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CORRELAÇÃO CLÍNICA: TELENCÉFALO Lara Camila | 4º Semestre CONSIDERAÇÕES ANATOMO-FUNCIONAIS: CONTROLE MOTOR Hierarquia do controle motor -> as vias descendentes saem do córtex motor primário e de outras áreas motoras (como a área suplementar e pré- motora) e descem pelo tronco encefálico. Em seguida, os núcleos da base e o cerebelo regulam essas vias, ajudando no planejamento e coordenação dos movimentos. As fibras motoras que são sinalizadas sofrem uma modulação dos tratos descendentes na medula espinal (pelo trato corticoespinal) e no tronco encefálico (pelos trato nucleares); NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR OU PRIMEIRO NEURÔNIO A área motora primária (córtex motor primário) se estende também para a parte medial do telencéfalo. O córtex motor também apresenta somatotopia: na face medial há a representação do membro inferior e cintura pélvica; na parte supero-lateral há a representação das outras partes do corpo. A artéria que irriga a face medial do telencéfalo é a artéria cerebral anterior; a artéria que irriga a região súpero- lateral é a artéria cerebral média. ➢ Se um paciente que teve AVC apresentar déficit na perna, pensamos que o AVC acometeu a face medial do telencéfalo; já se houver um predomínio braquio- facial, houve um comprometimento da artéria cerebral média. No caso dos tratos descendentes, o primeiro neurônio é aquele em que o corpo celular está localizado no córtex cerebral. Esses corpos enviam fibras nervosas que formam a coroa radiata; em seguida, essas fibras se compactam e formam a cápsula interna. Os neurônios motores superiores (primeiro neurônio) são responsáveis por fazer a modulação (excitar ou inibir) dos neurônios motores inferiores localizados na medula espinhal. Vias descendentes motoras principais 1- Corticoespinal (Trato piramidal): responsável pelos movimentos voluntários. Quando suas fibras chegam no bulbo, formam a pirâmide bulbar na face ventral do bulbo. 90% dessas fibras decussam para formar o trato cortico- espinal lateral; 8-10% das fibras continuam homolateral e formam o trato cortico-espinal anterior. 2- Corticobulbar/corticonuclear: as fibras vão para o núcleo do nervo craniano correspondente ou para o núcleo específico do tronco encefálico para contribuir com a motricidade da cabeça e do pescoço; 3- Extrapiramidal: responsável pelos movimentos involuntários; suas fibras não decussam na pirâmide bulbar; OBS -> o trato rubro-espinal também é responsável por movimentos voluntários, mas não é piramidal pois não decussa nas pirâmides. AVALIAÇÃO DAS PARESIAS E PLEGIAS Tempo de evolução: agudo (doença cerebrovascular?), subagudo (esclerose múltipla?), crônico (tumor intracraniano?); Distribuição: generalizada ou focal; Curso: transitória (doença da junção neuromuscular, como miastenia gravis?) ou permanente (doença do motoneurônio superior?) ; Simetria: simétrica (Guillain Barret?) ou assimétrica (Esclerose múltipla?); Localização nos membros: proximal ou distal; Sintomas e sinais associados: reflexos, sensibilidade, tônus, marcha etc. AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR Tônus é diferente de trofismo muscular: tônus é o grau de ativação basal do músculo; em uma paresia em que o tônus muscular está abolido, chamamos de paresia/plegia flácida. SÍNDROME DO MOTONEURÔNIO SUPERIOR Paresia/plegia: proporcionada (acontece de forma igua, ex: todo o corpo direito) ou desproporcionada (há predomínio de terminado hemicorpo); Hipertonia espástica: pode ocorrer hipotonia na fase aguda – “sinal do canivete” ocorre na hipertonia elástica, que é quando o início do movimento é mais difícil de ser realizado, mas com o tempo o término do movimento vai ficando mais fácil. ➢ Quando há hipertonia na qual a dificuldade é a mesma em qualquer etapa do movimento a lesão não está no trato cortico- espinal, e