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1 Contextos de Intervenção Psicológica Professora Mariana Couceiro INTERVENÇÃO SISTÉMICA EM CONTEXTO CLÍNICO E DA SAÚDE 1. Intervenção com a família na doença crónica Uma doença crónica pode de facto acompanhar o individuo sem reduzir o seu a sua qualidade de vida. No entanto, uma doença crónica com um prognóstico reservado, pode ter uma sintomatologia constante e realmente pode ter grande interferência no quotidiano 2 A caraterização e contexto em que se inscreve o processo de uma doença crónica enfatiza a importância do envolvimento da família de uma forma precoce em todo o processo Para a compreensão da doença crónica no seu contexto de desenvolvimento, é imprescindível analisar-se interação entre… No momento em que uma família se depara com a existência de uma doença crónica (PODE ACONTECER EM QUALQUER ETAPA DO CICLO VITAL), podem realizar-se dois movimentos distintos: Movimentos centrípetos (Definem como períodos de aproximação familiar, movimentos de fecho para com o exterior, intra-sistémicos) Movimentos centrífugos (Períodos de distanciamento familiar, inter- sistémicos, movimentos de abertura para com o exterior) Estas noções são cruciais para a compreensão da interação indivíduo-família- doença Indivíduo Família Doença F 3 TIPOLOGIA PSICOSSOCIAL DA DOENÇA Permite examinar interação continua entre o individuo-família-doença, e permite as tipologias e fases da doença (tipo de inicio, tipo de curso, as possíveis consequências da doença e incapacidade e o seu grau) Fases – é o tempo de doença 4 TIPOLOGIA PSICOSSOCIAL DA DOENÇA É IMPORTANTE AVALIAR ESTAS 4 DIMENSÕES. Pode haver dois tipos de inícios: gradual ou agudo Existe 3 tipos de curso: constante, reincidente/episódico e progressivo Consequências, em função de 3 tipos de doença: doenças que não ameaçam a vida, doenças que ameaçam a vida e doenças de curso imprevisível AVALIÇÃO DA DOENÇA – DIMENSÕES Início: As doenças com um início gradual acarretam para a família um nível de stresse distinto daquele que ocorre numa doença com início agudo Início gradual: Reajuste mais atempado e prolongado no tempo – A família tem tempo para lidar, no longo espaço de tempo. Início agudo: Mobilização de recursos num menor espaço de tempo – A família tem de ver os seus recursos de uma forma mais rápida e com rapidez, sendo um curto espaço de tempo com mais desgaste Dimensões Início Curso Consequências Incapacidade 5 Curso: 1. Progressivo (é uma doença contínua, provinde em termos de…): - Adaptação contínua da família - Mudança de papéis dos elementos da família – Cuidador principal - Maleabilidade do sistema familiar colocada em causa – Organização interna e recursos externos 2. Constante (É uma doença na qual ocorre um problema inicial com um conjunto de sintomas após o qual o nosso organismo vai estabilizar – o paciente recupera em menor ou maior grau): - Mudança semipermanente na família durante um período de tempo considerável - Pode ocorrer exaustão familiar 3. Reincidente/ Episódico (Existe uma alternância de períodos de manifestação de sintomas e de não manifestação): - Não requer da família cuidados contínuos nem redistribuição de papéis e tarefas - A tensão experienciada pela família justificada por: Transições entre períodos de crise e de não crise e contínua imprevisibilidade Consequências: Doenças que não ameaçam a vida Doenças que ameaçam a vida o Tendência à tristeza e à separação antecipatórias o A expectativa de perda dificulta a manutenção de uma perspetiva familiar equilibrada Doenças de curso imprevisível o O carácter de incerteza cria por parte da família um sentimento de sobreproteção Incapacidade: A variados níveis e em qualquer estádio da doença Diferentes tipos de incapacidade - Distintos ajustamentos na família 6 O Impacto da Doença na Família depende da fase em que a doença se encontra e do impacto da doença no sujeito. Este impacto pode se verificar nestes 3 níveis: alterações estruturais, alterações processuais e alterações cognitivas e de resposta emocional - Alterações Estruturais: verifica-se de padrões regidos de funcionamento e são criados e mantidos pela relação estreita entre o doente e o seu cuidador. Tão dependente na sua relação, desenvolve coligações (quando se aliam e excluem terceiros) e exclusões emocionais entre a família. Exemplo: Movimento de fecho em relação ao exterior e desvalorizassem das etapas do ciclo vital devido a sobrevalorização das doenças - Alterações Processuais: verifica-se a necessidade de compatibilizar as tarefas da família com as tarefas exigidas pela doença - Alterações