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Eleco Apostila de prática 2012-2 (1)

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natural – um Naturalista. Sendo estudioso de geologia, zoologia, botânica e 
química, este naturalista procurou aliar seu conhecimento teórico à observação meticulosa e à 
aplicação criteriosa do Método Científico de investigação. 
 É aqui que você entra nesta história: esta prática tem por objetivo trabalhar a interação entre 
a exploração do ambiente com os sentidos e os conhecimentos construídos por você em sala de 
aula, desenvolvendo o hábito do pensamento crítico e do olhar investigativo, ao invés de 
simplesmente um olhar contemplativo. 
 
Procure refletir sobre as seguintes questões, e posteriormente discuta com o seu grupo: 
 
• O que você entende por Método Científico? 
• O que você entende por Modelo Científico? 
• Na sua opinião, é possível se definir a “VERDADE” sobre os eventos biológicos por meio 
da ciência? 
 
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ATIVIDADE DE CAMPO 
 
Para iniciar nosso trabalho podemos seguir alguns passos que irão facilitar a composição do 
relatório. 
 
1) Observação 
Utilizando seus sentidos, com interesse e sensibilidade, devemos caminhar pelas trilhas observando 
atentamente seus elementos. É importante manter um olhar curioso, investigativo e questionador, 
não apenas contemplativo. Nesta parte da prática, procure formular tantas perguntas quanto 
puder, para que possa escolher a melhor para trabalhar. 
 
2) Identificação de um padrão ou objeto de interesse. 
A partir dos elementos observados e das questões formuladas, identifique um padrão: algo que se 
repita de maneira regular; ou escolha um objeto, um elemento ou curiosidade que achar 
particularmente intrigante. Focalize-se na sua escolha e procure descrevê-la com o máximo de 
atenção. 
 
3) Formulação de um problema 
Esta é uma parte importantíssima do trabalho. Você deve se questionar acerca do padrão 
encontrado: Por que ele ocorre? Onde ele ocorre? Como se desenvolve? A formulação correta de 
um problema irá facilitar muito os passos seguintes. 
 
4) Elaboração de uma hipótese 
Por definição, uma hipótese é o enunciado de uma solução estabelecida provisoriamente para um 
dado problema. Ao estabelecer uma hipótese, você estará fazendo uma previsão sobre o seu objeto 
de pesquisa, que deverá ser confirmada ou refutada por meio de evidências experimentais. 
 
5) Proposição de uma metodologia 
Agora, seu grupo deverá debater sobre as melhores abordagens experimentais para se testar a 
hipótese. Como não teremos tempo de realizar os experimentos, você deve apenas avaliar as 
possibilidades. Você poderá propor abordagens ousadas, mas tenha em mente que sua abordagem 
deverá ter coerência com a ciência, e utilizar mecanismos possíveis, conceitualmente falando 
 
6) Debate e avaliação do trabalho 
Depois de formulada sua metodologia, é hora de apresentá-la aos seus companheiros de trabalho. 
Procure ouvir atentamente e anotar as críticas e sugestões dadas por seus colegas, monitores e 
professores. Muitas vezes é neste passo que se delineiam as melhores idéias. Lembre-se de que sua 
idéia deve ser defendida, mas não a qualquer custo. Deve-se manter a coerência, sempre. 
 
 
Relatório: 
 
