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Contemplando o invisível final dos finais

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Contemplando o Invisível 
 
 
 
Salmos 
 
 
Livro IV 
 
 
 
 
 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
 
NOV/2015 
 
 
 
2 
 
 
Sumário 
 
 
 Salmo 111 4 
 Salmo 112 6 
 Salmo 113 8 
 Salmo 114 10 
Salmo 115 11 
Salmo 116 13 
Salmo 117 17 
Salmo 118 18 
Salmo 119 23 
Salmo 120 64 
Salmo 121 66 
Salmo 122 67 
Salmo 123 69 
Salmo 124 70 
Salmo 125 71 
Salmo 126 73 
Salmo 127 74 
Salmo 128 76 
Salmo 129 77 
Salmo 130 79 
 Salmo 131 84 
 Salmo 132 85 
 Salmo 133 87 
 Salmo 134 89 
 Salmo 135 90 
 Salmo 136 92 
 Salmo 137 94 
 Salmo 138 96 
3 
 
 Salmo 139 98 
Salmo 140 102 
Salmo 141 104 
Salmo 142 107 
Salmo 143 112 
Salmo 144 116 
Salmo 145 119 
Salmo 146 122 
Salmo 147 124 
Salmo 148 126 
Salmo 149 127 
Salmo 150 128 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Salmo 111 
 
Aleluia! 
De todo o coração renderei graças ao SENHOR, na 
companhia dos justos e na assembleia. Grandes são as 
obras do SENHOR, consideradas por todos os que nelas 
se comprazem. 
Em suas obras há glória e majestade, e a sua justiça 
permanece para sempre. 
Ele fez memoráveis as suas maravilhas; benigno e 
misericordioso é o SENHOR. 
Dá sustento aos que o temem; lembrar-se-á sempre da 
sua aliança. 
Manifesta ao seu povo o poder das suas obras, dando-
lhe a herança das nações. 
As obras de suas mãos são verdade e justiça; fiéis, 
todos os seus preceitos. 
Estáveis são eles para todo o sempre, instituídos em 
fidelidade e retidão. 
Enviou ao seu povo a redenção; estabeleceu para 
sempre a sua aliança; santo e tremendo é o seu nome. 
O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria; 
revelam prudência todos os que o praticam. 
O seu louvor permanece para sempre. 
 
O salmista está alegre no espírito, e por isso se dispôs a 
render graças ao Senhor na comunhão dos santos. 
Ele exaltou as grandes obras do Senhor, que são 
entendidas somente por aqueles que nelas se 
comprazem. 
5 
As obras de Deus possuem glória e majestade e a Sua 
justiça é eterna. 
O Senhor fez Suas obras de tal maneira, que o Seu povo 
pode e deve trazê-las em memória, especialmente para 
terem sempre a convicção de quanto Ele é benigno e 
misericordioso. 
Ele provê todo o necessário para todos os que O temem, 
especialmente no que tange à sua transformação à 
imagem de Cristo, porque sempre é fiel à Sua aliança 
com eles. 
As obras do Senhor são estáveis porque são verdade e 
justiça, e são conformes a fidelidade e estabilidade dos 
Seus preceitos. 
Por tudo isto tem revelado que tem estendido a Sua 
redenção, ou seja, libertação do Seu povo, para entrar 
em aliança com ele. 
Isto se alcança pelo temor do Senhor, que é o princípio 
da sabedoria, ou seja, a base e a condição para que seja 
sábio segundo Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Salmo 112 
 
Aleluia! 
Bem-aventurado o homem que teme ao SENHOR e se 
compraz nos seus mandamentos. 
A sua descendência será poderosa na terra; será 
abençoada a geração dos justos. 
Na sua casa há prosperidade e riqueza, e a sua justiça 
permanece para sempre. 
Ao justo, nasce luz nas trevas; ele é benigno, 
misericordioso e justo. 
Ditoso o homem que se compadece e empresta; ele 
defenderá a sua causa em juízo; não será jamais 
abalado; será tido em memória eterna. 
Não se atemoriza de más notícias; o seu coração é 
firme, confiante no SENHOR. 
O seu coração, bem firmado, não teme, até ver 
cumprido, nos seus adversários, o seu desejo. 
Distribui, dá aos pobres; a sua justiça permanece para 
sempre, e o seu poder se exaltará em glória. 
O perverso vê isso e se enraivece; range os dentes e se 
consome; o desejo dos perversos perecerá. 
 
Como o anterior, este salmo também começa com 
“aleluia”, que significa no hebraico, “louvado seja 
Deus”, e declara ser bem-aventurado, ou seja, 
verdadeiramente feliz segundo o plano de Deus, o 
homem que teme ao Senhor e que se compraz nos Seus 
mandamentos. 
Os que andam assim com o Senhor também terão uma 
descendência abençoada, porque não somente a 
7 
ensinarão a andar nos seus mesmos caminhos, como 
contarão com a bênção de Deus na vida de seus 
descendentes, por causa do bom testemunho dos seus 
pais. 
Na casa do justo há a verdadeira prosperidade e riqueza, 
porque tem o favor do Senhor que é quem o justifica. 
O justo achará luz nas trevas, e isto o capacitará a ser 
benigno, misericordioso e justo. 
O Espírito Santo o fortalecerá em suas fraquezas, e 
calcará a seus pés Satanás e todos os demônios. 
Ele é feliz porque pode se compadecer e emprestar, 
porque não é avarento, e é gentil e misericordioso para 
com o seu próximo, conforme a graça de Deus o impele 
a não somente a agir, mas a ser tal qual o Seu Senhor. 
A quem tem misericórdia do próximo Deus defenderá a 
sua causa em juízo, e jamais será abalado, e sua 
memória será lembrada eternamente. 
Ele também não fica alarmado e atemorizado com más 
notícias, porque sua confiança está no Senhor, que faz 
com que o seu coração fique firme, a ponto de não 
temer, até ver cumprido nos seus adversários 
espirituais, o seu desejo de ser livre pelo p0oder do 
Senhor das suas investidas malignas. 
Nada retém para si mesmo, e é generoso em dar aos 
pobres, de maneira que isto lhe é não somente contado 
para justiça para o seu galardão, como também faz parte 
da justiça que é implantada na sua natureza, e pela qual 
será exaltado em glória. 
O perverso inveja a integridade dos justos e se 
encoleriza, a ponto de ranger os dentes, consumindo-se 
no seu próprio ódio, mas o desejo deles perecerá. 
 
 
 
8 
 
Salmo 113 
 
Aleluia! 
Louvai, servos do SENHOR, louvai o nome do SENHOR. 
Bendito seja o nome do SENHOR, agora e para sempre. 
Do nascimento do sol até ao ocaso, louvado seja o 
nome do SENHOR. 
Excelso é o SENHOR, acima de todas as nações, e a sua 
glória, acima dos céus. 
Quem há semelhante ao SENHOR, nosso Deus, cujo 
trono está nas alturas, que se inclina para ver o que se 
passa no céu e sobre a terra? 
Ele ergue do pó o desvalido e do monturo, o 
necessitado, para o assentar ao lado dos príncipes, sim, 
com os príncipes do seu povo. 
Faz que a mulher estéril viva em família e seja alegre 
mãe de filhos. 
Aleluia! 
 
Como os dois salmos anteriores, este também começa 
com “aleluia”, sendo que também termina com a 
mesma palavra. 
Isto indica que eram salmos usados especialmente para 
a adoração pública, estando a assembleia reunida. 
As letras destes salmos elevam a alma a considerar na 
grandeza de Deus e de Suas obras, dispondo o espírito à 
adoração. 
É lamentável que muito do louvor atual das igrejas não 
tenha mais esta característica de levar o adorador a 
meditar nos feitos e atributos do Senhor para adorá-lo 
9 
consoante aquilo que Ele é e faz, conforme convém para 
uma adoração em espírito e em verdade. 
Os servos de Deus são convocados no salmo a louvar o 
Seu nome e a bendizer-Lhe o nome no presente e para 
sempre. 
E que o louvem desde o nascer do sol até a noite. 
Porque grande e excelente é o Senhor, acima de todas 
as nações, e a Sua glória é maior do que a dos próprios 
céus. 
Não há quem possa ser comparado a Ele, que tendo o 
Seu trono no terceiro céu,inclina-se para ver o que se 
passa no céu e sobre a terra. 
E o faz para erguer do pó o desvalido, e do monturo o 
necessitado, fazendo-lhes assentar-se ao lado dos 
príncipes do Seu povo, porque não há acepção de 
pessoas na família de Deus. 
Tão grande é o poder do Senhor que até mesmo faz com 
que a mulher estéril viva em família e seja alegre mãe de 
filhos espirituais, ensinando-lhes a andar nos caminhos 
do Senhor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Salmo 114 
 
Quando saiu Israel do Egito, e a casa de Jacó, do meio 
de um povo de língua estranha, Judá se tornou o seu 
santuário, e Israel, o seu domínio. 
O mar viu isso e fugiu; o Jordão tornou atrás. 
Os montes saltaram como carneiros, e as colinas, como 
cordeiros do rebanho. Que tens, ó mar, que assim 
foges? 
E tu, Jordão, para tornares atrás? 
Montes, por que saltais como carneiros? 
E vós, colinas, como cordeiros do rebanho? 
Estremece, ó terra, na presença do Senhor, na presença 
do Deus de Jacó, o qual converteu a rocha em lençol de 
água e o seixo, em manancial. 
 
