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Gênero Neisseria

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Neisseria 1
Neisseria
Características gerais
→ várias espécies
→ quase todas são parasitas 
→ duas são patógenos importantes para o homem:
→ Neisseria gonorrhoeae
→ Neisseria meningitidis
Onde é encontrada
→ nasofaringe de pessoas sadias e doentes
→ exceção da Neisseria gonorrhoeae → IST’s
→ associada ao trato genital, retal e orofaringe em
Observação: existe grupo neisseria na boca; quando vamos coletar um material o foco é 
no local de infecção, vamos encontrar muitas bactérias em muitos lugares, não quer dizer 
que são patogênicas. 
→ existe a possibilidade de contaminação (do material) ao fazer uma coleta 
Definição do gênero
→ Cocos gram negativos em forma de grãos de café, agrupados 2 a 2 com a 
concavidade voltada para si
→ As patogênicas são intracelulares facultativas
→ Intracelulares gonococo e meningococo
Patogenicidade
Gonococo
Pode se disseminar no corpo e infectar muitos lugares 
→ Gonorreia 
→ Oftalmia neonatal 
→ Artrite gonocócica 
→ Faringite, Proctite
Meningococo 
→ Meningite meningocócica 
→ Septicemia (meningococcemia)
Neisseria meningitidis
Características
Neisseria 2
→ infecção bacteriana de evolução rápida 
→ alta taxa de letalidade
Pode causar
→ Inflamação nas membranas que revestem o SNC (meningite) 
→ Infecção generalizada (meningococcemia)
Morfologia e coloração
→ diplococos gram negativos
→ agrupados aos pares com formato de rim ou grão de café 
→ partes côncavas voltadas para si
Tipos sorológicos
→ 13 sorogrupos com base na especificidade imunológica de seus polissacarídeos 
capsulares
→ Mais importantes: A, B, C, Y, e W 135
Condições predisponentes do paciente
→ Desnutrição
→ Doenças debilitantes (câncer, esplenectomizados, etc.)
→ importante que recebam a vacina
→ Estafa, Stress.
→ Imunodeficiência e imunossupressão por drogas. 
obs: não ocorre ou muito raramente em adultos jovens.
Maioria das infecções em crianças ocorre
→ idade entre dois meses a 06 anos
→ com maior incidência na faixa etária de seis meses a 2 anos.
Por qual a maior incidência é nessa idade?
→ Diminuição na quantidade de IgG materna na criança
→ Incapacidade de a criança gerar anticorpos suficientes contra o antígeno capsular 
polissacarídico até́ atingir a 
idade aproximada de dois anos.
Por que a vacina não consegue impedir?
Mesmo que tenha tomado a vacina a produção de ac de forma gradativa, por isso 
tem reforços de vacina
Prevalência de meningite por idade
Neisseria 3
2 meses a 6 anos: 
→ Streptococcus pneumoniae 
→ Neisseria meningitidis 
→ Haemophilus influenzae 
Neonatos: 
→ Escherichia coli 
→ Streptococcus agalactiae 
→ Listéria monocytogenes
Como diferenciar meningite bacteriana de viral
Meningite viral
→ costuma ser mais branda
→ aumento do número de linfócitos (20 a 25%)
Meningite bacteriana
→ mais severa
→ LCR purulento/turvo
Fatores de virulência
→ Produz IgA Protease que degrada a IgA secretora
→ facilitando a adesão à mucosa respiratória
→ Presente em algumas cepas mais virulentas
→ Cápsula de polissacarídeos (ação antifagocitária)
→ Endotoxina: responsável por febre, choque tóxico, petéquias e outras alterações 
fisiopatológicas
→ Adesinas (pili): estabelece forte ligação na mucosa nasal
Meningococo no organismo (possiblidades)
Nasofaringe
(1) permanece na nasofaringe como portador assintomático
(2) pode entrar na corrente circulatória (meningococcemia)
(a) cura ou morte
(b) septicemia grave
(I) meningite
(II) glândulas suprarrenais
→ Síndrome de Waterhouse-friderichsen (raríssimo)
→ hemorragia suprarrenal e colapso circulatório
Aspectos clínicos
Neisseria 4
→ Portador Assintomático
→ Meningococcemia
→ Meningite
→ Hemorragia da Supra renal e colapso circulatório
Transmissão e Epidemiologia
→ contato direto ou por aerossóis geralmente de portadores
Fatores importantes para a eclosão da doença:
→ Aumento do número de portadores
→ 11 a 14 anos maioria dos portadores, por isso são vacinados
→ Disseminação de amostras notadamente epidêmica
→ Mudança brusca de temperatura, principalmente no inverno
→ aglomeração humana
Incidência
→ 10% dos adolescentes e adultos são portadores assintomáticos na nasofaringe.
