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TEORIAS PEDAGÓGICAS E DIDÁTICA

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TEORIAS 
PEDAGÓGICAS E 
DIDÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A teoria educacional trata dos fins da educação e da relação 
da educação e sociedade, apontando as relações que se 
estabelecem entre essas duas realidades. A teoria 
pedagógica se propõe a objetivar e orientar o trabalho do 
professor e da instituição escolar no processo de ensino e 
aprendizagem. A organização do trabalho pedagógico ou 
a organização pedagógica do trabalho se inclui dentro da 
teoria pedagógica com uma especificidade de condução do 
processo de trabalho em sala de aula. A didática é uma parte 
ou uma dimensão da organização do trabalho pedagógico 
que se refere mais especificamente ao fazer do professor 
enquanto ensinante e ao fazer do aluno enquanto 
aprendente. A didática possibilita a articulação entre ensino 
e sociedade, buscando a compreensão de qual concepção de 
homem e sociedade fundamentam determinada forma de se 
organizar os objetivos, os conteúdos, os procedimentos, os 
recursos e a avaliação da aprendizagem. Mas, então, o que 
estuda a didática? Na formação do professor, 
a didática consiste em uma disciplina que discute o processo 
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&docid=HJWs4b6hv02wmM&tbnid=bc6DLuW5zJ3GxM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fwww.casasbahia.com.br%2FUma-Didatica-para-a-Pedagogia-Historico-Critica-Joao-Luiz-Gasparin-1731917.html&ei=OvkEU_jQK4f7kQeUhYDoAw&bvm=bv.61535280,d.eW0&psig=AFQjCNE7eAux80xoMemcFDmkcXgzPH6GNw&ust=1392921270783421
 
 
de ensino e aprendizagem, possibilitando uma reflexão sobre 
o papel social da escola, em uma visão contextualizada e 
histórica. Para Libâneo (2002, p. 8) a didática consiste em uma 
disciplina que se dedica ao estudo do “[...] processo de ensino 
no qual os objetivos, os conteúdos, os métodos e as formas 
de organização da aula se combinam entre si, de modo a criar 
as condições e os modos de garantir aos alunos uma 
aprendizagem significativa”. O ensino pode ser definido 
como um processo de comunicação com propósitos bem 
definidos, sendo uma ação intencional, que acontece através 
de ações planejadas, possibilitando a construção do 
conhecimento necessário à inserção social. O trabalho em 
sala de aula está associado às concepções sobre educação 
que o professor acredita. A sala de aula é um espaço rico de 
interações, onde todos podem ter acesso ao conhecimento 
se respeitada suas individualidades. 
Para saber mais, leia “O essencial da didática e o trabalho de 
professor – em busca de novos caminhos” de José Carlos Libâneo, 
disponível 
em: http://www.ucg.br/site_docente/edu/libaneo/pdf/didaticad
oprof.pdf 
 
Considerando que o campo da didática é o ensino, compete a 
ela, investigar os nexos entre ensino e aprendizagem para 
propor princípios, formas, diretrizes comuns e fundamentais 
ao ensino (Libâneo, 2002). Porém, para compreendermos a 
didática precisamos situá-la no tempo, isto é, conhecer sua 
evolução no contexto da história da educação. 
http://www.ucg.br/site_docente/edu/libaneo/pdf/didaticadoprof.pdf
http://www.ucg.br/site_docente/edu/libaneo/pdf/didaticadoprof.pdf
 