Este salmo destaca que quando Israel saiu do cativeiro 
do Egito, a vocação de Judá era a de ser o centro do 
santuário de Deus, assim como o poder político estava 
espalhado pelas doze tribos de Israel. 
Como se soubessem desta vocação de Judá e Israel, o 
Mar Vermelho e o rio Jordão se abriram, 
respectivamente, nos dias de Moisés, e nos de Josué, 
para que o povo do Senhor passasse para o outro lado a 
pé enxuto, de maneira que as nações vissem que o 
Senhor lutava pelo Seu povo, e cuidada dele. 
Os montes da cordilheira do Sinai tremeram com a 
presença do Senhor, e até água da rocha Deus tirou para 
o seu povo. 
 
 
11 
 
Salmo 115 
 
Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá 
glória, por amor da tua misericórdia e da tua 
fidelidade. 
Por que diriam as nações: Onde está o Deus deles? No 
céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada. 
Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de 
homens. 
Têm boca e não falam; têm olhos e não veem; têm 
ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram. Suas 
mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum 
lhes sai da garganta. 
Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e 
quantos neles confiam. 
Israel confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu 
escudo. 
A casa de Arão confia no SENHOR; ele é o seu amparo e 
o seu escudo. Confiam no SENHOR os que temem o 
SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo. 
De nós se tem lembrado o SENHOR; ele nos abençoará; 
abençoará a casa de Israel, abençoará a casa de Arão. 
Ele abençoa os que temem o SENHOR, tanto pequenos 
como grandes. 
O SENHOR vos aumente bênçãos mais e mais, sobre 
vós e sobre vossos filhos. 
Sede benditos do SENHOR, que fez os céus e a terra. Os 
céus são os céus do SENHOR, mas a terra, deu-a ele aos 
filhos dos homens. 
Os mortos não louvam o SENHOR, nem os que descem 
à região do silêncio. 
12 
Nós, porém, bendiremos o SENHOR, desde agora e para 
sempre. Aleluia! 
 
O salmista exalta ao Senhor porque é o único Deus 
verdadeiro e vivo que abençoa o povo de Israel, e 
particularmente a casa de Arão, ou seja, os sacerdotes 
de Israel que foram separados por Ele para o serviço do 
santuário. 
Como o Deus vivo é invisível, o salmista pede ao Senhor 
que desse glória ao Seu Nome, manifestando as Suas 
obras, para que calasse as nações idólatras que 
confiavam em ídolos de prata e ouro, feitos pelas 
próprias mãos dos homens, e que não falam, não veem 
e nem ouvem, e que deixam seus adoradores nas 
mesmas condições deles, ou seja, incapazes de ouvirem, 
verem e falarem com Deus. 
Todavia Deus não somente se comunicava com Israel 
como é o amparo e escudo do Seu povo. 
Ele nunca esqueceu o Seu povo e a Sua bênção no 
presente e no futuro, para o salmista, era uma certeza. 
Uma bênção que não faz acepção de pessoas, porque é 
destinada a todos os que O temem, tanto pequenos 
como grandes. 
É provável que este salmo tenha sido escrito por um dos 
sacerdotes porque ele impetra a bênção do Senhor 
sobre o Seu povo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Salmo 116 
 
Amo o SENHOR, porque ele ouve a minha voz e as 
minhas súplicas. 
Porque inclinou para mim os seus ouvidos, invocá-lo-ei 
enquanto eu viver. 
Laços de morte me cercaram, e angústias do inferno se 
apoderaram de mim; caí em tribulação e tristeza. 
Então, invoquei o nome do SENHOR: ó SENHOR, livra-
me a alma. 
Compassivo e justo é o SENHOR; o nosso Deus é 
misericordioso. 
O SENHOR vela pelos simples; achava-me prostrado, e 
ele me salvou. 
Volta, minha alma, ao teu sossego, pois o SENHOR tem 
sido generoso para contigo. 
Pois livraste da morte a minha alma, das lágrimas, os 
meus olhos, da queda, os meus pés. 
Andarei na presença do SENHOR, na terra dos viventes. 
Eu cria, ainda que disse: estive sobremodo aflito. Eu 
disse na minha perturbação: todo homem é mentiroso. 
Que darei ao SENHOR por todos os seus benefícios para 
comigo? 
Tomarei o cálice da salvação e invocarei o nome do 
SENHOR. 
Cumprirei os meus votos ao SENHOR, na presença de 
todo o seu povo. 
Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus 
santos. SENHOR, deveras sou teu servo, teu servo, filho 
da tua serva; quebraste as minhas cadeias. 
14 
Oferecer-te-ei sacrifícios de ações de graças e invocarei 
o nome do SENHOR. 
Cumprirei os meus votos ao SENHOR, na presença de 
todo o seu povo, nos átrios da Casa do SENHOR, no 
meio de ti, ó Jerusalém. 
Aleluia! 
 
O início deste salmo é muito parecido com o do Salmo 
18, de maneira que é possível que seja também de 
autoria de Davi. 
O salmista declara o seu amor pelo Senhor porque Ele 
ouve a sua voz e súplicas, inclinando os Seus ouvidos 
para atendê-lo, motivo porque estava determinado a 
invocá-lO enquanto vivesse. 
Mesmo com os laços de morte que lhe haviam cercado 
em grandes perigos, e as angústias do inferno que se 
apoderaram da sua alma, fazendo-o cair em tribulação e 
tristeza. 
Ele invocou o nome do Senhor pedindo-Lhe que livrasse 
a sua alma. 
Ele sabia que Deus é justo, mas também compassivo e 
misericordioso, e por isso tinha sempre bom ânimo em 
Lhe dirigir clamores. 
Sabia também que o Senhor vela pelos que são pobres 
de espírito, como ele, o próprio salmista, de modo que 
achando-se prostrado, foi salvo da sua angústia pelo 
Senhor. 
Quando Deus opera na alma ela volta ao seu sossego, 
que é a condição em que deve se encontrar, conforme o 
propósito de Deus na criação do homem. 
Assim, em sua confiança no Senhor, o salmista foi 
livrado da morte que sentia em sua alma, das suas 
lágrimas, e da queda na tentação e na ruína. 
15 
Como sua segurança estava em andar na presença do 
Senhor, então estava determinado a fazê-lo durante 
todo o tempo da sua peregrinação neste mundo. 
Ele mantinha a fé, mesmo quando dizia que estava 
sobremodo aflito. 
Enquanto esteve perturbado em sua paz de mente e 
espírito, disse que todo homem é mentiroso. 
Todavia o Senhor quebrou todas as cadeias que 
acorrentavam a sua alma, e o libertou completamente, 
de modo que se dispôs a ofertar ao Senhor, pelos 
benefícios que havia recebido dEle, e percebeu que não 
havia maior oferta do que tomar o cálice da salvação e 
invocar o nome do Senhor. 
Por isso cumpriria todos os seus votos feitos ao Senhor 
na presença de todo o Seu povo, para que lhes servisse 
de testemunho da sua consagração. 
A citação do verso 15 de que “Preciosa é aos olhos do 
Senhor a morte dos seus santos.”, merece uma reflexão 
especial quanto ao seu significado, porque à vista do 
Senhor a morte dos Seus santos é tão preciosa, que não 
satisfará aos desejos ímpios de um Saul, de um Absalão, 
nem de quaisquer inimigos de Davi, para que 
triunfassem sobre ele, lhe tirando a vida. 
Davi sabia, pelo Espírito Santo, que morreria em ditosa 
velhice, em seu leito, para que o nome do Senhor fosse 
glorificado, por tê-lo poupado de tantos perigos de 
morte, revelando assim o Seu poder para preservar os 
Seus santos. 
Se a alguns deles permite saírem deste mundo pelo 
martírio, é pelo mesmomotivo de ser glorificado neles, 
pela total falta de temor que eles demonstram em face 
da morte, porque são assistidos pelo Seu poder. 
Mas nenhum santo, morrerá sem que isto seja do 
desígnio de Deus. 
16 
Então esta citação de ser preciosa a morte dos santos 
aos olhos de Deus, deve ser entendida no contexto 
bíblico em que se afirma que é preciosa para Ele a vida 
deles (II Rs 1.13), bem como o seu sangue (Sl 72.14). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Salmo 117 
 
Louvai ao SENHOR, vós todos os gentios, louvai-o, 
todos os povos. 
Porque mui grande é a sua misericórdia para conosco, e 
a fidelidade do SENHOR subsiste para sempre. 
Aleluia! 
 