→ pode ficar dias, semanas ou alguns meses
→ Em menos de 1% dos indivíduos infectados, a bactéria consegue penetrar na 
mucosa respiratória e invadir o 
sangue
Tempo para invasão e possível evolução
→ A invasão geralmente ocorre nos primeiros cincos dias após contágio e pode 
evoluir para doença.
→ Não necessariamente se cair no sangue irá causar doenças/infecção
→ Se multiplicar: sintomas e sinais vão aparecer
Período de incubação
O período de incubação varia de 3 a 7 dias.
→ pode ocorrer antes dependendo da carga infectante e predisposição da pessoa
Meningite purulenta aguda
Ciclo da doença
Início súbito → Febre alta → Pescoço rígido → Cefaleia intensa → Agravamento dentro 
de 24h
Características/sintomas da meningococcemia
→ Petéquias, calafrios, febre alta, cefaleia, sonolência, dores nas pernas e braços, 
necroses (amputação)
Neisseria 5
Risco maior → evolução para choque séptico
Características/sintomas da meningite
→ Cefaleia intensa
→ Vômitos em jatos
→ Rigidez de nuca
→ Febre alta
→ Irritabilidade 
→ Sonolência extrema
→ Convulsões
→ Coma
→ Morte
Características/sintomas da meninges
→ Inflamação
→ trombose de pequenos vasos e exsudação de neutrófilos
→ superfície do cérebro é recoberta por um espesso exsudato purulento
Por causa da meningite inflamada: Fluxo sanguíneo no cérebro diminui, convulsões, 
sonolência, coma e morte e aumento da PIC
obs: LCR fica purulento
Vacinas
→ No Brasil as vacinas estão disponíveis na rede pública apenas em situações de surtos 
e epidemias. Exceção “C”
→ As mais frequentemente empregadas é a vacina bivalente (A+ C) e a tetravalente 
(A+C+Y+ W135) 
→ Em menores de 02 anos a monovalente A 
→ Vacina contra o grupo C (mais comum no Brasil sendo responsável por cerca de 70% 
dos infectados) está disponível na rede pública. 
→ Vacinas contra o grupo B (20%) e W135, Y, A estão disponíveis na rede privada 
→ Meningocócica “C” aplicada no 3; 5º e 12º mês de idade 
→ Vacina contra grupo C → Adolescentes de 11 e 12 anos
Características culturais
→ Temperatura ótima de 35 a 36 Cº. 
→ O meio é adicionado de proteínas nativas termocoaguláveis sangue)
Meio seletivo: 
→ Agar Thayer-Martin (com VCNT)
→ Vancomicina (Inibe cocos gram +)
Neisseria 6
→ Colistina (inibe bacilos gram -)
→ Nistatina (inibe fungos e leveduras)
→ Trimetoprima (inibe bacilos gram -)
Procedimentos durante a internação
→ Isolamento até 24 horas do início da antibioticoterapia.
→ Corticoterapia e Antibioticoterapia
→ Precauções com gotículas, aerossóis etc
→ Medidas de suporte
→ Oxigenação, hidratação, alimentação parenteral
→ Medicação de apoio
→ ex: analgésico, antiinflamatório, antitérmico etc.
→ Monitorização dos dados vitais
Tratamento da meningite meningocócica
Corticoterapia
→ Dexametasona 12/12h por 2 dias E.V 
→ Primeira dose 15 a 30 minutos antes do início da antibioticoterapia:
→ Melhora o fluxo sanguíneo cerebral. 
