecida no passado pela denominação de acrodermatite contínua de Hallopeau; e a terceira é formada por pustulose palmoplantar, PPP, abacteriana. -Eritodérmica; Descamação é discreta e predomina o eritema. Mais de 80% do tegumento está comprometido, podendo ocorrer alterações gerais na termorregulação, na hemodinâmica, nos equilíbrios hidreletrolítico e proteico [A função barreira da pele está comprometida, podendo ocorrer bacteriemia e septicemia, além do aumento de perda de água transepidérmica. Nos casos de longa evolução, é possível haver diminuição do débito cardíaco e até mesmo comprometimento da função hepática e renal]. Em geral, a forma eritrodérmica é secundária e costuma decorrer de tratamentos intempestivos (p. ex., coaltar em altas concentrações) ou pela retirada do corticosteroide (rebote); alguns casos podem ser primários. -Ungueal: Caracterizada por ser, em alguns casos, a localização exclusiva da psoríase. -Linear ou zosteriforme: São tipos de difícil diferenciação com os nevos epidérmicos zosteriformes, em especial com o tipo inflamatório (NEVIL). -Invertida: É quando as lesões se situam nas áreas de flexura. Ocorre com frequência em HIV-infectados e melanodérmicos. -Mínima: Restringe-se a pequenas lesões persistentes ou intermitentes, em geral eritematoescamosas, mas, às vezes, com vesículas e/ou pústulas, que se localizam preferencialmente em um ou vários dígitos. -Ceratodérmica: Palmas e plantas espessadas e descamativas podem ser a única manifestação da doença ou fazer parte do quadro. -Artropática: Artrite crônica inflamatória soronegativa. Atualmente, são incluídas como manifestações da forma artropática a entesite e a dactilite. A doença articular afeta igualmente ambos os sexos, e compromete de 5 a 40% dos pacientes com psoríase, de qualquer das suas manifestações clínicas, mas com maior frequência nos casos com tipo ungueal, em placas, eritrodérmico e pustuloso. O HLA-B27 correlaciona-se com o comprometimento axial, enquanto -B38, - B39, B57, DR4 e DR7 com o comprometimento periférico. *As lesões de pele antecedem em 70% das vezes o acometimento articular, em 20% dos casos são concomitantes e raramente (10%) o acometimento articular pode preceder as lesões cutâneas por tempo variado. Os surtos de agudização da artrite se correlacionam com a piora das lesões cutâneas em 30 a 50% dos pacientes. *Existemainda mialgias, radiculalgias e parestesias precedendo o quadro articular característico. Sinais de inflamação podem ser detectados, como: rigidez matinal, febre, perda de peso, fadiga e anemia. O acometimento articular pode ser agudo ou insidioso, mono, oligo ou poliarticular. *Subtipos: O comprometimento das articulações interfalangianas (predominantemente interfalangiana distal) representa a manifestação mais típica da doença, mas ocorre em apenas 5% dos casos. A forma oligo/poliarticular assimétrica é observada em 70% – joelhos, tornozelos, punhos e pequenas articulações das mãos e dos pés. A apresentação axial ou espondilite (5%), acompanhada ou não de artrite periférica, acomete a coluna vertebral com pseudossindesmófitos grandes e assimétricos, que são as calcificações paravertebrais. Alguns pacientes (15%) apresentam quadro de poliartrite simétrica indistinguível da artrite reumatoide, com deformidades similares àquelas da não reumatoide. A artrite erosiva/mutilante, observada em apenas 5% dos casos, apresenta lesões osteolíticas e anquilose, que podem ser acompanhadas de espondilite e sacroileíte. Nesse tipo, os homens são os mais afetados e a progressão é rápida, com aparecimento de deformidades em poucos meses. Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 *Pode ocorrer comprometimento extra-articular como entesopatia caracterizada pelo acúmulo de linfócitos e monócitos no local de inserção do tendão ou do ligamentoso, com consequente erosão e formação de osso novo reativo que resulta em esporões e periostite. O dedo “em salsicha” é resultado da inflamação das estruturas periarticulares de um ou mais dígitos, mais frequente nas mãos e que pode ser doloroso ou não. Psoríase na criança: Apresenta-se eventualmente com aspectos insólitos. Placas eritematosas, ligeiramente descamativas, localizadas somente em uma área, como a região orbitária ou genital. Placa descamativa no couro cabeludo pode ser indistinguível da dermatite seborreica. Psoríase no idoso: ocorre, principalmente, nos membros inferiores, em formas mínimas caracterizadas por lesões discretamente eritematosas e descamativas, passíveis de confusão com dermatite asteatósica. Comorbidades associadas: Aterosclerose, maior ativação de plaquetas e a resistência periférica elevada à insulina obesidade, hipertensão, dislipidemia aterogênica e hiper-homocisteinemia, aumento do RCV. Depressão, perda da autoestima e “necessidade” de estar e/ou se sentir adoentado. DIAGNÓSTICO HISTOPATOLOGIA: Paraceratose, ausência da camada granulosa, acantose regular dos cones interpapilares, papilomatose em que são observados capilares dilatados e tortuosos com atrofia epidérmica suprapapilar. O microabscesso de Munro, que é muito típico, é a denominação para o acúmulo de neutrófilos dentro da camada córnea. O diagnóstico é feito em bases clínicas. Grande valor semiológico é dado à curetagem metódica de Brocq. O laboratório é inespecífico, com eventuais aumentos de ácido úrico nas apresentações extensas e ativas e de velocidade de hemossedimentação (VHS), α2-globulina e proteína C reativa nas formas artropáticas. A