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OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 ANATOMIA FISIOLÓGICA DOS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS FEMININOS • O sistema reprodutor feminino é composto por dois grupos de órgãos → externos e internos Genitália Externa VULVA • Representa a entrada da vagina, cobrindo e protegendo protege o meato uretra • Monte de vênus ou púbico → região rica em tecido adiposo, localizado em frente a sínfise púbica o Grandes lábios → pregas cutâneas responsáveis pela proteção das estruturas externas, como o óstio da uretra, o clitóris e a entrada da vagina o Pequenos lábios → circundam o vestíbulo da vagina, atuando como fator de proteção auxiliar. • Clitóris → consta de dois corpos cavernosos que se inserem no ramo isquiopúbico e de porção distal, glande, a única visível → responsável pela estimulação sexual, sendo órgão erétil com muitas terminações nervosas sensitivas. • Espaço interlabial ou fenda vulvar → vestíbulo, meato uretral, introito vaginal e hímen o Vestíbulo da vagina → fenda entre os pequenos lábios que contém os óstios da vagina e da uretra e os ductos das glândulas vestibulares maiores o O hímen é a membrana situada no vestíbulo, contornando o óstio vaginal e com morfologia variável. ▪ Em mulheres virgens oclui parcialmente o orifício vaginal → quando se rompe, deixa vestígios conhecidos como carúnculas mirtiformes • Glândulas acessórias → parauretrais (de Skene) e vulvovaginais (de Bartholin) o Glândulas parauretrais de Skene → homólogas da próstata masculina o Glândulas vulvovaginais de Bartholin → localizadas de cada lado do introito vaginal, secretam muco especialmente durante o ato sexual ❖ Vascularização assegurada pela artéria pudenda interna, ramo da hipogástrica, que emerge pelo canal de Alcock o O retorno venoso acompanha as artérias • Os nervos provêm do pudendo interno, ramos genitais do grande e pequeno abdominogenital e do genitocrural, além da porção perineal do pequeno ciático PERÍNEO • Habitualmente dividido em anterior (genital) e posterior (retal), pelo traçado da linha bi-isquiática • Músculos do diafragma ou assoalho pélvico → levantador do ânus e coccígeo, obturador interno e o piriforme • Músculos do períneo anterior → superficiais – transverso superficial, isquiocavernoso e bulbocavernoso o Profundos – transverso profundo e esfíncter externo da uretra • Músculo do períneo posterior → esfíncter externo do ânus • Aponeurose perineal superficial → cobre os músculos superficiais • Aponeurose perineal média ou diafragma urogenital → dois folhetos aponeuróticos que englobam os mm profundos do períneo anterior, atravessados pela vagina e uretra • Aponeurose perineal profunda /endopélvica → recobre internamente o assoalho pélvico, bexiga, útero, vagina e reto Genitália Interna • Se compõe de um canal que se estende da superfície externa do corpo até a cavidade peritoneal (vagina, útero e tubas uterinas) e um par de gônadas (ovários) VAGINA • Órgão da cópula destinado a receber o pênis e o sêmen ejaculado durante o coito • Canal muscular que se interpõe da vulva até o útero → na mulher virgem, a sua abertura inferior (óstio vaginal) é provida do hímen, e em torno estão localizados os mm bulbocavernosos ou constritores da vagina ÚTERO • Órgão oco, situado na pelve menor, com paredes musculares grossas e contráteis o Apresenta variação de forma e tamanho, localização e estrutura de acordo com idade, fases da vida reprodutiva e paridade → é o local onde o embrião é levado para ocorrer o desenvolvimento. OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 • Composto por 3 camadas separadas e distintas • Serosa → cobertura peritoneal externa • Miométrio → camada de músculo liso, formado por 3 camadas de fibras musculares lisas o Em cada uma há células musculares lisas justapostas por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas o Arranjo dos vasos sanguíneos entre os feixes musculares constitui método ideal de hemostasia • Endométrio → membrana mucosa que reveste a cavidade uterina o Responsável por sofrer alterações durante o ciclo menstrual que permite o sangramento. • O útero é constituído por 2 partes → colo (porção caudal) e o corpo (acima do colo, separado pelo istmo) Colo Uterino • A vagina se dispõe em volta do colo, possibilitando separar uma porção supravaginal e outra vaginal • Porção supravaginal → lateralmente, se inserem os ligamentos paracervicais (cardinais/de Mackenrodt), que contêm os vasos uterinos o Posteriormente está recoberta pelo peritônio e une-se ao sacro pelos ligamentos uterossacros • Porção vaginal do colo → projeta-se na vagina entre os fundos de saco anterior e posterior • Orifício externo limita o epitélio pavimentoso estratificado da porção vaginal, contíguo ao epitélio cilíndrico, glandular, que reveste o canal cervical ou endocérvice o Endocérvice → se estende do orifício externo até o orifício interno histológico, onde começa o istmo o O epitélio endocervical é cilíndrico e glandular, com córion correspondente → eventualmente pode existir uma terceira mucosa mista de origem metaplásica ▪ A zona de transição entre o epitélio escamoso e o cilíndrico é a junção escamocolunar (JEC). Corpo Uterino • Porção superior constitui o fundo, com ângulos onde penetram as tubas o Estruturalmente, é composto de serosa (peritônio), miométrio e endométrio • Área estreitada que liga o corpo ao colo é o istmo → com canal demarcado pelo orifício interno anatômico (separa da cavidade do corpo) e pelo orifício interno histológico (limite do canal cervical) o Orifício histológico → zona de transição entre o epitélio endocervical e o endométrio o O istmo, na gravidez, incorpora-se ao corpo para constituir o segmento inferior do útero • Os espaços entre os folhetos peritoneais que revestem a bexiga, o útero e o reto constituem os fundos de saco anterior e posterior (ou de Douglas) • As coberturas peritoneais do corpo uterino se juntam lateralmente e formam o ligamento largo o Os ligamentos redondos vão da face anterolateral do fundo uterino até os grandes lábios, após penetrarem no canal inguinal. TUBAS UTERINAS • Órgãos pares responsáveis por fazer a ligação entre os ovários e útero, permitindo a condução dos oócitos liberados pelo ovário para o interior da cavidade uterina → é aqui que ocorre a fertilização o Se inserem nos cornos uterinos até os ovários, onde permanecem em aposição o Tem aprox. 