Este salmo convoca os povos gentios a louvarem a Deus, 
por ser muito grande a Sua misericórdia tanto quanto 
para judeus quanto para os gentios, e porque a Sua 
fidelidade subsiste para sempre. 
Nele se declara, mesmo no período da Antiga Aliança 
com Israel, que o Senhor não é somente Deus dos 
judeus, mas de todas as nações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
Salmo 118 
 
Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque 
a sua misericórdia dura para sempre. 
Diga, pois, Israel: Sim, a sua misericórdia dura para 
sempre. 
Diga, pois, a casa de Arão: Sim, a sua misericórdia dura 
para sempre. 
Digam, pois, os que temem ao SENHOR: Sim, a sua 
misericórdia dura para sempre. 
Em meio à tribulação, invoquei o SENHOR, e o SENHOR 
me ouviu e me deu folga. 
O SENHOR está comigo; não temerei. 
Que me poderá fazer o homem? 
O SENHOR está comigo entre os que me ajudam; por 
isso, verei cumprido o meu desejo nos que me odeiam. 
Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar no 
homem. 
Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar em 
príncipes. 
Todas as nações me cercaram, mas em nome do 
SENHOR as destruí. 
Cercaram-me, cercaram-me de todos os lados; mas em 
nome do SENHOR as destruí. 
Como abelhas me cercaram, porém como fogo em 
espinhos foram queimadas; em nome do SENHOR as 
destruí. 
Empurraram-me violentamente para me fazer cair, 
porém o SENHOR me amparou. 
O SENHOR é a minha força e o meu cântico, porque ele 
me salvou. 
19 
Nas tendas dos justos há voz de júbilo e de salvação; a 
destra do SENHOR faz proezas. 
A destra do SENHOR se eleva, a destra do SENHOR faz 
proezas. 
Não morrerei; antes, viverei e contarei as obras do 
SENHOR. 
O SENHOR me castigou severamente, mas não me 
entregou à morte. 
Abri-me as portas da justiça; entrarei por elas e 
renderei graças ao SENHOR. 
Esta é a porta do SENHOR; por ela entrarão os justos. 
Render-te-ei graças porque me acudiste e foste a 
minha salvação. 
A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser 
a principal pedra, angular; isto procede do SENHOR e é 
maravilhoso aos nossos olhos. 
Este é o dia que o SENHOR fez; regozijemo-nos e 
alegremo-nos nele. Oh! Salva-nos, SENHOR, nós te 
pedimos; oh! SENHOR, concede-nos prosperidade! 
Bendito o que vem em nome do SENHOR. 
A vós outros da Casa do SENHOR, nós vos abençoamos. 
O SENHOR é Deus, ele é a nossa luz; adornai a festa 
com ramos até às pontas do altar. 
Tu és o meu Deus, render-te-ei graças; tu és o meu 
Deus, quero exaltar-te. 
Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom, porque a 
sua misericórdia dura para sempre. 
 
Como no Salmo 115, neste, a casa de Arão é também 
citada particularmente a louvar ao Senhor juntamente 
com o povo de Israel, porque cabia aos sacerdotes, que 
eram daquela casa, a direção do culto do santuário do 
Senhor, ou seja, do templo e das sinagogas. 
20 
São destacadas de modo especial a bondade e a 
misericórdia de Deus, como objeto da proclamação 
deles e da sua rendição de graças ao Senhor. 
A grande lição que permeia quase todos os salmos e que 
bem faríamos em aprender não é somente a do dever 
constante do louvor e gratidão a Deus, como também o 
ato de invocá-lO no meio de nossas tribulações, porque 
o testemunho afirmado nos Salmos é o de que Ele 
sempre nos ouve e nos dá livramento. 
A ponto de se perder o medo do que nos possa fazer o 
homem, porque temos a segurança de que o Senhor está 
conosco. 
Há um grande princípio espiritual declarado neste 
salmo, que bem faríamos em observar, que o salmista 
expressa nas seguintes palavras: 
“Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que confiar no 
homem. Melhor é buscar refúgio no SENHOR do que 
confiar em príncipes.”. 
A citação de nações que cercaram o salmista, mas que 
foram destruídas por ele em nome do Senhor, pode 
indicar uma possível autoria de Davi deste salmo, 
porque ele nunca perdeu qualquer batalha durante o 
seu reinado, porque o Senhor sempre foi com ele, por 
causa da sua piedade e fé nEle, desde a sua juventude, 
quando matou um leão, um urso, e Golias, o gigante. 
Ele diz que o haviam empurrado violentamente para 
fazê-lo cair, mas o Senhor lhe havia amparado, porque 
era a sua força e o seu cântico, que o salvou. 
Por isso se ouve nas moradas dos justos a voz de júbilo 
e de salvação, porque a mão direita do Senhor faz 
proezas. 
De modo que os que confiam nEle podem dizer com 
ousadia que não morrerão antes do tempo determinado 
21 
pelo Senhor, para que possam dar testemunho das Suas 
grandes obras. 
Ele pode castigar severamente os seus filhos, mas não os 
entregará à morte, como faz com os ímpios, porque 
preciosa é a vida de Seus filhos a Seus olhos, porque os 
ama e são as Suas testemunhas na terra. 
Isto é concedido àqueles que têm entrado pela porta 
estreita da justiça de Deus, tal como o salmista entrara 
por ela, e desejava continuar entrando continuamente. 
Porque esta é a porta do Senhor. 
Ele mesmo é a porta do redil das Suas ovelhas. 
E por ela podem entrar somente os justos (os que foram 
justificados pela fé nEle). 
Este salmo foi proferido dentro do contexto do 
evangelho porque há citações abundantes nele que se 
referem à obra de Cristo e ao nosso relacionamento com 
Ele, como o que já comentamos anteriormente, e o que 
o salmista dirá adiante, quanto a render graças ao 
Senhor porque lhe acudiu e foi a sua salvação. 
Ele foi e é, a pedra fundamental de esquina que os 
construtores da religião de Israel rejeitaram. 
Jesus foi eleito pelo Pai para ser tal rocha de esquina, de 
maneira que não há outra que tenha sido dada aos 
homens, sobre a qual possam ser edificados 
espiritualmente. 
Deus fez este dia de salvação, de graça, por meio de nos 
ter dado tal Rocha firme, que é Cristo. 
Este é o dia aceitável do Senhor, que na verdade é 
composto de muitos dias correspondentes à 
dispensação da graça, e por este motivo, tal como o 
salmista devemos regozijarmo-nos nele, ou seja, todos 
os dias de nossas vidas, enquanto durar tal dispensação, 
na qual Deus tem feito uma aliança com os pecadores 
através do sangue de Jesus. 
22 
Esta salvação do Senhor é para ser pedida com a boca, 
porque é somente pela fé nEle que somos salvos. 
Devemos pedir que o Senhor nos faça prosperar neste 
caminho da salvação através da santificação de nossas 
vidas, de modo que faça prosperar todos os Seus 
desígnios relativos à igreja 
Por isso é bendito o que vem em nome do Senhor, a 
saber, o Messias, o Redentor, o Salvador, nosso Senhor 
Jesus Cristo, porque vem para nos salvar dos nossos 
pecados e nos tornar filhos de Deus. 
Então estes que fazem parte da Casa do Senhor são 
abençoados, porque Deus é a luz deles, e é digno de que 
seja adorado com ações de graças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Salmo 119 
 
Estamos apresentando este Salmo com a numeração 
dos seus versículos, porque cada oito versículos foram 
iniciados, respectivamente, com uma das letras do 
alfabeto hebraico. Por exemplo, as primeiras palavras 
dos versos 1 a 8 são iniciadas com alef (a), que é a 
primeira consoante das 22 do alfabeto hebraico; e dos 
versos 9 a 16, cada versículo é iniciado com bet, que é a 
segunda consoante, e assim sucessivamente. Daí este 
salmo conter 176 versículos (22 x 8= 176), assim 
distribuídos: 
 
1 a 8 – alef a 
9 a 16 – bet ou vêtb 
17 a 24 – gimel g 
25 a 32 – dalet d 
33 a 40 – he h 
41 a 48 – vav w 
49 a 56 – zain z 
57 a 64 – hêt x 
65 a 72 – têt j 
73 a 80 – yod y 
81 a 88 – káf k 
89 a 96 – lâmed l 
97 a 104 – mem m 
105 a 112 – num n 
113 a 120 – samech s 
121 a 128 – ain [ 129 a 136 – pê ou fê p 
137 a 144 – tzade c 
145 a 152 – kof q 
24 
153 a 160 – resh r 
161 a 168 – shin v 
169 a 176 – tav t 
 
Tendo em vista a grande extensão deste salmo, 
estaremos comentando o mesmo, por versículo ou 
grupos de versículos: 
 
“1 Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, 
que andam na lei do SENHOR. 
2 Bem-aventurados os que guardam as suas prescrições 
e o buscam de todo o coração; 
3 não praticam iniquidade e andam nos seus 
caminhos.” 
As pessoas que se encaixam nas bem-aventuranças 
citadas por Jesus no início do Sermão do Monte, no 
quinto capítulo de Mateus, são aquelas que são 
irrepreensíveis no seu caminho, porque este consiste na 
lei do Senhor. Elas andam por ele guardando as 
prescrições do Senhor e Lhe buscando de todo o 
coração, e parte disto consiste em não praticar a 
iniquidade. 
 
