Buscar

Tutoria 1 - psoríase

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

1. Oque é uma síndrome? Oque é um diagnóstico 
sindrômico? O que é um conjunto de sinais sindrômicos? 
Síndrome: As síndromes provocam um conjunto de sinais e 
sintomas que ocorrem ao mesmo tempo e que podem ter 
causas variadas, assemelhando-se a uma ou a várias 
doenças. Costuma-se denominar também de síndrome 
uma condição que ainda não tem uma causa bem definida 
Diagnóstico sindrômico: O diagnóstico sindrômico é um 
agrupamento amplo de prováveis agentes patogênicos, 
envolvidos em um sintoma, em um único teste rápido que 
maximiza a chance de obter a resposta correta em um 
período de tempo clinicamente relevante. 
2. O que são fatores desencadeantes? Quais são os 
fatores desencadeantes da psoríase? 
Fatores desencadeantes: provocam o desencadeamento da 
doença 
Fatores desencadeantes da psoríase: vários fatores têm 
sido implicados no desencadeamento ou na exacerbação: 
trauma cutâneo de diversos tipos: físico, químico, elétrico, 
cirúrgico, inflamatório. O trauma nesse caso por determinar 
o aparecimento de lesão em área não comprometida 
(fenômeno isomórfico ou reação de Koebner) 
O Estreptococo beta-hemolítico pode desencadear a 
psoríase aguda em gotas e doentes com infecção pelo HIV 
apresentam exacerbação importante da moléstia. 
Algumas drogas como o lítio, betabloqueadores, antimaláricos 
e anti-inflamatórios não hormonais, via de regra, agravam a 
doença. A administração e interrupção de corticoide 
sistêmico pode resultar no agravamento da condição ou até 
no desenvolvimento de forma grave de psoríase 
eritrodérmica e psoríase pustulosa generalizada, versão que 
também pode ser desencadeada por hipocalcemia. Estresse 
emocional é, muitas vezes, relacionado, pelo doente, ao 
desencadeamento ou exacerbação da enfermidade. A 
psoríase é considerada uma doença mediada por 
mecanismos imunológicos, mas, até o presente, nenhum 
antígeno específico foi reconhecido na psoríase. 
3. Epidemiologia da psoríase 
Pode aparecer em qualquer idade, sendo mais frequente no 
adulto jovem, ocorrendo igualmente em ambos os sexos. A 
prevalência mundial estimada é de cerca de 2%, variando 
entre 0 e 4,8% de acordo com a população estudada. É 
rara ou mesmo ausente nas populações ameríndias das 
Américas e acomete 4,8% da população da Noruega. Nos 
Estados Unidos, a prevalência é de cerca de 2,5%, e no 
Reino Unido gira em torno de 1,5%. É rara nos países do 
oeste da África e na Ásia. No Brasil, dados recentes 
avaliando cerca de 9 mil moradores em todas as capitais 
estaduais evidenciaram prevalência de 1,3% na população 
brasileira, com igual distribuição entre homens e mulheres. A 
maior prevalência pode ser observada nos estados do Sul e 
Sudeste e menor prevalência, nos estados do Norte. A 
prevalência estimada em crianças varia de 0,55% a 1,4%. 
Cerca de um terço dos adultos com psoríase refere início 
da doença antes dos 16 anos de idade e, em 2%, antes dos 
2 anos de vida. Embora no passado tenha sido observada 
maior prevalência de psoríase em crianças do sexo feminino, 
estudos atuais indicam que ambos os gêneros são afetados 
igualmente, como ocorre nos adultos. A gravidade durante a 
vida não parece associada à faixa etária de início da doença. 
O risco de desenvolver psoríase é maior quando um ou 
ambos os pais são afetados. O risco de um descendente ter 
a doença é de 41% se ambos os pais forem afetados, 14% 
se apenas um dos pais for afetado e 6% se um irmão for 
afetado, comparado com 2% quando não correm casos na 
família. Entre os pacientes que desenvolvem psoríase na 
infância, 49% deles apresentam familiares de primeiro grau 
afetados pela doença, enquanto que nos pacientes com início 
das lesões na vida adulta, este número é de 37%. 
 