10 cm de comprimento • Divididas em 4 regiões → intersticial (intramural), ístmica, ampular e infundibular (com aprox 25 fímbrias distais) • Paredes formadas por serosa, muscular e mucosa OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 o A mucosa apresenta 3 tipos de células → ciliadas, aciliadas ou secretórias e intersticiais ▪ As células ciliadas tem grande capacidade de movimentação e é importante na migração do ovo OVÁRIOS • Órgãos pares, sendo responsáveis pela origem dos oócitos (células germinativas femininas ou gametas) e pela função endócrina de produção dos hormônios sexuais • Estão ligados anteriormente à face posterior do ligamento largo pelo mesovário → face posterior livre o A região do ligamento largo que prende os ovários à pelve chama-se ligamento suspensor do ovário, por onde transitam os vasos ovarianos → em um dos polos do ovário está o ligamento uterovariano • O ovário é constituído pelo córtex, revestido pelo epitélio celômico (ou germinativo), contém os folículos ovarianos o E medula, que apresenta estroma e rica vascularização O CICLO MENSTRUAL NORMAL • O ciclo menstrual normal tem variação entre 21 a 35 dias (média de 28), devido a variação do número de dias da primeira fase do ciclo (proliferativa ou folicular),uma vez que a segunda fase (lútea ou secretora) tem 14 dias. • Para a reprodução ter sucesso, o início do ciclo reprodutivo se dá com o desenvolvimento dos óvulos nos ovários, • No meio de cada ciclo menstrual mensal, um só óvulo é liberado e expelido do folículo ovariano para a cavidade abdominal próxima das aberturas fimbriadas das tubas uterinas • O óvulo cursa através da tuba uterina em caminho ao útero → durante esse processo, pode ocorrer a fecundação por um espermatozóide, fazendo com que o óvulo se implante no útero o Ali passa a ocorrer o desenvolvimento do feto, com placenta e membranas fetais até a formação do bebê. Gametogênese • Processo de formação dos gametas em organismos sexuados → ocorre por um processo de divisão meiótico que reduz à metade a quantidade de cromossomos nas células • Os gametas são derivados das células germinativas primordiais, formadas na 2ª semana após a fertilização, movendo-se pela estria primitiva durante a gastrulação em direção a parede da vesícula vitelínica o Durante a 4ª semana até a 5ª, as células na vesícula vitelínica sofrem nova migração, em direção as gônadas em desenvolvimento. • Ali as células (oogônias) sofrem mitose, aumentando a quantidade e formando as células chamadas de oócitos primários (células diplóides) → dão início a gametogênese, com a meiose em duas etapas o Meiose Primária → forma células haplóides com duas cromátides irmãs (diplóides antes da divisão), chamadas de Oócito secundário na mulher o Meiose Secundária → forma células haplóides com apenas uma das cromátides irmãs em cada célula, que darão origem ao óvulo quando fecundadas. Oogênese E Desenvolvimento Folicular Nos Ovários • Oogênese é o processo pelo qual a oogonia (ovo em desenvolvimento) se diferencia em oócitos maduros → a maturação dos gametas femininos acontece antes mesmo do nascimento • Quando as células gaméticas primárias (CGPs) do saco vitelino chegam a gônada de um embrião feminino, elas se diferenciam em oogônias → células que sofrem divisões mitóticas constantes até o final do 3º mês o Ali ficam dispostas em grupos cercados por células epiteliais do estroma ovariano, formando o epitélio folicular → o ovulo junto ao epitélio forma o folículo primordial ▪ Após, quando uma célula da oogonia para de se dividir por mitose, ela cresce para dar início a meiose I → a partir dai se chama oócito primário ▪ O restante das células (oogônias) ainda podem sofrer mitose ou morte celular programada • No 5º mês do embrião, estima-se que existam cerca de 7 milhões de células germinativas no ovário → no 7º mês, a maioria das oogônias já se degenerou (algumas próximas à superfície da gônada resistem à morte celular) OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 • Com o início da meiose I, os oócitos primários iniciam a prófase da meiose I, mas não continuam até a metáfase, e sim entram em estágio diplóteno o Estágio de repouso durante a prófase, que interrompe a meiose para não ocorrer divisão até que a puberdade seja alcançada → só quando a mulher atinge a puberdade, a maturação dos oócitos continua ▪ Esse estado de repouso celular é produzido pelo inibidor de maturação do oócito (IMO), peptídeo secretado pelas células foliculares. ❖ Na puberdade, um conjunto de folículos em crescimento é mantido continuamente a partir de uma reserva → a cada mês, 15 a 20 começam a maturar, 1 alcança a maturidade completa, e os demais degeneram-se • Quando o folículo está maduro, um pulso de hormônio luteinizante induz o crescimento pré-ovulatório, continuando a meiose I do oócito primário e formando 2 células-filhas de tamanho desigual o Uma delas, o oócito secundário, recebe a maior parte do citoplasma, enquanto a outra (corpo polar) recebe praticamente nada → cada uma dessas células contém 23 cromossomos duplicados • O primeiro corpo polar pode sofrer ou não uma segunda divisão meiótica e depois se desintegra • O óvulo é submetido a segunda divisão meiótica e, após a separação das cromátides irmãs, ocorre uma pausa → se fertilizado, ocorre o estágio final da meiose, e as cromátides irmãs do óvulo viram células separadas. o Se não houver fertilização, a célula se degenera em aproximadamente 24h após a ovulação. ❖ No nascimento a mulher possui cerca de 600 a 800 mil oócitos primários → ao longo da infância se tornam atrésicos, restando apenas cerca de 40 mil no início da puberdade. o Desses, cerca de 500 serão ovulados durante toda a fase reprodutiva da mulher → alguns oócitos ficam até 40 anos