Cognitivas e de Resposta Emocional: Impotência e sentimentos de fracasso, resultante de experiencias prévias com a saúde. Por exemplo: a família já passou um processo de doença cronica ou de crise, em que a doença não foi bem-sucedida por o sistema de saúde 7 FASES DA DOENÇA CRÓNICA Fase Crise: Choque, culpa, ou seja, negação de que estão a passar por um processo de doença crónica Fase Crónica: entre o diagnóstico/crise e a fase terminal, fase que exige mudanças constantes episódicas por isso a palavra-chave de adaptação. Tarefa chave da família: Capacidade de a família levar a sua vida de forma normal Fase terminal: estamos a aproximar-nos da pedra; reconstruir os projetos de vida, daí integrar a perda e reconhecer a realidade da perda Palavra-Chave: ATIVAR F Palavra-Chave: ATIVAR 8 AVALIAÇÃO SIMULTÂNEA DO DOENTE CRÓNICO E DA SUA FAMÍLIA Etapa do ciclo vital familiar (quando a doença crónica surge e se está a cumprir as tarefas do ciclo de vida vital) Suporte psicossocial da família (tipo de suporte a família pode contar e se disponibilizam para deixar que as pessoas de fora deem esse suporte) Mudanças no sistema familiar (mudanças que ocorrem e de que forma estão a ser geridas) Outras situações desencadeadoras de stress na família (perceber se para além da doença crónica há algum problema que gere stress por exemplo: perda de emprego) Estratégias de adaptação utilizadas pela família (de coping ao fim de solucionar neste processo de doença crónica; coping funcional e Palavra-Chave: NEGOCIAR Palavra-Chave: PARTILHAR 9 disfuncional o que resulta e o que não resulta; Contributo que a família pode dar ao doente) Para uma melhor compreensão da doença crónica atual na família: - Repetição de Padrões (Avaliar se existiu ou não uma repetição desses padrões) - Desafios - Mudanças nos relacionamentos (Avaliar se houve coligações, triangulações ou até mesmo cortes funcionais) Perspetiva Transgeracional Evolução e adaptação ao longo do CVF História de doença, perda e crise na família 10 INTERVENÇÃO - Procurar junto da família as suas competências para puder lidar com o processo de doença - Colaborar na perspetiva de visão perante a doença - Normalizar as respostas emocionais, pois é normal numa fase inicial haver negação pelo surgimento da doença crónica - Ajudar a família a descentralizar que só uma pessoa deve cuidar do doente, mas sim, a família toda - Manter os hábitos que tinham antes de surgir a doença e readapta-los Formatos de Psicoeducação (transmitir informações sobre a doença) Apenas com o doente Grupos de doentes Uma só família Grupos de famílias com ou sem inclusão dos doentes 11 INTERVENÇÃO PSICOEDUCATIVA FAMILIAR – OBJETIVOS Legitimar a doença Reconhecer os limites que a doença coloca ao doente Desenvolver expectativas realistas em relação à doença Reduzir a responsabilidade do doente Fomentar um espírito colaborativo no processo de recuperação Auxiliar a família a reforçar a participação do doente no tratamento Reconhecer sinais precoces de recaída e mudanças em sintomas persistentes INTERVENÇÃO PSICOEDUCATIVA MULTIFAMILIAR – PRINCIPAIS OBJETIVOS Resolução de necessidades psicossociais Ativação de estratégias ajustadas face aos problemas Criação de uma rede de relações para a família “A antecipação da perda numa doença física pode ser tão desafiadora e dolorosa para as famílias, como a própria morte de um membro da família” TERAPIA FAMILIAR FOCADA NO LUTO (FAMILY FOCUSED GRIEF THERAPY) Premissa: Disfunção familiar relacionada com um maior risco de morbilidade psiquiátrica e desenvolvimento de luto patológico Tipologia: Breve Objetivos: o Coesão o Comunicação o Resolução de conflitos o Competências e recursos Satisfação de necessidades a longo prazo 12 Intervenção com a família EXERCÍCIO PRÁTICO – O CASO DO SR. ANTÓNIO o Doença de início gradual, de curso constante, possivelmente fatal e não incapacitante. o Dados Familiares: Vive com a sua esposa Maria de 65 anos. Tem dois filhos, já casados e com filhos pequenos. Os seus filhos vivem em cidades distantes de si e até mesmo entre eles. Na localidade onde residem têm poucos familiares próximos (uns faleceram, outros deslocaram-se “para a cidade”). o Dados Clínicos: Após a primeira sessão, o psicólogo ficou a conhecer que o Sr. António já há 10 anos que vem a sofrer com o seu problema de saúde. Sabe-se de que há cinco anos para cá tem realizado tratamentos de hemodiálise Independentemente dos tratamentos, alguns recorrentes, sempre que há agravamento no seu estado de saúde, estes tratamentos implicam deslocações bissemanais de cerca de 90 km (ida e volta entre o seu local de residência