“4 Tu ordenaste os teus mandamentos, para que os 
cumpramos à risca. 
5 Tomara sejam firmes os meus passos, para que eu 
observe os teus preceitos. 
6 Então, não terei de que me envergonhar, quando 
considerar em todos os teus mandamentos.” 
Os mandamentos do Senhor não são para serem 
meramente elogiados ou apreciados, mas cumpridos de 
fato. Eles devem receber da nossa parte a devida 
seriedade como as ordens expedidas por um Grande Rei, 
que prestará contas conosco quanto à nossa obediência 
25 
às Suas ordenanças. Não se pode guardar tais 
mandamentos sem que se ande de maneira ordenada e 
firme na presença do Senhor, e somente assim fazendo 
não teremos do que nos envergonhar diante dEle. 
 
“7 Render-te-ei graças com integridade de coração, 
quando tiver aprendido os teus retos juízos. 
8 Cumprirei os teus decretos; não me desampares 
jamais.” 
Não é possível render graças ao Senhor com integridade 
coração, caso não se conheça os seus retos juízos e 
mandamentos para que sejam cumpridos. Nisto 
consiste um viver que não desaponta a Deus e que lhe é 
inteiramente agradável. Não basta termos sido 
justificados pela graça, mediante a fé para tal viver 
vitorioso. É necessário buscar continuamente a 
santificação pelo cumprimento dos mandamentos de 
Deus, no poder do Espírito, porque é a Sua Palavra 
aplicada em nossas vidas, pelo Espírito Santo, o que nos 
santifica. A palavra “juízos” do verso 7, vem do hebraico 
“mishpat” e significa sentença, julgamento, justiça, 
juízo. Nós encontramos esta mesma palavra neste 
salmo, também nos versos 23, 20, 30, 39, 43, 52, 62, 75, 
84, 91, 102, 106, 108, 120, 121, 132, 137, 149, 156, 160, 
164, 175. 
 
“9 De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu 
caminho? Observando-o segundo a tua palavra.” 
Não há outro modo de alguém guardar o seu caminho 
em pureza, mesmo no caso de jovens, a não ser por se 
cumprir a Palavra de Deus. É por ela que podemos 
distinguir os que é e o que não é a verdade, e também 
as virtudes espirituais. 
 
26 
“10 De todo o coração te busquei; não me deixes fugir 
aos teus mandamentos.” 
Os mandamentos de Deus só podem ser cumpridos 
quando nós O buscamos de todo o nosso coração. 
 
“11 Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar 
contra ti.” 
O modo de se manter o coração purificado do pecado, é 
por tê-lo cheio da Palavra de Deus. 
 
“12 Bendito és tu, SENHOR; ensina-me os teus 
preceitos.” 
É necessário ter a iluminação do Espírito Santo para que 
possamos aprender de fato os mandamentos de Deus. 
 
“13 Com os lábios tenho narrado todos os juízos da tua 
boca.” 
Não somente devemos temer e nos sujeitar aos juízos 
do Senhor, como também proclamá-los a outros, para 
que também eles temam a Deus. 
 
“14 Mais me regozijo com o caminho dos teus 
testemunhos do que com todas as riquezas. 
15 Meditarei nos teus preceitos e às tuas veredas terei 
respeito. 
16 Terei prazer nos teus decretos; não me esquecerei 
da tua palavra.” 
Quando se tem a riqueza do testemunho do Senhor 
habitando em nós, as riquezas deste mundo se nos 
tornam desprezíveis em face da riqueza da Sua graça. De 
modo que meditar na Palavra do Senhor e na Sua 
vontade passa ser todo o nosso prazer. 
 
27 
“17 Sê generoso para com o teu servo, para que eu viva 
e observe a tua palavra.” 
O desejo do salmista era o de viver para cumprir a 
Palavra de Deus. E este é o mesmo desejo de todos os 
que amam verdadeiramente ao Senhor. 
 
“18 Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as 
maravilhas da tua lei.” 
O salmista sabia que não é possível ter prazer na lei do 
Senhor, e conhecer quão maravilhosa ela é, sem que os 
nossos olhos espirituais sejam abertos pelo Espírito 
Santo. Só podemos conhecer o valor da nossa redenção, 
quando estivermos redimidos. 
 
“19 Sou peregrino na terra; não escondas de mim os 
teus mandamentos.” 
O salmista sabia que estamos apenas em peregrinação 
neste mundo como forasteiros, de modo que o que há 
de melhor e mais importante para se fazer aqui é 
aprender de Deus os Seus mandamentos e vontade. 
 
“20 Consumida está a minha alma por desejar, 
incessantemente, os teus juízos.” 
Todo aquele que desejar incessantemente conhecer e se 
submeter aos juízos de Deus, para que possa andar no 
caminho bom e direito, consumirá toda a sua alma nisto, 
porque se esforçará para ser achado sempre no caminho 
estreito da salvação. 
 
“21 Increpaste os soberbos, os malditos, que se 
desviam dos teus mandamentos.” 
Os que se desviam de cumprir os mandamentos do 
Senhor, por se manterem numa atitude de rebeldia 
contra Ele, são tidos por soberbos e malditos, porque 
28 
permanecem debaixo da maldição da lei, e isto faz com 
que permaneçam debaixo da repreensão do Senhor, 
sem poderem contar com o Seu favor e os benefícios da 
salvação que há em Cristo Jesus, que são para aqueles 
que têm fé NEle. 
 
“22 Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois 
tenho guardado os teus testemunhos.” 
Somente podem contar em serem ouvidos em seu 
clamor a Deus para tirar de sobre si o opróbrio e o 
desprezo, aqueles que têm se esforçado com 
sinceridade para guardarem os Seus testemunhos. 
Enfim, Deus não livrará a ninguém que não esteja de 
fato se voltando para Ele. 
 
“23 Assentaram-se príncipes e falaram contra mim, 
mas o teu servo considerou nos teus decretos.” 
Aqueles que têm guardado os mandamentos do Senhor, 
não precisam temer as perseguições injustas dos 
grandes da terra, porque o Senhor será a fortaleza deles. 
 
“24 Com efeito, os teus testemunhos são o meu prazer, 
são os meus conselheiros.” 
O homem sábio se aconselha com a Palavra de Deus e é 
por ela que dirige os seus passos, de maneira que ela é 
todo o seu prazer. 
 
“25 A minha alma está apegada ao pó; vivifica-me 
segundo a tua palavra.” 
Somente Deus pode nos vivificar segundo os critérios da 
Sua Palavra, quando nossa alma se encontra abatida. 
 
“26 Eu te expus os meus caminhos, e tu me valeste; 
ensina-me os teus decretos.” 
29 
Aquele que andar em sinceridade diante de Deus, não 
lhe escondendo os seus caminhos, achará graça da parte 
do Senhor, que lhe fará conhecer a Sua vontade. 
 
“27 Faze-me atinar com o caminho dos teus preceitos, 
e meditarei nas tuas maravilhas.” 
Somente o Senhor pode conduzir o nosso coração a ter 
prazer nas coisas espirituais, celestiais e divinas, porque 
a nossa natureza carnal se opõe e resiste à Sua vontade. 
 
“28 A minha alma, de tristeza, verte lágrimas; 
fortalece-me segundo a tua palavra. 
29 Afasta de mim o caminho da falsidade e favorece-
me com a tua lei.” 
A alma consumida pela tristeza só pode achar 
verdadeira fortaleza permanecendo na verdade e na fé, 
e sendo fortalecida pela Palavra do Senhor. 
 
“30 Escolhi o caminho da fidelidade e decidi-me pelos 
teus juízos.” 
É necessário tomar posição, tal como o salmista,para 
uma vida consagrada e santificada. E isto consiste em 
escolher o caminho da fidelidade e dos juízos de Deus. 
 
“31 Aos teus testemunhos me apego; não permitas, 
SENHOR, seja eu envergonhado.” 
Aquele que se apegar a uma vida de verdadeiro 
testemunho segundo a Palavra e a vontade de Deus, 
jamais será envergonhado, porque terá a aprovação do 
Senhor. 
 
“32 Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, 
quando me alegrares o coração.” 
30 
Enquanto o coração não é fortalecido com a graça, ele 
não tem o poder necessário para dar testemunho da 
Palavra de Deus, que é fogo e poder. 
 
“33 Ensina-me, SENHOR, o caminho dos teus decretos, 
e os seguirei até ao fim. 
34 Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei; de todo 
o coração a cumprirei.” 
É necessário perseverança e diligência para cumprir os 
mandamentos de Deus, mas isto demanda que se tenha 
um verdadeiro entendimento da Sua vontade, e isto 
somente o próprio Senhor pode nos conceder por 
iluminação do Espírito Santo. 
 
“35 Guia-me pela vereda dos teus mandamentos, pois 
nela me comprazo. 
36 Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à 
cobiça.” 
O salmista tinha experiência de que não se pode viver a 
vida que é do céu com os recursos da terra. É necessário 
que o próprio Deus nos guie pela vereda da justiça. 
Como Paulo temos prazer com a mente na lei de Deus. 
Mas a lei do pecado que opera nos nossos membros 
resiste a tal vontade, e por isso é necessário a 
mortificação contínua do pecado, para que se possa 
viver e andar no Espírito. Porque é Ele quem inclina o 
nosso coração aos testemunhos de Deus, e que nos livra 
da cobiça, que é a mãe de todos os pecados, ao lado da 
incredulidade. 
 