ou mais em estágio diplóteno da primeira divisão meiótica ▪ Ao fim da capacidade reprodutora (menopausa), somente uns poucos folículos primordiais permanecem nos ovários, e mesmo esses folículos se degeneram em pouco tempo OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Sistema Hormonal Feminino • Consiste em 3 hierarquias de hormônio, que formam juntos forma o eixo hipotálamo-hipófise-ovário o Hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) → hormônio de liberação hipotalâmica o Hormônio foliculoestimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH) → hormônios sexuais hipofisários anteriores, ambos secretados em resposta à liberação de GnRH do hipotálamo o Estrogênio e progesterona → secretados pelos ovários em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior • Todos secretados com intensidades drasticamente distintas, durante as diferentes partes do ciclo sexual feminino mensal o O GnRH possui secreção mais constante, não ocorrendo grandes variações na sua concentração ao longo do ciclo ▪ Isso porque ele é secretado em pulsos a cada 90 minutos em média. Na ausência desses hormônios, os ovários permanecem inativos → ocorre durante toda a infância o Entre os 9 e os 12 anos, a hipófise começa a secretar progressivamente mais FSH e LH, levando ao início de ciclos sexuais mensais, que começam entre 11 e 15 anos de idade ▪ Esse período é denominado puberdade, e o primeiro ciclo menstrual é a menarca o Durante cada mês do ciclo sexual, ocorre aumento e diminuição cíclicos de FSH e LH Eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovário • Eixo regulado por alguns hormônios para que ocorra o recrutamento, desenvolvimento e seleção dos folículos ovarianos → que leva a liberação de um óvulo maduro e saudável, e a produção de hormônios esteroides femininos o A partir de comandos do córtex cerebral, o hipotálamo libera o hormônio secretor de gonadotrofinas (GnRH) de maneira pulsátil o Células produtoras do GnRH são oriundas do bulbo olfatório e ficam no núcleo arqueado • Pulsatilidade devido a sua interação a outros neurormônios, gonadotropinas hipofisárias e esteroides gonadais → tambem controlada por efeitos de retroalimentação com neurotransmissores excitatórios (glutamato, neuropeptídeo Y e norepinefrina) e inibitórios (endorfinas e dopamina) o Fatores ambientais (estresse, exercício físico, desnutrição) tambem podem atuar como inibidores o O ambiente hormonal mais estrogênico ou progestagênico, dependendo da secreção ovariana, altera a amplitude e frequência desses pulsos → comando central e periférico ❖ Os anos reprodutivos normais da mulher se caracterizam por variações rítmicas mensais da secreção dos hormônios femininos e correspondem a alterações nos ovários e outros órgãos sexuais • Esse padrão rítmico é denominado ciclo sexual mensal feminino → dura, em média, 28 dias o Duração anormal frequente associada à menor fertilidade o Endométrio é preparado com antecedência para implantação do óvulo fertilizado, em momento determinado do mês OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 ❖ Os hormônios hipotalâmicos atingem a hipófise trazidos pelosistema porta-hipofisário → trama vascular que descende pela haste hipofisária e comunica esses dois compartimentos • A porção lateral da hipófise, em resposta à secreção de GnRH, produz e secreta duas gonadotrofinas → hormônio folículo-estimulante – FSH e hormônio luteinizante – LH o O FSH estimula o recrutamento e crescimento dos folículos ovarianos, e a seleção para dominância até que o óvulo esteja maduro para ser fecundado o O LH produz a luteinização das células somáticas foliculares (teca e granulosa), completa a maturação do óvulo e promove a ovulação. • Essa secreção também sofre retrocontrole pelos esteroides ovarianos → estradiol tem papel estimulador na síntese e armazenamento das gonadotrofinas o A progesterona faz a liberação das gonadotrofinas pela hipófise previamente sensibilizada pelos estrogênios ❖ O ovário, em resposta aos comandos hipotálamo-hipofisários, produz os esteroides sexuais a partir da molécula de colesterol obtida na dieta, ou pela molécula endógena, produzida no fígado • O colesterol circulante é captado no órgão onde a esteroidogênese ocorrerá (gônadas, adrenal, fígado, tecido adiposo...) e convertido inicialmente em progesterona o A cascata da esteroidogênese acontece pela perda progressiva de carbonos do anel ciclopentanoperidrofenantreno → converte o colesterol à progesterona, androgênio e estrogênio • A produção de esteroides pelo ovário envolve as células da granulosa e da teca, pelo “mecanismo das duas células” • Para que haja síntese de qualquer esteroide, é necessário que a célula tenha acesso ao colesterol plasmático ou a algum hormônio precursor àquele que será sintetizado. ❖ Opioides são importantes para a função e a ciclicidade menstrual • Estradiol e a progesterona aumentam a secreção de endorfinas → níveis mais baixos durante a menstruação e elevados na fase lútea • Redução do pulso de LH está ligada ao aumento das endorfinas • Opioides endógenos como beta endorfina, inibem a secreção de gonadotrofinas pela supressão da liberação hipotalâmica do GnRH O Ciclo Ovariano • O ciclo é dividido em três fases (folicular, ovulatória e lútea), com base nas alterações ovarianas e na produção hormonal características de cada fase Fase Folicular • Nessa fase os folículos são preparados para a ovulação → no final há um folículo maduro dominante • O processo dura 10-14 dias e resulta da ação de hormônios e peptídios autócrinos e parácrinos sobre o folículo • A formação dos folículos começa por volta de 20 semanas gestacionais, e eles já estarão formados no nascimento Folículo Primordial • O folículo ovariano é composto por um óvulo central e duas camadas de células somáticas → a granulosa, interna, e a teca, externa • No período embrionário, as células precursoras das células germinativas migram para a crista gonadal, e por volta da 5a semana, o embrião terá o ovário formado • Essas células precursoras (oogônias), ainda diploides, multiplicam-se e atingem 6 a 8mi de