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APOSTILA-COMPLETA-SOCIOLOGIA-DA-EDUCAÇÃO-1 FAVENI

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FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
VENDA NOVA DO IMIGRANTE - ES 
 
 
SUMÁRIO 
1 SOCIOLOGIA: O QUE É? .................................................................................... 6 
1.1 Antecedentes históricos ................................................................................. 6 
2 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ................................................................................. 8 
2.1 Divisão de classes. ........................................................................................ 8 
2.2 As mudanças no mundo do trabalho .............................................................. 9 
2.3 O sentido do trabalho ................................................................................... 10 
3 HOMEM E NATUREZA ...................................................................................... 12 
3.1 Os Séculos XVIII e XIX: Novo caráter do trabalho e suas relações no filme 
Tempos Modernos ................................................................................................. 13 
4 IMAGENS DE INADEQUAÇÃO PARA O TRABALHO NO FILME ..................... 15 
5 O PAPEL POLÍTICO DA GREVE ....................................................................... 17 
5.1 Revolução Francesa .................................................................................... 19 
5.2 Direitos civis ................................................................................................. 20 
6 AUGUSTO COMTE: SURGE A CIÊNCIA DA SOCIEDADE............................... 21 
6.1 Positivismo ou cientificismo .......................................................................... 21 
7 O POSITIVISMO ................................................................................................. 23 
7.1 A lei dos três estados ................................................................................... 24 
8 A EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE ........................................................................ 25 
8.1 Ciência e senso comum ............................................................................... 26 
9 A INFLUÊNCIA DO POSITIVISMO .................................................................... 28 
10 ENTENDENDO O CONCEITO ........................................................................ 29 
10.1 Como Durkheim concebe a sociedade ........................................................ 30 
11 SOCIEDADE MECÂNICA E ORGÂNICA ........................................................ 31 
12 POSITIVISMO E EDUCAÇÃO ........................................................................ 32 
 
13 O POSITIVISMO E A ESCOLA ....................................................................... 33 
13.1 A Influência do Positivismo no Brasil ........................................................... 35 
14 MARX WEBER: O SOCIÓLOGO DA BUROCRACIA E DA 
RACIONALIDADE........... .......................................................................................... 36 
15 AÇÃO SOCIAL ................................................................................................ 38 
15.1 Outro conceito importante de Weber: Os tipos ideais .................................. 42 
16 RACIONALIZAÇÃO DO MUNDO SOCIAL ...................................................... 43 
16.1 Karl Marx: A Sociologia da luta de classes .................................................. 44 
17 CRÍTICA DE MARX AO CAPITALISMO .......................................................... 46 
17.1 Continua a crítica de Marx ao capitalismo.................................................... 47 
17.2 A atividade humana: A prática ..................................................................... 47 
17.3 Atenção no Conceito Importante de Marx .................................................... 48 
17.4 O que importava para Marx então? .............................................................. 48 
17.5 Ideologia para Marx significa de acordo com o sociólogo Michael Lowy: .... 49 
18 A LUTA DE CLASSES ..................................................................................... 50 
18.1 Propriedade privada dos meios de produção capitalista .............................. 51 
19 A CRÍTICA AO CAPITALISMO NA ARTE ....................................................... 52 
20 A INFLUÊNCIA DA TEORIA MARXISTA ........................................................ 55 
21 MARX E A EXPANSÃO DO CAPITALISMO ................................................... 57 
21.1 O que dizer do proletariado na teoria Marxista? .......................................... 58 
22 O ESTADO NA TEORIA MARXISTA .............................................................. 60 
22.1 Como o proletário adquire a consciência de classe? ................................... 61 
23 REIFICAÇÃO, O QUE É? ................................................................................ 63 
23.1 Conhecimento de Marx aplicados à Educação ............................................ 63 
24 A TEORIA DE DURKHEIM NA EDUCAÇÃO ................................................... 65 
25 O PAI DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO: DURKHEIM ................................. 65 
26 WEBER E A EDUCAÇÃO ............................................................................... 68 
 
27 OS GRANDES SOCIÓLOGOS DO BRASIL ................................................... 69 
27.1 a) Florestan Fernandes ................................................................................ 70 
27.2 O pai da sociologia brasileira ....................................................................... 71 
28 DARCY RIBEIRO: O BRASIL COMO MISSÃO ............................................... 73 
28.1 Gilberto Freyre: autor de Casa Grande & Senzala ....................................... 74 
28.2 Você sabe o que é patrimônio imaterial? ..................................................... 75 
28.3 Sergio Buarque de Holanda ......................................................................... 76 
29 HOMEM CORDIAL: A IDENTIDADE BRASILEIRA NA VISÃO DE SÉRGIO 
BUARQUE. ................................................................................................................ 76 
29.1 Caio Prado Junior. ....................................................................................... 77 
30 FERNANDO HENRIQUE CARDOSO ............................................................. 79 
30.1 No que consiste a teoria do desenvolvimento de Fernando Henrique 
Cardoso? ................................................................................................................ 79 
31 SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO ....................................................................... 80 
32 CONCEITO DE EDUCAÇÃO .......................................................................... 84 
33 CAMPO DA SOCIOLOGIA .............................................................................. 87 
34 DESCOBERTA DA INFÂNCIA ........................................................................ 90 
35 A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA .................................................................. 93 
36 REFLETINDO SOBRE AS CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO ......................... 96 
37 REPRODUÇÃO NA ESCOLA ......................................................................... 99 
37.1 Pierre Bourdieu .......................................................................................... 100 
38 ESCOLA: DESIGUALDADE LEGÍTIMA? ...................................................... 102 
39 A TRANSMISSÃO DO CAPITAL CULTURAL ............................................... 103 
40 RENDA E CULTURA: ATRIBUTOS FAMILIAR ............................................. 104 
41 A ESCOLHA DO DESTINO E A QUESTÃO DO ETHOS FAMILIAR ............ 106 
42 COMO A ESCOLA CUMPRE A FUNÇÃO DE CONSERVAR AS 
DESIGUALDADES SOCIAIS? ................................................................................109 
43 VIOLÊNCIA SIMBÓLICA ............................................................................... 112 
 
44 BOURDIEU E A EDUCAÇÃO ....................................................................... 113 
45 CAPITAL CULTURAL .................................................................................... 114 
46 A SOCIOLOGIA NA ESCOLA ....................................................................... 116 
47 PAULO FREIRE: A IMPORTÂNCIA DO PENSAMENTO EDUCACIONAL 
BRASILEIRO. .......................................................................................................... 118 
48 FREIRE E BOURDIEU .................................................................................. 121 
49 ESCOLA: UM AMBIENTE POLÍTICO ........................................................... 124 
50 ENSINAR É TRANSFORMAR....................................................................... 126 
51 A SOCIEDADE NA VISÃO DE FREIRE ........................................................ 129 
52 FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA PARA OS PIONEIROS DA ESCOLA 
NOVA.............. ........................................................................................................ 131 
53 ENTENDENDO A POLÍTICA DA EDUCAÇÃO .............................................. 134 
54 PARA ENTENDER A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL .............. 137 
55 ESCOLA TECNICISTA .................................................................................. 138 
56 E COMO FICA A FORMAÇÃO? .................................................................... 142 
57 PENSANDO NA AVALIAÇÃO ....................................................................... 144 
58 FORMAÇÃO DOCENTE ............................................................................... 145 
59 RETRATO DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA ........................ 147 
60 PARA VOCÊ ENTENDER O QUE SIGNIFICA CAPITAL HUMANO: ............ 150 
61 CRÍTICA À TEORIA DO CAPITAL HUMANO ............................................... 152 
61.1 Retrospectiva a partir dos clássicos: .......................................................... 153 
62 OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA .............................................................. 156 
63 FECHANDO COM CHAVE DE OURO .......................................................... 158 
64 MORIN E A EDUCAÇÃO .............................................................................. 160 
65 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ............................................................. 164 
 
 
6 
 
1 SOCIOLOGIA: O QUE É? 
 
Fonte: educacaodialogica.blogspot.com.br 
 
A sociologia é antes de tudo uma ciência. Uma ciência social. Neste sentido 
você deve compreender que esta disciplina não pode ser identificada como 
simplesmente estudo da sociedade como é comumente definida pelo senso comum. 
Deve-se, perguntar, portanto: que estudo e para qual sociedade? Significa dizer que 
por ser ciência ela possui um método de investigação. Mas antes de saber sobre os 
métodos de investigação e o paradigma do conhecimento da sociologia, é necessário 
reconhecer o universo histórico do seu surgimento. 
1.1 Antecedentes históricos 
A sociologia é parte integrante das ciências sociais juntamente com a 
antropologia e a ciência política. Isto significa que estes três disciplinas tem em 
comum tanto o paradigma de sua construção e constituição quanto sua metodologia. 
A busca do entendimento sobre a sociedade é possível imaginar, é um exercício que 
sempre esteve presente na vida das relações humanas, vimos que mesmo na 
http://educacaodialogica.blogspot.com.br/2013/04/o-que-e-sociologia-resenha-do-livro.html
 
7 
 
Grécia, com os Sofistas, chamados também de pedagogos já se discutiam fatos 
sociais, políticas e economia. Pode-se dizer, então, que já existia a sociologia como 
ciência? 
 