4. Descrever as lesões elementares da psoríase. Como se 
dá o diagnóstico. Como é realizada a curetagem 
metódica de brocq, apontando os sinais presentes para 
o diagnóstico de psoríase. 
Psoríase em placas (psoríase vulgar): Manifesta-se por 
placas eritematoinfiltradas com escamas secas, branco-
prateadas, aderentes e estratificadas. As lesões são bem 
delimitadas, de tamanhos variados, afetando de forma 
simétrica a face de extensão dos membros, 
particularmente joelhos e cotovelos, couro cabeludo e região 
dorsal 
Eventualmente, na pele com psoríase, ocorrem sintomas 
subjetivos, como prurido, queimação e ardência, que, de 
acordo com o estado emocional do paciente, atingem 
intensidade variável. A dor pode acompanhar as lesões com 
fissuras. A evolução é crônica, com períodos de 
exacerbação e de acalmia, quando podem ser observadas 
lesões anulares, características do quadro em remissão. O 
Tutoria - Cenário 1 
halo, ou anel de Woronoff (zona clara perilesional), é 
bastante característico da patologia, porém raramente 
observado. 
Psoríase em gotas ou gotada: Manifesta-se pelo 
aparecimento súbito de pequenas pápulas 
eritematodescamativas de até 1 cm de diâmetro, 
geralmente localizadas no tronco e nos membros proximais 
Psoríase eritrodérmica: Proliferação aumentada e perda da 
maturação das células epidérmicas, levando à produção de 
queratinas anormais. Dessa forma, a descamação é discreta 
e predomina o eritema 
Psoríase pustulosa: É forma grave com sinais e sintomas 
sistêmicos: manifesta-se por meio de placas 
eritematoedematosas e pústulas generalizadas, e é 
conhecida como psoríase do tipo Von Zumbusch 
A curetagem metódica de Brocq consiste na raspagem de 
lesão escamosa com curetagem ou bisturi, permitindo 
analisar as escamas. É particularmente útil na diagnose da 
psoríase, quando se desprendem escamas finas, 
esbranquiçadas e micáceas, que é o sinal da vela. Após a 
retirada total das escamas, surge um ponteado hemorrágico 
– o sinal do orvalho sanguíneo ou sinal de Auspitz. 
Diagnose A identificação da psoríase é eminentemente 
clínica em face do tipo e da distribuição das lesões. Algumas 
formas de eczema podem apresentar aspecto 
psoriasiformes – especialmente o eczema numular. A 
psoríase no couro cabeludo costuma se manifestar por 
placas bem delimitadas, o que as diferenciam das lesões de 
dermatite seborreica. A delimitação das lesões é também 
critério para diferenciar a dermatite seborreica da psoríase 
invertida. A curetagem metódica de Brocq geralmente 
permite diferenciar a psoríase em gotas da pitiríase 
liquenoide em que a descamação não é estratificada. A 
psoríase eritrodérmica deve ser distinguida das 
eritrodermias encontradas em atópicos, nas erupções 
medicamentosas e nos linfomas (micose fungoide e síndrome 
de Sézary). A histopatologia pode ser necessária para a 
diagnose. 
A psoríase pustulosa palmoplantar deve ser diferenciada da 
disidrose, que se localiza, em geral, somente nas mãos. A 
presença de vesículas em vários estágios evolutivos pode 
definir a psoríase pustulosa palmoplantar. A diagnose com 
dermatofitose não tem dificuldade pela presença de lesões 
descamativas e intertriginosas e pelo exame micológico 
direto. As mícides ocorrem na presença de lesões ativas de 
dermatofitose dos pés. 
 
5. Qual diagnóstico diferencial da ptiariase rósea de 
gilbert, dermatite seborreica e sifilis 
- A ptiriase rósea de Gilbert pode, em regra, ser excluída 
pelos dois tipos de lesões e pela evolução para a cura em 8 
semanas. 
- A sífilis pode, no período secundário, apresentar lesões 
psoriasiformes, porém a presença de outros achados, como 
adenopatia, placas mucosas e a sorologia específica, 
confirma a infecção luética. 
- O lúpus eritematoso cutâneo subagudo pode apresentar 
lesões psoriasiformes. A localização das lesões em áreas 
foto expostas e o exame histopatológico podem definir o 
diagnóstico. 
 