células entre 16 e 20 semanas de gestação → parte delas inicia a meiose para formar as células germinativas femininas o Passa a ser denominada óvulos, agora com 23 cromossomos → cerca de 75% entram degeneração e são perdidos durante a vida intrauterina → ao nascimento, a população de óvulos é cerca de 2mi OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 • Uma vez sendo ovulo, cada um é circundado por uma camada células da granulosa inativas → dando origem ao folículo primordial → processo se completa até o 6º mês depois do nascimento o Durante a infância, as células da granulosa oferecem nutrição ao óvulo e secretem um fator inibidor da maturação do oócito que mantém o óvulo parado em seu estado primordial → prófase da meiose o Depois da puberdade, quando FSH e LH da hipófise anterior começam a ser secretados em quantidades significativas, os ovários em conjunto com alguns dos folículos em seu interior, começam a crescer • O folículo destinado a ovular é recrutado logo nos primeiros dias do ciclo menstrual • O primeiro estágio de crescimento folicular é o aumento em 2 a 3x do próprio óvulo o Em seguida ocorre em alguns folículos o desenvolvimento de outras camadas de células da granulosa → esses são chamados de folículos primários Folículos Antrais e Vesiculares • Durante os primeiros dias de cada ciclo mensal feminino, as concentrações de FSH e LH aumentam leve a moderadamente → aumento do FSH ligeiramente maior que de LH e o precede em alguns dias o Eles, especialmente o FSH, causam o crescimento acelerado de 6 a 12 folículos primários por mês → efeito inicial de rápida proliferação das células da granulosa, aparecendo muitas outras camadas dessas células • As células fusiformes do interstício ovariano agrupam-se em camadas por fora das células da granulosa → aparecimento de 2ª massa de células, denominadas teca, que se dividem em duas camadas. o Na teca interna, as células adquirem características epitelioides semelhantes às das células da granulosa, e desenvolvem a capacidade de secretar mais hormônios sexuais esteroides (estrogênio e progesterona) o A teca externa se desenvolve formando uma cápsula de tecido conjuntivo bem vascular, que passa a ser a cápsula do folículo em desenvolvimento ❖ O estrogênio é secretado no folículo e faz com que as células da granulosa formem quantidades cada vez maiores de receptores de FSH → provocando feedback positivo, tornando as células ainda mais sensíveis ao FSH o O FSH hipofisário e os estrogênios se combinam para promover receptores de LH nas células da granulosa, permitindo que ocorra estimulação tambem pelo LH, provocando aumento ainda rápido da secreção folicular ▪ O estrogênio na secreção folicular mais o LH da hipófise anterior agem causando a proliferação das células tecais foliculares e aumentando também a sua secreção • Quando folículos antrais começam a crescer, é de modo quase explosivo → diâmetro do óvulo aumenta > 3-4x o Enquanto o folículo aumenta, o óvulo permanece incrustado na massa de células da granulosa localizada em um polo do folículo. ❖ Depois da fase proliferativa em que o folículo atinge a condição multilamelar, a massa de células da granulosa secreta o fluido folicular, com alta concentração de estrogênio → o acumulo dele forma um antro dentro da massa o O fluido facilita a troca de substâncias entre as células da granulosa e óvulo no chamado crosstalk folicular e exerce regulação do processo de maturação do óvulo • Há crescimento acelerado causado por alguns fatores, levando a folículos ainda maiores → folículos vesiculares • O crescimento do volume de fluido folicular ocorre em direção à superfície do ovário, onde a resistência do tecido é menor → facilita a extrusão do óvulo para a cavidade pélvica • A cavidade antral promove a diferenciação das células da granulosa → células da granulosa do cumulus, que permanecem aderidas ao óvulo e dão suporte ao crescimento e diferenciação, e produzem ácido hialurônico o E as células da granulosa mural, que compõem a parede do folículo juntamente com a teca → tendo função endócrina mais proeminente OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 ➢ Apenas as células da teca externa são vascularizadas → únicas com acesso ao colesterol plasmático e com capacidade de produzir os primeiros esteroides da cascata o Cabe à teca produzir progesterona e androgênios, que entram nas células da granulosa por difusão, e pela aromatase se convertem em estradiol pela ação do FSH • A produção de estradiol pela granulosa é proporcional ao número de células da granulosa que se prolifera no folículo o Essa interação entre as células da teca e granulosa para produção de esteroides sexuais ovarianos é o “mecanismo das duas células” → cadacélula tem papel bem definido, variável de acordo com a fase do ciclo ❖ Após uma semana ou mais de crescimento — mas antes de ocorrer a ovulação —, um dos folículos começa a crescer mais do que os outros, e os outros 5 a 11 involuem → atresia • Hipótese é que a grande qtd de estrogênio no folículo em crescimento rápido deprime a secreção intensa de FSH no hipotálamo → bloqueando o crescimento dos folículos menos desenvolvidos o Esse processo é importante pois permite que apenas um dos folículos cresça o suficiente para ovular → evita que mais de uma criança se desenvolva em cada gravidez • O folículo único atinge diâmetro de 1 a 1,5cm na época da ovulação, quando é denominado folículo maduro. Ovulação • A ovulação na mulher que tem ciclo sexual de 28 dias se dá 14 dias do início da menstruação → variável de um ciclo para outro na mesma mulher • Pouco antes de ovular, a parede externa protuberante do folículo incha rapidamente, e a área no centro da cápsula folicular (estigma), projeta-se como um bico o Em 30min ou mais, o líquido começa a vazar do folículo pelo estigma → 2min depois o estigma se rompe, permitindo que um líquido mais viscoso da porção central do folículo seja lançado para fora ▪ Este carrega consigo o óvulo, cercado milhares de células da granulosa, denominada coroa radiada ❖ O LH é necessário para o crescimento folicular final e para