 
 
 
Fonte: pedagogia2015-anhanguera.blogspot.com.br 
 
A sociologia como disciplina científica vai surgir no início do século XIX, como 
uma resposta acadêmica para o novo desafio da modernidade: o mundo estava se 
tornando cada vez menor e mais integrado, a consciência das pessoas sobre o 
mundo estava aumentando e dispersando. Os sociólogos não só esperavam 
entender o que mantinha os grupos sociais unidos, mas desenvolver um “antídoto” 
para a desintegração social. 
O termo sociologia foi criado pelo Francês Auguste Comte, que associou a 
palavra sócio do latin socius (associação) e o grego lógus (estudo). Ele pretendia 
juntar todos os estudos sobre a humanidade, incluindo história, economia e 
psicologia. 
Dois eventos foram marcantes para o início desta ciência: A revolução 
Industrial e a Revolução Francesa. 
 
http://pedagogia2015-anhanguera.blogspot.com.br/2015/04/teoria-ou-concepcao-essencialista.html
 
8 
 
2 REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
Fonte:lingua-bocaberta.blogspot.com.br 
 
A Revolução Industrial ocorrida na Europa (principalmente na Inglaterra) no 
século XVIII, mudou radicalmente a estrutura da sociedade. Homens passaram a ser 
substituídos por máquinas, que produziam mais e custavam muito menos. Isto fez 
com que os problemas sociais aumentassem, pois muitas pessoas que antes 
trabalhavam de forma artesanal, ficaram sem emprego. Eram acostumadas a uma 
forma mais lenta de vida, no meio rural, trabalhando apenas para sobreviver da 
terra. Agora passariam a trabalhar muitommais para os empresários, ganhando às 
vezes menos do que estavam ganhando antes. 
2.1 Divisão de classes. 
A sociedade se dividiu em Burgueses, os que detinham as fábricas e 
controlavam a economia, e os Proletariados, que tinham a força de trabalho. 
O capitalismo se fortaleceu quem produzisse mais, estava acima dos outros. 
 
http://lingua-bocaberta.blogspot.com.br/2013/05/revolucao-industrial-pioneirismo-ingles.html
http://www.infoescola.com/historia/capitalismo/
 
9 
 
 
Fonte: www.cinevest.com.br 
2.2 As mudanças no mundo do trabalho 
 
Fonte: kdfrases.com 
A revolução industrial mudou a forma e a estrutura do trabalho e das relações 
de produção. Da manufatura ao trabalho nas fábricas e nas indústrias. Este ponto é 
de fundamental importância para o seu entendimento das consequências que esta 
revolução trouxe para a humanidade de forma geral, mesmo que ainda no seus 
primórdios é possível visualizar em longo prazo fortes transformações sentidas até 
hoje na estrutura de produção e reprodução social. 
http://www.cinevest.com.br/materias/Tempos-Modernos-trabalho-alienado-na-Revolucao-Industrial-Entenda-melhor-o-filme%2C2%2C28
http://kdfrases.com/frase/97315
 
10 
 
2.3 O sentido do trabalho 
 
Fonte: pt.slideshare.net 
 
A origem da palavra trabalho tem sido comumente atribuída ao latim tripalium, 
instrumento de tortura utilizado para empalar prisioneiros de guerra e escravos 
fugidios. O sentido da palavra trabalho atribuído há séculos passados é 
responsável por inúmeros preconceitos e padrão relacionados à atividade que 
tem atribuído uma separação hierárquica de funções, que irá se refletir 
posteriormente em desigualdades sociais. 
A origem da palavra trabalho tem sido comumente atribuída ao latim tripalium, 
instrumento de tortura utilizado para empalar prisioneiros de guerra e escravos 
fugidios. Assim, em sua própria terminologia, o trabalho carrega uma carga de 
esforço e desprazer, o que é extremamente compreensível em sociedades onde 
predominavam o trabalho forçado e que atividades produtivas eram desprezadas e 
executadas tão somente por escravos como na Grécia e Roma antigas, cabendo aos 
homens livres a execução de atividades intelectuais ligadas às ciências e às artes. 
Pode-se afirmar que o trabalho é o ato que o homem executa visando 
transformar conscientemente a natureza, é uma ação em que o homem media, 
regula e controla seu metabolismo com a natureza. 
 
http://pt.slideshare.net/leticiajahn/sociologia-o-que-trabalho
 
11 
 
 
Fonte: kdfrases.com 
A origem do trabalho encontra-se nanecessidade de a humanidade satisfazer 
suas necessidades básicas, evoluindo para outros tipos de necessidades, mesmo 
supérfluas. Assim, trabalhar é produzir riqueza, o que é necessário em todos os 
modos de produção, seja no comunal primitivo, no escravista, no feudal, no 
capitalista, e mesmo nas experiências socialistas. O que muda é a forma de produzir, 
a tecnologia utilizada, e a relação entre o sujeito que produziu e o que se apropria do 
que foi produzido, que varia de acordo com a forma de organização da sociedade. 
Uma sociedade não vive sem o trabalho, na verdade, pode-se dizer que o 
homem evoluiu de sua condição animal até sua condição atual devido ao seu 
trabalho. Engels (s/d, p. 270) afirma que o homem modifica sua relação com a 
natureza devido ao trabalho. Se na condição animal ele tinha de submeter-se às leis 
da natureza, através do trabalho ele busca dominar a natureza, transforma- a em 
proveito próprio. Passa de ser dominado a ser dominante devido ao 
desenvolvimento do trabalho. 
http://kdfrases.com/frase/105389
 
12 
 
3 HOMEM E NATUREZA 
 
 
 
O próprio desenvolvimento do seu corpo, do cérebro, da fala, e da relação 
entre os homens origina-se do trabalho. Desta forma, Engels afirma que o trabalho 
criou o homem e o homem criou o trabalho, sendo esta uma ação exclusivamente 
humana, pois assume uma forma consciente, não intuitiva, pois antes de produzir 
um objeto é necessário ao trabalhador elaborálo inicialmente em seu cérebro para 
só então partir para a execução. Já as atividades que os animais executam (a 
aranha e sua teia, o joão-de-barro e sua casa) são meramente intuitivas, daí trabalho 
ser uma atividade exclusiva da espécie humana. 
Para Marx, o único bem que o trabalhador possui devido a não ser 
proprietário de meios de produção é a sua força de trabalho, a sua capacidade de 
trabalhar, sendo por isso que o trabalhador é obrigado a vender sua força de 
trabalho ao capital. Ao contrário de sociedades pré-capitalistas como o feudalismo e 
a escravidão, no capitalismo o trabalhador entrega sua capacidade de trabalhar por 
um tempo determinado através de um contrato de trabalho. 
Além do estabelecimento de um contrato de assalariamento que regula as 
relações capital-trabalho, algumas diferenças podem ser encontradas no trabalho 
sob o modo de produção capitalista em comparação com sociedades pré-
capitalistas. Como já visto, o trabalho era desprezado na Grécia e Roma antigas, 
fazendo com que a socialização dos indivíduos ocorresse fora do trabalho, enquanto 
 
13 
 
na sociedade capitalista a socialização dos indivíduos ocorre exatamente nas 
relações de trabalho. 
Percebe como o sentido atribuído ao trabalho vai sofrer alterações ao longo 
da história? Para você entender, principalmente o pensamento de Karl Marx, que é o 
sociólogo do conflito e da luta de classes, é imprescindível que você compreende 
antes como este autor considerava o trabalho. Para ele o elemento chave para a 
compreensão da dinâmica da sociedade capitalista. Neste sentido, sugiro que você 
faça anotação no seu caderno da disciplina porque esta conhecimento lhe será útil 
mais tarde, tanto para a realização das suas atividades, quanto para entender a 
sociologia da educação dos autores pós Marx. 
 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
3.1 Os Séculos XVIII e XIX: Novo caráter do trabalho e suas relações no filme 
Tempos Modernos 
A revolução industrial dos séculos XVIII e XIX teve um peso determinante, com 
a formação de exércitos de trabalhadores que desprovidos de qualquer propriedade 
são obrigados a abandonar a vida do campo, sendo jogados nas cidades em busca 
de empregos assalariados junto às nascentes indústrias. 
 
14 
 
O trabalho então assumiria um novo caráter, de atividade indigna no passado, 
passam a ser vistos como indignos aqueles que não trabalham, taxados como 
vagabundos os que não se submetem a trabalhar para o capital, mesmo que o 
próprio capital não tenha interesse 
em absorver todo o trabalho posto à sua disposição. Assim, os capitalistas 
sempre encontram um grupo de trabalhadores à margem do processo produtivo, 
mas sempre ávidos por incorporar-se a ele, a estes trabalhadores Marx denominou de 
“exército industrial de reserva”. 
Em “Tempos modernos” (“Modern times”), filme de Charles Chaplin de 
1936, o diretor mostra com maestria os efeitos que o desenvolvimento 
capitalista e seu processo de industrialização trouxeram à classe trabalhadora. 
Como diz o texto de introdução do filme, “Tempos modernos” é uma história 
sobre a indústria, a iniciativa privada e a humanidade em busca da felicidade. 
A temática de “Tempos modernos” custou a Chaplin uma série de 
perseguições por parte da CIA, juntamente com a acusação de simpatias 
comunistas. Além disso, havia recusado naturalizar-se norte-americano 
argumentando ser um “cidadão do mundo” o que agrava ainda mais sua situação. 
Chaplin passa a constar na “lista negra” de Hollywood durante a perseguição 
macarthista, o que torna sua situação de trabalho nos EUA insustentável (seus 
filmes eram proibidos), levando-o a abandonar definitivamente os EUA em 1952. 
 
 
Fonte: mansaodocinefilo.blogspot.com.br 
http://mansaodocinefilo.blogspot/
 
15 
 
No filme “Tempos Modernos”, o vagabundo Carlitos, ironicamente, encontra-
se na condição de operário. É ao auge do predomínio do padrão de acumulação 
taylorista-fordista, em que os trabalhadores têm suas habilidades substituídas por 
um trabalho rotineiro e alienado. É o predomínio da esteira rolante de Ford, do 
cronômetro de Taylor, do operário-massa. 
 