e o centro de diálise na cidade mais próxima). No momento atual, o Sr. António está a atravessar a fase crónica da sua doença. Neste sentido, o Sr. António e a sua família vêem.se confrontados com uma multiplicidade de tarefas/necessidades… Cerimónia de Homenagem 1. Normalização da perda 2. Recolha de informação 3. Elaboração do texto de homenagem 4. Apresentação 5. Leitura 13 Quais as tarefas que devem ser realizadas na família, tendo em conta as características da doença do Sr. António? Partindo das tarefas previamente mencionadas, quais as estratégias de intervenção que podem ser utilizadas? RESPOSTA: INTERVENÇÃO SISTÉMICA EM CONTEXTO CLÍNICO E DA SAÚDE OS CUIDADOS PALIATIVOS (CP) Alfred Worcester: o pioneiro moderno dos Cuidados Paliativos Uma abordagem que pretende a melhoria da qualidade de vida dos doentes e suas famílias, os quais são confrontados com uma doença que ameaça a vida Propôs: adotar uma atitude mais humanitária face à morte e aos moribundos Fases Tarefas Técnicas/Estratégias de Intervenção Fase de Crónica - Redefinição de papéis e funções - “Colocação da doença no seu lugar” - Importância do apoio social - Negociação de mudanças na família - Externalização da doença - Ampliação da rede social 14 Propõe que a melhoria e a qualidade de vida vão de acordo com estas 3 dimensões: Ênfase na avaliação holística, é a avaliação no seu todo, nós enquanto psicólogos devemos ter a perceção que a doença influencia o doente e a família no seu todo. O todo e as partes, sendo que é importante avaliar o sujeito doente e os familiares que o acompanham A COMUNICAÇÃO EM CP A fim de amenização do sofrimento ou até mesmo da sua conversão Contacto Inicial o Afabilidade o Tranquilidade (ex: transmitir as noticias de forma tranquila para que seja interpretado de igual forma por parte do doente) o Verdade Técnicas de Comunicação o O Não-Verbal (Mais relevante) Mais de 70% do que comunicamos Grande parte da torrente emocional Nalguns casos, o único instrumento de comunicação – por exemplo: quando estamos a intervir com doentes com dissociações (FREQ) Expressão facial (se é congruente ou não com o discurso verbal) Contacto visual - “olhos nos olhos” (perceber junto do doente e a família se conseguem manter o contacto visual direto) Prevenção e alívio do sofrimento Identificação precoce Avaliação holística e tratamento da dor 15 Posicionamento - Proximidade vs Distanciamento (postura; distanciamento pode significar que aquele doente ou família pretendem a sua privacidade) Contato físico – toque (significa proximidade ou afeto, por vezes pode ser interpretado como invasivo dependendo do doente) Tom de voz o Empatia (colocar-se no lugar do outro) Questionamento/ Diálogo acerca do sentir do doente - sentimento de partilha (quando questionamos ao doente e à sua família o processo de doença e o estado, de forma a que eles entendam que podem partilham o momento) Amenizadora do sofrimento Portadora de esperança o Escuta Ativa (demonstrar uma disponibilidade interior perante o outro) Atenuadora do sofrimento Partilha da dor o Tempo e Contacto (nem sempre o doente e os familiares querem ser comunicados) Não forçar o contacto com o doente e sua família. Compreender o tempo do doente e seus familiares. o Permanência da Identidade (que o individuo seja reconhecido na sua narrativa de vida para além da doença, o individuo é muito mais para além da doença) Reconhecimento do indivíduo na sua narrativa de vida (por exemplo: Se tratarmos o doente pelo seu titulo profissional, ou um nome ao qual ele se sinta valorizado, irá transmitir-lhe que a sua identidade não tem uma conotação ligada com a doença) Respeitabilidade pelo percurso de vida do sujeito o Conferência Familiar São tomadas as decisões familiares São partilhadas as possibilidades clinicas de intervenção o Transferência Más Notícias Comunicação franca e empática das notícias - fortalecimento da relação terapêutica. Comunicar pausada e tranquilamente. Ajustar o discurso à compreensão do indivíduo e da sua família. Lugar calmo, tranquilo, com alguma privacidade. 