→ Diminui edema cerebral. 
→ Diminui febre e sequelas neurológicas
Antibioticoterapia
→ Penicilina G cristalina E.V ou Ampicilina E.V
Em pacientes alérgicos
→ cefotaxima ou ceftriaxona (cefalosporinas de 3ª geração 
via endovenosa)
Tempo de tratamento (meningites)
→ Pneumococo: 07 a 10 dias 
→ Meningococo: 4 a 10 dias 
→ Haemophilus: 07 a 10 dias 
Neonatal: (Escherichia coli, Streptococcus agalactiae e Listéria monocytogenes) → 
14 a 21 dias
→ Cerca de 5% a 10% dos indivíduos evoluem para óbito apesar do tratamento. 
→ Das pessoas que sobrevivem 9% a 11% ficam com algum tipo de sequelas 
permanentes:
→ Surdez, paralisias, convulsões e amputação de extremidades.
Neisseria 7
Diagnóstico laboratorial
Gram de L.C.R e raspado de Petéquias. 
→ Diplococos gram negativos intra e extra celular. 
Cultura:
→ Do sangue (hemocultura)
→ Colher sangue venoso de maneira antisséptica 
Colocar num frasco assépticoenriquecido e depois coloca no Thayer Martin
→ Do L.C.R (Thayer Martin com VCNT)
Provas Bioquímicas
Sorologia (verificar tipo sorológico em caso de surtos) 
T.S.A
P.C.R. (Biologia Molecular)
Quimioprofilaxia
É feita em todos os contactantes próximos do indivíduo doente. 
→ Visa a eliminação da bactéria da nasofaringe dos portadores evitando a ocorrência de 
novos casos. 
→ Eficácia de 90 a 95% quando aplicado nas primeiras 24 horas. 
Rifampicina: V.O, 2 vezes ao dia durante 02 dias → Crianças 
Ciprofloxacina: V.O dose única → Adultos
Neisseria gonorrhoeae
Doenças
Homem: Uretrite Gonocócica (Gonorreia ou Blenorragia) 
Mulher: Cervicite Gonocócica (Gonorreia ou Blenorragia) 
→ Infecção venérea que aparece após 02 a 10 dias de incubação 
→ Localiza-se primariamente na uretra no Homem (Uretrite) e na cérvix na Mulher 
(Cervicite)
Pode implantar-se
No reto → proctite
Conjuntiva ocular → oftalmia neonatal
Articulações → artrite gonocócica
Faringe → faringite gonocócica
Pode propagar-se a outros órgãos 
Homem: Próstata, vesícula seminal, epidídimo.
Mulher: Ovário, trompa de falópio, peritônio, útero
Fatores de virulência
Neisseria 8
→ Pili e proteína de membrana externa (Adesinas)
→ Causam infecções repetidas devidas acentuadas alterações antigênica da PILI e 
proteína de membrana externa
→ Ajudam na adesão das superfícies mucosas 
→ Tem ação antifagocitária
→ IgA protease: hidrolisa a IgA secretora
→ Não possui cápsula de ação antifagocitária. 
→ Endotoxinas:
→ Componente toxico da membrana externa. 
→ Mata células epiteliais. 
→ Causa inflamação e paralisia dos cílios que protege as trompas de Falópio, 
facilitando sua multiplicação.
Patogenicidade
Gonococos 
→ penetram no organismo através das mucosas do trato geniturinário e outros 
→ provocam uma resposta inflamatória aguda. (pus)
Outras doenças:
→ Endocardite, Epididimite, Artrites, Meningites (raro) 
→ D.I.P (doença inflamatória pélvica) – que pode causar: ovários (ooforite), útero 
endometrite), 
trompa de Falópio (salpingite) e Peritônio (peritonite).
Manifestações clínicas no homem
Costumam ter sintomas mais frequentemente do que mulheres:
→ Pus branco ou amarelo claro saindo do pênis sem dor. 
→ Sensação de queimação ao urinar, que pode ser forte. 
→ Testículos doloridos ou inchados. 
→ Enfartamento ganglionar inguinal. (sintomas mais avançados)
Se não houver tratamento pode afetar:
→ Próstata, epidídimo e vesícula seminal provocando infertilidade.
