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Síndrome Consumptiva No Câncer - Uma Visão Geral do Processo de Anorexia-Caquexia

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Síndrome da Anorexia-Caquexia na Neoplasia
1. Definições de Anorexia e Caquexia Neoplásicas
➢ Anorexia: é um processo comum em que há perda da vontade ou não de
alimentação voluntária. É um processo que se inicia com o câncer ou que
ocorre devido a piora do quadro, como nas metástases. As relações são à
náusea e vômito, à doença, aos medicamentos durante o tratamento e ao
desconforto devido à mucosite. Ela consiste na perda de apetite ou
saciedade precoce, combinadas ou não.
➢ Caquexia Cancerosa: síndrome complexa multifatorial em que ocorre um
consumo excessivo dos tecidos muscular e adiposo, com perda progressiva e
involuntário de peso. Pode correr com anemia, astenia, balanço nitrogenado
negativo, disfunção imunológica e alterações metabólicas. Uma síndrome de
má absorção intestinal pode ocorrer em conjunto, porém normalmente está
associada a anorexia.
2.1 Alterações Metabólicas do Paciente com Câncer
Pacientes com câncer podem ser hipermetabólicos, normometabólicos ou
hipometabólicos dependendo do seu estágio de evolução, do tipo de câncer e das
formas de tratamento empregadas. Normalmente, o hipermetabolismo ou
catabolismo constante ocorre nos estágios avançados da doença neoplásica.
Órgãos e tecidos e gerais envolvem-se no aumento do metabolismo basal nas
neoplasias. Porém, tanto os dois tipos abaixo geram perda de peso e caquexia importante:
- Hipermetabólicos: como os tumores gástricos e sarcomas.
- Hipometabólicos: como os melanomas.
Quando temos uma redução calórica no paciente há um mecanismo de
compensação em que também é diminuída a taxa metabólica da pessoa. Enquanto que no
paciente com câncer essa adaptação não acontece, referindo que uma menor ingesta de
calorias, contínua ou até mesmo aumenta a taxa metabólica. Esse fator gera o esgotamento
das reservas energéticas, seja de carboidratos, proteínas ou lipídios.
2.1.1 Tabela De Alterações Metabólicas nos Ciclos de Produção Energética
Carboidratos Principal substrato da célula cancerígena, cerca de 30 vezes mais
que uma célula normal. Há o processo de glicólise aeróbica( efeito
Warbug), com produção elevada hepática de glicose pelo lactato
liberado( Ciclo de Cori) e aumento do consumo de aminoácidos para
formar energia( Gliconeogênese). O resultado é uma perda de peso
e massa corpórea devido a elevação de todos esses processos
citados. Outro processo adjuvante é a resistência insulínica que
leva uma semelhança com a diabetes, devido ao processo
inflamatório constante que reduz a sensibilidade das células beta
pancreáticas e dos tecidos periféricos.
Proteínas O paciente com câncer não apresenta mecanismo poupador deproteínas, então a sua proteólise é constante, não havendo redução
de catabolismo muscular, que leva à depleção proteica e atrofia
muscular, visceral e hipoalbuminemia( devido ao excesso de
proliferação celular). Além disso, outro processo envolvido é a
utilização do metabolismo da glutamina para formação de
precursores anapleróticos, que participam do ciclo de produção
energética, enquanto ocorrer oxigenação da célula tumoral.
Lipídios Existe uma depleção da reserva lipídica e ocorre aumento do
colesterol circulante pela síntese constante das membranas de
células tumorais. Isso devido a lipólise excessiva com acentuada
diminuição da lipogênese. A consequência disso, é uma queda da
lipase lipoprotéica, gerando por fim a hiperlipidemia. O mecanismo
de adaptação a presença de glicose não é correspondido e mesmo
com ela, temos uma depleção lipídica.
OBSERVAÇÕES:
➢ Efeito Warbug: defeito causado pelo desenvolvimento tumoral no qual há a
presença de glicólise aeróbia, mesmo na presença de oxigenação adequada,
pela preferência do tumor em produzir lactato e acidose extracelular que
ajuda na destruição de células normais.
➢ Ciclo de Cori: é o mecanismo de transformação do lactato em piruvato no
fígado, que posteriormente virará glicose para serem reaproveitadas pelas
células do corpo.
➢ Mecanismo poupador de proteínas: no jejum agudo temos a degradação do
músculo esquelético para dar aminoácidos para a gliconeogênese. No jejum
prolongado, há diminuição dessa quebra das fibras e conservação do
nitrogênio para evitar que se perca a musculatura funcional.
2.2 Alterações de citocinas
As citocinas são reguladoras de várias mudanças fisiológicas, regulam a
resposta inflamatória ao tumor maligno, a absorção de energia e o gasto metabólico.
Existem três tipos importantes que influenciam juntos a caquexia.
2.2.1 Tabela de Danos ao Metabolismo Promovidos pela Liberação de
Citocinas
Fator de
Necrose
Tumoral
(TNF-alfa)
Ele também é conhecido como caquexina, sendo secretado por
macrófagos devido ao crescimento tumoral ou infecções bacterianas.
Há a anorexia por ele devido a inibição dos centros de saciedade e a
síntese de lipoproteína lipase. Além disso, ele ativa o sistema de
coagulação, aumenta a síntese proteica nos hepatócitos e promove o
choque endotóxico.
Interleucina 1
(IL-1)
Secretada pelos macrófagos, inicia a caquexia. Ela produz os
mesmos efeitos da citocina acima e não tem efeito muscular, é menos
danosa quando comparada ao TNF. Ela age sobre o centro de apetite,
induzindo a saciedade e diminuindo a ingesta de água e comida.
Interleucina 6
(IL-6)
É produzida por macrófagos, monócitos e fibroblastos. Produz as
proteínas da fase aguda da inflamação e sintetiza fibrinogênio. Têm
efeito pequeno sobre a proteólise muscular. Também interfere na
ingesta alimentar, desencadeando a anorexia e a caquexia.
2.3 Alterações Hormonais
Os sistemas simpático e parassimpático, sistema autônomo, controlam a
ingestão alimentar. Existem hormônios importantes para esse controle: leptina,
neuropeptídeo, grelina, insulina e melanocortina.
2.3.1 Tabela das Alterações Metabólicas pela Atuação Hormonal no Câncer
Leptina Hormônio secretado pelo tecido adiposo que regula o peso, pelo
controle da concentração lipídica corporal. Quanto mais perda de
peso maior o nível de leptina e de gordura, ela inibe a ingestão e
aumenta o metabolismo calórico, pelo feedback hipotalâmico,
ativando o catabolismo e inibindo o anabolismo.
Neuropeptídeo
y ( NPY)
Um peptídeo estimulador do apetite, regulador da ansiedade,
resistência vascular e periférica. Eles promovem a atividade
lipogênica enzimática no tecido adiposo, reduzindo a atividade do
SNS( Sistema Nervoso Simpático) e inibindo a lipólise. Há diminuição
nos níveis de liberação do mesmo em situações de estresse celular.
Grelina É um neuropeptídeo secretado endocrinamente que regula o apetite
e o peso. Ele tem seu nível aumentado durante o jejum, e diminuído
no pós-prandial. Nos pacientes com caquexia por câncer há um
bloqueio da resposta adaptada que faz com que o apetite diminua,
devido à concentração baixa do mesmo.

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