16 Procurar conhecer, previamente, traços importantes da personalidade do doente. Respeitar os silêncios e o afloramento de emoções. Podem ser dadas por nós, como também familiares ou elementos significativos do paciente. Se preparar o familiar, este consegue transmitir as más noticiais ao doente. (FREQ) o Conspiração do Silêncio (Combate a esta técnica; procurar que o tema não seja um tema tabu nem para o doente, nem para os familiares) Abertura e transparência dos acontecimentos na família. A família não pode impedir que se discuta com o elemento doente aspetos do seu prognóstico ou diagnóstico. A FAMÍLIA A doença como fonte de stress para o sistema familiar O alvo de cuidados em cuidados paliativos prende-se na díade com o doente- família, que o foco do nosso trabalho deve ser doente e a família. Na família porque no aparecimento de uma doença, faz surgir uma crise (doença) que gera uma mudança estrutural/qualitativas (tipo II) Posto isto é importante colaborar na identificação e reconhecimento perante a doença. A forma como cada um gere e atua perante a doença, ou até mesmo a sua experiência. IMPORTANTE: Identificação e Reconhecimento A forma como cada um dos membros experiencia, consegue gerir, se flexibiliza face à doença… 17 As expetativas irrealistas consistem num dos maiores desafios da intervenção em CP É importante auxiliar as famílias a criarexpetativas realistas sobre a situação clinica, para que não haja margem de expetativas que não se irão realizar o As Despedidas (podem ser dialogadas ou através destes dois pontos) Realização de um evento familiar significativo Construção de uma “caixa de legado” (caixa de memórias para quem fica) Atribuição de significado à perda INTERVENÇÃO NO LUTO 1. Ajudar a família a integrar a realidade da perda o Incentivar a falar sobre a perda o Explorar as circunstâncias da perda (Quando faleceu, onde faleceu, quando tomou conhecimento) o Escutar ativamente o Demonstrar aceitação incondicional e disponibilidade para cada membro da família Modelo de Tarefas de Worden (2013) 18 2. Ajudar a identificar e experienciar emoções o Ir para além da verbalização das emoções o Conduzir ao experienciar das emoções 3. Ajudar a viver sem o elemento perdido – encontrar sentido na perda o Construir o sentido da perda o Encontrar benefícios a partir da experiência da perda 4. Dar tempo para a elaboração do luto (Não forçar o timing individual e familiar, de forma a que processem) o Exploração/Antecipação/Preparação de datas especiais 5. Avaliar e refletir acerca de estilos de coping Reforçar estilos de coping funcionais o Capacidade para aceitar apoio social o Capacidade para redefinir/ reformular perceções sobre as dificuldades o Regulação emocional – reforçar e validar Reformular estilos de coping disfuncionais, ajudar a família a reformular e ajustar as estratégias o Culpabilização desproporcional – quase patológica, intervimos assim imediatamente (deixa de ser um luto normativo) o Negação – quando se torna sistémica e recorrente ao longo do tempo já não é normativa o Isolamento social – tendem a fechar-se 6. Identificar situações de patologia e referenciar Técnica/Estratégia Finalidade Exemplificação Linguagem Evocativa - Compreensão da realidade da perda. - Questionamento. - Utilização do passado. Utilização de Símbolos - Conhecimento objetivo de quem era o sujeito falecido. - Fotografias. - Objetos. Escrita - Traduzir experiências para a linguagem, facilitando a integração de pensamentos e sentimentos. - Continuidade da comunicação com o sujeito falecido. - Carta/ diário. - Carta de despedida. Role playing - Potencia a construção de novas competências. - Atua como contexto modelador de novos - Simular, antecipando possíveis situações. 19 comportamentos. Desenhos - Identificação do momento em que o indivíduo se encontra no processo de luto. - Representação gráfica de emoções e sentimentos. O LUTO EM CRIANÇAS – INTERVENÇÃO o Conceito de perda: abstrato e complexo. o Indicadores individuais (idade e nível de desenvolvimento), familiares (educação) e sociais (cultura e religião). o É importante ter em consideração todos os fatores anteriormente mencionados, consoante esses fatores haverá um determinado tipo de intervenção 1. Ser-se totalmente honesto! 2. Quando e como dar a notícia da morte? (“Hoje aconteceu algo muito triste… O avô morreu e não estará mais connosco…”) – ser o mais breve possível, e como: privilegiar o dar a notícia num contexto intimo e com as pessoas significativas e com a linguagem adequada) 3. Explicar como ocorreu a morte (“Como sabias, o avô estava muito, muito doente já há muito tempo… a doença que tinha fez com que ele morresse… as pessoas, quando estão muito, muito doentes podem morrer… e foi isso que aconteceu ao avô”; conhecimento sobre o local onde morreu sendo que hospital é diferente de algo do nada). 4. Permitir que possam participar nos rituais fúnebres (“O avô morreu e as pessoas quando morrem não dão mais beijinhos… quando morrem não se mexem mais…”). 5. Promover a expressão de sentimentos (“É normal chorares; quando estamos tristes podemos chorar; chorar não significa que as pessoas sejam fracas”). 