a ovulação → sem ele, mesmo quando grandes quantidades de FSH estão disponíveis, o folículo não progredirá ao estágio de ovulação. • 2 dias antes da ovulação, a secreção de LH pela hipófise anterior aumenta de 6 a 10x, com pico 16h antes o O FSH aumenta cerca de 2-3x, e FSH e LH causam a rápida dilatação do folículo durante os últimos dias antes da ovulação • LH tem efeito nas células da granulosa e tecais, convertendo-as em secretoras de progesterona → a secreção de estrogênio cai cerca de 1d antes da ovulação, e quantidades cada vez maiores de progesterona são secretadas • Nesse ambiente de crescimento rápido do folículo, menor secreção de estrogênio após fase prolongada de sua secreção excessiva, e início da secreção de progesterona, ocorre a ovulação o Sem o pico pré-ovulatório inicial de LH, a ovulação não ocorreria → concentração de LH deve ser mantida por pelo menos 14-27h para completa maturação do oócito • A primeira evidência histológica da ovulação é o aparecimento de vacúolos intracitoplasmáticos de glicogênio subnuclear no epitélio glandular por volta dos dias 17 e 18 do ciclo ❖ O LH ocasiona rápida secreção dos hormônios esteroides foliculares que contêm progesterona • Em algumas horas, a teca externa libera enzimas proteolíticas dos lisossomos → causa dissolução da parede capsular do folículo e enfraquecimento dela, resultando em dilatação do folículo e degeneração do estigma • Simultaneamente, há rápido crescimento de vasos sanguíneos na parede folicular, e são secretadas prostaglandinas nos tecidos foliculares → promovem transudação de plasma p folículo, contribuindo para sua dilatação o A combinação da dilatação folicular e degeneração do estigma faz o folículo se romper, liberando o óvulo o O complexo ovulado é captado pelas fimbrias da tuba ovariana, onde inicia seu trajeto rumo ao útero OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Fase Lútea • Durante as primeiras horas depois da expulsão do óvulo do folículo, as células da granulosa e tecais internas remanescentes se transformam em células luteínicas o Elas aumentam 2-3x em diâmetro, e ganham inclusões lipídicas que lhes dão aparência amarelada ▪ Processo de luteinização, sendo a massa total de células o corpo lúteo o Suprimento vascular bem desenvolvido também cresce no corpo lúteo • Função lútea requer folículo pré-ovulatório bem desenvolvido, boa estimulação de FSH e liberação contínua de LH • As células da granulosa no corpo lúteo desenvolvem retículos endoplasmáticos lisos intracelulares, que formam grandes quantidades de progesterona e estrogênio (com mais progesterona) o As células tecais formam os androgênios androstenediona e testosterona → e a maioria desses também é convertida pela enzima aromatase em estrogênios • O corpo lúteo cresce até cerca de 1,5cm, atingindo esse estágio de desenvolvimento 7 a 8d após a ovulação → depois começa a involuir e perde suas funções secretoras e a característica lipídica 12 dias depois o Passa a ser o corpus albicans, que será substituído por tecido conjuntivo e absorvido ao longo dos meses • A alteração das células da granulosa e tecais internas em células luteínicas depende essencialmente do LH secretado pela hipófise → a luteinização também depende da extrusão do óvulo do folículo • O hormônio local fator inibidor da luteinização ajuda a controlar esse processo pós ovulação ❖ As células luteínicas secretam pequenas quantidades do hormônio inibina, que inibe a secreção de FSH pela hipófise anterior, reduzindo o FSH e LH e levando a perda desses → faz com que o corpo lúteo se degenere • A involução final normalmente se dá ao término de quase 12 dias exatos de vida do corpo lúteo, em torno do 26º dia do ciclo sexual feminino normal, 2 dias antes da menstruação • Aqui, a parada súbita de secreção de estrogênio, progesterona e inibina remove a inibição por feedback da hipófise anterior → que começa a secretar novamente quantidades cada vez maiores de FSH e LH o O FSH e o LH dão início ao crescimento de novos folículos, começando novo ciclo ovariano o A escassez de progesterona e estrogênio, nesse momento, também leva à menstruação uterina Caso ocorra a gestação, a gonadotrofina coriônica humana (HCG) produzida pelo embrião evita a regressão do corpo lúteo, mantendo a esteroidogênese ovariana até a placenta assumir a produção hormonal da gestação. OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Estradiol E Progesterona • Os dois tipos de hormônios sexuais ovarianos são os estrogênios e as progestinas → estradiol é o mais importante dos estrogênios e a mais importante das progestinas é a progesterona Estrogênios • Proliferação e crescimento de células específicas no corpo, responsáveis pelo desenvolvimento da maioria das características sexuais secundárias da mulher • Na mulher não grávida normal, estrogênios são secretados significativamente pelos ovários e em quantidades mínimas pelos córtices adrenais → na gravidez, quantidade enorme de estrogênios é secretada pela placenta • Apenas 3 estrogênios estão presentes em quantidades significativas no plasma feminino → b-estradiol, estrona e estriol → o principal secretado pelos ovários é o b-estradiol, com potência estrogênica muito alta o Pequenas quantidades de estrona também são secretadas, mas grande parte é formada nos tecidos periféricos de androgênios secretados pelos córtices adrenais e pelas células tecais ovarianas • Estriol é um estrogênio fraco, derivado do estradiol e da estrona, convertido no fígado Progestinas • A mais importante é a progesterona, mas pequenas quantidades de 17-ahidroxiprogesterona são secretadas em conjunto e têm os mesmos efeitos • Na mulher não grávida, a progesterona é secretada em quantidades significativas apenas na 2ª metade de cada ciclo ovariano, pelo corpo lúteo SÍNTESE, TRANSPORTE E DEGRADAÇÃO DE ESTROGÊNIO E PROGESTINAS • Todos são esteroides sintetizados nos ovários, do colesterol derivado do sangue e tambem da acetilcoA • Durante a síntese, progesterona e androgênios (testosterona e androstenediona) são sintetizados primeiro o Em seguida, na fase folicular, antes