Patrimônio Genético Biossegurança e biotecnologia

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Patrimônio
Genético:
Biossegurança
e biotecnologia
aplicação dos princípios da precaução e da prevenção
Biossegurança
o que é?
Alguns estudiosos relacionam o conceito a questões sobre os
organismos geneticamente modificados, radiações e
substâncias tóxicas que provoquem alterações genéticas nos
seres humanos, capazes de gerar doenças ou malformações em
fetos. Outros entendem o termo de modo mais restrito, que se
refere apenas aos organismos geneticamente modificados.
Nesse sentido, consideram que a questão da utilização das
células-tronco embrionárias não deveriam ser tratadas nessa lei... 
Transgênicos? 
sinônimo para a expressão "Organismo Geneticamente
Modificado" (OGM). É um organismo que recebeu um gene
de outro organismo doador. Essa alteração no seu DNA
permite que mostre uma característica que não tinha antes.
Na natureza, as alterações ou mutações naturais ocorrem
com frequência. No caso de um OGM, os cientistas
controlam essa alteração e depois estudam a fundo se o
produto final é equivalente ao produto não modificado.
Patrimônio Genético
é o conjunto de informações genéticas contidas nas plantas, nos
animais e nos microrganismos, no todo ou em suas partes (cascas,
folhas, raízes, pelos, penas, peles, etc.), estejam eles vivos ou mortos.
O PG também está contido em substâncias produzidas por esses
organismos, como resinas, látex de plantas ou venenos de animais e
substâncias químicas produzidas por microrganismos. O patrimônio
genético brasileiro está nos organismos que ocorrem de forma
natural no Brasil, ou seja, de seres vivos nativos ou daqueles que
adquiriram características específicas no território nacional.
A diferenciação inicia pelo fato de que o princípio da
precaução, quando aplicado, trata-se de uma medida
para evitar o mero risco, e o princípio da prevenção é
aplicado para evitar diretamente o dano. O risco pode
ser entendido como a possibilidade de ocorrência de
uma situação de perigo. Já o perigo nada mais é do
que a possibilidade de ocorrência de dano.
Precaução e Prevenção
Evolução da biossegurança no
Brasil
A união entre campo e tecnologia
Lei 8974/95
Instaurada a Comissão
Técnica Nacional de
Biossegurança (CTNBio).
Soja "RR"
CTNBio recebeu o pedido de
liberação da soja
transgênica Roundup Ready
da empresa Monsanto e
autorizou sua
comercialização no país.
Medidas Provisórias
Progressivo plantio
clandestino de soja
transgênica;
 
Permitindo a
comercialização das safras
2002/2003 e 2003/2004.
 Lei nº 11.105/2005 
A CTNBio passou a
conceder decisão técnica,
liberando o uso comercial de
um produto transgênico, ou
seu derivado, após análise
individual dos casos.
Autoriza a pesquisa com
células-tronco embrionárias.
1995 1998 2003 2005
Lei 11.105/95
Lei de biossegurança
 Veio regulamentar os incisos
II, IV e V do parágrafo 1º do art.
225 da Constituição Federal,
bem como estabelecer normas
de segurança e mecanismos
de fiscalização de atividades
que envolvam organismos
geneticamente modificados e
seus derivados.
 Ela também criou o
Conselho Nacional de
Biossegurança e
reestruturou a Comissão
Técnica Nacional de
Biossegurança. Além disso,
ainda dispôs sobre a Política
Nacional de Biossegurança.
Extrema importância para o
país e para a segurança da
biodiversidade nacional. Os
seus dispositivos acarretam
uma série de consequências
ambientais, jurídicas,
sanitárias, econômicas,
sociais, agrícolas e culturais
para a nação brasileira.
https://jus.com.br/tudo/fiscalizacao
Consequências da
aprovação da lei
Só em 2015, foram aprovadas, de forma
totalmente negligente, variedades de soja e
milho resistentes ao 2,4 D - herbicida
produzido a base do agente laranja, utilizado
como armamento tático pelos Estados Unidos
na guerra do Vietnã e altamente tóxico -,
além do eucalipto H42, primeira árvore
geneticamente modificada do mundo. 
Retirada da necessidade do pesquisador de que tivesse em mãos o
EIA/Rima (Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto no Meio
Ambiente) para experimentos em campo com transgênicos, o mesmo que
era exigido para projetos de usinas hidrelétricas.
São vários os riscos potenciais, cientistas apontam como os principais: aumento das alergias; aumento de
resistência aos antibióticos; aumentos das substâncias tóxicas; maior quantidade de resíduos de agrotóxicos. A
agência americana de proteção ao meio ambiente (US Environmental Protection Agency, EPA) detalhou os efeitos
nocivos para a saúde que pode provocar a exposição ao Roundup: “congestão pulmonar e aceleração do ritmo
respiratório”, entre outros.
Lei nº 13.123/2015
Lei da Biodiversidade
A nova Lei trouxe uma mudança de paradigma na regulamentação das
atividades de acesso ao patrimônio genético, uma vez que extinguiu a
necessidade de autorização prévia para tais atividades. A Lei estabeleceu
a obrigatoriedade de cadastro em um sistema nacional de informação, a
ser criado pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGen). O
Sistema de Gestão do Patrimônio Genético e do Conhecimento
Tradicional Associado (SisGen) entrou em operação em 06 de novembro
de 2017. Além disso, a referida Lei alterou o conceito de patrimônio
genético e criou um conceito legal para pesquisa científica.