Ao fazer seu relatório, procure elaborá-lo como se fosse um projeto de pesquisa a ser 
submetido a um órgão financiador, como o CNPq. Ele deverá ter, antes de mais nada, rigor 
científico; e deverá resumir todas as etapas realizadas pelo seu grupo. 
 Na investigação científica, a integração entre o que é captado pelos sentidos e os 
conhecimentos prévios do investigador deve ser total. Em determinadas etapas, como na 
formulação da hipótese, as idéias vêm primeiro: é necessário se refletir sobre o que se sabe de modo 
a prever o comportamento de um determinado sistema. Durante a fase experimental, os fatos são 
preponderantes. O que é observado tem peso de prova, e irá direcionar o raciocínio do pesquisador. 
Em todas as etapas, deve-se estar munido de criatividade, intuição e conhecimento prévio. Vale 
lembrar que mesmo os naturalistas, como Darwin, possuíam algum conhecimento nas suas áreas de 
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interesse, e foi conjugando este conhecimento com o que se observava em campo que se pôde 
elaborar conhecimentos mais amplos e complexos. 
A ciência, enquanto instituição, constrói-se a si mesma. Os conhecimentos construídos com 
base no método científico tornam-se progressivamente mais sólidos, à medida em que são utilizados 
para respaldar novas pesquisas, estudos e observações. As teorias que são aceitas com maior adesão 
são chamadas de PARADIGMAS, e é sobre elas que se constroem os conhecimentos mais novos, 
mais complexos e mais ousados, à semelhança da base de uma pirâmide. A ciência construída sobre 
esta base é chamada “ciência paradigmática ou ciência normal”, mas isso não quer dizer que estas 
bases sejam imutáveis. Ocasionalmente, novos corpos de conhecimento são desenvolvidos e 
escapam às proposições do paradigma. Este momento de ruptura é designado “ciência 
revolucionária”, mas, ao contrário do que se possa pensar, ele não anula o paradigma anterior. A 
ciência, por seu caráter não-absolutista, reconstrói suas bases sobre alicerces mais sólidos, e cresce 
em complexidade, fornecendo modelos cada vez mais confiáveis e complexos. 
As afirmações científicas constituem uma base para o desenvolvimento de novas e melhores 
maneiras de vida para o homem, mas não têm a intenção de descrever o mundo como ele é. 
 
A construção da realidade é uma tarefa que cabe a cada um de nós. Como você 
constrói a sua? 
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PRÁTICA DE MANGUEZAL 
 
O que quer dizer a palavra manguezal? 
Manguezal é um substantivo coletivo que designa um ecossistema formado por uma 
associação de animais e plantas que vivem na faixa entre-marés das costas tropicais baixas, ao 
longo de estuários, deltas, águas salobras interiores, lagoas e lagunas. Já o termo “mangue” refere-
se ao conjunto de plantas de diferentes espécies típicas deste ecossistema. 
O manguezal teve sua origem na superfície da Terra há aproximadamente 60 milhões de 
anos, no Período Terciário. 
 
Ocorrência e formação dos manguezais 
Os manguezais ocorrem em regiões onde a amplitude média da maré varia de 2 a 4 metros e 
cujo terreno é formado por um suave gradiente de planície costeira ou ilhas deltaicas, apresentando 
grande quantidade de partículas finas (silte) na água. São locais protegidos de correntes fortes e 
ação das ondas, onde acontece a mistura da água doce com a água do mar, o que promove as 
condições ideais para o desenvolvimento – em altura e taxa de crescimento – das espécies de 
árvores de mangue. A temperatura média deve ser acima de 20ºC, a amplitude térmica anual menor 
que 5ºC e a precipitação acima de 1550mm/ano, sem períodos de seca prolongados. Com a união 
dessas propriedades, em condições específicas, ocorre o acúmulo de partículas finas – vindas tanto 
do riacho como do mar – que vão sendo depositadas e dão condições de fixação aos propágulos de 
plantas do mangue. As raízes, conforme se desenvolvem, permitem a retenção de mais partículas 
que, juntamente com material orgânico proveniente dessas próprias plantas, matéria orgânica 
animal e material recebido do rio e do mar, irão formar o sedimento do manguezal. 
O ecossistema de manguezal ocorre na faixa intertropical, que estende-se do Trópico de 
Câncer ao Trópico de Capricórnio, sendo encontrado desde a América Central até o sul do Brasil, 
na costa leste e oeste da África, no sul da Ásia, na Austrália e nas ilhas oceânicas. No Brasil, os 
manguezais estão distribuídos ao longo de 6800 Km de costa, do Oiapoque (Amapá) até a Praia do 
Sonho (Santa Catarina). 
 
Características dos manguezais 
O manguezal é caracterizado por vegetação lenhosa típica, adaptada às condições limitantes 
de salinidade, substrato inconsolidado e pouco oxigenado e freqüente submersão pelas marés. Uma 
fauna típica, igualmente adaptada a essas características, compõe também o ecossistema. 
Manguezais são ecossistemas com funções extremamente importantes relacionadas à zona 
costeira, o que pode ser atribuído à sua
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