que deixem os ovários, quase todos os androgênios e grande parte da progesterona são convertidos em estrogênios pela enzima aromatase, nas células da granulosa ▪ As células da teca não têm aromatase, então, eles se difundempara as células da granulosa adjacentes, onde são convertidos em estrogênios o Durante a fase lútea, muito mais progesterona é formada do que pode ser totalmente convertida, havendo grande secreção de progesterona no sangue circulante nesse momento • Tanto estrogênios quanto progesterona são transportados no sangue, ligados principalmente à albumina plasmática e a globulinas de ligação específica a estrogênio e progesterona o Ligação entre esses dois hormônios e as proteínas plasmáticas é fraca o bastante para que sejam liberados aos tecidos, durante período de aproximadamente 30min • O fígado conjuga os estrogênios para formar glicuronídeos e sulfatos, e cerca de 1/5 dos produtos conjugados é excretado na bile, com grande parte do restante excretado na urina o O fígado converte estradiol e estrona no estrogênio quase totalmente impotente estriol • Poucos minutos após ter sido secretada, quase toda a progesterona é degradada em outros esteroides que não têm qualquer efeito progestacional, fígado tem papel importante na degradação FUNÇÕES DOS ESTROGÊNIOS • Uma função primária dos estrogênios é causar proliferação celular e crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e outros tecidos relacionados com a reprodução Efeito no útero e órgãos sexuais femininos externos → na infância, os estrogênios são secretados apenas em quantidades mínimas, enquanto na puberdade a qtd aumenta > 20x o Nessa época, os órgãos sexuais femininos se alteram dos de criança para os de adulto • Estrogênios alteram o epitélio vaginal do tipo cuboide para o tipo estratificado, considerado mais resistente a traumas e infecções do que o epitélio das células cuboides pré-púberes o Causam proliferação acentuada do estroma endometrial e grande desenvolvimento das glândulas endometriais, que ajudarão no fornecimento de nutrição ao óvulo implantado Efeitos nas trompas de falópio → fazem com que os tecidos glandulares desse revestimento proliferem, e aumentam o número de células epiteliais ciliadas que revestem as trompas de Falópio • Cílios sempre batem na direção do útero, ajudando a propelir o óvulo nessa direção OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Efeito nas mamas → causam desenvolvimento dos tecidos estromais das mamas, crescimento de um sistema de ductos e depósito de gordura nas mamas o Os lóbulos e alvéolos das mamas se desenvolvem até certo ponto sob a influência apenas dos estrogênios, mas é a progesterona e a prolactina que determinam o crescimento e a função final Efeito no esqueleto → inibem a atividade osteoclástica nos ossos, e estimulam o crescimento ósseo o Causam a união das epífises com a haste dos ossos longos o Osteoporose dos ossos causada por deficiência de estrogênio na velhice • Os estrogênios aumentam ligeiramente o depósito de proteínas o Aumentam o metabolismo corporal e o depósito de gordura subcutânea • Os estrogênios não afetam muito a distribuição de pelos → os androgênios são os principais responsáveis Efeito na Pele → fazem com que a pele desenvolva textura macia e normalmente lisa o Fazem com que a pele se torne mais vascularizada, muitas vezes associado à pele mais quente e maior sangramento nos cortes superficiais do que se observa nos homens Efeito no Equilíbrio Eletrolítico → causam retenção de sódio e água nos túbulos renais o Durante a gravidez, a enorme formação de estrogênios pela placenta pode contribuir para a retenção de líquidos no corpo FUNÇÕES DA PROGESTERONA • A progesterona promove alterações secretoras no endométrio uterino, durante a última metade do ciclo sexual feminino mensal, preparando o útero para a implantação do óvulo fertilizado o o Tambem diminui a frequência e a intensidade das contrações uterinas, ajudando a impedir a expulsão do óvulo implantado Efeito nas trompas de falópio → promove também aumento da secreção pelo revestimento mucoso das trompas de Falópio, necessárias para nutrir o óvulo fertilizado e em divisão • A progesterona promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos das mamas, fazendo com que as células alveolares proliferem, aumentem e adquiram natureza secretora CICLO ENDOMETRIAL MENSAL E MENSTRUAÇÃO • Associado à produção cíclica mensal de estrogênios e progesterona pelos ovários, há um ciclo endometrial no revestimento do útero, que opera por meio de estágios o Proliferação do endométrio uterino, desenvolvimento de alterações secretoras no endométrio e descamação do endométrio (menstruação) FASE PROLIFERTATIVA (estrogênica) • No início de cada ciclo, grande parte do endométrio foi descamada pela menstruação → pequena camada de estroma permanece (camada basal), com células epiteliais restantes apenas nas porções profundas das glândulas e criptas • Sob a influência dos estrogênios, células do estroma e células epiteliais proliferam rapidamente nessa primeira parte do ciclo → superfície endometrial é reepitelizada de 4 a 7d após o início da menstruação o Durante a próxima semana e meia, antes da ovulação, a espessura do endométrio aumenta gradativamente pelo crescente número de células estromais e crescimento das glândulas endometriais e vasos sanguíneos no endométrio → chegando a 3-5mm na época da ovulação • As glândulas endometriais principalmente da região cervical, secretam muco fino e pegajoso o Esses filamentos de muco se alinham ao longo da extensão do canal cervical, formando canais que ajudam a guiar o espermatozoide na direção correta da vagina até o útero FASE SECRETORA (progestacional) • Durante grande parte da última metade do ciclo mensal, depois da ovulação, a progesterona e o estrogênio são secretados em grande quantidade pelo corpo lúteo • Estrogênios causam leve proliferação celular adicional do endométrio durante essa fase, e a progesterona causa inchaço e desenvolvimento secretor acentuados do endométrio o Glândulas aumentam em tortuosidade, e excesso de substâncias