 
A didática desde os seus primórdios percorreu um longo 
caminho, do ponto de vista de sua teoria e prática, sendo 
voltada na escola tradicional para conteúdos e regras, 
caracterizada por um formalismo lógico. Falar em didática 
tradicional é lembrar autores como Comênio, que escreveu o 
livro denominado “Didática Magna” sendo considerado, 
dessa forma, o pai da Didática. Comênio (1592-1670) defende 
um método único e define a didática como a arte de ensinar 
tudo a todos. Comênio partia do princípio que a educação 
deve oferecer a sabedoria, a moralidade, a religião e levar o 
homem a felicidade eterna com Deus, pois é um direito 
natural das pessoas. Acreditava que a assimilação dos 
conhecimentos não acontecia de forma instantânea e 
valorizava a percepção sensorial dos alunos, sendo que o 
planejamento de ensino deveria obedecer à natureza infantil, 
ou seja, cada conteúdo de uma vez. No tocante ao Brasil, 
Veiga (2000) caracteriza o percurso histórico da didática 
dividindo-o em dois momentos: de 1549 até 1930 e o segundo 
de 1930 até a atualidade. O período inicial da Didática de 1549 
a 1930 iniciou com a vinda dos padres jesuítas ao Brasil. “A 
educação não era considerada um valor social importante. A 
tarefa educativa estava voltada para a catequese e instrução 
dos indígenas, entretanto, para a elite colonial, outro tipo de 
educação era oferecido”. (VEIGA, 2000, p. 34). A educação dos 
jesuítas era contrária ao senso crítico e pregava formas 
dogmáticas de pensamento, privilegiando a memória e a 
formação do caráter. Pregavam uma educação não crítica, 
valorizando a memória e o raciocínio e privilegiando 
formação dos padres e a didática era voltada para um 
conjunto de regras. Com a expulsão dos jesuítas, inicia-se 
uma nova fase com Marquês de Pombal que é marcada pela 
educação laica, na qual professores leigos assumem o ensino 
por meio das aulas régias. O ensino permaneceu centrado no 
professor, transmissor da cultura geral de forma 
 
 
enciclopédica. A didática nesse período estava centrada no 
“intelecto, na essência, atribuindo um caráter dogmático aos 
conteúdos, os métodos são princípios universais e lógicos” 
(VEIGA, 2000, p. 36). O método aplicado era o de Hebart que 
propunha os como passos: a preparação, a apresentação, a 
comparação, a assimilação, a generalização e a aplicação. 
Aprofunde seu conhecimento, lendo o texto “A trajetória histórica 
da didática “ de Amélia Domingues de Castro, disponível 
em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_11_p015-
025_c.pdf 
 
 
Assista ao vídeo Didática Geral: A Identificação da 
Didática, disponível em: http://youtu.be/pDMjytkuJJw 
Agora que assistiu ao vídeo, reflita como a didática evoluiu e 
como os avanços nesse campo tem contribuído para o 
processo de ensino e aprendizagem. 
Vamos agora, dar sequência ao nosso estudo, conehcendo 
mais um pouquinho sobre a didática e as tendências 
pedagógica. 
O segundo período da história da didática marcado por Veiga 
(2000), que se inicia na década de 30 e estende-se até a 
atualidade. No período de 1930 a 1945, ocorreram 
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_11_p015-025_c.pdf
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_11_p015-025_c.pdf
http://youtu.be/pDMjytkuJJw
 
 
transformações de cunho socioeconômico, e se iniciou no 
Brasil o período republicano marcado pelas concepções 
humanistas. Em 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Escola 
Nova contou com a participação de vários educadores como 
Lourenço Filho e Anísio Teixeira. Caracterizou-se como um 
movimento de reação ao desinteresse político da época pela 
educação, sendo influenciado por ideias humanistas e pelas 
ideias de Dewey. A escola nova é respaldada em princípios 
psicológico, voltado ao desenvolvimento humano. Valoriza a 
pedagogia experimental, na qual os conteúdos cognitivos se 
deslocam para os métodos e processos pedagógicos, o 
centro do processo de ensino passa a ser o aluno. Preocupa-
se com o interesse, a espontaneidade, a qualidade. Ensinar é 
criar condições de aprendizagem. O importante não é 
aprender, mas aprender a aprender. O professor assume o 
papel de estimulador e orientador da aprendizagem. Essas 
ideias perdem força no período de 1937 a 1945 com a 
ditadura Militar de Getúlio Vargas. Porém, ressurgem com o 
movimento desenvolvimentista e a educação popular de 
Paulo Freire no final dos anos 50 e início dos anos 60. 
Novamente são abortadas com a ditadura militar dos anos 60 
e 70. Nesse período, o Brasil importa modelos de educação 
por meio de diversos acordos com os Estados Unidos, 
baseados na tendência tecnicista “inspirada nos princípios da 
racionalidade, eficiência e produtividade”. Ocorre a 
fragmentação do trabalho pedagógico (VEIGA, 2000, p.34). 
O tecnicismo na educação é marcados pela visão da escola 
como empresa (centrado no fordismo), pela racionalidade 
técnica, pela valorização do planejamento, pela divisão de 
tarefas entre quem planeja e quem executa, pela tecnologia 
educacional e por questões metodológicas colocadas acima 
do próprio conhecimento. A didática assume um caráter 
técnico e prescritivo, sendo encarada como mero repasse de 
técnicas e formas de ensinar. Com esse perfil, é introduzida 
 
