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S1T2 - B Thaine Rocha – S5 ABORDAGEM DAS MASSAS ANEXIAIS Inicialmente, para se diferenciar a origem de uma massa pélvica é importante palpação abdominal + toque vaginal bimanual, já consegue dar muitas informações e logo em seguida, recomenda-se USTV Região anexial corresponde a “vizinhança do útero”, principalmente partes laterais. Das massas anexiais, a maioria são de origem ovariana e outra possível origem é extraovariana, notadamente trompas. Diferenciar Massas Anexiais Benignas e Malignas IOTA – Descritores Ultrassonográficos 1. Topografia (ovariana ou não) 2. Ecogenicidade dominantate (anecoico, hiper ou hipoecoico) 3. Projeções papilares (vegetações) - cistos 4. Septos 5. Paredes internas e externas (regularidade) 6. Sombra acústica (fala a favor de presença de calcificação) 7. Ascite 8. Medidas 9. Doppler – quanto mais fluxo, maior o risco de malignidade Critérios de Malignidade (M) Critérios de Benignidade (B) Risco é na proporção: Se tiver 5 critérios de benigdade e nenhuma de malignidade, é quase que certeza uma massa benigna (chance próxima de 0% de malignidade); bem como, se tiver 1 ou mais critérios de malignidade e nenhum de benignidade é quase certeza que essa massa tem é maligna (risco de malignidade próximo de 100%); se tiver alguns critérios de benignidade e outros de malignidade é risco é intermediário (50 a 70% de risco de malignidade). CA-125 → Não melhora performance em identificar massas malignas – se eleva com muita facilidade (período menstrual, endometriose); é apenas um marcador de proliferação epitelial MEDICINA – UNICHRISTUS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Thaine Rocha – S5 OBS! Na suspeição de malignidade, o diagnóstico definitivo é intraoperatório (cirurgia é conduta diagnóstico e terapêutica), pois não se faz biopsia de ovário. Tumores Malignos do Ovário São os mais letais entre os tumores ginecológicos Geralmente permanecem silenciosos até que sejam intratáveis. Não existem testes de rastreamento efetivos – muitas vezes USTV é normal, em paciente que já possuem câncer de ovário o Assim como USG de mama não é utilizado para rastreio de câncer de mama, USTV não é utilizado para fazer rastreio de câncer de ovário. 3 a cada 4 mulheres com câncer de ovário = estádio avançado no momento do diagnóstico o Como os ovários são órgãos intraperitoniais, quando um paciente tem câncer e ovário, logo se instala câncer peritoneal, cânceres intratáveis. Identificar as principais causas de Massas Anexiais Ovário Correspondem a maioria das massas anexiais Na pré-menopausa a maioria das massas anexiais são benignas, destacando-se principalmente os cistos funcionais, e sempre lembrar de descartar possibilidade de gravidez ectópica. Na pós-menopausa, há um aumento do risco de malignidade. Cisto ovariano Maioria representa estruturas normalmente presentes nos ovários durante um ciclo ovulatório Podem ser visualizados no USG – em um USG feito logo após o período ovulatório pode ser visto corpo lúteo Paciente que desenvolveu o folículo dominante e não ovulou, pode ser visto também Cisto funcionais – da função normal do ovário, são os mais comuns, principalmente Cistos funcionais (mais comuns) Uniloculares – não costumam ter septos, exceto o cisto tecaluteínico que costumam dar cisto mais volumosos e múltiplos Regressão espontânea em 4 a 8 semanas (no máx) Cisto folicular o Surge de um folículo estimulado que não se rompeu durante o ciclo menstrual (quando a paciente não ovula) o Cisto simples entre 3 e 8 cm – raramente ultrapassa 8cm o Costuma se resolver com 4 a 8 semanas, com conduta expectante. o resolução espontânea, podendo fazer uso de ACO por 2 ou 3 meses o Cisto simples de paredes finas (menos espessa) MEDICINA – UNICHRISTUS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Thaine Rocha – S5 Cisto de corpo lúteo o Corpo lúteo que acumula hemorragia em cavidade folicular (no local da ovulação – corpo lúteo hemorrágico) o Pode provocar dor pélvica (rotura ou torção – como todo cisto) o Regressão espontânea o Uniloculares Cisto tecaluteínico o Cistos volumosos – devido ao excesso de B-hCG (gestações molares) o Bilaterais o 25% das gestações molares o Regressão espontânea, tratar a mola (associada a redução dos níveis de B-hCG) Tumores benignos do Ovário Nesses casos, a maioria