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Duda Luizeto. AVA COVID 19 1. Linha do tempo 2. Situação epidemiológica 3. Transmissão • Gotículas respiratórias: interpessoal por via respiratória, de pessoa a pessoa • Superfícies/mãos contaminadas: contato com mucosas de olhos, boca ou nariz • Transmissão antes do desenvolvimento dos sintomas: período de transmissão do vírus 2-3 dias antes do início dos sintomas • Pico nas 24 horas antes do aparecimento dos sintomas • Transmissão por assintomáticos • O índice de transmissibilidade do covid 19 é próximo do Ebola 4. Fisiopatologia • Uma vez que o vírus entra no hospedeiro e começa a sua replicação é ativada uma resposta imunológica endógena que, as vezes, é capaz de combater o vírus logo na fase inicial • Se não houver o combate, pode ocorrer uma tempestade imunológica (resposta imune excessiva) com liberação em grande escala de citocinas inflamatórias levando a uma resposta inflamatória sistêmica de forma desorganizada que será responsável pelas formas moderadas e graves da doença − É induzida por macrófagos e granulócitos levando a uma lesão endotelial e um estado de hiper coagulabilidade − A hipercoagulabilidade pode levar a micro e macrotromboses (AVE,IAM) com lesão de órgão alvo, principalmente o pulmão − Hipóxia por patologias ligadas ao pulmão pode levar a uma falência orgânica 5. Fases da doença • Primeira fase (próximo da primeira semana) − Sintomas mais leves − Exames laboratórios sem alterações específicas − Exames radiológicos e TC (vidro fosco) não possuem alterações especificas • Segunda fase (em torno da segunda semana): − Sintomas inespecíficos se tornam mais intensos − Alteração dos exames complementares Aumento de proteínas de fase aguda (proteína C reativa, ferritina, LDH) devido a resposta inflamatória sistêmica Linfopenia pode ser observada precocemente (valor absoluto de linfócitos <1000) − TC com presença de vidro fosco Infiltrados em vidro fosco com localização mais periférica e multilobares Inicialmente pode ter focos pequenos que vão coalescendo e causando um comprometimento intersticial grave durante a evolução da doença − Alterações relacionadas a pneumonia de característica viral • Terceira fase (oitavo ao décimo primeiro dia) − É a fase da tempestade imunológica com agravemento dos sintomas respiratórios − Não tem um momento certo de acontecer − Aumento expressivo das proteínas de fase aguda − Elevação de dímero D (maior risco de fenômenos tromboembólicos nessa fase) − 15-20% dos casos evoluem para doença moderada a grave com necessidade de internação hospitalar maior mortalidade • Quarta fase − O vírus não é muito hepatotropico, por isso, não vemos grandes alterações de transaminases (vemos mais naquelas de evolução mais graves) − 5-7% necessitam de CTI − 1,5-4% de VM invasiva VM não invasiva: CPAP, CNAF (cateter nasal de alto fluxo) − Podemos definir como sepse, pois possui os critérios de SOFA − O choque era de pequena amonta, mais relacionados a altas doses dos sedativos do que a doença em si − Evolução para febre refrataria altíssima levando ao óbito em 48 horas • Síndrome respiratória aguda grave (fase mais grave da doença) − Comprometimento intersticial de grande território pulmonar − Desenvolvimento de POC (pneumonia organizacional criptogenica) O vidro fosco as vezes se organiza com fibrose e espessamento de septo interlobular levando a sequelas pulmonares − Grave comprometimento da troca pulmonar (hipóxia refrataria, retenção de CO2) − ECMO é o último recurso para troca gasosa − Paciente em prono para alternar as áreas pulmonares que podem estar perfundidas e mal ventiladas Prono ativo: melhora da saturação 6. Diagnostico etiológico • Recomendável solicitar a realização do Painel molecular de patógenos respiratórios • Podemos fazer a pesquisa de antígeno através de um SWAB nasal − Mais rápido (resultado em 1 hora/1h30min) − Utilizado em triagens para cirurgias de emergência • PCR-TR para detecção do novo coronavirus COVID 19 (mais especifico) − Matérias: SWAB de vias aéreas (cada amostra conta com 1 swab nasofaringe D, 1 swab nasofaringe E e 1 SWAB de orofaringe ou lavado broncoalveolar) • Teste diagnósticos sorológico − -10 a -15: período de incubação − 0: inicio dos sintomas − PCR: pode ser detectado de 4 a 5 dias antes do aparecimento dos sintomas para realizar o teste (até o décimo dia) Pico de detecção: 5-7 dias de sintomas (a partir do quarto dia até o décimo dia) − Testagem de IgM e IgA a partir do décimo dia (pico de detecção) − Testagem de IgG A positividade do IgG não significa que não possa ter mais a doença, podendo haver reinfecção Pode sumir em 3 ou 4 meses não é permanente em algumas pessoas − A janela de oportunidade