 
como disciplina nos cursos de formação de professores. 
Acentua-se ainda mais a desvinculação entre teoria e prática 
e “o formalismo didático por meio dos planos elaborados de 
acordo com normas prefixadas. A Didática é concebida como 
estratégia para alcance dos produtos previstos para o 
processo ensino e aprendizagem” (VEIGA, 2000, p. 41). 
Surgem no Brasil, na década de 80 as teorias crítico-
reprodutivistas ou progressistas que buscam combater o 
caráter reprodutor da escola. Nessas, a didática deixa em 
segundo lugar a dimensão técnica e o senso crítico, passa a 
ser objetivo de professores e alunos. A perspectiva 
dialética traz desafios como a superação do formalismo 
didático priorizando a articulação e o trabalho dialético, 
avançando na reflexão. A educação não é mais ou processo 
de facilitação ou transmissão, mas de mediação, voltando-se 
para as camadas desfavorecidas economicamente. 
A didática vai além dos “métodos e das técnicas, procurando 
associar escola-sociedade, teoria-prática, conteúdo-forma, 
técnico-político, ensino-pesquisa” (VEIGA, 2000, p. 39). Assim, 
a didática busca recuperar suas atividades pedagógicas, 
analisando a realidade social e buscando mudanças na 
docência, através de seu compromisso com a formação. 
Aprofunde seu conhecimento, lendo o texto “Tendências 
Pedagógicas” disponível em 
http://academico.ifam.edu.br/Uploads/MATERIAIS_AULAS/2903
9-Tend%C3%AAncias_Pedag%C3%B3gicas.pdf 
 
http://academico.ifam.edu.br/Uploads/MATERIAIS_AULAS/29039-Tend%C3%AAncias_Pedag%C3%B3gicas.pdf
http://academico.ifam.edu.br/Uploads/MATERIAIS_AULAS/29039-Tend%C3%AAncias_Pedag%C3%B3gicas.pdf
 
 
 
Resumo: 
Nessa webaula você foi levado a conhecer um pouco sobre a 
didática e as teorias pedagógicas. Fizemos um breve passeio 
pelo contexto histórico, a fim de conhecer a história da 
didática e conceituá-la. Situamos o surgimento das teorias 
pedagógicas nas tendências pedagógicas que marcaram 
cada época e que ainda são presentes até os dias de hoje. 
Referências 
LIBÂNEO, José Carlos. Didática: velhos e novos temas. Edição 
do autor. Maio de 2002. Disponível em: http://www.iesp-
rn.com.br/ftpiesp/Disciplinas%20PROISEP/M%F3dulo%203/2
-DID%C1TICA_DO_ENSINO/Texto%20Complementar%20-
%20Did%E1tica%20-
%20Velhos%20e%20novos%20temas.pdf 
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Coord.). Repensando a 
didática. 16. ed. Campinas: Papirus, 2000. 
 
 
 
http://www.iesp-rn.com.br/ftpiesp/Disciplinas%20PROISEP/M%F3dulo%203/2-DID%C1TICA_DO_ENSINO/Texto%20Complementar%20-%20Did%E1tica%20-%20Velhos%20e%20novos%20temas.pdf
http://www.iesp-rn.com.br/ftpiesp/Disciplinas%20PROISEP/M%F3dulo%203/2-DID%C1TICA_DO_ENSINO/Texto%20Complementar%20-%20Did%E1tica%20-%20Velhos%20e%20novos%20temas.pdf
http://www.iesp-rn.com.br/ftpiesp/Disciplinas%20PROISEP/M%F3dulo%203/2-DID%C1TICA_DO_ENSINO/Texto%20Complementar%20-%20Did%E1tica%20-%20Velhos%20e%20novos%20temas.pdf
http://www.iesp-rn.com.br/ftpiesp/Disciplinas%20PROISEP/M%F3dulo%203/2-DID%C1TICA_DO_ENSINO/Texto%20Complementar%20-%20Did%E1tica%20-%20Velhos%20e%20novos%20temas.pdf
http://www.iesp-rn.com.br/ftpiesp/Disciplinas%20PROISEP/M%F3dulo%203/2-DID%C1TICA_DO_ENSINO/Texto%20Complementar%20-%20Did%E1tica%20-%20Velhos%20e%20novos%20temas.pdf

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