20 CUIDAR EM CUIDADOS PALIATIVOS, CUIDANDO DE NÓS – FREQ IMPORT. ESTRATÉGIAS DE PROTEÇÃO DAS EQUIPAS EM CP - AUTOCUIDADO Caso Prático: como proteger as Equipas? Liderança Eficaz (numa equipa de trabalho é importante haver um líder que organize a equipa) Promoção da introspeção e auto-avaliação Desenvolvimento da filosofia individual sobre a vida, morte e doença Preservação de uma atitude positiva e de esperança Comunicação que permita ventilar sentimentos Importância de haver reuniões semanais entre equipas, com o objetivo de orientação É importante que os técnicos tenham construído uma rede de suporte social e o alargamento dessa rede INTERVENÇÃO MULTISSITÉMICA EM CONTEXTO ESCOLAR A ESCOLA Microssistemas do Sistema: são aqueles que são espelhados na imagem de capa do PowerPoint, um aluno ou um grupo de alunos, um professor ou um grupo de professores, um funcionário ou conjunto de funcionários ou a família Junto de elementos em interação dinâmica: A escola interage com os outros sistemas, por exemplo família, comunidade em geral, etc Não devemos limitar as nossas intervenções apenas àquilo que é visível, mas também ao que não é visível Conjunto de elementos em interação dinâmica, não só visíveis, mas também simbólicos, tendo em consideração as representações mentais que os indivíduos têm da realidade (QUESTÃO Frequência) 21 “Conjunto de elementos em interação dinâmica…” o Conflito de ordem e de desordem o Conflito de mudança e de resistência à mudança Sistema ESCOLA - é visto como um sistema aberto e interativo A instituição escola gera continuamente um conflito de ordem e desordem, e um conflito de mudança e de resistência à mudança, pois vai surgindo dificuldades. Os conflitos repetitivos colocam em casa as finalidades das comunidades educativas. ABORDAGEM SISTÉMICA … Poderá permitir uma consciencialização de… A abordagem sistémica poderá permitir-nos uma maior consciencialização sobre aqueles que são os fenómenos interativos (visíveis ou simbólicos) do outro lado, quais são os mecanismos envolvidos (múltiplos sistemas que podem fazer parte), sendo importante a inserção dos elementos que estão envolvidos nas dificuldades para a resolução dessas mesmas dificuldades para a transformação social Dificuldades na concretização das finalidades educativas 22 TOTALIDADE o Todas as crianças compõem o grupo-turma (Todo é a turma) o Turma (“microgrupo”): grupo com emergência de características peculiares que advém do todo – a escola (“macro grupo”) – São as caraterísticas que temos acesso leva–nos à identidade daquela turma o Heterogeneidade das turmas (Elevada heterogeneidade de acordo com as formas de aprender, os seus hábitos, rituais etc.) COMUNICAÇÃO o Comunicação digital vs Comunicação analógica (Digital – verbalizado; Analógica – não verbal) – Através da comunicação podemos compreender e situar o contexto de cada turma o Contexto de ocorrência dos fenómenos (e.g. práticas, normas, rituais) ESCOLA-FAMÍLIA o Sucesso educativo = interação escola-família-comunidade (Para que haja sucesso educativo é importante que família-escola-comunidade estejam a trabalhar no mesmo sentido, assim irá haver maior probabilidade de sucesso educativo) o Mecanismos de ressonância: transmissão de potencialidades e fragilidades (O que se aprende num determinado contexto pode afetar o agir noutro) - exemplo: miúdos que nos aparecem com dificuldades relacionais com os irmãos, há uma maior probidade de desenvolver esses problemas com os colegas) o Frequente desvalorização de funções entre a escola e família o Criança/adolescentes com elo de ligação entre a família e a escola INTERVIR SISTEMICAMENTE Quando verificamos dificuldades no elo de ligação anterior, surge então a oportunidade de intervir como um consultor, é importante que elecrie novas triangulações terapêuticas para que todos fiquem interligados, deve propor novas perspetivas (novas historias e deve possibilitar uma comunicação mais saudável, e equilibrada 23 o Diferenças entre a instituição e o grupo familiar o Terapeuta como pertencente ao sistema (terapeuta tem de ter um papel ativo, contribuindo para a mudança) o Dinâmica de desconstrução/reconstrução/co-construção (Desconstruir o que está menos bom, reconstruir de forma a co construir de forma mais equilibrada) o A importância da co-terapia o A formulação do diagnóstico e hipótese sistémica o Utilização de estratégias construídas em grupo Hipótese diagnóstico - critérios: 1. Estrutura da família (procuramos recolher informação sobre subsistemas, limites, regras, hierarquia de poder, modalidade de relação e comunicação) 2. Etapa do ciclo vital em que a