“37 Desvia os meus olhos, para que não vejam a 
vaidade, e vivifica-me no teu caminho.” 
É o poder de Deus que guarda o nosso coração puro e 
que nos impede de cair em tentações. Somente o Seu 
31 
poder pode nos livrar do poder do mal que há no 
pecado, no mundo e em Satanás. Por isso se nos ensina 
na oração do Pai nosso que devemos pedir-Lhe para que 
não nos deixe cair em tentação e que nos livre do mal, 
porque é dEle o poder para tal, e não propriamente 
nosso. 
 
“38 Confirma ao teu servo a tua promessa feita aos que 
te temem.” 
Somente os que temem ao Senhor podem reivindicar 
perante Ele o cumprimento de Suas promessas. 
 
“39 Afasta de mim o opróbrio, que temo, porque os 
teus juízos são bons.” 
O salmista considera que os juízos do Senhor são bons e 
justos, mas Lhe pede que afaste dele o opróbrio que 
temia, baseando-se na Sua misericórdia. Não podemos 
achar misericórdia da parte do Senhor considerando que 
os Seus juízos que visam à nossa correção e 
arrependimento, não sejam justos e perfeitos. 
 
“40 Eis que tenho suspirado pelos teus preceitos; 
vivifica-me por tua justiça. 
41 Venham também sobre mim as tuas misericórdias, 
SENHOR, e a tua salvação, segundo a tua promessa.” 
Como o salmista amava os preceitos do Senhor e se 
empenhava sinceramente em guardá-los, ele Lhe pede 
então, com confiança, que o vivificasse não segundo a 
sua justiça humana falha, mas segundo a justiça divina 
que é perfeita. De maneira que desfrutasse das 
misericórdias e da salvação do Senhor, segundo a 
promessa que tem feito a todos os que O buscarem com 
um coração sincero. 
 
32 
“42 E saberei responder aos que me insultam, pois 
confio na tua palavra.” 
Sendo objeto da misericórdia e da salvação do Senhor, 
porque confiava na Sua Palavra, o salmista teria 
sabedoria para responder aos que lhe injuriavam. 
 
“43 Não tires jamais de minha boca a palavra da 
verdade, pois tenho esperado nos teus juízos. 
44 Assim, observarei de contínuo a tua lei, para todo o 
sempre.” 
O salmista orava para que o Senhor nunca tirasse da sua 
boca a palavra da verdade, porque esperava nos Seus 
juízos, e sabia que somente assim poderia continuar 
observando para sempre a lei do Senhor. Muitos se 
desviam dos caminhos de Deus porque não têm o 
mesmo posicionamento do salmista quanto a nada 
acrescentar ou retirar da Palavra de Deus, e por não se 
estribar no próprio entendimento e capacidade para 
permanecer na verdade. Deus mesmo preserva o Seu 
testemunho fiel em nós. 
 
“45 E andarei com largueza, pois me empenho pelos 
teus preceitos. 
46 Também falarei dos teus testemunhos na presença 
dos reis e não me envergonharei. 
47 Terei prazer nos teus mandamentos, os quais eu 
amo. 
48 Para os teus mandamentos, que amo, levantarei as 
mãos e meditarei nos teus decretos.” 
O salmista não se envergonhava de dar testemunho do 
Senhor e da Sua palavra, mesmo na presença de reis, 
porque sabia quão excelentes são os mandamentos de 
Deus, e devem ser proclamados a todos, não por timidez 
ou vergonha, mas com determinação e grande honra. 
33 
 
“49 Lembra-te da promessa que fizeste ao teu servo, na 
qual me tens feito esperar.” 
Deus não se esquece de nenhuma de Suas promessas, 
mas é nosso dever lembrarmos delas e pedir ao Senhor 
pelo Seu cumprimento enquanto nos esforçamos com 
diligência para permanecermos fiéis, e firmes na fé em 
tudo quanto tenha nos prometido. 
 
“50 O que me consola na minha angústia é isto: que a 
tua palavra me vivifica.” 
Esta é a experiência de todo cristão fiel que sofre. 
Quando tem um espinho na carne. Quando se encontra 
angustiado em sua alma. Não perde a fé e não se 
desespera, porque sabe que será vivificado pela Palavra 
do Senhor, mediante o Seu poder operante em nós, 
porque não se esquece de consolar a nenhum de Seus 
filhos, que buscam fazer a Sua vontade. 
 
“51 Os soberbos zombam continuamente de mim; 
todavia, não me afasto da tua lei.” 
Somente os justos podem exultar no sofrimento das 
perseguições e das injúrias que sofrem da parte dos 
ímpios, e dos ataques que sofrem diretamente dos 
principados e potestades das trevas, e não permitem 
que sejam afastados da lei do Senhor por causa destas 
tribulações. Ao contrário a fé deles é aumentada e 
aprendem paciência, experiência e esperança cada vez 
maiores no Deus em que têm colocado toda a sua 
confiança. 
 
“52 Lembro-me dos teus juízos de outrora e me 
conforto, ó SENHOR.” 
34 
Devemos trazer à recordação os grandes juízos do 
passado realizados pelo Senhor, como por exemplo 
como agiu contra a impiedade dos homens nos dias de 
Noé, em Sodoma e Gomorra, no Egito nos dias de 
Moisés, e contra o Seu próprio povo quando andou 
contrariamente à Sua vontade no deserto. Isto nos ajuda 
a achar conforto para nossas almas atribuladas, porque 
sabemos que sofremos não por sermos malfeitores, mas 
exatamente por causa do nosso amor ao Senhor e ao 
Seu evangelho. 
 
“53 De mim se apoderou a indignação, por causa dos 
pecadores que abandonaram a tua lei.” 
Aqueles que amam a Deus odeiam o pecado tanto em si 
mesmos, quanto nos outros. Jamais justificarão os que 
andam no pecado, ainda que sejam eles próprios. 
 
“54 Os teus decretos são motivo dos meus cânticos, na 
casa da minha peregrinação.” 
A casa da nossa peregrinação é este mundo de trevas, 
mas por causa da Palavra do Senhor podemos achar 
motivo de cânticos de alegria num mundo corrompido 
como o nosso, por causa do pecado. Cantamos porque 
sabemos que estamos em viagem para a nossa 
verdadeira pátria celestial, e que não somos do mundo, 
apesar de estarmos nele. 
 
“55 Lembro-me, SENHOR, do teu nome, durante a 
noite, e observo a tua lei. 
56 Tem-se dado assim comigo, porque guardo os teus 
preceitos.” 
Aquele que guardar sinceramente os preceitos de Deus, 
nunca se esquecerá do Senhor, e terá o seu pensamento 
35 
e coração continuamente voltados para Ele, mesmo 
durante a noite. 
 
“57 O SENHOR é a minha porção; eu disse que 
guardaria as tuas palavras.” 
Quando nos posicionamos para guardar a Palavra do 
Senhor, Ele passa a ser a nossa porção, ou seja, a nossa 
única herança e riqueza, tanto nesta vida, quanto na do 
por vir. 
 
“58 Imploro de todo o coração a tua graça; compadece-
te de mim, segundo a tua palavra.” 
O salmista sempre recorreu à misericórdiado Senhor em 
clamores e orações, porque Ele sempre lhe respondeu e 
o livrou de todos os seus temores e tribulações, porque 
não confiava em si mesmo, na sua própria justiça, senão 
somente na graça e na Palavra do Senhor. 
 
“59 Considero os meus caminhos e volto os meus 
passos para os teus testemunhos. 
60 Apresso-me, não me detenho em guardar os teus 
mandamentos.” 
O salmista sempre pedia ao Senhor que sondasse o seu 
coração. Ele se examinava continuamente segundo os 
testemunhos do Senhor, para andar consoante a Sua 
vontade. E não era lento em fazer isto. Ele se apressava 
e nada podia detê-lo, porque estava determinado a 
guardar os mandamentos do Senhor. 
 
“61 Laços de perversos me enleiam; contudo, não me 
esqueço da tua lei.” 
O salmista não negociava com os ímpios quanto estes o 
enredavam. Ele não lutava com as mesmas armas deles. 
Ele sempre agia em conformidade com a Lei do Senhor 
36 
e esperava somente nEle para que fosse liberto dos 
laços com os quais o prendiam. Davi nunca pôde ser 
prendido definitivamente por nenhum destes laços 
porque o Senhor os desatou totalmente para ele, de 
maneira que o vemos morrendo em ditosa velhice, e não 
nas mãos de quaisquer dos seus muitos inimigos. 
 
“62 Levanto-me à meia-noite para te dar graças, por 
causa dos teus retos juízos.” 
O salmista começava a louvar e a dar graças ao Senhor 
por causa da retidão dos Seus juízos, no primeiro minuto 
do iniciar de cada dia. Era com o Senhor que ele desejava 
passar os primeiros momentos do dia. 
 