4 IMAGENS DE INADEQUAÇÃO PARA O TRABALHO NO FILME 
A inadequação de Carlitos com o trabalho alienado perpassa o tempo todo do 
filme. Na condição de operário ele tenta se adaptar, se esforça para inserir- se 
naquele novo mundo de produção em massa, máquinas gigantescas, exploração do 
trabalho, mas também de greves e de organização sindical. Esta inadequação fica 
presente logo no início do filme, quando um bando de ovelhas brancas é mostrado e 
apenas uma delas tem a cor preta, certamente está representa o próprio Carlitos. A 
cena do bando de ovelhas é misturada com a cena dos operários entrando na 
fábrica, como se fossem animais indo para o abate, só que, na verdade, vão para a 
produção na fábrica. 
Como operário da fábrica, Carlitos se depara com a esteira de produção 
fordista que aumenta o ritmo de produção a todo instante, tornando a relação 
homem-máquina extremamente conflituosa, até o ponto em que o próprio Carlitos é 
engolido pela máquina, saindo de lá em uma condição de insanidade, momento em 
que ele abandona a condição de quase um autômato (repetindo um gesto mecânico 
mesmo quando não está trabalhando, fruto da alienação do trabalho) para uma 
situação de confronto direto em que ele sabota a produção, insurge-se contra o 
patrão e é internado como louco. 
 
 
16 
 
 
Fonte: historiaeciajg.blogspot.com.br 
 
Em outras passagens, a inadequação de Carlitos com o trabalho alienado fica 
presente nas tantas tentativas de trabalhar que o personagem enfrenta. Quando 
arranja trabalho no caís após sair do hospício, consegue em um simples gesto lançar 
um navio ao mar. Quando o personagem vira vigia na loja de departamentos, além, 
de não conseguir impedir um assalto, consome produtos da loja, leva a amiga para o 
interior da loja, e dorme no serviço. Trabalhando como auxiliar de mecânico, Carlitos 
demonstra a todo instante sua inadequação com a simples tarefa de ajudar o 
mecânico chefe, fazendo com que este seja também engolido pela máquina. 
Quando assume o papel de garçom, também é nítida a sua incapacidade de servir 
uma mesa. 
Na verdade, Carlitos só consegue mostrar sua identificação com atividades 
nada alienantes e que fogem ao domínio da máquina sobre o trabalho. Quando ele 
está na loja de departamentos e mostra uma grande habilidade em patinar, e quando 
está no restaurantetrabalhando como garçom e que improvisa um número musical 
cômico. Neste momento percebe-se que em ao menos em uma atividade ele é bom, 
em um tipo de trabalho que requeira criatividade e não uma mera execução de 
tarefas formulada por terceiros. Só então, ele é aplaudido por todos e inclusive, 
parabenizado pelo patrão. 
A voz de Carlitos é ouvida pela primeira vez no cinema quando ele canta. 
Chaplin opunha-se ao cinema falado, achando que este não duraria muito tempo. Na 
verdade, seu temor era com seu próprio personagem, adequado muito mais ao 
gestual do que a fala. Somente depois de 10 anos de existência, é que em “Tempos 
 
17 
 
modernos”, Chaplin faria sua primeira experiência com o cinema falado, ou no seu 
caso, “semi-falado”. Ouve-se o ruído das máquinas, o som mecânico da “máquina de 
comer”, do alto-falante em que o patrão dirige-se aos funcionários, mas em nenhum 
momento um personagem fala, que não seja através de uma máquina. 
Mesmo quando Carlitos canta ele expressa uma crítica ao cinema falado, 
quando esquece a letra, sua amiga grita a ele: “Cante! Dane-se a letra!”, e é o que 
ele faz, mostra que mesmo sem palavras, ou no caso, usando palavras sem sentido, 
mas caprichando no gestual, faz com que todos consigam compreender uma história. 
Outro aspecto que chama atenção no filme é o predomínio completo do 
trabalho abstrato sobre o trabalho concreto, ou seja, ao capital não interessa a forma 
como está sendo produzido ou que está sendo produzido, somente importa é que 
está sendo criado valor. Daí não sabermos exatamente qual a mercadoria que 
Carlitos produz, e certamente, nem mesmo os operários da fábrica o sabem. Assim, 
não existe qualquer identificação do trabalhador com seu trabalho, nem com a 
mercadoria produzida por ele. 
 
5 O PAPEL POLÍTICO DA GREVE 
 
Fonte: www.youtube.com 
 
 
 
http://www.youtube.com/watch?v=zOZUKEebvEU
 
18 
 
Mesmo com toda a crítica social que é feita, a reação do personagem Carlitos 
ao sistema é feita de maneira individual e não coletiva. Quando eclode a Grande 
Depressão de 1929, que coincide com a saída do personagem do hospício, é levado 
à prisão acusado de ser líder comunista por empunhar uma 
bandeira (pretensamente vermelha) em frente a um grupo de trabalhadores 
que fazia uma passeata na rua. Carlitos é visto como o cidadão comum, não 
politizado, mas que pelo simples gesto de buscar devolver a bandeira que tinha 
caído do caminhão é acusado de líder da revolta operária. Em outro momento, 
quando eclode uma greve na fábrica em que trabalha, também por acidente é 
acusado de agressão a um policial que viria reprimir a greve. 
No final do filme, quando sua amiga indignada com a situação de 
perseguição, miséria e desemprego pergunta: “para que tudo isso?” ele responde: 
“levante a cabeça, nunca abandone a luta”. No entanto, a reação dos dois não é o 
enfrentamento contra o capital, é retirar-se da cidade, indo em direção ao campo. 
Ao som da belíssima “Smile”, de autoria de Chaplin, Carlitos dá as costas 
para a para produção em massa, para as gigantescas máquinas que desempregam 
trabalhadores, para as suntuosas lojas com suas escadas rolantes, para o trabalho 
alienado. Seria o último filme mudo de Chaplin e também a despedida do 
personagem Carlitos, que havia se tornado obsoleto em um momento em que o 
cinema falado tomava conta dos cinemas do mundo todo. Era o sinal dos tempos. Os 
tais “tempos modernos”. O que representa o tempo da urbanização e do advento dos 
problemas sociais. 
O que conhecemos hoje como modernidade foi exatamente marcado por 
acontecimentos que fundaram e consolidaram o sistema capitalista de produção, ou 
seja: a relação capital X trabalho, o trabalho assalariado, a propriedade privada dos 
meios de produção, o consumo, o investimento em tecnologia, enfim, fatos 
relacionados â revolução científica e industrial. 
São as consequências destes acontecimentos sobre a sociedade como 
desemprego, desigualdades, injustiças, prostituição, mendicância, etc, que vai fazer 
com que Auguste Comte decida por criar a disciplina sociologia. 
Sugiro que se você ainda não viu o filme, que veja, ou veja novamente com 
um novo olhar a partir do que lido. 
 
19 
 
5.1 Revolução Francesa 
A Revolução francesa é o outro evento que junto à Revolução Industrial 
representa um marco histórico importante para o surgimento da sociologia. 
A Revolução Industrial é um marco em termos econômicos e tecnológicos, e 
a Revolução Francesa é importante no aspecto político, com a queda da bastilha 
inaugurou a passagem de uma sociedade de privilégios para uma sociedade de 
direitos, sobretudo na dimensão formal, representada pelo documento produzido e 
bastante significativo que é a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. 
Usualmente observa esta declaração ser apenas citada sem conhecer a fundo 
o seu teor e a sua importância para o que estamos estudando nestas primeiras aulas 
que é as consequências dos acontecimentos dos Séculos XVIII e XIX para o 
surgimento da sociologia. Na revista Nova Escola é possível encontrar uma reflexão 
acerca deste documento, conforme segue abaixo: 
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi anunciada ao público 
em 26 de agosto de 1789, na França. "Ela está intimamente relacionada com a 
Revolução Francesa. Para ter uma ideia da importância que os revolucionários 
atribuíam ao tema dos direitos, basta constatar que os deputados passaram cerca de 
10 dias reunidos na Assembleia Nacional francesa debatendo os artigos que 
aís ainda a ferro e a fogo após a tomada da Bastilha em 14 de julho do mesmo 
ano", explica o professor Bruno Konder Comparato, professor no Departamento de 
Ciências Políticas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade da 
Cidadania Zumbi dos Palmares. 
Havia urgência em divulgar a declaração para legitimar o governo que se 
iniciava com o afastamento do rei Luís XVI, que seria decapitado quatro anos depois, 
em 21 de janeiro de 1793. "Era preciso fundamentar o exercício do poder, não mais 
na suposta ligação dos monarcas com Deus, mas em princípios que justificassem e 
guiassem legisladores e governantes", diz o professor. 
 
20 
 
5.2 Direitos civis 
A primeira geração de direitos humanos diz respeito à conquista por direitos 
individuais e inaugura o marco histórico da sociedade fundada em direitos contra o 
privilégio. 
Você pode observar que se trata de direitos de primeira geração, ou seja, 
direitos civis, que diz respeito ao indivíduo, à pessoa. 
A importância desse documento nos dias de hoje é ter sido a primeira 
declaração de direitos e fonte de inspiração para outras que vieram posteriormente, 
como a Declaração Universal dos Direitos Humanos aprovada pela ONU 
(Organização das Nações Unidas), em 1948. Prova disso é a comparação dos 
primeiros artigos de ambas: 
O Artigo 1º da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, 
como visto acima, diz: Os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. 
As distinções sociais só podem fundar-se na utilidade comum. 
O Artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948: 
Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de 
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de 
fraternidade. 
 
Foi também na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que o lema 
da República Francesa se inspirou: liberdade, igualdade, fraternidade. Dos três, a 
igualdade era o mais importante para os revolucionários. 
 
