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@resumosdamed_ 1 FARMACOLOGIA – ANTIFÚNGICOS E ANTIVIRAIS ANTIFÚNGICOS: Algumas características gerais dos fungos é que eles são células eucariotas, portanto, são semelhantes às células humana. Além disso, eles não realizam fotossíntese e podem viver em comensalismo com o organismo humano. Outras características são: • Parede celular: possui quitinas e glucanas. • Septos interhifas. • Mitocôndrias com cristas lamelares. • Complexo de Golgi com cisterna simples. • Vesículas nas extremidades das hifas. Existem alguns componentes que são específicos da parede celular fúngica, que permitem a diferenciação das células fúngicas com as células humana, sendo eles: • Ergosterol: é um colesterol encontrado apenas na membrana plasmática da célula fúngica, sendo o principal alvo de muitas drogas antifúngicas. • Quitina. • 1,3 β- glicano e 1,6 β- glicano. Existem vários tipos de fungos, sendo eles leveduras, filamentosos e dimórficos, que alteram sua forma de acordo com a temperatura. DIAGNÓSTICO: Existem vários tipos de micoses: • Micoses patogênicas: invasão de órgãos de um hospedeiro normal; • Superficiais, cutâneas, subcutâneas e sistêmicas; • Micoses oportunistas: imunossuprimidos; • Oportunísticas. Exames direto: • Visualização em microscopia; • Imunofluorescência; • Cultura. Técnicas moleculares: • PCR; • Hibridização. TIPOS DE AGENTES ANTIFÚNGICOS: São classificados em agentes antifúngicos naturais e sintéticos. • Agentes Antifúngicos Naturais: são descobertos a partir de um microrganismo. São eles: Anfotericina, Griselfuvina e Equinocantinas. • Agentes Antifúngicos Sintéticos: são manipulados em laboratório a partir de um agente natural. São eles: Azóis (cetoconazol, fluconazol, miconazol). MECANISMO DE AÇÃO DOS AGENTES ANTIFÚNGICOS: Os agentes antifúngicos podem agir inibindo a síntese de DNA (flucitosina), inibindo a formação e reação do ergosterol (terbinafina e azois), formando um poro na membrana plasmática que exerce uma pressão osmótica na célula fúngica (anfotericina e nistatina), impedindo a síntese de quitina (equinocandinas). @resumosdamed_ 2 Portanto, excetuando-se a flucitosina, todos os antifúngicos atualmente disponíveis têm como alvo a membrana celular ou a parede celular fúngica. Obs: ao impedir a formação do ergosterol (principal colesterol da membrana plasmática da célula fúngica), não haverá formação da membrana plasmática e, consequentemente, a célula fúngica não se desenvolverá. MEDICAMENTOS ANTIFÚNGICOS: ANFOTERICINA B: É um antifúngico antibiótico, que tem forte ligação com o Ergosterol da membrana celular fúngica, alterando a permeabilidade pela formação de poros que levam a perda de íons (K+), aminoácidos e outras moléculas. Portanto, esses medicamentos formam poros na membrana plasmática, alterando a permeabilidade, resultando em um desequilíbrio osmótico. É de uso sistêmico. • Contraindicações: gravidez e insuficiência renal. • Reações Adversas: reações alérgicas em geral. NISTATINA: É um antifúngico antibiótico, que possui mecanismo de ação semelhante ao da Anfotericina B, diferenciando-se em seu uso, que é tópico. • Contraindicações: gravidez. • Reações Adversas: diarreia, náusea, gastralgia e irritação local. GRISEOFULVINA: São fármacos que inibem a mitose fúngica pela interação com os microtúbulos formadores do fuso. É considerado é um agente natural e um fungistático, ou seja, que impede a proliferação das células fúngicas. Seu uso prolongado pode provocar alterações renais, hepáticas e hematopoiéticas. • Reações Adversas: reações cutâneas como prurido, inflamação oral, cefaleia e diarreia. @resumosdamed_ 3 FLUCITOSINA: São fármacos que inibem a síntese de ácido nucleico após penetrar a célula fúngica através de uma citocina permeasse, especifica de fungo. Seu uso prolongado pode rapidamente gerar resistência por parte do fungo. • Reações Adversas: transtornos gastrintestinais, náuseas, vômitos e diarreia. INIBIDORES DA SÍNTESE DO ERGOSTEROL: A síntese do ergosterol dá-se pela síntese do Esqualeno, através da enzima esqualeno-oxidase, formando o Lanosterol, que será sintetizado pela enzima 14α-esterol desmetilase, resultando em Ergosterol. Os medicamentos dessa classe atuam nessas duas enzimas, impedindo a formação do Ergosterol, causando alteração na fluidez da membrana fúngica. São classificados em: • Alilamínicos: inibem a enzima esqualeno-oxidase, interferindo ao fim na permeabilidade celular. Tem como principal reação adversa a hipersensibilidade. São eles: Terbinafina. • Azóis: inibem a enzima fúngica 14α-esterol