“63 Companheiro sou de todos os que te temem e dos 
que guardam os teus preceitos.” 
Há uma comunhão santa entre aqueles que amam o 
Senhor e a Sua Palavra. Este é o laço misterioso do 
Espírito Santo que une num só coração todos os que 
creem em Cristo. Não são uma confraria de amigos. Não 
são um clube fechado, mas uma porta que está sempre 
aberta para dar a destra de companhia a todo e 
qualquer que se converta, porque esta é a sua vocação 
comum, a de se amarem uns aos outros assim como 
Cristo os ama, porque isto é promovido, como já 
dissemos, pelo Espírito Santo que neles habita. 
 
“64 A terra, SENHOR, está cheia da tua bondade; 
ensina-me os teus decretos.” 
Os céus e a terra manifestam a glória e a bondade de 
Deus, mas o salmista desejava aprender os Seus 
decretos diretamente dEle, por uma revelação 
espiritual, a qual não se pode aprender do testemunho 
da bondade de Deus que há nas obras da criação. 
37 
 
“65 Tens feito bem ao teu servo, SENHOR, segundo a 
tua palavra. 
66 Ensina-me bom juízo e conhecimento, pois creio nos 
teus mandamentos.” 
O salmista vinha desfrutando da bondade de Deus em 
sua vida, conforme a Sua Palavra, ou seja, tanto pelas 
promessas que ela contém, quanto por ser praticada. 
Todavia, ele buscava crescimento espiritual pelo 
aprendizado do bom juízo e conhecimento. O mesmo se 
espera dos cristãos em Cristo, porque devem crescer na 
graça e no conhecimento de nosso Senhor. 
 
“67 Antes de ser afligido, andava errado, mas agora 
guardo a tua palavra.” 
Este versículo comprova que as provações visam ao 
crescimento espiritual do cristão. Deus nos corrige por 
meio das aflições, para que guardemos a Sua Palavra e 
sejamos participantes da Sua santidade. 
 
“68 Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus 
decretos.” 
Um Deus que é bom e que só faz o bem, espera que 
aprendamos a ser tal como Ele, por aprender a Sua 
vontade. Afinal, não podemos amar aquilo que não 
conhecemos, daí a necessidade de se crescer no 
conhecimento de Deus e da Sua vontade, para que 
possamos ser transformados de glória e glória, à Sua 
própria semelhança. 
 
“69 Os soberbos têm forjado mentiras contra mim; não 
obstante, eu guardo de todo o coração os teus 
preceitos. 
38 
70 Tornou-se-lhes o coração insensível, como se fosse 
de sebo; mas eu me comprazo na tua lei.” 
A gordura não tem terminações nervosas, e por isso é 
insensível. Um coração espiritual só de gordura é aquele 
que é insensível para a vontade de Deus. E deste modo 
se entregará à mentira, e a perseguir os justos. Todavia, 
estes, quando perseguidos, devem continuar guardando 
de todo o coração os preceitos de Deus, tal como o 
salmista costumava fazer. Não devem permitir ser 
vencidos pelo mal, mas devem vencer o mal com o bem. 
Não devem se tornar insensíveis tal qual os seus 
perseguidores, mas devem amar até mesmo os seus 
inimigos. 
 
“71 Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que 
aprendesse os teus decretos.” 
Este versículo é semelhante ao 67 e comprova que as 
aflições visam ao crescimento espiritual do cristão. Deus 
nos corrige por meio das aflições, para que guardemos a 
Sua Palavra e sejamos participantes da Sua santidade, 
aprendendo a ser pacientes, longânimos, perdoadores e 
amorosos, tal como Ele. 
 
“72 Para mim vale mais a lei que procede de tua boca 
do que milhares de ouro ou de prata.” 
As riquezas terrenas que passam e que se gastam pelo 
uso, não podem ser comparadas com as riquezas 
celestiais, que nos são concedidas como bênçãos 
espirituais. Nada trouxemos conosco para este mundo, 
e nada poderemos levar quando sairmos dele pela 
morte, no que se refere a bens materiais. Então não é 
sábio ajuntar tesouros na terra. Não se pode, portanto, 
comparar o valor da Palavra de Deus, que permanece 
39 
para sempre, com o das coisas terrenas que perecem, e 
cuja glória é passageira como a fumaça. 
 
“73 As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; ensina-
me para que aprenda os teus mandamentos.” 
Se Deus não tivesse criado o homem, ninguém teria no 
que se gloriar, nem mesmo na própria existência. Então 
não é em nada deste mundo ou em nós mesmos que 
devemos nos gloriar senão somente no Senhor. Fomos 
criados para o propósito de aprender os caminhos de 
Deus, e a crescer nEle até a estatura de homem perfeito, 
conforme foi projetado por Ele desde antes da fundação 
do mundo. Enquanto peregrinamos aqui embaixo 
estamos em processo de transformação progressiva, 
que deve aumentar em graus, até o dia em que seremos 
tanto perfeitos no corpo, quanto no espírito, quando da 
volta de nosso Senhor para arrebatar a Sua igreja. 
 
“74 Alegraram-se os que te temem quando me viram, 
porque na tua palavra tenho esperado.” 
Há alegria na comunhão dos santos. Um santo se alegra 
à vista de outro santo. A base desta alegria e santidade 
é a guarda e confiança na Palavra de Deus, e o mover do 
Espírito Santo, que neles habita, que é unidade de fé, de 
amor e de espírito. 
 
“75 Bem sei, ó SENHOR, que os teus juízos são justos e 
que com fidelidade me afligiste.” 
Mais uma vez o salmista declara que a aflição com a qual 
estava sendo atingido pela potente mão do Senhor era 
justa, e era o resultado da fidelidade de Deus à Sua 
promessa de corrigir a todos os Seus filhos, porque os 
ama. 
 
40 
“76 Venha, pois, a tua bondade consolar-me, segundo a 
palavra que deste ao teu servo. 
77 Baixem sobre mim as tuas misericórdias, para que 
eu viva; pois na tua lei está o meu prazer.” 
Como o salmista vivia buscando guardar sinceramente a 
lei de Deus, então sentia-se encorajado pelo Espírito a 
orar pela manifestação da Sua bondade consoladora, 
segundo as Suas boas promessas, e misericórdia, porque 
sem isto é impossível ter a vida plena do Espírito, pela 
qual temos prazer na lei de Deus. É a nova natureza 
obtida no novo nascimento do Espírito, que tem prazer 
na lei de Deus, porque a antiga natureza (terrena) não 
tem não somente nenhum prazer na lei de Deus, como 
também se opõe a ela. 
 
“78 Envergonhados sejam os soberbos por me haverem 
oprimido injustamente; eu, porém, meditarei nos teus 
preceitos. 
79 Voltem-se para mim os que te temem e os que 
conhecem os teus testemunhos.” 
O salmista entregava-se ao Senhor, para que julgasse a 
sua causa contra aqueles que lhe oprimiam 
injustamente. Ele dava lugar à ira de Deus, ou seja, ao 
Seu atributo de juízo que opera segundo a Sua justiça, 
que dá o pago a todos aqueles que agem impiamente. O 
salmista sabia que o caso dosseus inimigos era um 
assunto para Deus e não para ele próprio se ocupar dele. 
Ele buscaria a comunhão dos que temiam ao Senhor e 
conheciam os Seus testemunhos. Esta era a sua oração: 
que Deus movesse os tais a estarem em sua companhia. 
 
“80 Seja o meu coração irrepreensível nos teus 
decretos, para que eu não seja envergonhado.” 
41 
O desejo de Deus para todos os Seus filhos é que tenham 
uma vida irrepreensível, ou seja, que nada se ache no 
comportamento deles que seja digno de reprimenda. É 
somente quando se é diligente na busca deste alvo da 
santificação, que Deus o concretiza paulatinamente em 
nossas vidas, de modo que não sejamos motivo de 
vergonha ou escândalo, por vivermos de modo diferente 
daquele que é esperado, segundo a nossa vocação no 
Senhor, a saber, a de sermos filhos da luz, para 
andarmos na luz. 
 
“81 Desfalece-me a alma, aguardando a tua salvação; 
porém espero na tua palavra. 
82 Esmorecem os meus olhos de tanto esperar por tua 
promessa, enquanto digo: quando me haverás de 
consolar?” 
Grande era a angústia do salmista, a ponto de sentir a 
alma desfalecida. Todavia, ele não se afastava da 
esperança da Palavra, que nos assegura a vitória pela 
permanência na fé no Senhor, e por continuarmos na 
prática da justiça, independentemente das 
circunstâncias em que estivermos vivendo, e que 
estejam causando este grande abatimento espiritual. O 
salmista estava esperando há muito tempo pelo 
livramento do Senhor, mas não desistia de esperar 
somente nEle, aguardando e clamando pelo dia em que 
finalmente seria consolado. Ele não estava em estado de 
passividade, esperando que o livramento viesse por 
acaso. Não. Ele estava bem instruído pelo Senhor que 
devemos clamar na hora da angústia, para que Ele possa 
nos livrar, de modo que venhamos a glorificar o Seu 
santo nome. 
 