 
Fonte: novaescola.org.br 
 
 
 
 
http://novaescola.org.br/historia/fundamentos/como-surgiu-declaracao-direitos-homem-cidadao-494338.shtml
 
21 
 
 
6 AUGUSTO COMTE: SURGE A CIÊNCIA DA SOCIEDADE 
Nas aulas anteriores você viu o contexto do surgimento da sociologia, agora 
você irá conhecer os métodos sociológicos. Atenção, vamos tentar entender de 
forma sistemática. Não se esqueçade registrar no seu caderno. 
6.1 Positivismo ou cientificismo 
 
Fonte:articulo.mercadolibre.com.ar 
 
Filósofo do Século XIX, Comte tinha na base na sua filosofia uma visão 
evolucionista, ou seja, acredita que a história evolui para o progresso, que a 
humanidade caminha para a perfeição. Contudo, como você viu na segunda vídeo 
aula o horizonte desta perspectiva era a Europa, demonstrando assim uma visão um 
tanto quanto etnocêntrica. E o que é o etnocentrismo? 
 
http://articulo.mercadolibre.com.ar/MLA-613260260-curso-de-filosofia-positiva-auguste-comte-nuevo-_JM
 
22 
 
 
Fonte: www.youtube.com 
 
 
Etnocentrismo é a atitude de enxergar o mundo com os parâmetros da sua 
própria cultura. 
O objetivo de Comte era reorganizar o conhecimento humano a partir da ideia 
de ordem e progresso. Como você pode perceber ele teve grande influência na 
sociologia brasileira, não é por acaso que os dizeres da bandeira nacional são: 
ordem e progresso. 
Comte fez uma releitura, digamos assim da realidade da época na França, num 
período turbulento de revoluções e mudanças como visto. Esta formulação parte do 
princípio que é possível aplicar as leis naturais ao estudo da sociedade. Hoje esta 
ideia é rebatida por muitos estudiosos, inclusive pelo próprio Karl Marx, considerado 
também um clássico da sociologia, No entanto, é fundamento do positivismo é a 
ideia de que tudo o que se refere ao s a b e r h umano pode ser sistematizado 
segundo os princípios adotados como critério de verdade para as ciências exatas e 
biológicas. 
Este conjunto de ideias descritas acima se refere ao método que Comte irá 
propor e que mais tarde será aprofundado por Emile Durkheim. Como dito, as leis 
naturais se aplicaria também aos fenômenos sociais, que deveriam ser reduzidos a 
leis gerais como as da física. Para Comte, a análise científica aplicada à sociedade é 
o cerne da sociologia, cujo objetivo seria o planejamento da organização social e 
política. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=D6CHJ79jyAg
 
23 
 
7 O POSITIVISMO 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
O método da ciência de Comte consiste em observar os fenômenos por meio 
da experiência sensível, e como você viu, este é o único, de acordo com o autor, 
capaz de produzir estados concretos e científicos, tomando como base o mundo 
físico ou material. 
Para Augusto Comte, o desígnio único da história é o progresso do espírito 
humano. Se este dá unidade ao conjunto do passado social, é porque a mesma 
maneira de pensar deve se impor em todos os domínios. Auguste Comte conclui que 
o método positivo, baseado na observação, na experimentação e na formulação de 
leis, deve ser estendido aos domínios que são deixados às explicações por meio de 
seres transcendentais ou entidades ou ainda as causas últimas dos fenômenos. Para 
ele há um modo de pensar, o positivo, que tem validade universal, tanto em política 
como em astronomia. 
http://slideplayer.com.br/slide/47446/
 
24 
 
7.1 A lei dos três estados 
O estágio final da inteligência humana é o estágio positivo. 
Observe: 
1. No primeiro estado, o teológico tudo se explica pela ação dos deuses, 
mitos, enfim, de forma não científica; 
2. No segundo, já começa a curiosidade e a pergunta sobre os fatos; 
3. E, por fim, o último estado é aquele em que a explicação acontece. 
Tem-se a verdade sobre os fatos, se tem a ciência e seu método. 
Nesse sentido a humanidade atravessa várias etapas até atingir a etapa final. 
E o que o positivismo faz é descobrir as leis que agem por traz dos fatos e estas 
podem ser apreendidas da mesma forma que se apreende o conhecimento de um 
evento natural. 
A queda de um corpo, por exemplo, pode ser explicada espontaneamente de 
forma positiva. Mas a filosofia da observação, da experimentação, da análise e do 
determinismo, não podia se fundamentar na explicação autenticamente cientifica 
desses poucos fenômenos. 
No referido curso de Comte, ele afirma que, em seu conjunto a história é, na 
essência, o dever da inteligência humana. Assim, o progresso necessário do espírito 
é o aspecto essencial da história da humanidade. Ou seja, o progresso é uma 
realidade. 
Na dinâmica da sociedade quando se passa de uma etapa para outra ocorre 
uma força que move a contradição entre os diferentes elementos da sociedade. As 
grandes fases históricas da humanidade são dadas pela forma de pensar; a etapa 
final é a do positivismo universal, e a impulsão última do dever e nesse sentido o 
positivismo faz a crítica às sínteses provisórias do da teologia e da metafísica. 
A história humana é compreendida numa dimensão única. E isto se dá o 
nome de visão evolucionista. Ou seja, a evolução vai ocorrer fatalmente e todas as 
sociedades passam pelos mesmos caminhos até o progresso. 
Auguste Comte justifica essa diversidade enumerando três fatores de 
variação: a raça, o clima e a ação política. Ele interpretou a diversidade das raças 
atribuindo a cada uma a predominância de certas disposições. Assim, segundo ele, 
a raça negra deveria caracterizar-se, sobretudo, pela propensão à afetividade. As 
 
25 
 
diferentes partes da humanidade não evoluíram do mesmo modo porque, no ponto 
de partida, não tinham os mesmo dons. Mas é evidente que essa diversidade se 
desenvolve tendo como pano de fundo uma natureza comum. 
 
8 A EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
 
A evolução da sociedade em sua diversidade é explicada em relação ao clima 
da seguinte forma: o conjunto das condições naturais em que se encontra cada parte 
da humanidade. Cada sociedade conheceu circunstâncias geográficas mais ou 
menos favoráveis, o que permite explicar, até certo ponto, a diversidade da sua 
evolução. 
Estática e dinâmica são as duas categorias centrais da sociologia de Auguste 
Comte. Uma sociedade se assemelha a um organismo vivo. E aqui, querido aluno e 
querida aluna você deve parar um pouco e reter o seguinte: 
Para este autor a sociedade deve ser vista como um organismo e é por isso 
que ele é também conhecido como sociólogo organicista. Ou seja, a sociedade 
http://slideplayer.com.br/slide/1251700/
 
26 
 
composta por elementos interdependentes formando uma totalidade. Assim como é 
impossível estudar o funcionamento de um órgão sem situá- 
lo no conjunto do ser vivo, é impossível estudar a política e o Estado sem 
situá- los no conjunto da sociedade. Mais tarde Emile Durkheim irá retomar 
estes conceitos de Comte, e sob a forte influência desta Durkheim será reconhecido 
também como sociólogo das instituições. Isto quer dizer que as instituições 
cumprindo cada um sua função contribui para a harmonia social. 
Compreendendo melhor este ponto acima citado, a sociedade para os autores 
positivistas tende à harmonia social, ao equilíbrio. Como ocorre então a mudança 
social? 
De acordo com Aron (2008), para Comte, 
 
8.1 Ciência e senso comum 
Neste ponto das aulas é esperado que você já compreenda que para Comte, 
havia uma grande diferenciação entre o conhecimento científico e o conhecimento 
do senso comum. Segundo ele, o conhecimento científico representava um estágio 
mais elevado do desenvolvimento da sociedade. 
Assim para ele a evolução da ciência, ou seja, do conhecimento, é uma 
sucessão de estágios, é assim a mente humana se desenvolve se libertando do 
senso comum. Este é o denominado Sistema de Filosofia Positiva. O estágio positivo 
da sociedade seria o mais evoluído o pensamento científico e está baseado na 
observação e na experiência. 
 
27 
 
Iniciando informando que Comte para o desenvolvimento de suas ideias 
recebe influências de filósofos. Vamos a eles: Condercet (1666-1790), que defendia 
a ideia de que toda e qualquer ciência da sociedade precisa se identificar com o que 
ele chamava de matemática social, isto é, precisa realizar 
um estudo preciso, rigoroso, numérico dos fenômenos sociais. Percebe a 
origem do pensamento de Comte?Veja: Segundo Condorcet, a ciência estava 
sendo controlada e submetida aos interesses de senhores feudais, à aristocracia e 
ao clero e carecia de objetividade. A intenção era libertar a ciência de subjetividades e 
interesses políticos e individuais. Portanto, de acordo com Condorcet, era necessário 
tirar o controle das ciências destas classes para que uma ciência natural pudesse se 
impor. 
Outra influência foi a de Saint-Simon (1760-1852), este o primeiro a usar o 
termo positivo na ciência. Então observe que Comte usou o nome sociologia pela 
primeira vez, mas não foi o primeiro a usar o termo positivo. Para SaintSimon, o 
raciocínio deveria se basear nos fatos observados e discutidos. “Uma vez que nosso 
conhecimento está uniformemente fundado em observações, a direção de nossos 
interesses espirituais deve ser entregue ao poder da ciência positiva” (COMTE In: 
MESQUIDA, 20001, p.27). 
Saint- Simon também defendeu a sociedade industrial, dizendo que o que é 
favorável à indústria também o será para o homem. Portanto, acreditava na visão de 
progresso trazido pela indústria e a sociedade capitalista. 
O século XIX recebe então, a formalização do pensamento positivista. É o 
século de surgimento da ciência positiva, a sociologia. 
Sintetizando assim e concluindo as características do positivismo podemos 
citar que: 
 As sociedades, melhor, a sociedade, é considerada um fenômeno 
natural, podendo ser analisada através dos métodos das ciências 
naturais. 
 A compreensão da realidade só é possível pela objetividade que é 
alcançada através do rigor empírico e da coerência teórica. Trata-se de 
um avanço na capacidade de pensar, da razão. 
 A ação da ciência, ou seja, o conhecimento, é evolutivo e caminha para 
o progresso. 
 
