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Anna Beatriz Maia - Direito Empresarial– Resumo das aulas da FDSBC Relação Jurídica no Direito Empresarial DEFINIÇÃO DE DIREITO EMPRESARIAL Segundo Marlon Tomazette, direito empresarial é o direito que regula a atividade empresarial e todos os atos que normalmente são praticados no exercício dessa atividade. Segundo o Professor Ezio Carlos Silva Baptista, o direito empresarial é parte do direito privado, que tem por objeto as relações jurídicas entre empresários, seus auxiliares, ou por força de lei. DIVISÃO DO DIREITO EMPRESARIAL Tendo em vista o âmbito de atuação do direito empresarial, não há como se negar um certo fragmentarismo, isto é, a existência de um conjunto de normas muito diversificadas, em decorrência da própria diversidade das situações abrangidas. Em função disso, é frequente na doutrina a apresentação de divisões do direito empresarial. De acordo com Tomazette, temos a seguinte divisão: ↳ Teoria geral do direito empresarial: abrangendo o estudo dos conceitos básicos de empresa, empresário, estabelecimento e todos os seus elementos. ↳ Direito societário: abrangendo o estudo das diversas sociedades. ↳ Direito cambiário: abrangendo o estudo dos títulos de crédito. ↳ Direito falimentar: abrangendo o estudo da falência e dos meios de recuperação empresarial, além das intervenções e liquidações extrajudiciais. ↳ Contratos empresariais: abrange o estudo dos contratos interempresariais e os voltados a organização da atividade empresarial. RELAÇÃO JURÍDICA A relação jurídica origina-se por meio de fatos jurídicos, ou seja, acontecimentos naturais (fato jurídico stricto sensu) ou voluntários (ato jurídico) que por alguma razão, são relevantes para o sistema jurídico. Há três tipos de relação jurídica no atual ordenamento: ➔ Relação Jurídica de Consumo Ocorre toda vez que um fornecedor e um consumidor transacionarem produtos e/ou serviços, conforme dispõe o art. 2º da Lei n. 8.078/1990. Ou seja, FORNECEDOR + CONSUMIDOR. CDC - Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990 Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras providências. Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Mas quem é fornecedor e quem é consumidor? O fornecedor é pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. O consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Existem, entretanto, duas teorias que determinam quem será o destinatário (consumidor) final na relação jurídica: → TEORIA FINALISTA: visão restrita; somente o destinatário fático e econômico do bem ou do serviço, seja ele pessoa física ou jurídica. → TEORIA MAXIMALISTA: amplia o conceito de consumidor; todas as pessoas, sejam elas físicas ou jurídicas, ao adquirirem um produto ou utilizarem serviço, independentemente de eventual destinação econômica ou empregos de tais recursos em atividades produtivas poderão ser consideradas destinatário(s) final(is). Ambas as teorias supracitadas podem ser vistas como extremas. Dessa forma, o STJ, por não adotar totalmente nenhuma delas, faz uso do finalismo moderado, finalismo temperado, mista e maximalismo reduzido. RELAÇÃO JURÍDICA EMPRESARIAL Esta se refere à relação entre empresários no exercício da atividade empresarial. Ou seja, EMPRESÁRIO + EMPRESÁRIO. RELAÇÃO JURÍDICA CIVIL É a relação residual entre particulares, pertencente ao direito privado. Não confundindo particulares com fornecedor. Se há fornecedor, então será classificado como relação jurídica de consumo, e não relação jurídica civil. Ou seja, PARTICULAR + PARTICULAR.
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