42 
“83 Já me assemelho a um odre na fumaça; contudo, 
não me esqueço dos teus decretos. 
84 Quantos vêm a ser os dias do teu servo? Quando me 
farás justiça contra os que me perseguem?” 
O salmista estava velho e enfraquecido, e ainda havia 
muitos inimigos que o perseguiam. Ele se sentia como 
um odre que fora deixado na fumaça, e que se enchera 
de fuligem e ressecara. Isto pode ser uma referência ao 
estado de sua pele enrugada e ressecada pelos anos. 
Todavia ele declara que jamais se esqueceria da Palavra 
de Deus, e não deixaria também de aguardar somente 
nEle que fizesse justiça contra os seus perseguidores, 
ainda que fossem poucos os seus dias de vida neste 
mundo. Ele desejava manter um testemunho fiel até ao 
fim, para a exclusiva glória do Senhor. 
 
“85 Para mim abriram covas os soberbos, que não 
andam consoante a tua lei.” 
Quando os soberbos, ou seja, aqueles que andam 
segundo o seu próprio conceito e entendimento, e que 
não têm o temor do Senhor, percebem que os servos 
fiéis do Senhor estão enfraquecidos, eles lhes 
amaldiçoam para que morram de vez. 
 
“86 São verdadeiros todos os teus mandamentos; eles 
me perseguem injustamente; ajuda-me.” 
Quando se ama a verdade da Palavra, a consequência 
imediata disto é que seremos perseguidos 
injustamente. Contudo, não devemos recuar no nosso 
bom testemunho, e pedir a Deus que nos ajude e nos 
guarde do mal com o qual procuram nos atingir os 
nossos perseguidores. 
 
43 
“87 Quase deram cabo de mim, na terra; mas eu não 
deixo os teus preceitos.” 
Mesmo em face de perigos de morte os cristãos não 
devem abandonar a sua fidelidade em viverem em 
conformidade com a Palavra de Deus. 
 
“88 Vivifica-me, segundo a tua misericórdia, e 
guardarei os testemunhos oriundos de tua boca.” 
É pela graça e misericórdia do Senhor que somos 
vivificados espiritualmente para sustentar os Seus 
testemunhos, no poder do Espírito. 
 
“89 Para sempre, ó SENHOR, está firmada a tua palavra 
no céu. 
90 A tua fidelidade estende-se de geração em geração; 
fundaste a terra, e ela permanece. 
91 Conforme os teus juízos, assim tudo se mantém até 
hoje; porque ao teu dispor estão todas as coisas.” 
A Palavra de Deus não é deste mundo, ela nos foi 
revelada desde o céu, e ela permanece inalterável, 
imutável, tal como o próprio Deus. Se a vida continua na 
terra é porque isto é da vontade do Senhor que tudo 
sustenta pelo poder da Sua Palavra. Mas chegará o dia 
em que Ele abalará os fundamentos da terra e os 
elementos se desfarão pelo fogo do Seu juízo. De 
maneira que devemos andar em santo trato e piedade 
em nossa peregrinação terrena, por sabermos que tudo 
é sustentado exclusivamente pela vontade do Senhor. 
Então é nosso dever conhecer e viver de acordo com tal 
vontade divina. 
 
“92 Não fosse a tua lei ter sido o meu prazer, há muito 
já teria eu perecido na minha angústia.” 
44 
Quem mantém o espírito fortalecido na angústia é o 
nosso prazer na Palavra do Senhor, que é prazer nEle 
mesmo. 
 
“93 Nunca me esquecerei dos teus preceitos, visto que 
por eles me tens dado vida.” 
Deixar de lado os preceitos de Deus significa o mesmo 
que buscar a morte espiritual, porque o pendor da carne 
dá para a morte, e somente o pendor do Espírito dá para 
a vida e paz (Rom 8.6). 
 
“94 Sou teu; salva-me, pois eu busco os teus preceitos.” 
A convicção de que pertencemos ao Senhor e de que 
temos buscado guardar os Seus preceitos, é o que nos 
encoraja a confiar que seremos libertados de nossas 
tribulações quando clamamos por livramento ao 
Senhor. 
 
“95 Os ímpios me espreitam para perder-me; mas eu 
atento para os teus testemunhos.” 
Vivemos num mundo onde há também lobos vorazes, 
tal como nosso Senhor nos ordenou que nos 
acautelássemos deles com prudência, e eles nos 
espreitam para nos devorar, mas nada poderão contra 
nós enquanto nos mantivermos ligados à Palavra de 
Deus. Provamos que amamos a Jesus por guardarmos os 
Seus mandamentos, tal como Ele próprio afirmou. 
 
“96 Tenho visto que toda perfeição tem seu limite; mas 
o teu mandamento é ilimitado.” 
Todo conhecimento que temos neste mundo é limitado, 
é parcial. Toda perfeição terrena é também limitada, e 
nisto se inclui o próprio homem. Somente na Palavra de 
Deus e no próprio Deus há plenitude de perfeição. 
45 
 
“97 Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o 
dia!” 
Os que buscam sinceramente ao Senhor não somente se 
esforçam para guardar os Seus mandamentos, como são 
inspirados por Ele a amá-los, de modo que será neles 
que estará o nosso coração todos os dias de nossas 
vidas. 
 
“98 Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os 
meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre 
comigo. 
99 Compreendo mais do que todos os meus mestres, 
porque medito nos teus testemunhos. 
100 Sou mais prudente que os idosos, porque guardo 
os teus preceitos.” 
A verdadeira e permanente sabedoria não é encontrada 
em nenhuma ciência deste mundo, porque tudo que há 
nele passará. Todavia a sabedoria que é segundo a 
Palavra de Deus é infinita e eterna. Aqueles que crescem 
no conhecimento e na prática da Palavra de Deus são 
tornados sábios. Não sábios segundo o mundo, mas 
sábios segundo Deus, transformados em suas próprias 
naturezas, deixando de ser carnais, para serem 
espirituais. Esta sabedoria ultrapassa e é superior à dos 
mestres e dos idosos deste mundo. E por ela, se chega a 
conhecer a verdadeira prudência. Quando Deus fundar 
os novos céus e nova terra, usando novos princípios 
físico-químicos-mecânicos, e até mesmo podendo 
modificar toda a estrutura da matéria na qual a 
encontramos presentemente, para onde irá todo o 
conhecimento adquirido pelos sábios das coisas deste 
mundo? Qual será a sua utilidade? Em que então se 
gloriarão? Deus tem dito que envergonhará os sábios 
46 
deste mundo que se gloriam no seu conhecimento, e 
certamente o fará, porque se recusaram a dar glórias 
somente a Ele. 
 
“101 De todo mau caminho desvio os pés, para 
observar a tua palavra.” 
Não é possível guardar a Palavra do Senhor enquanto 
não se mortifica a carne, enquanto não se mortifica o 
pecado, enquanto não desviamos nossos pés dos 
caminhos quenão são os caminhos do Senhor. 
 
“102 Não me aparto dos teus juízos, pois tu me 
ensinas.” 
Se estivermos aprendendo de fato os juízos de Deus, por 
sermos ensinados pelo Espírito Santo, jamais nos 
desviaremos deles. 
 
“103 Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! 
Mais que o mel à minha boca. 
104 Por meio dos teus preceitos, consigo 
entendimento; por isso, detesto todo caminho de 
falsidade.” 
A verdade da Palavra aplicada ao coração pelo Espírito, 
em crescimento em santificação, traz um sentido de 
doçura à vida que é desconhecido por aquele que não se 
aplica de tal forma. Aquele que estiver se santificando 
odiará cada vez mais a falsidade, e não se achará a 
mentira e o engano em sua boca. 
 
“105 Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz 
para os meus caminhos.” 
A lâmpada que contem a luz que nos faz enxergar o 
caminho da verdadeira espiritualidade é a Palavra de 
Deus. Ela ilumina tanto os nossos pés quanto o próprio 
47 
caminho no qual devemos andar. É o sol que brilha e nos 
permite caminhar neste mundo de trevas espirituais 
sem tropeçar. 
 
“106 Jurei e confirmei o juramento de guardar os teus 
retos juízos.” 
O salmista não somente jurara, como vinha 
confirmando em sua vida o juramento que fizera de 
guardar os retos juízos do Senhor. Ele havia tomado uma 
decisão, uma posição, que mais cedo ou mais tarde todo 
verdadeiro cristão deve tomar, a saber, de viver 
somente para honrar o Senhor guardando a Sua Palavra. 
 
“107 Estou aflitíssimo; vivifica-me, SENHOR, segundo a 
tua palavra.” 
Mais uma vez o salmista se voltou para o Senhor na sua 
grande aflição para que fosse vivificado por Ele, em seu 
ânimo e espírito. 
 
“108 Aceita, SENHOR, a espontânea oferenda dos meus 
lábios e ensina-me os teus juízos.” 
O salmista sabia que o amor verdadeiro é voluntário. 
Por isso o louvor dos seus lábios era espontâneo, 
conforme inspirado pelo Espírito, por isso tinha a 
convicção de que o Senhor atenderia a sua oração 
pedindo-Lhe que aceitasse o seu louvor e que lhe 
ensinasse os Seus juízos. 
 