28 
 
 
Desta forma se descobre as leis gerais e diante disso o ser humano pode 
prever ações futuras. 
 
9 A INFLUÊNCIA DO POSITIVISMO 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
 
O pensamento positivista teve grande influência na formação científica de 
muitos autores que buscavam analisar as transformações da sociedade e a 
emergência do capitalismo nos séculos XIX e XX. Como já foi citado, Durkheim é um 
desses autores que foi profundamente influenciado por todo o ambiente intelectual e 
social de sua época. Embora tenha sido influenciado pelas ideias de Comte, 
Durkheim, diferentemente de Comte, aprofundou seus estudos na análise da 
sociedade a partir dos fatos sociais. Procurou explicar o funcionamento da sociedade 
emergente no século XIX, com base no estudo dos fenômenos sociais vistos de 
maneira isolada do seu contexto históricocultural. 
Durkheim foi um dos primeiros a teorizar sobre a sociologia da educação. A 
ideia central de Durkheim, ao propor a sociologia no campo da educação, era 
http://slideplayer.com.br/slide/1249087/
 
29 
 
preparar as novas gerações para uma nova civilização. A educação, para ele, 
significava o mesmo que socialização e tinha por objetivo formar o ser social. 
A sua teoria, embora atualmente bastante contestada pelas teorias críticas da 
sociedade, serviu de base para o Funcionalismo, corrente de pensamento bastante 
desenvolvida e valorizada no Século XX. Veja abaixo a influência de Augusto Comte: 
A teoria Funcionalista de Durkheim 
Esta é a concepção de funcionalismo de Durkheim. A diversificação de 
funções vai gerar a solidariedade entre os seres humanos, e a especialidade 
atribuída a cada um ele vai dar o nome de Divisão social do trabalho social. E aqui 
podemos conhecer dois conceitos essências em Durkheim: Solidariedade mecânica 
e solidariedade orgânica. 
 
10 ENTENDENDO O CONCEITO 
A solidariedade orgânica é, portanto, uma das características da sociedade 
capitalista, industriais e a divisão do trabalho é que promove a coletividade, este elo 
perdido com a fragmentação e o individualismo. Coletividade existente nas 
sociedades primitivas. 
Nestas aulas você está conhecendo a base conceitual de cada um dos 
chamados clássicos da sociologia. Posteriormente você terá estes conhecimentos 
aplicados à análise das questões da educação, ou seja, como a sociologia pode 
contribuir para a compreensão dos problemas educacionais. 
Pois bem, sigamos um pouco mais com Durkheim: 
Émile Durkheim, nasceu em Epinal, na Alsácia, descendente de uma família 
de rabinos. Iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal de Paris, indo depois 
para a Alemanha. Lecionou Sociologia em Bourdieu primeira cátedra desta ciência 
na França. 
Durkheim é conhecido como um dos primeiros teóricos da Sociologia, 
conferindo a esta o estatuto de ciência. Portanto, um clássico, o que quer dizer que o 
seu trabalho é sempre uma referência no estudo da sociedade. Foi também o primeiro 
filósofo a sugerir a Sociologia como uma disciplina autônoma, caracterizada pelo 
método científico. Com base nos ideais positivistas, que tem como princípio 
 
30 
 
fundamental a realidade objetiva dos fatos, dando pouca importância aos fatores 
históricos e ao papel do indivíduo e dasubjetividade desses na organização social, 
Durkheim desenvolveu seus estudos tendo como objeto de pesquisa a investigação 
dos fatos sociais. Mas o que são os fatos sociais? 
Fique Atento: 
 
1. O que significa que são coercitivos. Independentemente de sua 
vontade o fato irá exercer uma força sobre o indivíduo. 
2. São exteriores porque dizem respeito à cultura, ou seja, como o 
indivíduo nasce o fato está lá. 
3. Gerais porque não diz respeito a um indivíduo apenas mas a uma 
comunidade. 
Os estudos de Durkheim tinham como foco principal descobrir as leis de 
funcionamento da sociedade. E isto você já viu também em Comte, não é mesmo? 
Nesse sentido, é considerado um dos sistematizadores do funcionalismo, uma 
corrente de pensamento muito presente até os dias de hoje não apenas nas 
diferentes ciências sociais, mas também nas teorias educacionais e organizacionais. 
Você entendeu o que é o funcionalismo? 
10.1 Como Durkheim concebe a sociedade 
Você já deve ter entendido, mas não é demais rever que a sociedade, para 
Durkheim, é um organismo exterior e superior aos indivíduos e constituída por um 
conjunto de normas, leis e regras que são responsáveis pela formação moral e 
social dos indivíduos. Ou seja, ela mesma um fato social, por excelência, da 
sociologia. Regida por normas, leis e regras que irão determinar a maneira de ser e 
de agir dos indivíduos, bem como, a formação das instituições sociais. 
Em seu livro: A Divisão do Trabalho Social, Durkheim descreve o processo de 
transformação da sociedade primitiva para a sociedade moderna através da divisão 
social do trabalho, na qual estabelece a passagem de um tipo de organização social 
com base na solidariedade mecânica (pré-capitalista) para a solidariedade orgânica 
(capitalista). 
Por que esta obra é importante? Uma de suas preocupações, nessa obra, é 
perceber como se dá a relação entre indivíduo e a sociedade. Isso porque, para o 
 
31 
 
autor, o objetivo máximo da vida social é promover a harmonia da sociedade que é 
conseguida por meio do consenso social. Está fazendo os links possíveis para 
entender o pensamento de Durkheim? Viu que ele fala da harmonia social que 
ocorre por meios do consenso entre os indivíduos e é garantido por meio das regras 
e leis que controlam as ações. 
Quando você viu os conceitos de solidariedade mecânica e orgânica 
entendeu que se trata de um processo de mudança: de sociedade simples para mais 
complexas. Você pode perceber como a questão do consenso é tratada pelo autor, a 
partir da análise da mudança nas formas de organização social das sociedades 
"primitivas" para as sociedades modernas. 
 
11 SOCIEDADE MECÂNICA E ORGÂNICA 
Vamos revisar um pouco: 
Na solidariedade mecânica a consciência coletiva forte, existe a ideia de 
coletividade, típica de sociedades primitivas, pré-capitalistas. Pense, por exemplo, 
numa comunidade indígena. Os integrantes destascomunidades, identificados por 
laços familiares, tradição, religião, costumes seguiam as regras sociais cegamente, 
de forma mecânica, ou seja, não existe obrigatoriedade nem burocracia, não tem 
documento e, no entanto, podiam se manter autônomos e independentes em relação 
aos outros grupos. A divisão social do trabalho não precisava ir além da sua 
propriedade e existia para assegurar a subsistência familiar. O consenso se 
manifesta na semelhança entre os indivíduos. 
Contudo, na Solidariedade orgânica o que se percebe é a diminuição da 
consciência coletiva, e o aumento da fragmentação e do distanciamento típicos das 
sociedades capitalistas. A divisão social do trabalho é obtida por outros meios, 
espalhada pelos setores econômicos da sociedade, como fábricas, agricultura, 
comércio, indústrias. E por que o laço não se rompe? De acordo com Durkheim, a 
solidariedade é assegurada pela interdependência dos indivíduos, mantendo, assim, 
os laços sociais. O indivíduo escolhe seguir as regras, pois percebe que as mesmas 
são boas para ele. O consenso se manifesta na diferenciação dos indivíduos. 
 
32 
 
Entendeu a noção de consenso, ou seja, há um acordo entre nós de que seguir as 
regras e as leis é um bem para o todo, para o coletivo. 
Você poderia perguntar: mas e quanto há um romper com as regras? 
Um não respeito às leis? 
Para Durkheim, a existência de valores e laços morais entre as pessoas era 
fundamental para a manutenção da harmonia social e da consciência coletiva. 
Quando uma sociedade não consegue manter esse estado de harmonia, significa 
que a sociedade está ‘doente’. E para isso Durkheim tem o termo: anomia. 
Anomia é exatamente quando o consenso se rompe e não há mais 
possibilidade de manter a ordem e o respeito às instituições. Anomia, neste caso, 
seria o contrário de harmonia. 
Pois bem, Augusto Comte e Durkheim são autores expressivos do positivismo 
e antes de dar início a mais duas vertentes clássicas da sociologia é importante que 
você compreenda a relação entre o positivismo e a educação. Vamos lá? 
 
12 POSITIVISMO E EDUCAÇÃO 
A corrente positivista influenciou consideravelmente a sociedade nos 
séculos XIX e XX. Aqui você poderá se lembrar da disciplina história da 
educação e o próprio surgimento da escola formal. 
 
 
 
Fonte: multigolb.wordpress.com 
 
33 
 
O positivismo esteve presente de forma marcante no ideário das escolas e na 
luta a favor do ensino leigo das ciências e contra a escola tradicional humanista 
religiosa. O currículo multidisciplinar – fragmentado – é fruto da influência positivista. 
Certamente você se lembrará. 
No Brasil esta influência aparece no início da República e na década de 70, 
com a escola tecnicista. Muitos historiadores ressaltam o pensamento positivista no 
movimento pela proclamação da república e da elaboração da constituição de 1891. 
O movimento republicano apoiou-se em ideias positivistas para formular sua 
ideologia da ordem e do progresso, graças particularmente à atuação de Benjamim 
Constant (1836-1891). 
 