secretoras se acumula nas células epiteliais glandulares OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 o Citoplasma das células estromais aumenta, e os depósitos de lipídios e glicogênio aumentam bastante nas células estromais o Fornecimento sanguíneo ao endométrio aumenta ainda mais em proporção ao desenvolvimento da atividade secretora, e os vasos sanguíneos ficam muito tortuosos ▪ Tudo isso acontece para produzir endométrio altamente secretor que contenha muitos nutrientes armazenados → provem condições apropriadas à implantação do óvulo fertilizado ▪ Cerca de 1 semana após a ovulação, o endométrio tem espessura de 5-6mm ❖ A partir do momento em que o óvulo fertilizado chega à cavidade uterina, vindo da trompa de Falópio (3 a 4d depois da ovulação), até o momento em que o óvulo se implanta (7-9d), as secreções uterinas (“leite uterino”) fornecem nutrição ao óvulo em suas divisões iniciais • Quando o óvulo se implanta no endométrio, as células trofoblásticas na superfície do ovo implantado (estágio de blastocisto) começam a digerir o endométrio e absorver as substâncias endometriais armazenadas o Disponibiliza grandes quantidades de nutrientes para o embrião recém-implantado MENSTRUAÇÃO • Se o óvulo não for fertilizado, cerca de 2 dias antes do final do ciclo mensal, o corpo lúteo no ovário subitamente involui por apoptose e a secreção de hormônios ovarianos diminui • A menstruação é causada pela redução de estrogênio e progesterona, especialmente da progesterona, no final do ciclo ovariano mensal → causa a redução da estimulação das células endometriais por esses hormônios, seguida pela involução do endométrio para 65% da sua espessura prévia • Em seguida, nas 24h que precedem a menstruação, os vasos sanguíneos tortuosos das camadas mucosas do endométrio, ficam vasoespásticos →supostamente devido a liberação de material vasoconstritor como PGF2alfa o O vasoespasmo, a diminuição dos nutrientes ao endométrio e a perda de estimulação hormonal desencadeiam necrose no endométrio, especialmente dos vasos sanguíneos ▪ O sangue primeiro penetra a camada vascular do endométrio, e as áreas hemorrágicas crescem rapidamente em 24 a 36h • Gradativamente, as camadas externas necróticas se separam do útero em locais de hemorragia, até que, em cerca de 48h, todas as camadas superficiais do endométrio tenham descamado • A massa de tecido descamado e sangue na cavidade uterina mais os efeitos contráteis das prostaglandinas agem em conjunto, iniciando as contrações para expelir esse conteúdo → 40ml de sangue e 35ml de liquido seroso o O líquido menstrual não coagula porque uma fibrinolisina é liberada junto do material endometrial necrótico → se sangramento excessivo da superfície uterina, a quantidade de fibrinolisina pode não ser suficiente ▪ Coágulos podem representar uma doença uterina • 4 a 7 dias após o início menstrual a perda de sangue cessa, devido a ação reparadora do estrogênio, estase vascular e colapso tecidual o Além disso, a camada basal do endométrio não foi afetada durante a menstruação → ele inicia a reparação de uma nova camada funcional, reiniciando o ciclo endometrial. ❖ Durante a menstruação, grandes quantidades de leucócitos são liberadas em conjunto → é provável que alguma substância liberada pela necrose endometrial cause tal eliminação • Como resultado disso e possivelmente de outros fatores, o útero é muito resistente às infecções durante a menstruação, apesar de as superfícies endometriais estarem desprotegidas OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Puberdade E Menarca • Puberdade significa o início da fase adulta, e menarca significa o primeiro ciclo de menstruação • O período da puberdade é causado por aumento gradual na secreção dos hormônios gonadotrópicos pela hipófise, começando em torno dos 8 anos → culminando no início da puberdade e menstruação, entre 11 e 16 anos o A hipófise infantil e os ovários são capazes de funcionar completamente, se estimulados apropriadamente → porem o hipotálamo não secreta quantidades significativas de GnRH durante a infância ▪ Ele é capaz de secretar esse hormônio, mas o sinal apropriado de alguma outra área do cérebro para desencadear a secreção está ausente • Acredita-se que o início da puberdade se dê por algum processo de amadurecimento que ocorre em alguma outra parte do cérebro, talvez em algum ponto do sistema límbico. Menopausa • Entre 40 e 50 anos de idade o ciclo sexual geralmente torna-se irregular, e a ovulação muitas vezes não ocorre, e depois de alguns meses a anos, o ciclo cessa totalmente o O período durante o qual o ciclo cessa e os hormônios femininos caem a quase zero é a menopausa → causada pelo “esgotamento” dos ovários • Durante toda a vida reprodutiva da mulher, cerca de 400 folículos primordiais crescem em folículos maduros e ovulam, e centenas de milhares de óvulos degeneram • Em torno dos 45 anos, apenas poucos continuam a ser estimulados por FSH e LH, e a produção de estrogênios pelos ovários diminui à medida que o número de folículos primordiais se aproxima de zero • Quando cai abaixo de nível crítico, os estrogênios não conseguem mais inibir a produção de FSH e LH o As gonadotropinas são produzidas em quantidades elevadas e contínuas, mas, como os folículos primordiais remanescentes ficam atrésicos, a produção de estrogênios cai quase a zero • Na menopausa, a mulher precisa reajustar sua vida de uma que era fisiologicamente estimulada pela produção de estrogênio e progesterona para uma desprovida desses hormônios o Essa perda causa mudanças fisiológicas acentuadas, incluindo rubor extremo da pele, sensações psíquicas de dispneia, irritabilidade, fadiga, ansiedade e diminuição da resistência e calcificação dos ossos ▪ A administração diária de estrogênio em pequenas quantidades normalmente reverte os sintomas Ciclos Anovulatórios • Se o pico pré-ovulatório de LH não tiver grandeza suficiente, a ovulação não ocorrerá • As fases do ciclo sexual continuam, mas são alteradas → a ausência de ovulação leva ao não desenvolvimento do corpo lúteo, não havendo quase nenhuma secreção de