sim nos núcleos da base (neurônios dopaminérgicos da substância negra); nesse caso, temos hipertonia plástica. Normotrofia muscular (fase inicial): geralmente atrofia por desuso posteriormente; Hiperreflexia – reflexos profundos exacerbados, pois o motoneurônio estará com alta excitabilidade. Presença de reflexos patológicos: Babinski (reposta extensora plantar), Hoffman (resposta flexora nos MMSS – o polegar) etc. Ausência de fasciculações – são pequenas oscilações da musculatura esquelética, ou seja, está relacionada a lesão no neurônio motor inferior. Topografia da lesão • Cortical • Subcortical (cápsula interna e tálamo) • Tronco encefálico • Medula espinal Lesão cortical • Paresia ou plegia contralateral (ainda não decussou nas pirâmides) desproporcionada; • Predomínio braquiofacial ou crural; a depender da artéria acometida, por exemplo (artéria cerebral anterior -> face medial do telencéfalo | artéria cerebral média -> face súpero-lateral do telencéfalo). • Afasia (córtex esquerdo); Lesão subcortical: cápsula interna A cápsula interna terá tanto fibras descendentes quanto fibras ascendentes; a cápsula interna é o conjunto dessas fibras compactadas. Entre o tálamo e o núcleo lentiforme temos a cápsula interna posterior; entre o núcleo caudado e o núcleo lentiforme temos a cápsula interna anterior; se tiver entre o tálamo e o núcleo caudado, temos o joelho da cápsula interna. A substância branca após o núcleo lentiforme é chamada de cápsula extrema. ➢ O local mais comum de AVC em idoso e hipertenso é a cápsula interna. Cápsula interna –> hemiplegia contralateral proporcional completa; As lesões da cápsula interna podem ser por AVC, hidrocefalia, tumor ou demências vasculares que vão lesar esses microvasos (por isso, a principal causa de AVC capsular é a hipertensão); Na porção anterior da cápsula interna temos as fibras ascendentes de todo o corpo; na porção posterior temos as fibras do trato cortico-espinhal; no joelho da cápsula interna temos a maioria dos nervos cranianos. Assim, lesão nessa área pode causar hemiplegia contralateral do oculomotor, glossofaríngeo, abducente, hipoglosso e facial. ➢ Na cápsula interna anterior passam as fibras fronto-pontinas, ou seja, fibras que vão especificamente para o córtex frontal. Assim, o controle consciente dos movimentos dos olhos conjugados – tanto para lateral quanto vertical – ocorrerá por essa cápsula. Por isso, lesões na cápsula interna anterior podem cursar com paralisia do olhar conjugado lateral. ➢ Lesões na cápsula interna posterior além de o paciente apresentar uma hemianestesia e hemiplegia/hemiparesia contralateral afetando, principalmente, face, braços e pernas, o paciente também apresentará hemianopsia homolateral – cegueira homolateral. Também haverá um déficit auditivo. Lesão subcortical: tálamo Tálamo -> hemiparesia contralateral; Síndrome de Dejerine-Roussy Essa síndrome afeta os núcleos ventro- postero-medial (VPM) e o ventro- postero-lateral (VPL) do tálamo. O VPM converge as fibras estereoceptivas da cabeça; o VPL converge as fibras esteroceptivas do corpo. Assim, quando há lesão desses núcleos, temos a síndrome talâmica sensorial. Hemihipoestesia de todas as sensibilidades do hemicorpo contralateral; Dor espontânea; as fibras alfa, betas, deltas e C podem sofrer neuromodulações e se tornarem vias geradoras espontâneas. Sensibilidade cutânea pervertida; isso porque a principal estação sensitiva – depois do córtex – está lesada: o tálamo. Assim, haverá perda da referência talâmica ou do SNC das percepções vindas da periferia. Lesão no tronco encefálico Hemiparesia ou hemiplegia alterna (acometimento ipsilateral do nervo craniano contralateral dos membros); ex: paralisia do hipoglosso à direita e uma paralisiado hemicorpo à esquerda. Oftalmoplegia internuclear (fascículo longitudinal);
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