13 O POSITIVISMO E A ESCOLA 
 
fonte: pht.slideshare.net 
 
Pode-se inclusive entender que ainda hoje a ênfase nos conteúdos 
sequenciais, a valorização do pensamento cognitivo, o distanciamento das 
características emocionais e estéticas do aluno e do processo de aprendizagem tem 
http://pt.slideshare.net/Paulinha2011/sobre-positivismo-auguste-comte-8468594
 
34 
 
um viés positivista. A ideia de que o aluno se desenvolve de forma linear à medida 
que vai se apropriando do raciocínio lógico. 
Assim apenas o que é observável interessa ao positivismo. O real, 
inquestionável, aquilo que se fundamenta na experiência. Deste modo, a escola 
deve privilegiar a busca do que é prático, útil, objetivo, direto e claro. Os positivistas 
se empenharam em combater a escola humanista, religiosa, para favorecer a 
ascensão das ciências exatas. Compreenda que o positivismo influenciou a prática 
pedagógica na área das ciências exatas, influenciando a prática pedagógica na 
área de ensino de ciências sustentadas pela aplicação do método científico: seleção, 
hierarquização, observação, controle, eficácia e previsão. Observe. Não é difícil de 
entender: 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
 
 
Reflita: 
Hoje é comum a prática da avaliação baseada nestes princípios. A própria 
escola em sua prática seleciona, hierarquiza, observa, controla, busca a eficiência e 
busca a previsão. É neste sentido que no Módulo II você irá conhecer autores 
críticos do positivismo que apresenta uma perspectiva mais voltada para a sociologia 
marxista, que se verá nas próximas aulas. 
Espera-se que você tenha entendido que esta postura dá uma ênfase nas 
ciências exatas em detrimento das humanas, e a sociologia estaria no ápice da 
http://slideplayer.com.br/slide/4136919/
 
35 
 
classificação de Comte, que seria: Por meio da fundamentação e classificação das 
Ciências (Matemática, Astronomia, Física, Fisiologia e Sociologia). 
13.1 A Influência do Positivismo no Brasil 
Foi em meados do século XIX que o positivismo de Comte chega ao Brasil. E 
foi entre os oficiais do exército que estas ideias ganharam força. O currículo voltado 
para as ciências exatas e para a engenharia denota um distanciamento da tradição 
humanista e acadêmica, havendo certa aceitação das formas de disciplina típicas do 
positivismo. Você irá se lembrar da influência do humanismo do século XVI na 
origem do capitalismo. Contudo, as palavras “ordem e progresso” que fazem parte 
da bandeira brasileira indicam claramente a influência positivista. 
No ano de 1870, a escola tecnicista teve uma presença marcante. A 
valorização da ciência como forma de conhecimento objetivo, passível de verificação 
rigorosa por meio da observação e da experimentação, foi importante para a 
fundamentação da escola tecnicista no Brasil. Para esta escola o elemento 
primordial é a tecnologia. 
De acordo com Saviani (1993), na escola tecnicista, professores e alunos 
ocupam papel secundário dando lugar à organização racional dos meios. 
Professores e alunos relegados à condição de executores de um processo cuja 
concepção, planejamento, coordenação e controle, ficam a cargo de especialista 
supostamente habilitados, neutros, objetivos, imparciais. Esta objetividade do 
positivismo vai gerar a noção de que a ciência e a educação devem ser neutras, ou 
seja, livre de qualquer pré-noção ou posicionamento político. Portanto, pode-se 
perceber pelas palavras de Saviani que neutralidade e objetividade são típicas do 
positivismo. 
Concluindo pode-se dizer que a necessidade de estabelecer uma relação de 
aproximação entre a ciência e a técnica em nome do progresso foi um grande marco 
nos primórdios do pensamento social e das políticas de educação que se 
concretizou de maneira significativa por gerações. De forma racional e não critica. 
Se você estiver atento/a a discussão hoje no Brasil, inclusive com manifestações de 
intelectuais e professores, vai observar que tramita uma discussão no congresso 
nacional que desautoriza o professor ensinar de forma reflexiva e crítica. 
 
36 
 
Se você entendeu até aqui o contexto do surgimento da sociologia e as ideias 
e os ideais positivistas vá até o fórum da graduação e chame seus colegas para uma 
roda de conversa virtual, isto irá ajudar você a reconhecer os conteúdos de uma 
forma mais prática. Não tenha a noção de que está recebendo um conhecimento, 
mas reflita que o conhecimento é uma produção humana e é nesta dimensão que 
ele pode ser questionado. 
 
14 MARX WEBER: O SOCIÓLOGO DA BUROCRACIA E
 DA RACIONALIDADE 
Max Weber é considerado um dos grandes intelectuais do Século XIX e a sua 
influência atravessa o Século XX. Na verdade, ele figura na transição do século XIX 
para o século XX. A sociedade da época de Weber gestava um conhecimento que 
foi sistematizado de forma brilhante por este autor. Especialista em história,direitos 
e economia. Não falava de si como sociólogo e isso faz dele um autor diferente tanto 
de Comte quanto de Marx, isso porque ele não acreditava na força da sociedade 
sobre o indivíduo. A sociedade por si só não determina as ações humanas, o 
caminho dele foi outro. Contudo, como Durkheim ele era professor de sociologia, 
contribuindo para o avanço desta disciplina. 
 
 
Fonte:pt.slideshare.net 
http://pt.slideshare.net/IvoneBezerra3/max-weber-48235792
 
37 
 
Entre Weber e Durkheim há uma diferença, quase oposta. Durkheim é o 
pensador social que está imbuído, no seu universo de estudo, da presença de um 
Estado nacional e de uma sociedade constituída. Weber vivia numa nação 
problemática, desafiadora. O grande desafio era pensar a inserção da Alemanha na 
Europa. Na virada do século já unificada, a Alemanha tinha atravessado um 
processo rápido de modernização e industrialização com marcar profundas no nível 
estrutural. As turbulências políticas e econômicas da industrialização da Alemanha 
era a preocupação de Weber. 
 
Observa alguns fatores que contribuíram para o pensamento social de 
Max Weber: 
Leia buscando reconhecer a diferença entre Weber e Durkheim. 
 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
 
Se você leu atentamente o quadro acima encontrou diferença entre o autor 
francês e Max Weber. Durkheim visava a totalidade, o fato social, enquanto Weber 
vai se debruçar sobre as motivações humanas para o agir. É neste sentido que ele 
se aproxima de uma perspectiva cultural. 
Na época a Alemanha organizou o maior movimento operário do mundo, o 
partido social democrata. Para weber a constante é a forma de organização da 
http://slideplayer.com.br/slide/4136919/
 
38 
 
sociedade e a consolidação política. Está preocupado com o tema da política: quais 
são as dificuldades para o surgimento de sujeito histórico, grupos capazes de 
organizar um projeto de sociedade, assim como o era também de Marx. Este você 
conhecerá posteriormente. Vale adiantar que enquanto Marx considerava as classes 
sociais, a luta entre as classes, Weber visualizava que grupo será este. E a primeira 
resposta de Weber é a constatação de que não existe na Alemanha nenhum grupo 
que saberá dar um rumo à nação como Estado com projeção internacional. 
O que propõe então Max Weber? A reflexão de Weber não mostra 
preocupação com grandes estruturas já montadas. A preocupação deste sociólogo 
está na ação social. Ou seja, quem age e como age, o que move a ação dos sujeitos 
e para onde estas ações conduzem na prática e como as ações promovem as 
mudanças no social. 
Weber é o autor da burocracia e da razão instrumental. Na sociedade 
capitalista a organização ocorre de maneira rotineira e repetitiva, mas administração 
não é a questão política, esta é de outra ordem. 
Portanto, o pensamento de Weber está entre o corpo administrativo que faz 
funcionar a sociedade e a questão política que escapa à administração. 
 
15 AÇÃO SOCIAL 
Formular projetos e objetivos para a sociedade. Weber aposta na capacidade 
política e neste sentido o seu pensamento é fundamentalmente político. A eficiência 
e a direção, a orientação da conduta. Quem age? Estas são as questões teóricas de 
Weber. Diante disso ele formula uma teoria da ação. Assim o conceito de ação 
social é a unidade básica da sociologia weberiana. Vejamos o conceito 
 
 
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Fonte: slideplayer.com.br 
 
 
Teoria da ação 
Ação social, a atividade orientada para um objetivo que dá sentido a ação. As 
múltiplas linhas de ação são complexas e tecem o social. Cada ação busca uma 
meta, ou metas que se cruzam, as ações se cruzam e podem ser ou não 
significativas uma para outras. 
Este autor, por exemplo, explicou como a ação do protestante levou (indícios 
da salvação, está ou não salvo, o protestante se orienta pelo trabalho para a obra no 
mundo capaz de mostrar resultados), ao surgimento do espírito do capitalismo. O 
modo de comportamento na área religiosa influenciou a área econômica. Está 
confuso isso? Continue lendo... 
Para Weber não existe uma ação que determina a sociedade. O sentido a 
ação religiosa concedeu importância à ação econômica. Não é uma relação direta, 
mas a questão é o sentido que é dado pela ação. O que isso quer dizer? Você já 
ouviu falar no livro clássico de Weber: A ética protestante e o espírito do 
capitalismo? Ele faz uma interessante análise de como o comportamento de um 
destes influencia o outro. 
Veja no esquema abaixo: 
 
http://slideplayer.com.br/slide/353415/
 
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Fonte: slideplayer.com.br 
 
A ética protestante é diferente da ética católica. Por isso, na visão weberiana, 
o capitalismo no Brasil é chamado por alguns sociólogos de Capitalismo tardio. 
A ideia de rede, de ações sociais, e a busca de significados que as ações têm 
para o agente, é isso que vai construindo a teia social. Observe novamente o 
esquema acima e certifique-se de que entendeu. Se ainda não compreendeu chamo 
seus colegas lá no fórum e levanta esta discussão. 
Max Weber é o único dos três clássicos (Durkheim e Marx), que considera a 
ação individual é um elemento de análise importante, e que responde a questão 
fundamental para Weber: o que pode responder pela continuidade da sociedade. A 
ação individual não é vista sozinha, isto seria caótico. Como você analisou, ela 
aparece numa teia de relações que se cruzam. 
Weber traz uma nova reflexão sobre ciência e a sociedade. Vimos que para 
Durkheim e Comte a sociedade deve ser estudada de forma objetiva. Weber admite 
que a neutralidade/objetividade total é impossível tendo em vista que o próprio 
pesquisador está inserido na sociedade. No entanto, a ciência não pode se submeter 
a interesses particulares e político. Existe fronteira entre a ciência e a política, 
rigorosa. 
http://slideplayer.com.br/slide/391006/
 