família se encontra (procuramos avaliar em que etapa a família se encontra e se estão a concretizar as tarefas dessa mesma etapa) 3. Flexibilidade do sistema, (procuramos avaliar a capacidade da família de se adaptar a crise) 4. Ressonância à automatização (procuramos avaliar a capacidade da família a promover a autonomia dos seus elementos) 5. Fontes de suporte e fontes de stress internas e externas 6. Função ou o valor do sintoma A questão das expetativas é importante, pois o principal foco não é só a intervenção, mas também o ir de acordo com as expetativas do cliente “É então aqui que surge a oportunidade e a utilidade da entrada do interventor e/ou supervisor sistémico que aparecerá como um consultor (…) uma outra lente que, criando novas triangulações terapêuticas, propondo novas histórias menos saturadas e possibilitando novas comunicações, mais funcionais, poderá ajudar o sistema a encontrar as suas próprias soluções” 24 Psicólogo Funções do psicológico sistémico em contexto escolar: A observação das interações dos vários elementos que façam parte do processo. Uma observação implicada dos problemas e dos sintomas poderá fazer compreender quais as ocorrências e comportamentos que marcaram, reforçam ou diminuem esses mesmos sintomas. Bem como, qual a rede submersa que os sustem e dá significado, a esses mesmos comportamentos e ocorrências. A nossa estratégia chave é a observação. O PSICÓLOGO VAI TRABALHAR COM A(S) EQUIPA(S) INSTITUCIONAL(IS) o Psicólogo + Grupo de Professores/ Grupo de Alunos/ Alunos e Professores/ Funcionários + Famílias o Objetivos dos diferentes grupos de intervenientes (De acordo com cada grupo, há diversos objetivos que por vezes não são mesmos entre grupos) o Circularidade (Ferramenta sistémica; colocarmos a mesma questão com todos os que estão dentro do grupo/do processo) o Clarificar e negociar a metodologia de intervenção o Sublinhar a importância da linguagem do corpo o Delinear o que considera necessário abranger 25 LEITURA SISTÉMICA - DE CADA SISTEMA o Tipo de sistema e subsistemas o Relações intersistémicas o Redes de comunicação o Regras o Grau de coesão o Potencialidades e dificuldades o Modalidades de resolução CONOTAÇÃO POSITIVA – (REFORÇAR – NÃO É RIGIDA) o Utilização da criatividade e do humor o Reenquadramento sistémico (Quando nós damos uma nova perspetiva sobre as coisas com um intuito mais positivo) SUPRASSISTEMA EDUCATIVO Espaço/Tempo Espaço (traduz-se nos contactos, nas fusões; equivale às relações entre sistemas): o Contatos, colaborações, fusões o Organigrama afetivo (permite conhecer através de símbolos e relações a história da situação problema, permite-nos às normas formais e informais, permite aceder aos canais de comunicação regularmente comunicados, às modalidades de relações, permite-nos aceder a rede de suporte social entre cada sistema, permite-nos aceder às potencialidades e recursos de cada sistema, permite-nos aceder às limitações e dificuldades de cada sistema e à sua possibilidade de transformação/mudança) Dos comportamentos disfuncionais, sintomas, problemas As intervenções devem apresentar um registo que permitia dimensionar a história do processo 26 Tempo: o Marcado pelo afetivo e pelo social o Significado à mudança o O tempo da narrativa o “Que tempo se prevê para esta intervenção?” o “Como são geridos os intervalos entre as sessões?” o “Que formas de contato possível se podem estabelecer para as ausências?” Contrato: O(s) sinalizador(es)… o Identificação do problema o Estratégias previamente utilizadas e respetivos resultados o Expetativas Síntese… o Objetivos o Participantes o Tempos da intervenção Tempo (cont.): o Tipo de autonomia o Expetativas sobre o papel a ser desempenhado o Formas de comunicação entre interventor e escola Prevenção: o Reflexão sobre as práticas educativas o Reflexão sobre aspetos formativos da intervenção CONTRATO Intervalo entre as Sessões 27 28 RESILIÊNCIA FAMILIAR EM CONTEXTO DE LUTO E TRAUMA RESILIÊNCIA – CONCEITO o Capacidade de sobreviver e evoluir através de eventos de vida disruptivos. o Envolve um processo dinâmico de adaptação positiva. o Pressupõe processos-chave ao longo do tempo. RESILIÊNCIA FAMILIAR A resiliência pressupõe um reconhecimento das competências parentais e o desenvolvimento da família ao longo do seu ciclo de vida. CRISE NA FAMÍLIA Resiliência* Crise Stress Adaptação* 29 CRISE FAMILIAR RESILIÊNCIA FAMILIAR – PERSPETIVA ECOLÓGICA o Identificação de indicadores comuns numa situação de crise. o Identificação de respostas eficazes. RESILIÊNCIA FAMILIAR- PERSPETIVA DESENVOLVIMENTAL o Tempo individual e familiar. o Desafios