leucocitose ocorre nas apresentações pustulosas extensas e, sobretudo, agudas; a hipocalcemia é encontrada no impetigo herpetiforme. Título elevado de antiestreptolisina na psoríase gutata aguda com antecedente de infecção estreptocócica. Cultura de amostra da orofaringe para infecção por estreptococos í3-hemolíticos do grupo A. TRATAMENTO Devido à patogênese da doença, o objetivo da terapêutica é o seu controle clínico, de preferência com remissão prolongada e reflexos positivos na qualidade de vida. Como medida geral, recomenda-se o uso de óleos ou outros emolientes [óleos de amêndoas e mineral, carbamida a 10%] para ajudar na remoção das escamas. Esquemas terapêuticos feitos de acordo com a classificação da forma, extensão e gravidade da psoríase e o grau de comprometimento da qualidade de vida do paciente. Tomando como base a porcentagem de extensão (BSA – body surface area), consideramos psoríase leve abaixo de 10% e grave acima de 10% de área corporal acometida. Quando o parâmetro utilizado é o PASI, os escores maiores que 10 classificam a psoríase em moderada a grave. Para a psoríase leve, opta-se pelos tratamentos tópicos, podendo ser usados emolientes com ou sem ácido salicílico, antralina, coaltar (método Goeckerman), calcitriol ou calcipotriol [inibe a proliferação e induz a diferenciação celular- Dose semanal não deve exceder 100g], tazaroteno [retinoide de uso tópico para psoríase, e está indicado para os casos nos quais o acometimento não ultrapasse 20% da superfície corpórea prurido, sensação de queimação, eritema, irritação, descamação, xerodermia, piora da psoríase e dor local. É contraindicado para mulheres grávidas ou em idade fértil e em pacientes usando medicamentos reconhecidamente fotossensibilizantes. Tem sido preconizada a sua associação a corticosteroides de média potência, 1 vez/dia] e os mais recentes imunomoduladores, como o pimecrolimo 1% e o tacrolimo 0,1% [psoríase invertida (intertriginosa) e no acometimento facial]. Psoríase no couro cabeludo: suspensão dos fatores exacerbadores da doença como atrito ao pentear ou escovar os cabelos, manipulação das escamas e o uso de xampus à base de coaltar e, eventualmente, soluções com ácido salicílico (1 a 3%), corticosteroides isolados ou associados. Psoríase palmoplantar: uso de tópicos como as formulações com coaltar e derivados, ácido salicílico em vaselina e, na maioria das vezes – apesar da pequena área envolvida –, medicações sistêmicas como dapsona, acitretina, PUVA [utiliza a administração via oral de uma droga fotoativa, o 8-metoxi-psoraleno (8-MOP), seguida de exposição à radiação ultravioleta, de ondas longas, UVA, entre 320 e 400 mmTERAPIA DE MANUTENÇÃO. Os efeitos colaterais imediatos do PUVA são náusea, eritema, prurido e queimaduras. A longo prazo, ocorrem bronzeamento da pele, envelhecimento precoce, maior potencial de desenvolvimento de carcinomas e de catarata], metotrexato e ciclosporina. Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 O tratamento tópico deve ser feito para todos os tipos de psoríase e a fototerapia [UVB de banda larga ou, mais recentemente, o de banda estreita seguido de PUVA/ UVB em laser] e/ou outros tratamentos sistêmicos devem ser acrescentados para os casos de manifestações generalizadas e/ou moderadas a graves. *Método de Goeckerman: indicado para o tratamento de psoríase disseminada, não eritrodérmica. É a associação do coaltar com a radiação ultravioleta B (UVB). A acitretina é um retinoide sistêmico que pode ser usado isoladamente, na dose média de 30 mg/dia, em todas as formas de psoríase; no entanto, com pouca ação sobre a artrite psoriásica. É teratogênico e a mulher não pode engravidar por 3 anos após interromper o seu uso. Deverá ser monitorado com exames laboratoriais periódicos, visando ao perfil lipídico (principalmente os triglicerídios) e à função hepática. Clinicamente, os efeitos adversos mais frequentes são: queilite, queda de cabelo, afinamento da pele e das unhas com sensação de cola ao toque (sticky skin). Quando o comprometimento cutâneo extenso não responde ou apresenta contraindicação para os tratamentos anteriores, emprega-se o metotrexato ou a ciclosporina. *Ciclosporina: eritrodermia, pustulose e capillary leak syndrome (hipotensão, hemoconcentração, hipoalbuminemia e edema generalizado). Os principais efeitos adversos são a hipertensão arterial e a toxicidade renal, devendo-se evitar o seu uso prolongado. O acompanhamento é feito com monitoramento mensal da pressão arterial sistêmica e da creatinina. Devido ao fenômeno de rebote, os corticosteroides sistêmicos raramente são usados. Corticoides tópicos são empregados como loções, no couro cabeludo, creme, para a face e áreas intertriginosas, e pomadas, para lesões no tronco e membros. A sulfona também é empregada para a doença cutânea, sobretudo nas formas pustulosas localizadas, em pacientes que tenham atividade normal da enzima glicose 6-fosfato desidrogenase com os mesmos cuidados utilizados para a sulfas. A talidomida, reconhecida por suas propriedades anti-TNF-α, também já foi empregada para os casos pustulosos da doença, como monoterapia ou em associação a outras medicações. Terapia imunobiológica. Os pacientes elegíveis devem ser triados para tuberculose, infecções, neoplasias malignas, insuficiência cardíaca e doenças desmielinizantes. Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8 Manuelli Antunes da Silva- Tutoria p8
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