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O papel do sociólogo é compreender a sociedade e suas múltiplas 
possibilidades de entendimentos. 
Para Weber não existe uma causa para um fenômeno social, existe uma 
pluricausalidades e estas dadas pela ação social. As ideias condicionam o momento 
histórico, e são essenciais para entender o pensamento de Weber. 
Vamos fazer uma síntese do que foi visto até aqui. Lembrando que a intenção 
aqui é que você entenda a base do pensamento dos clássicos, tendo em vista que o 
pedagogo está habilitado para dar aulas de sociologia no ensino médio e estas 
noções precisão ser bem compreendidas. Sigamos: 
 
PARA ENTENDER UMA SÍNTESE 
 
a) O conceito de ação social para Max Weber 
O conceito de “ação social” foi concebido por Weber como qualquer ação 
realizada por um sujeito em um meio social que possua um sentido determinado por 
seu autor. O processo de comunicação estaria, portanto, intimamente ligado ao 
conceito de ação social. A manifestação do sujeito que deseja uma resposta é feita 
em função dessa resposta. Em outras palavras, uma ação social constitui-se como 
ação que parte da intenção de seu autor em relação à resposta que deseja de seu 
interlocutor. 
 
b) Weber estipulou quatro tipos ideais de ações sociais: 
1. A ação racional com relação a fins, 
2. A ação racional com relação a valores, 
3. A ação afetiva e, 
4. A ação tradicional. 
 
Percebe-se, portanto, que Weber afastou-se dos determinismos sócio 
históricos de Karl Marx (A história da produção econômica determina a realidade 
social), e do fatalismo da noção de um sistema externo e independente do indivíduo 
que Emile Durkheim propôs, elaborando, assim, a noção de um ser humano livre 
para agir, pensar e construir sua realidade. 
 
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Para Weber, as estruturas sociais estavam em contato direto com o poder de 
ação dos indivíduos, o que significa que os sujeitos, seus valores e ideias possuem 
força de ação direta sobre essas estruturas. A tarefa da Sociologia seria então, 
segundo o teórico, apreender os significados que norteiam essas ações. 
Interessante, não acha?Esta perspectiva é muito utilizada nas pesquisas atualmente 
tanto no campo social, como econômico e político. O que move a ação individual? 
Weber demonstrou esse princípio em seus estudos comparativos sobre as 
distinções entre religiões Ocidentais e Orientais. Em seu livro, “A ética protestante e 
o espírito do capitalismo”, conforme já foi mencionado acima, o autor buscou 
esclarecer como a lógica cristã foi responsável pelo desenvolvimento do sistema de 
produção capitalista. Nisso estaria inserido o contexto cultural e valorativo das 
sociedades cristãs, e não apenas seu modelo ou situação econômica. 
15.1 Outro conceito importante de Weber: Os tipos ideais 
Outro ponto importante da teoria weberiana é a busca pela construção dos 
tipos ideais no processo de construção do conhecimento teórico. O estabelecimento 
de tipos ideais não busca construir tipologias fixas nem mesmo busca classificar de 
maneira inflexível o objeto em questão. Eles servem como parâmetro de 
observação, um “boneco” com características delineadas que serve apenas como 
ponto de comparação entre o observado e sua obra teórica. Trata-se de modelos 
conceituais que nem sempre, ou quase nunca, existem. Apenas alguns aspectos ou 
atributos são observáveis. 
 
 
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Fonte: slideplayer.com.br 
 
 
Esta construção do tipo ideal faz parte da metodologia de Weber. Observa 
que neste modelo está inserido também o sentido da ação de cada pessoa. 
 
16 RACIONALIZAÇÃO DO MUNDO SOCIAL 
Max Weber faz referência a um fenômeno de grande importância do mundo 
moderno e que está relacionado com as mudanças estruturais, culturais e sociais 
que as sociedades modernas passaram no decorrer do tempo: “a racionalização do 
mundo social”. Um dos conceitos essenciais de Weber é o de racionalização. E isso 
você já sabe. 
Esse fenômeno refere-se a mudanças profundas, como a gradual 
construção do capitalismo e a monstruosa explosão do crescimento dos meios 
urbanos, que se tornaram as bases da reordenação das organizações tradicionais 
http://slideplayer.com.br/slide/387060/
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/capitalismo.htm
 
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que predominavam até então. Pode-se dizer que o processo de consolidação do 
capitalismo é sim um processo de racionalização da vida e da sociedade. 
 
 
 
Ampliando nossa explicação, devemos dizer que a preocupação de Weber 
estava em tentar apreender os processos pelos quais o pensamento racional, ou a 
racionalidade, impactou as instituições modernas, como o Estado, os governos e, 
ainda, o âmbito cultural, social e individual do sujeito moderno. Em sua denominação 
das diversas formas de racionalidade, Weber fez distinção de quatro principais 
formas: a racionalidade formal, a racionalidade substantiva, a racionalidade meio 
finalística e a racionalidade quanto aos valores. A obra de Max Weber é 
incrivelmente diversa e amplamente utilizada em esforços de compreensão dos 
fenômenos sociais contemporâneos. Como já foi dito, a sociologia weberiana 
influenciou e ainda influencia grandes teóricos, que enxergam na visão de Weber 
uma ferramenta para desvendar os mistérios das relações humanas. 
16.1 Karl Marx: A Sociologia da luta de classes 
Talvez o mais popular entre os clássicos sejam o alemão Karl Marx e isto se 
deve ao fato de terem as suas ideias não só influenciados gerações mas, sobretudo, 
fundou as bases para as lutas dos movimentos sociais, especialmente o movimento 
operário, além de fundamentar as grandes revoluções socialistas do século XX, 
como a revolução soviética e cubana. 
 
 
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Fonte: www.portalconscienciapolitica.com.br 
 
No quadro acima é importante que você reconheça a diferença entre o 
sistema capitalista e o socialista. Assim, você poderá entender as propostas de Marx 
e também todos os movimentos sociais, partido políticos, enfim, todo o movimento 
que surgir em torno desta teoria marxista. 
Na investigação da relação de Marx com a sociologia, não há como 
subestimar a importância do movimento crítico. E esta palavra é chave para você 
compreender a influência de Marx, sobretudo na educação. Ele é, digamos o pai do 
pensamento crítico. 
 
Percebeu? 
Este é de fato o autor que inaugurou o pensamento crítico e o que você verá 
nesta disciplina é que grandes sociólogos da educação pautaram suas reflexões 
neste pensamento. 
 
http://www.portalconscienciapolitica.com.br/economia-politica/socialismo/
 
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17 CRÍTICA DE MARX AO CAPITALISMO 
 
Marx é sem dúvida o que influenciou uma geração de estudiosos da 
educação, especialmente a maior referência em educação no Brasil, o filósofo Paulo 
Freire. As reflexões que se seguem foram extraídas do artigo do professor Ricardo 
Musse, do Departamento de Sociologia da USP. 
Ao longo de toda sua obra, o exame das diversas teorias sociais 
prevalecentes desemboca, com base no exercício de uma crítica ao mesmo tempo 
imanente e transcendente, na delimitação de um território próprio denominado pela 
posteridade de “materialismo histórico”, “sociologia marxista” ou mesmo “sociologia 
ou teoria crítica”. 
Durante o inverno de 1845-1846, refugiados em Bruxelas, Marx e Engels 
redigiram A Ideologia Alemã. O texto, no entanto, por uma série de motivos, não foi 
editado e permaneceu assim durante o período em que eles viveram. Numa breve 
apresentação de sua trajetória intelectual, no Prefácio ao livro Para a Crítica da 
Economia Política (1859), Marx comenta o manuscrito, destacando que: 
 
 
 
As ideias apresentadas no artigo, e que se tornaram uma espécie de resumo 
oficial da teoria marxista da história, retomam quase que literalmente o texto do 
manuscrito de 1845-1846. 
Marx é alemão, crítica que ele fez à racionalidade filosófica o fez declarar: 
 
 
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17.1 Continua a crítica de Marx ao capitalismo 
A Ideologia Alemã tornou-se desde então um texto essencial do corpus 
marxista. Nela delineia-se pela primeira vez de forma nítida o que pode ser 
considerado o programa do materialismo histórico, gestado por meio de uma crítica 
incisiva dirigida simultaneamente à filosofia, à teoria política, à historiografia, à 
economia política, à teoria social etc. Você deve considerar então, que Marx é o 
sociólogo da crítica ao capitalismo. Para ele a política, economia, cultura, enfim, são 
na verdade a superestrutura criada para sustentar o capitalismo, a classe burguesa. 
Até o Estado para ele, é o braço direito da burguesia. 
17.2 A atividade humana: A prática 
A auto compreensão à qual Marx se refere surgiu, em grande medida, de um 
acerto de contas com filósofo chamado Ludwig Feuerbach, o mais destacado dos 
filósofos pós-hegelianos. Nos 11 parágrafos das famosas “Teses sobre Feuerbach”, 
escritas provavelmente em maio ou junho de 1845. 
Portanto, alguns meses antes do início da redação de A Ideologia Alemã –, 
Marx, que havia muito já não era idealista, ao contestar o caráter passivo, abstrato e 
não histórico do materialismo (incluindo o de Feuerbach), destaca que a 
sensibilidade, a história e a vida social resultam da atividade prática humana. Não se 
preocupe com os conceitos filosóficos até aqui, o mais importante é que você 
retenha que Marx criticava uma postura que considera o pensamento o início da 
reflexão social. Para ele o pensamento nasce na prática, ou seja: Não somos o que 
pensamos, mas pensamos do jeito que somos, que produzimos e nos inserimos 
enquanto uma classe social. 
 