6. Quais outras manifestações extra tegumento da 
psoríase? 
Acometimento articular. A artrite psoriásica (AP) é uma 
manifestação que pode acometer portadores de psoríase. A 
incidência da artrite varia muito nos vários estudos, 
afetando de 6 a 48% dos pacientes. No Brasil, Ranza et al. 
(2015) demonstraram que 33% dos pacientes com psoríase 
apresentam AP. A incidênciado acometimento articular 
aumenta com o tempo de doença, e não apresenta relação 
com a gravidade do acometimento cutâneo. Na maioria dos 
casos, a manifestação cutânea precede ou é concomitante 
ao acometimento articular (70%) e em apenas 15% dos 
casos a artrite é a manifestação inicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7. Como é o corte histológico? 
 
8. Qual tratamento? Medicações, etc. 
Medicações tópicas: 
- Corticoides tópicos 
- Análogos da vitamina D 
- Coaltar 
- Método de Goeckerman 
- Antralina (ou ditranol) 
- Fototerapia 
Tratamento sistêmico: 
- Metotrexato 
- Acitretina 
- Ciclosporina 
Atualmente, tem sido alvo de muito estudo e interesse da 
comunidade médica e científica devido ao acelerado 
desenvolvimento de novos conhecimentos na área. Seguindo 
diretrizes de tratamento, a psoríase pode ser caracterizada 
com auxílio de instrumentos próprios para determinação da 
gravidade de doença (PASI – Psoriasis Area and Severity 
Index; DLQI – Dermatology Life Quality Index; e BSA – Body 
Surface Area), em leve, moderada ou grave. 
 
Os pacientes que apresentam a forma leve da psoríase, 
com pequenas e poucas lesões cutâneas, sem 
comprometimento das articulações e sem alteração 
significativa da sua qualidade de vida, geralmente, são 
tratados com medicações tópicas e orientações sobre os 
benefícios dos hidratantes e da exposição solar sob 
orientação médica. Já os pacientes que apresentam as 
formas moderada ou grave, frequentemente, necessitam 
de medicamentos sistêmicos. Geralmente, apresentam 
grandes áreas da pele acometida, e quando presente a 
forma articular, os processos inflamatórios, que levam a 
danos articulares, podem ser incapacitantes ou mutilantes. A 
qualidade de vida desses pacientes encontra-se bastante 
alterada, e muitas vezes eles necessitam de apoio 
psicológico. A terapia tópica consiste no emprego de 
substâncias à base de coaltar, antralina, corticosteroides e, 
mais recentemente, com ação eficaz, os derivados da 
vitamina D (calcipotriol e calcitriol), associados ou não aos 
corticosteroides. 
 
A fototerapia, tanto com UVA (na modalidade de PUVA, 
associada ao psoraleno oral ou tópico), como UVB de banda 
estreita, apresenta ótimas respostas. Em casos refratários, 
a associação com acitretina pode ser uma boa opção. 
 
A terapia sistêmica pode ser dividida em dois grupos: a 
terapia convencional, representada por metotrexato, 
acitretina e ciclosporina, e a terapia biológica, dividida em 
anti-TNF (adalimumabe, etanercepte, infliximabe e, 
recentemente, certolizumabe pegol) e os anti-interleucinas. 
Atualmente, estão disponíveis três medicamentos anti-
interleucina 17 (ixequizumabe, secuquinumabe e 
brodalumabe), enquanto somente uma medicação anti-
interleucina 12/23, o ustequinumabe. Novas moléculas anti-
interleucinas, com foco na interleucina 23 (risanquizumabe, 
guselcumabe), estão aprovadas. Os biológicos são 
medicamentos com grande eficácia e segurança quando 
comparados à terapia tradicional, mas devido ao seu alto 
custo são indicados para os pacientes que apresentem falha 
terapêutica, intolerância ou contraindicação à terapia 
tradicional.

Continue navegando