desmetilase, inibindo então a síntese de ergosterol, desestabilizando a membrana fúngica. São eles: Imidazólico (Cetoconazol) e Triazólicos (Fluconazol). ANTIVIRAIS: Os vírus são formados por proteínas (capsídeo), que envolvem o material genético (DNA ou RNA), e por lipídeos. Por ser uma estrutura simples, existem variações. CICLO REPLICATIVO VÍRUS DNA (HERPES): O vírus de DNA liga-se à sua proteína, através de um receptor, entrando na célula por fusão ou por alguma vesícula. Ao entrar na célula, seu capsídeo percorre todo o citoplasma, chegando ao núcleo, liberando seu material genético (DNA), que irá transcrever o RNA, traduzindo proteínas. CICLO REPLICATIVO VÍRUS RNA (INFLUENZA): O vírus de RNA não precisa ir para o núcleo, portanto, ele permanece no citoplasma, fazendo com que o RNA traduza proteínas, produzindo novas partículas virais. @resumosdamed_ 4 CICLO REPLICATIVO RETROVÍRUS (HIV): O retrovírus é um vírus de RNA que forma um DNA complementar, que vai para o núcleo, transcrevendo o RNA, através de uma proteína específica (RT, transcripase reversa), traduzindo proteínas. ESTRATÉGIA VIRAL: Existem algumas estratégias virais: • Subversão imunológica: inibe algumas interleucinas (IL-1 e TNF-alfa) e a cascata de interferon (IFN). • Interferência nos marcados proteicos de superfície das células infectadas: inibe NK e MHC. • Interferência na via apoptótica. • Expressão de homólogo do MHC: inibe NK O antiviral ideal deve interromper a replicação do vírus sem afetar significativamente o metabolismo de células do hospedeiro, portanto, ele precisa ser seletivo para alguma proteína especéfica do vírus. Assim, os agentes precisam ser ativos somente enquanto estiver replicação viral e agir nas enzimas da partícula viral. LOCAL DE AÇÃO DOS ANTIVIRAIS: MEDICAMENTOS ANTIVIRAIS: ANTI-HERPÉTICOS: O principal deles é o Aciclovir, que atua competindo com a guanosina. Portanto, quando a taqui-polimerase (enzima específica do herpes) faz a ligação entre a citosina e a guanina, o Aciclovir liga-se no lugar da guanina, bloqueando a extensão da cadeia. @resumosdamed_ 5 O aciclovir tem baixa absorção oral, porém, é suficiente para fazer o tratamento do herpes simples. Valaciclovir e Famciclovir são utilizados pra herpes zoster. ANTI-INFLUENZA: O vírus da influenza possui hemaglutinina (H), que reconhece o ácido siálico das células respiratórias, e a neuraminidase (N), que quebra a ligação entre H e ácido siálico para o vírus poder sair, criando novas partículas virais. São classificados em: • Inibidores de Neuraminidase: são análogos do Ácido Siálico, portanto, ligam-se à neuraminidase, impedindo que ela libere a partícula viral. São eles: Oseltamivir (Tamiflu, uso oral) e Zanamivir (Relenza, tem menos reação adversa e é uso inalatório). É indicado administrar esses fármacos até 72h após início dos sintomas, pois compreende ao pico da replicação. • Inibidores de Canais de Íons M2: inibem os canais iônicos impedindo a liberação do material genético (desnudamento viral). Caíram em desuso, poisos vírus criaram resistência à proteína. São eles: Amantadina (Mantidan). TERAPIA ANTIRRETROVIRAL: O principal objetivo é controlar a replicação viral, preservando a integridade da resposta imunológica, retardando ou diminuindo as consequências da infecção, melhorando o tempo e qualidade de vida. O início do tratamento é a partir do momento em que o indivíduo descobre que é portador viral, ou seja, logo após o diagnóstico. O HIV liga-se a uma proteína e, por ser um vírus de RNA, ele possui uma enzima, transcripase reversa (RT), que transforma seu @resumosdamed_ 6 material genético em DNA, que vai para o núcleo, onde se integra ao material genético do organismo, formando outro RNA, que sai do núcleo, formando proteínas e sendo liberado. Existem vários fármacos dessa classe, que atuam em diferentes locais: • Inibidores da RT: inibidores de enzima ou competidores de nucleotídeos. • Inibidores de Protease: amadurecem a partícula viral. • Inibidores de Entrada. • Inibidores de Integrase. A Terapia Antirretroviral dá-se por, pelo menos, 3 fármacos dessa classe. Sendo que é necessário: • Potencial de adesão ao regime prescrito; • Potência e toxicidade imediata e a longo prazo; • Presença de comorbidades; • Uso concomitante de outros medicamentos; • Adequação do esquema à rotina de vida do paciente; • Interação com alimentação; • Custo dos medicamentos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. Farmacologia Básica e Clínica. Katzung, Bertram G. Mc Graw Hill.12aedição, 2013.
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