é necessária conduta cirúrgica (tratamento definitivo) porque não possuem regressão espontânea, como os cisto funcionais Decisão conjunta com a paciente, pois se tiver certeza do não risco de malignidade não precisa obrigatoriamente do tratamento cirúrgico, buscando preservar a fertilidade feminina. CISTOADENOMA Seroso (líquido) ou Mucinoso (muco) São não funcionais – não costumam alterar o ciclo menstrual, não são decorrentes do folículo Multiloculares > 8cm Tumores sólido benignos Fibroma Tumor de brenner Luteoma da gravidez Tumores de Células Germinativas TERATOMA CÍSTICO BENIGNO OU TERATOMA CÍSTICO MADURO OU CISTO DERMOIDE: o Normalmente unilaterais o Geralmente são tumores que já nascem com a paciente o Teratoma imaturo = câncer (mais raro) Elementos ectodérmicos, mesodérmicos e endodérmicos (células bem diferenciadas) - com tecido semelhante ao tecido diferenciados do organismo no geral Cartilagem, osso, dentes – tecido que se diferenciou que se calcificou ou se queratinizou, lembrando o tecido diferenciado comum do organismo Teratoma madura (células bem diferenciadas, benigno) = teratoma benigno = cisto dermoide Tumores Funcionantes Feminilizantes: TECOMAS Virilizantes: GONADOBLASTOMAS o Struma ovarii Variante do teratoma cístico maduro Podendo ter produção de hormônio tireoidiano Manifestações de acordo com o hormônio produzido Nesses casos → OOFORECTOMIA Tumores limíterofes ou Boderline baixo potencial maligno; tumores onde não foi possível classificar como certamente benignos Análise anatomopatolóica (pós-cirúrgica) apresenta achados intermediários, de benignidade e de malignidade Nesses casos → OOFORECTOMIA – porque não tem como garantir, clinicamente, se é benigno ou maligno Menor risco que os tumores de ovário propriamente malignos MEDICINA – UNICHRISTUS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Thaine Rocha – S5 Endometrioma Massa anexial + dismenorreia progressiva (endometriose) No USG, cisto de conteúdo espesso, pode ter nível líquido, debris Se for um cisto muito grande que não regride com as condutas voltadas para o tratamento da endometriose, pode ser recomendada a retirada cirúrgica A maioria das vezes, só tratando a endometriose, faz murchar o endometrioma pequenos Trompa Problemas mais comuns e com menos risco de câncer Abcesso tubo-ovariano Presença de pus na trompa Paciente com dor pélvica aguda, febre, corrimento vaginal → DIP o Massa anexial da DIP → Abcesso tubo-ovariano Ao exame: Dor a palpação em BV, a mobilização de colo e palpação de FSV’s (fundo de saco) Ao USTV apresenta massa anexial de conteúdo espesso. (debris) Tratamento: antibiótico EV, porque abcesso é critério de internamento na DIP o Ceftriaxione + Doxiciclina + Metronidazol por 14 dias Hidrossalpinge Acúmulo de líquido estéril na trompa, por obstrução, causada por aderências pós-cirúrgicas (laqueadura), sequelas de endometriose.. Cisto menos arredondado, com formato mais alongado, sem septo, sem vascularizações , sem critérios malignos Sequela de aderência/obstrução tubária (DIP, cirurgia...) – paciente com histórico prévio de DIP Paciente assintomática, com história de infertilidade e passado de DIP. Ao USTV apresentamassa anexial alongada de conteúdo anecoico (líquido). Pode ser necessária conduta cirúrgica para remover a obstrução Gravidez ectópica Massa anexial + dor pélvica aguda Sangramento ou atraso menstrual B-hCG (+) Manejo da paciente com massa anexial Primeiramente deve-se diferenciar onde a paciente se encaixa pré ou pós menopausa Pós menopausa, como o risco de malignidade é maior, tem indicação de retirada cirúrgica diretamente, sem conduta expectante, principalmente pacientes mais idosas e com cisto persistente. Em pacientes que estão na pré- menopausa, baseia-se pelos achados da USG. o Cisto > 8-10 cm → indicação cirúrgica o Cisto < 8cm buscar → outras características → se identificado presença de alguns critérios de malignidade → indicação cirúrgica o Cisto < 8cm → não foi encontrada mais característica malignas (cisto simples) → fazer acompanhamento → se for percebida progressão (surgimento de outras características, até características malignas) Ex: cistoadenoma → indicação cirúrgica MEDICINA – UNICHRISTUS GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Thaine Rocha – S5 Casos Clínicos
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