progesterona durante a última porção do ciclo. o O ciclo é encurtado por vários dias, mas o ritmo continua • Os primeiros ciclos depois do início da puberdade geralmente são anovulatórios, assim como que ocorrem meses a anos antes da menopausa → talvez porque o pico de LH não seja potente o bastante OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 Outros IDADE MATERNA ELEVADA • Não há definição única para gestação tardia, mas a taxa de fecundabilidade inicia seu declínio em torno dos 32 anos, e esse declínio se torna mais acentuado após os 37 anos • A principal causa de abortos espontâneos são trissomia ou aneuploidias, que aumentam com o declínio da qualidade oocitária • Estima-se que 12% das gestações de mulheres < 30 anos evoluam para aborto espontâneo, sendo essa estatística de 15% em mulheres entre 30-34, 25% entre 35-39, 52% entre 40- 44 e 93% para mulheres > 45 • Idade materna > 35 anos também determina aumento de 4-8x na incidência de gestações ectópicas • IDADE PATERNA ELEVADA → associada a aumento das mutações autossômicas dominantes fetais HÁBITOS E AMBIENTE • Álcool é o teratógeno humano de uso mais largamente difundido que impacta o crescimento fetal e o desenvolvimento em todos os estágios da gestação o Não existe dose segura de álcool na gestação e não há clara relação dose-efeito • Tabagismo materno está comprovadamente associado a menor crescimento fetal o Tambem associa-se a subfertilidade e aborto espontâneo, e maior risco de diversas complicações obstétricas ÁCIDO FÓLICO • Uso de ácido fólico reduz incidência de malformações congênitas → reduz 70% incidência de defeitos do tubo neural • Usa-se antes da concepção até a 12 semana → introduzida por medicamento, pois em quantidades presentes em alimentos não são suficientes Métodos Contraceptivos • Impedem que o gameta feminino e masculino se encontre o Divididos em comportamentais, de barreia, definitivos ou químicos • O óvulo permanece viável e capaz de ser fertilizado depois de expelido do ovário, por período não superior a 24h • É preciso haver espermatozoide disponível logo depois da ovulação para haver fertilização → alguns espermatozoides podem permanecer férteis no aparelho reprodutor feminino por até 5 dias • Para que ocorra a fertilização, o intercurso deve ocorrer entre 4 e 5 dias antes da ovulação até algumas horas depois da ovulação → o período de fertilidade durante cada mês é em torno de 4 a 5 dias COMPORTAMENTAIS • Tabelinha → abstinência sexual no período fértil → recomenda-se evitar o intercurso 4 dias antes do dia calculado para a ovulação e 3 dias depois • Falha de até 30% • A dificuldade é predizer o momento exato da ovulação → intervalo da ovulação até o surgimento da próxima menstruação é quase sempre 13 a 15 dias o Se o ciclo for regular, com periodicidade exata de 28 dias → ovulação ocorre no 14º dia o Se a periodicidade for de 40 dias, a ovulação ocorrerá no 26º dia o Se a periodicidade for de 21 dias, a ovulação ocorrerá no 7º dia do ciclo BARREIRA • Fisicamente impede que o ovócito e espermatozoide se encontrem → preservativos feminino e masculino o A taxa de falha é mais ligada ao mau uso → 98% de eficácia o Protege contra IST • Diafragma → tampa a passagem dos espermatozoides para o útero, aplica-se espermicida • DIU → estrutura inserida dentro do útero, sendo o método mais utilizado no mundo o Cobre → a estrutura física dentro do útero impedea contração uterina, causa alterações no endométrio e impede a implantação em caso de fertilização → 99,4% o Hormonal → libera levonorgestrel, que provoca atrofia da cavidade uterina, aumenta o muco cervical e obstrui o orifício das trompas → 99,8% OBSTETRÍCIA Kamila Maragno Peruch UNESC – Turma 192 DEFINITIVOS • Vasectomia → cirurgia que desconecta o ducto deferente responsável por levar o espermatozoide para a uretra no momento da ejaculação o 99,9% • Laqueadura → corte das tubas uterinas o Mulher ovocita e menstrua normalmente, mas não há formação de gametas o 99,5% de eficácia HORMONAIS • Fármacos que possuem estrutura molecular semelhante ao próprio hormônio, entrando em contato com o organismo e suprime o ciclo, não ocorrendo ovocitação • A administração de estrogênio ou progesterona nas quantidades apropriadas, durante a primeira metade do ciclo mensal, pode inibir a ovulação o A administração pode evitar o pico pré-ovulatório da secreção de LH pela hipófise → essencial à ovulação o Evitaria a depressão hormonal ovariana inicial que representaria o sinal desencadeador da ovulação. • Anticoncepcionais de estrogênio e progesterona → atuam pelo feedback negativo, inibindo o hormônio produzido pela adeno hipófise o 97% de eficácia • Implante subcutâneo → bastao com progestangenio e etenogestral colocado sob a pele o 99,9% de eficácia por ate 3 anos • Injeção anticoncepcional → mensal ou trimestral, injeção com progesterona e certos estrogênios, que inibem a ovulação e tornam o muco cervical espesso o 99,4% ❖ No primeiro ano de uso, as taxas de gestação com o uso típico são o < 1% com métodos não relacionados ao coito e que não exigem o envolvimento da usuária → DIUs, implantes subcutâneos de progesterona, contracepção permanente o 6 a 9% com métodos hormonais não relacionados ao coito, que exigem o envolvimento do usuário → contraceptivos orais, injeção de progesterona, adesivo transdérmico, anel vaginal o 10% com métodos relacionados ao coito que exigem envolvimento do usuário → preservativos, diafragmas, métodos de percepção da fertilidade, espermicidas, interrupção do coito) • Se a contracepção falhar, a anticoncepção de emergência pode ajudar a prevenir uma gestação indesejada. Contracepções de emergência não devem ser usadas como um forma regular de contracepção. LITERATURA: - Obstetrícia – Rezende 13 ed. - Ginecologia – tratado da FEBRASGO - Tratado de Fisiologia Médica, Guyton e Hall - 13 ed. - Fisiologia Humana Silverthorn - 7ª ed. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/ginecologia-e-obstetr%C3%ADcia/planejamento-familiar/contracep%C3%A7%C3%A3o-de-emerg%C3%AAncia
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