emergentes ao longo do tempo. RESILIÊNCIA FAMILIAR “Desafios emergentes ao longo do tempo” … o Eventos stressantes: não são os únicos nem breves no tempo Promoção de novas/distintas estratégias de coping RESILIÊNCIA FAMILIAR – AVALIAÇÃO Evento Stressor … o Natureza do stressor. o Grau de dificuldade. o Outros desafios acarretados. o Experiência prévia da família face a situações de crise. o Experiências da infância dos adultos da família. Família (Todo) Membros da Família (Individual) Perspetivas, recursos e desafios da família 30 RESILIÊNCIA FAMILIAR – INTERVENÇÃO PERDA/TRAUMA, RECUPEÇÃO E RESILIÊNCIA A Perda numa Perspetiva Sistémica … o Perturba o equilíbrio da família. o Modifica a estrutura familiar. o Envolve uma multiplicidade de perdas. Gestão da Adversidade Processos Familiares Eficazes Qualidade nos cuidados Comprometimento nas relações Sistema de Crenças • Significados da adversidade. • Perspetiva positiva. • Transcendência e espiritualidade. Padrões de Organização • Coesão. • Flexibilidade. • Recursos socioeconómicos. Comunicação e Estratégias de Resolução de Problemas • Clareza. • Expressão emocional aberta. • Estratégias colaborativas. - Elemento perdido. - Relação com/entre cada membro. - Função na família. - Unidade familiar intacta. 31 PERDA/TRAUMA, RECUPEÇÃO E RESILIÊNCIA – INTERVENÇÃO Papel do Terapeuta face à Perda … PROCESSOS-CHAVE DA FAMÍLIA … SISTEMA DE CRENÇAS o Atribuição de significado à perda: Tentativa dos membros da família de compreenderem a perda (o evento traumático), tornando-a(o) mais suportável. o Transcendência e Espiritualidade: Conexão espiritual, recordações, histórias e ações. Expressão criativa: escrita, música, artes plásticas. PROCESSOS-CHAVE DA FAMÍLIA … PADRÕES DE ORGANIZAÇÃO o Conexão Familiar: Fortalecimento da coesão e suporte mútuo. Tolerância e respeito pelas diferenças individuais. o Flexibilidade Familiar: Reorganização da família. PROCESSOS-CHAVE DA FAMÍLIA … COMUNICAÇÃO o Partilha da Experiência de Perda: Comunicação aberta. Tolerância. Empatia. Perdas Prévias e Legados Inter-geracionais … Experiências de resiliência – histórias familiares prévias, de crescimento e adaptação positivos, podem inspirar as histórias atuais. RESILIÊNCIA FAMILIAR – INTERVENÇÃO GRUPOS MULTI FAMILIARES … INTERVENÇÃO PRECOCE 1. Contextualização e normalização do sofrimento. - Função do elemento falecido na família. - Dinâmica familiar em torno da perda. - Rede social da família. 32 2. Exploração de forças e estratégias de resolução de problemas. 3. Mobilização de apoio familiar e social. GRUPOS MULTI FAMILIARES … PROFISSIONAIS o Consultor/Interventor. o Incentivas a agentes de mudanças. GRUPOS MULTI FAMILIARES … FAMÍLIA/COMUNIDADE o Diversidade de competências, talentos, faixas etárias. GRUPOS MULTI FAMILIARES … IDOSOS o Recordações e ensinamentos de adversidades prévias. PERDA/TRAUMA, RECUPERAÇÃO E RESILIÊNCIA – INTERVENÇÃO DESAFIOS TERAPÊUTICOS … RESILIÊNCIA FAMILIAR – INTERVENÇÃO DIRETRIZES PARA FORTALECER A RESILIÊNCIA FAMILIAR … o Honrar a dignidade de cada um dos membros da família. o Transmitir convicção no potencial da família para ultrapassar as adversidades. o Utilizar uma linguagem de respeitabilidade para um com o outro. o Demonstrar disponibilidade para a partilha da dor, de preocupações, de desafios. o Identificar e sublinhar as forças da família. o Mobilizar recursos ampliados de parentesco, sociais, comunitários, culturais e espirituais. - Não confundir padrões comuns de resposta à perda com padrões normativos. - Não assumir que as diferenças no luto são, necessariamente, patológicas. - Recomendar a elaboração e a discussão de testamentos, testamentos em vida e diretivas de todos os adultos na família. - Incentivar a programar e participar em rituais memoráveis significativos. 33 o Perspetivar os desafios como oportunidades de aprendizagem, de crescimento. o Modificar o foco: Problemas/fragilidades – Soluções/potencialidades. RESILIÊNCIA FAMILIAR RESILIÊNCIA FAMILIAR EM CONTEXTO DE LUTO E TRAUMA REAÇÕES NEGATIVAS VS. REAÇÕES POSITIVAS “Não se vai direto ao topo, faz-se um plano que se ajusta aos contornos da montanha, aos rigores da subida e às suas próprias habilidades”. Sluzki Contexto de Luto Reações COGNITIVA EMOCIONAL SOCIAL PSICOLÓGICA Dimensões 34 O QUE PODE AJUDAR? Conversar/Passar tempo com outras pessoas; Envolver-se em atividades distrativas positivas; Manter a rotina; Manter uma boa higiene do sono; Manter uma alimentação saudável; Praticar exercício físico; Relembrar episódios positivos com o ente querido falecido; Participar num grupo de apoio; Utilizar técnicas de