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Um ponto decisivo da divergência de Marx ante Feuerbach consiste na 
determinação do conceito de “alienação”. Esta palavra se tornou popular hoje em 
dia, embora o seu sentido muitas vezes tenha se perdido. 
 
17.3 Atenção no Conceito Importante de Marx 
Viu? O homem no sistema capitalista se distanciou dos seus meios de 
produção e ficou alienado do seu próprio trabalho. Aliás, não existe mais trabalho 
próprio, porque agora se trabalha para um patrão.Marx afirma: “a auto alienação religiosa, o desdobramento do mundo em um 
mundo religioso e um mundo mundano (…) só pode se explicar pela auto 
dilaceração e pela autocontradição desse fundamento mundano”. Desse modo, a 
questão da alienação, e assim da própria situação do homem, é deslocada de “um 
reino autônomo nas nuvens” ou da compreensão do indivíduo singular para a vida 
efetiva, que se desenrola como um nexo de relações sociais. É dele a frase: a 
religião é o ópio do povo. Ópio no sentido de uma droga que entorpece o ser e o 
impede de enxergar a sua verdadeira posição. 
17.4 O que importava para Marx então? 
Era a tarefa de delinear uma nova concepção, materialista, da história e da 
sociedade. Teoria essa que, não custa repetir, nasceu da convivência com e da 
crítica à filosofia pós-hegeliana (pode entender aqui pós-idealista), mas que, de certo 
modo, pode ser estendida a grande parte da tradição cultural e intelectual burguesa. 
Não mais no mundo das ideias, mas no mundo das condições concretas, materiais, 
no mundo do trabalho e de suas relações que onde ocorre o processo de produção e 
reprodução humana. 
 
 
 
 
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A estratégia de Marx e Engels para submeter à crítica os jovens hegelianos, 
evitando o risco de recair no jogo especular de uma crítica da “filosofia crítica”, passa 
pela remodelação do conceito de “ideologia” – concebido como um descompasso 
entre o que os indivíduos, grupos e sociedades imaginam ser e o que efetivamente 
são. 
1. A teoria social alemã, tal como configurada no idealismo alemão e no 
movimento dos jovens hegelianos; 
2. A teoria social inglesa, consubstanciada na economia política; 
3. E as vertentes da sociologia francesa iniciadas por Saint-Simon, 
com seus desdobramentos no socialismo utópico de Fourier e 
Proudhon. 
17.5 Ideologia para Marx significa de acordo com o sociólogo Michael Lowy: 
O levantamento das principais determinações da sociedade capitalista tornou-
se imprescindível durante a redação do Manifesto do Partido Comunista (1848). 
Para compreender o momento histórico, Marx expõe a história da gênese e do 
desenvolvimento do mercado mundial, assim como dos conflitos sociais e das 
oposições de classe que moldam esse cenário, delineando os principais pontos da 
sociologia marxista, numa exposição concisa das coordenadas econômicas, sociais, 
políticas e culturais do mundo moderno. 
Esteja certo de que: 
 
 
 
O manifesto comunista de Marx 
Se tiver curiosidade de conhecer mais um pouco sobre o que Marx escreveu 
no manifesto Comunista, busque, leia resenhas, ou melhor, leia o texto na íntegra. 
 
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Não é um texto difícil, talvez seja um dos mais fáceis de apreender o sentido. Veja o 
que diz o texto abaixo: 
 
O Manifesto Comunista e a teoria de Marx 
O Manifesto pode ser lido então como uma demonstração da contradição 
entre o movimento do desenvolvimento das forças produtivas e a estática inerente 
às relações de produção, que reproduzem a cada momento as formas desiguais de 
apropriação da riqueza e de dominação social. Ou seja, em outras palavras, a 
relação ente capital e trabalho. 
Marx apresenta o Manifesto como uma auto exposição do comunismo. 
Conjugado a essa tentativa de exposição teórica das premissas de um movimento 
político que mal entrara em cena e já invocava para si o papel de protagonista, Marx 
compôs um diagnóstico da modernidade que esquematiza, em linhas gerais, tópicos 
que só serão desenvolvidos detalhadamente em obras posteriores, particularmente 
no conjunto de textos projetados pelo próprio Marx como uma “crítica da economia 
política” e cuja formulação mais acabada consiste em O Capital. 
Este livro influenciou os partidos de esquerda que se espalharam pela Europa 
e em todo o mundo, sobretudo no pós guerra. Na América Latina, inclusive, no 
Brasil, influenciou as lutas pelo fim de ditadura militar e a criação dos partidos. 
 
18 A LUTA DE CLASSES 
Diante de tudo o que você leu até agora já deve estar compreendendo o que 
é a luta de classes e que classes são estas. A burguesia e o proletariado, ou seja, o 
dono dos meios de produção e o dono da força de trabalho. 
Marx tomou como pressuposto no Manifesto apenas um esquema mínimo, a 
tese de que “a história de todas as sociedades até o presente é a história das 
lutas de classes”. Observe que em toda a história esta foi a conclusão a que 
chegou Marx. Trata-se, portanto, de trazer para o centro do relato da história 
humana o conflito, a “luta ininterrupta, ora dissimulada, ora aberta”, entre oprimidos e 
opressores. 
 
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Em uma comunidade primitiva ou indígena não existe Estado, nem trabalho 
assalariado e, acima de tudo não existe propriedade privada, que é o núcleo da 
crítica de Marx ao capitalismo. 
Apesar do tom panfletário, inerente a seus objetivos práticos, políticos e 
pedagógicos (afinal foi lendo o Manifesto que as lideranças criaram os partidos), o 
Manifesto mantém a postura crítica em relação à filosofia da história de A Ideologia 
Alemã, como você viu acima. Em lugar de estabelecer uma teleologia para o 
desenvolvimento geral da espécie humana, Marx, fez uma analise em conjunto do 
destino da humanidade e do moderno, apenas aponta duas tendências, extraídas 
da observação do passado histórico, procurando evitar recair na ideia de uma 
necessidade inerente ao espírito ou em alguma forma de determinismo: “uma 
reconfiguração revolucionária de toda a sociedade ou uma derrocada comum 
das classes em luta”. 
 
18.1 Propriedade privada dos meios de produção capitalista 
Chamo a sua atenção aqui para a palavra chave do conceito no quadro 
acima: PROPRIEDADE PRIVADA. Esta é a razão de todo o processo. No momento 
em que se instaura a propriedade privada está se instalando o conflito entre as 
classes. É por isso que a proposta socialista e, o comunismo, tem na sua base a 
eliminação da propriedade privada, os bens não seriam individuais e sim coletivos. 
Querido aluno, querida aluna, observe bem que Marx associa o 
desenvolvimento histórico-social da burguesia, em especial sua constituição como 
força política, a uma série de acontecimentos que marcaram a gênese e os 
desdobramentos do mundo moderno. Desse modo, essa classe é apresentada como 
o produto de um longo processo, de uma série de revoluções nos meios de 
produção, transportes e comunicação, por meio do qual ela se desenvolve, 
 
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economicamente, multiplicando seus capitais e, politicamente, empurrando para 
segundo plano as demais classes opressoras. 
Marx adverte assim que, ainda que as demais classes opressoras não sejam 
suprimidas, doravante quem dá as cartas nos rumos do desenvolvimento histórico e 
na luta política é a burguesia. 
No Manifesto, o mundo burguês é compreendido como uma unidade 
contraditória entre fatores dinâmicos e invariância estática. O paradoxo de uma 
sociedade que não pode existir sem revolucionar continuamente os instrumentos de 
produção e, com eles, o conjunto das relações sociais é próprio do mundo moderno. 
Enquanto os antigos modos de produção assentavam-se, à maneira de uma 
tradição, na manutenção e conservação de relações fixas e cristalizadas, a 
sociedade burguesa se reproduz, mantendo-se idêntica somente ao preço de uma 
contínua transformação que, acarretando a obsolescência e uma incessante 
destruição de toda a estrutura de produção existente em determinado momento, 
subverte inclusive o cenário histórico e político. 
 
19 A CRÍTICA AO CAPITALISMO NA ARTE 
Para descontrair um pouco leia a música que Cazuza compôs e perceba 
também a crítica à sociedade burguesa. Analise a letra a partir do que você estudou 
até agora. 
 
Cazuza: Burguesia 
A burguesia fede 
 
A burguesia quer ficar rica 
Enquanto houver burguesia 
Não vai haver poesia 
 
A burguesia não tem charme nem é discreta 
Com suas perucas de cabelos de boneca 
 
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A burguesia quer ser sócia do Country

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