Observações:
→ É possível que o paciente tenha mais de uma doença como gonorreia e clamídia. 
Caso o médico suspeite é possível fazer o tratamento das duas juntas
→ Secreção emergente do pênis que sai pela glande não é próprio para fazer análise
→ para análise 1/3 distal da uretra - swab dracon
Manifestações clínicas na mulher
Neisseria 9
→ Os primeiros sintomas geralmente são leves e aparecem +/- de 2 a 10 dias depois do 
contato sexual com parceiro infectado.
→ A infecção primária é observada na cérvix e estende-se à uretra e à vagina, resultando 
em corrimento mucopurulento.
→ Quando a mulher apresenta sintomas, os primeiros deles podem incluir: 
→ Sangramento vaginal. 
→ Sensação de dor ou queimação ao urinar (disúria) 
→ Corrimento vaginal branco, amarelo claro ou com sangue
Sintomas mais avançados
Podem indicar o desenvolvimento de doença inflamatória pélvica (DIP), incluem: 
→ Dor abdominal 
→ Sangramento fora do período de menstruação 
→ Vômitos e febre 
→ Enfartamento ganglionar inguinal.
Complicações da D.I.P
→ Esterilidade
→ Gravidez ectópica 
→ Formação de abcessos na trompa de falópio, ovários e peritônio.
Características culturais
→ Temperatura ótima de 35 a 36 Cº
→ É adicionado de proteínas nativas termocoaguláveis (sangue)
→ Meio de cultura utilizados: Agar Thayer-Martin (com VCNT)
Período de incubação
Infecção venérea que aparece após 2 a 10 dias de incubação
Medidas de controle
→ Evitar relações sexuais com vários parceiros
→ Erradicar rapidamente os gonococos dos indivíduos infectados mediantes diagnóstico 
e tratamento precoces.
→ Detectar os casos e contatos por meio de educação e rastreamento das populações 
de alto risco. 
→ Uso de preservativos. 
→ Quimioprofilaxia dos parceiros.
Diagnóstico laboratorial
Neisseria 10
→ Gram: Diplococos gram negativos intra e extra celular 
→ Cultura: em Thayer Martin 
→ Provas Bioquímicas 
→ T.S.A. 
→ P.C.R: verifica a presença de DNA gonocócico na Secreção uretral, endocervical ou 
urina (1º jato)
→ traz consigo as bactérias da uretra
obs: Coleta de material da endocérvix
Tratamento
Devido ao uso disseminado da penicilina G benzatina, a resistência dos gonococos vem 
aumentando de modo gradual 
→ Atualmente para infecções genital, oral e retal é orientado a utilização: Ceftriaxona 
intramuscular dose única
Gonorreia associada a uretrite por Clamídia. 
→ Ceftriaxona intramuscular (dose única) + Azitromicina V.O dose única 
OU
→ Ceftriaxona intramuscular (dose única) + Doxiciclina V.O → 2 vezes ao dia durante 7 
dias. 
obs: quimioprofilaxia é a mesma medicação que o tto
Oftalmia neonatal pode ser evitada pela: 
→ Aplicação de pomada oftálmica de eritromicina a 0,5% 
OU
→ Pomada oftálmica de tetraciclina 1% na conjuntiva do recém-nascido
Epidemiologia
→ No adulto a infecção é sempre transmitida durante o ato sexual. 
→ O único hospedeiro de Gonococo é o homem 
Assintomáticos → 10% dos homens e 50% das mulheres 
→ Tratamento da fonte da infecção
Exame clínico, suspeita de gonorreia:
Diagnóstico da técnica de gram em homens: 
→ diplococo gram negativo? 95% chance de ser neisseria gonorrhoeae
Se em mulheres: 
→ diplococo gram negativo? 50% de chance de neisseria gonorrhoeae pois a mulher tem 
saprofitas que são idênticas. 
→ Se for intracelular mais chances de neisseria
Neisseria 11
→ Se tiver neutrófilos mais chances de neisseria
Apenas cultura e PSR irá dizer com certeza
Nathália Farias
@medicinathy

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