do PCR e do IgM ocorre até o décimio dia, depois começa a diminuir e a janela do IgG começa a aumentar • Tempo de isolamento: 14 dias no mínimo • O IgG de doenças mais leves desaparece mais rápido que em doenças moderadas a graves • Exames laboratoriais − Hemograma – linfopenia (valor absoluto < 1000) − Bioquímica: de acordo com a alteração orgânica que esteja ocorrendo Alteração eletrolítica mais comum hipernatremia (>155) As vezes necessário hemodiálise para correção do sódio − Dímero D – valores > 10.000 (indicação de profilaxia ou anti coagulação) associados a um pior prognóstico (fenômenos tromboembólicos) Valor de referencia: 500 Valores acima de 1000 já tem indicação de profilaxia A maioria dos fenômenos tromboembólicos acontecem com aumento do dímero D (não é regra, alguns acontecem sem esse aumento) − LDH/PCR, ferritina − Procalcitonina: presença de infecção bacteriana − Hepatograma − Coagulograma: alterado pela própria cascata inflamatória • Alterações radiológicas − Não vemos essas alterações no RX 7. Abordagem prática • Paramentação − Mascaras PFF2 ou N95 hospitalar − Capote − Face shield − Luvas − Óculos • Precauções de contato − Avental (individual para cada paciente, não é necessário avental descartável) − Higiene das mãos antes e depois de ter contato com o paciente − Luvas (descartáveis, devem ser colocados antes de entrar no quarto, são retiradas dentro do quarto ao final do atendimento) − Mascara em todas as situações indicadas devido as precauções padrões − Óculos em todas as situações indicadas devido as precauções padrões − Quartos: Privativos, se possível Quarto compartilhado com 1 metro de distancia entre os leitos Manter a porta sempre fechada É necessário banheiro exclusivo Evitar transportar o paciente para outras áreas do hospital • Precauções por aerossóis − Mascara (coloca-la antes de entrar no quarto, respirador de alta eficiência, n95 ou pff2, garantir o correto ajuste da mascara ao rosto) − Avental em risco de respigo ou contato com secreções (eventual uso de protetor impermeável) − Luvas descartáveis − Mesmas informações relacionadas ao quarto • Sempre valorizar os sintomas suspeitos de covid (sintomas gripais, sintomas tromboembólicos) orientar o isolamento do paciente e testar para covid − Síndrome gripal (dor de garganta, diarreia, febre), sintomas tromboembólicos (AVC) • Sinais de alarme: qualquer alteração relacionada aos critérios de sepse (hipotensão, taquidispneia, queda da saturação <94% = indicar gasometria) sempre internar • Suporte de O2: 94% de saturação já é indicado • Resumo da abordagem prática: paramentação anamnese e exame físico (detecção da fase da doença) exames complementares, se necessário internação ou não através do exame físico orientar sobre os testes sorológicos e as janelas de oportunidades 8. Tratamento • Replicação viral −Hidroxicloroquina/cloroquina: muito mais efeitos colaterais em relação a diminuição de mortalidade e tempo de internação (pararam os estudos) Hoje em dia estão estudando sobre a nebulização com cloroquina − Ivermectina: não há estudos que mostram resultados positivos em relação a diminuição de mortalidade e tempo de internação − Remdesivir aprovado uso emergencial no Brasil Redução da mortalidade não significativa • Tempestade inflamatória − Corticoide: dexametasona redução da mortalidade em pacientes graves e com necessidade de O2 (6mg/dia oral ou venosa) Não é indicada para tratamento ambulatorial nem na fase inicial da doença Indicada para pacientes com doença moderada a grave − Tocilizumabe: inibe ação da IL-6 alto risco para infecção bacteriana associada • Anticoagulaçãp − Heparina/ACO uso recomendado para todo caso confirmado com dímero-D>1000 1mg/kg 1x/dia (profilático) 2x/dia (dose plena) – ela não cobra a dose • Uso de plasma convalescente/ imunoglobulina hiperimune − Estudos não mostram benefícios significativos − Nas doenças graves diminui o tempo de internação • Tratamento de suporte: posição prona, suporte ventilatório, oxigênio suplementar, ECMO − Posição prona: tentativa de resgatar áreas pulmonares não ventiladas − Suporte ventilatório: não invasiva (mascara de CPAP, cateter nasal de alto fluxo) ou invasiva (intubação e ventilação mecânica) − ECMO (membrana oxigenadora): ultima linha de tratamento para hipoxemia refrataria ou hipercapnia 9. Prevenção • Vacina − Cerca de 261 vacinas em desenvolvimento − 79 na fase de testes em humanos − 9 em utilização pelo mundo − No brasil, Oxford (Fio Cruz – maior nível de proteção) e CoronaVac (Instituto Butantan) − Oxford possui alguns efeitos colaterais, como fenômenos tromboembólicos. Muito precoce para dizer se é efeito da vacina ou não
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