relaxamento; Procurar ajuda psicoterapêutica. O QUE PODE NÃO AJUDAR? Evitamento extremo; Abuso de álcool ou outras substâncias; Abuso de comida ou privação alimentar; Centração extrema na área profissional; Violência e conflito; Isolamento familiar e social; Fuga de atividades prazerosas. Contexto de Luto Estratégias Adaptativas 35 Se o seu filho… Como ajudar? … se preocupa que alguma coisa de mal aconteça aos pais - Relembre à criança e a si mesmo que já está seguro; - Se ainda não está seguro, fale em como está a proceder para a manter segura; - Faça um plano de quem poderá cuidar dela caso alguma coisa lhe aconteça. Isto poderá ajudá-la a preocupar-se menos. Se o seu filho… Como ajudar? … tem problemas em comer, ou come em demasia ou recusa a alimentar-se. - Não force a criança a comer; - Façam refeições juntos e torne esse momento em algo alegre e agradável; - Mantenha snacks saudáveis por perto - Se está preocupado ou se a criança perder muito peso, consulte o médico pediatra Se o seu filho… Como ajudar? … não é capaz de fazer coisas que já fazia. …não fala como habitualmente. - Evite criticar. Isso irá preocupar a criança e fazê-la penar poderá nunca aprender; - Ao invés de se focar na competência, ajude-a sentir-se compreendida, aceite, amada e apoiada; - À medida que se vai sentindo mais segura, vai recuperar a competência perdida. Contexto de Trauma Estratégias interventivas Bebés e Crianças pequenas 36 Se o seu filho… Como ajudar? … agride-o. - Faça saber que a criança está errada; - Agarre-lhes as mãos para que não possa agredir e sente-a; - Ajude-a a expressar a zanga de outras formas. Reação/Comportamento Respostas Confusão acerca do que aconteceu - Dar explicações concretas acerca do que aconteceu sempre que a criança questionar; - Corrigir informação errada sobre a sua perceção do perigo; - Relembre-a de que há pessoas a trabalhar para a segurança da sua família e que a família pode receber mais ajuda se necessitar. Reação/Comportamento Respostas Queixas somáticas - Procurar se há alguma razão clínica. Se não houver providenciar conforto e assegure à criança que está tudo bem; - Procurar uma atitude prática. Contexto de Trauma Estratégias interventivas Crianças em Idade Escolar 37 Reação/Comportamento Respostas Preocupações com outros sobreviventes e famílias - Ajudar a criança a identificar projetos que sejam úteis e apropriados para a idade dela. Reação/Comportamento Respostas Isolamento/Vergonha/Culpabilização - Providenciar tempo para discutir com o adolescente o acontecimento traumático e os sentimentos resultantes dele; - Normalizar os seus sentimentos corrigindo a culpabilização com explicações realísticas sobre o que podia realmente ser feito. Reação/Comportamento Respostas Ter comportamentos não habituais - Ajudar o adolescente a compreender que estes tipos de comportamentos são uma forma perigosa de expressarem os seus sentimentos sobre o que aconteceu; - Limitar o seu acesso dos adolescentes a álcool e outras substâncias; - Conversas sobre o risco de relações sexuais desprotegidas Contexto de Trauma Estratégias interventivas Adolescentes 38 Reação/Comportamento Respostas Mudanças abruptas nos relacionamentos interpessoais - Explicar ao adolescente que a tensão na relação é expectável; - Encorajar a tolerância, os tempos de recuperação dos diferentes membros da família; - Aceitar a responsabilização pelos seus próprios sentimentos. Reações/Comportamento Respostas Grande ansiedade/ativação fisiológica - Técnica de relaxamento; - Controlo respiratório. Preocupação ou culpa pelas próprias reações - Partilha com um membro da família ou outro significativo; - Análise de evidências. Sentir-se “esmagado” - Identificação de prioridades; - Elaboração de um plano realístico das tarefas. Reações/Comportamento Respostas Medo que a situação volte a acontecer - “Estou triste porque me estou a recordar da situação, mas o acontecimento não está a ocorrer de novo e eu estou seguro”; - Limitar a visualização das notícias à aquisição da informação de que necessita- Problemas de sono - Assegurar boas rotinas de sono. Contexto de Trauma Estratégias interventivas Adultos 39 Exercício Prático Exercício I “Um menino de 7 anos foi encontrado sozinho a vaguear pelas ruas. Não verbaliza muito, apenas diz que se chama André e encontra-se assustado.” Exercício II “No abrigo vê uma senhora sozinha muito chorosa. Um trabalhador presente no abrigo diz-lhe que acabaram de a notificar da morte do marido num incêndio. Quando a aborda, ela não consegue falar porque não consegue parar dechorar.”
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