Atividades sujeitas a lei
o acesso ao patrimônio genético (PG) ou ao conhecimento
tradicional associado (CTA) e transferência de tecnologia, a
remessa para o exterior de amostras de patrimônio genético e a
exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo
oriundo de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento
tradicional associado realizado após a vigência desta lei. Deste
modo, atividades de pesquisa, experimental ou teórica realizada
sobre o PG ou CTA com objetivo de produzir novos conhecimentos,
mas sem finalidade econômica, deverão ser informadas ao MMA.
Lei e Fiscalização dos Transgênicos
A Lei nº 11.105/2005 em seu artigo 40 traz no seu bojo: "Os alimentos e
ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que
contenham ou sejam produzidos a partir de OGM ou derivados deverão
conter informação nesse sentido em seus rótulos, conforme
regulamento". 
A Lei 7.347/85 disciplina a Ação Civil Pública para responsabilidade por
danos causados ao meio-ambiente e ao consumidor e a qualquer outro
interesse difuso ou coletivo e por infração da ordem econômica. 
“Produtores rurais que trabalham com soja convencional no Paraná
reclamam da venda de sementes transgênicas misturadas com soja
normal. Isso porque, para o produtor, a soja produzida com sementes
tradicionais custa em média R$40 a saca, enquanto o preço da soja
geneticamente modificada foi de R$28 na última safra (2006/2007)".
o índice de contaminação de sementes normais por grãos transgênicos
atualmente é alto. "Na safra de 2006, 300 toneladas de sementes foram
consideradas contaminadas por sementes transgênicas, 9% de todos os
lotes inspecionados pela Secretaria de Agricultura do Estado".
Diversos embates judiciais têm sido promovidos ao longo dos anos, tendo
de um lado as empresas interessadas na liberação dos transgênicos e, do
outro, parcelas da sociedade civil organizada que reivindicam uma maior
segurança alimentar e ambiental. 
Sendo assim, as normas legais brasileiras conferem certas garantias ao
consumidor de alimentos transgênicos brasileiro, inclusive nos aspectos
processuais. Se, atualmente, os produtos embalados não oferecem total
segurança ao consumidor, menos ainda se espera dos produtos não
embalados. As garantias ambientais oferecidas pelas leis em relação aos
transgênicos são discutíveis, e facilmente contestáveis pelos especialistas. 
Princípio da
precaução
adotado pelos
países da
União
Europeia
"Com o fim de proteger o meio ambiente,
o princípio da precaução deverá ser
amplamente observado pelos Estados,
de acordo com suas capacidades.
Quando houver ameaça de danos graves
ou irreversíveis, a ausência de certeza
científica absoluta não será utilizada
como razão para o adiamento de
medidas economicamente viáveis para
prevenir a degradação ambiental"
(BRASIL,2013).
Princípio 15, denominado Princípio da
Precaução:
O Brasil e a União Européia (UE) demonstram ter interpretações divergentes
sobre o sensível uso do "princípio da precaução" para um país rejeitar
importações agrícolas de outro sob alegação de que fazem mal a saúde.
Documento europeu diz que: "O princípio da precaução significa que os
governos tem o direito legal de agir para proteger a saúde humana, animal ou
vegetal, ou o meio ambiente, em face do risco percebido, mesmo quando a
evidência científica (sobre os riscos da importação do produto) não é
conclusiva.
Divergências
Jurisprudências
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SOJA TRANSGÊNICA. DANOS AO MEIO AMBIENTE. CULTIVO DE
ORGANISMO GENETICAMENTE MODIFICADO. OGM. LIMINAR QUE A CORTE, POR
UNANIMIDADE, DEFERE, REFORMANDO A DECISÃO 'A QUO'. INTERDIÇÃO DA ÁREA
CULTIVADA - PLANTIO CLANDESTINO DA CULTURA - ATIVIDADE ILEGAL. LEI 8974/95.
PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO EXIGIDA NO CASO CONCRETO. PRECEDENTES. AGRAVO
PROVIDO. 
(TJPR - 2ª C. Cível - AI - 153338-8 - Clevelândia - Rel.: DESEMBARGADOR HIROSÊ ZENI - J.
13.10.2004)
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COMISSÃO TÉCNICA NACIONAL DE BIOSSEGURANÇA - CTNBIO. VÍCIO
NA LIBERAÇÃO DE COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTO GENETICAMENTE MODIFICADO.
INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO.
(TRF-4 - APELREEX: 50006296620124047000 PR 5000629-66.2012.404.7000, Relator: MARIA
LÚCIA LUZ LEIRIA, Data de Julgamento: 06/03/2013, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: D.E.
08/03/2013)
Seminário Direito Ambiental: 
GRUPO 4 – Patrimônio Genético:
Biossegurança e biotecnologia;
Professor: Dr. Márcio de Souza Bernardes
Discentes: Laura Marschall Morgenstern
 Lucas Zimmermann Piovesan
 Luiza Peliser Dietrich