“109 Estou de contínuo em perigo de vida; todavia, não 
me esqueço da tua lei. 
110 Armam ciladas contra mim os ímpios; contudo, não 
me desvio dos teus preceitos.” 
Como já comentamos anteriormente, não são perigos 
de vida ou qualquer outra forma de tribulação que 
48 
devem desviar o cristão de guardar os mandamentos de 
Deus. Ao contrário são oportunidades para crescimento 
espiritual e fortalecimento da fé, que não devem ser 
desprezados, quando permitido por Deus que nos 
sobrevenham. 
 
“111 Os teus testemunhos, recebi-os por legado 
perpétuo, porque me constituem o prazer do coração. 
112 Induzo o coração a guardar os teus decretos, para 
sempre, até ao fim.” 
O salmista havia se determinado a guardar os 
mandamentos do Senhor por todos os dias da sua vida, 
sem dar qualquer dia de folga para a prática da 
iniquidade. Este mesmo posicionamento convém a todo 
cristão que desejar se consagrar ao Senhor e santificar a 
sua vida. 
 
“113 Aborreço a duplicidade, porém amo a tua lei.” 
Todo servo do Senhor deveria agir como o salmista, ou 
seja, aborrecendo a duplicidade à qual o apóstolo Tiago 
se referiu em sua epístola, que nos torna 
incompatibilizados a agradarmos a Deus: “5 Ora, se 
algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que 
a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada. 
6 Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele 
que duvida é semelhante à onda do mar, que é 
sublevada e agitada pelo vento. 7 Não pense tal homem 
que receberá do Senhor alguma coisa, 8 homem 
vacilante que é, e inconstante em todos os seus 
caminhos.” (Tg 1.5-8) 
 
“114 Tu és o meu refúgio e o meu escudo; na tua 
palavra, eu espero.” 
49 
Não há fortaleza que possa nos abrigar no dia da 
calamidade senão somente o Senhor. Ele é um refúgio 
seguro para todos os Seus filhos. Para todos os que 
esperam nEle e na Sua Palavra. 
 
“115 Apartai-vos de mim, malfeitores; quero guardar 
os mandamentos do meu Deus.” 
Não se pode guardar os mandamentos do Senhor 
enquanto se anda na companhia daqueles que praticam 
males, praticando as mesmas obras que eles praticam. 
 
“116 Ampara-me, segundo a tua promessa, para que eu 
viva; não permitas que a minha esperança me 
envergonhe. 
117 Sustenta-me, e serei salvo e sempre atentarei para 
os teus decretos.” 
A esperança do cristão jamais será frustrada porque está 
ancorada no céu, no Santo dos Santos celestial, no qual 
Jesus entrou como nosso precursor. A garantia da nossa 
salvação está nos ombros do Senhor e por isso jamais 
seremos confundidos ou envergonhados por termos 
colocado nEle a esperança de que seremos salvos da 
condenação eterna. É pela força do Seu próprio poder, e 
mediante o Espírito Santo, que faz com que 
perseveremos na verdade, de maneira que 
evidenciemos durante toda a nossa vida que somos de 
fato filhos de Deus. 
 
“118 Desprezas os que se desviam dos teus decretos, 
porque falsidade é a astúcia deles. 
119 Rejeitas, como escória, todos os ímpios da terra; 
por isso, amo os teus testemunhos. 
120 Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e temo os 
teus juízos.” 
50 
Deus honra somente àqueles que O honram. Ele 
somente concede graça a quem se humilha diante dEle 
e se reconhece pecador destituído de qualquer justiça e 
que depende portanto, inteiramente da justiça de Jesus 
para que possa ser reconciliado com Deus. Então os que 
não têm o temor do Senhor, que se desviam da Sua 
presença, fugindo sempre da Sua luz, que recusam a Sua 
salvação, e que vivem na falsidade e na astúcia, serão 
por fim rejeitados totalmente por Deus e entregues a 
uma condenação eterna. 
 
“121 Tenho praticado juízo e justiça; não me entregues 
aos meus opressores. 
122 Sê fiador do teu servo para o bem; não permitas 
que os soberbos me oprimam.” 
O salmista vinha procedendo em justiça e juízo, mas 
debaixo da opressão não se confiou apenas nisto, mas 
clamou ao Senhor para que fosse livrado dos seus 
opressores, e lhe pediu também que fosse o Seu fiador 
para o bem, ou seja, quando lhe faltassem as forças para 
continuar na prática do bem, que o Senhor garantisse 
Ele mesmo, pelo Seu próprio poder, que ele continuasse 
em tal prática, de modo que não permitisse que os 
soberbos prevalecessem na opressão que lhe estavam 
fazendo. 
 
“123 Desfalecem-me os olhos à espera da tua salvação 
e da promessa da tua justiça.” 
O salmista esta desfalecido pela longa espera do 
livramento do Senhor e de fazer justiça à sua causa, 
todavia, continuava esperando, ou seja, na expectativa 
em fé de que o Senhor o livraria. 
 
51 
“124 Trata o teu servo segundo a tua misericórdia e 
ensina-me os teus decretos. 
125 Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu 
conheça os teus testemunhos.” 
O salmista era pobre de espírito, ou seja reconhecia que 
era dependente de Deus para tudo, especialmente para 
conhecer os Seus mandamentos e testemunhos. De 
modo que Lhe orava suplicando que o tratasse segundo 
a Sua misericórdia, porque de si mesmo, não tinha como 
agradar ao Senhor e corresponder à Sua expectativa de 
perfeição em relação a ele. Então orava também para 
que recebesse de Deus entendimento quanto ao ensino 
que Lhe desse dos Seus decretos eternos. Se não 
chegamos a conhecer o que está determinado por tais 
decretos, jamais teremos uma fé que descanse 
completamente na soberana vontade de Deus, por não 
reconhecermos que tudo está debaixo do Seu controle. 
 
“126 Já é tempo, SENHOR, para intervires, pois a tua lei 
está sendo violada.” 
A tal ponto chegou a iniquidade nos dias do salmista, 
que ele orou por um avivamento, para que a lei do 
Senhor não continuasse sendo tão grandemente 
violada. 
 
“127 Amo os teus mandamentos mais do que o ouro, 
mais do que o ouro refinado.” 
“128 Por isso, tenho por, em tudo, retos os teus 
preceitos todos e aborreço todo caminho de falsidade.” 
Estes versos são semelhantes ao verso 72, e o 
comentário deste se aplica também aos versos em 
apreço. 
 
52“129 Admiráveis são os teus testemunhos; por isso, a 
minha alma os observa.” 
A alma santificada e instruída nos caminhos de Deus 
ama os testemunhos do Senhor, não por mero dever ou 
obrigação, mas por amá-los, porque são admiráveis e 
maravilhosos, e encantam a alma santificada. Para o 
cristão consagrado a obra de Deus e o Seu culto não são 
um peso, mas um prazer. 
 
“130 A revelação das tuas palavras esclarece e dá 
entendimento aos simples.” 
É justamente aos pequeninos que Deus revela a Sua 
grandeza, porque estes têm um coração contrito e 
humilde que faz com que se aproximem do Senhor. Os 
sábios segundo o mundo, e grandes a seus próprios 
olhos não se permitem tal coisa, porque se julgam 
muito elevados para necessitarem de Deus. Então a 
revelação do Senhor é para os simples, para aqueles que 
confiam inteiramente nEle, como uma criança confia nos 
seu pais. 
 
“131 Abro a boca e aspiro, porque anelo os teus 
mandamentos.” 
O salmista tinha grande ousadia no falar porque o poder 
do Espírito estava sobre ele, porque amava os 
mandamentos de Deus, e cumpri-los era todo o seu 
desejo. 
 
“132 Volta-te para mim e tem piedade de mim, 
segundo costumas fazer aos que amam o teu nome.” 
Por experiência própria, e pelo testemunho do que via o 
Senhor fazer em relação aos demais que O amavam, o 
salmista clamava para que o Senhor estivesse em 
comunhão com ele e tivesse misericórdia dele, porque 
53 
sabia que era o que Ele costumava fazer com todos os 
que O amam. 
 
“133 Firma os meus passos na tua palavra, e não me 
domine iniquidade alguma.” 
A santidade consiste basicamente em duas coisas: 
rejeitar o mal e praticar o bem. Praticar a palavra de 
Deus e não se deixar dominar por qualquer tipo de 
iniquidade. Então era por isso que o salmista orava a 
Deus para que lhe fosse dado por Ele. 
 
“134 Livra-me da opressão do homem, e guardarei os 
teus preceitos.” 
O salmista não guardaria os preceitos de Deus caso 
somente Ele o livrasse da opressão dos homens. Ele 
então Lhe pediu neste verso para que o livrasse da 
opressão dos homens porque guardava os Seus 
preceitos. 
 
“135 Faze resplandecer o rosto sobre o teu servo e 
ensina-me os teus decretos.” 
É a presença do Senhor que nos santifica. É diante da Sua 
glória que somos transformados. Por isso o salmista Lhe 
pedia que fizesse resplandecer o Seu rosto sobre Ele, 
porque é assim que se aprende como convém os 
decretos de Deus, a saber, em íntima experiência 
pessoal com Ele. 
 
“136 Torrentes de água nascem dos meus olhos, 
porque os homens não guardam a tua lei.” 
Entristecia o salmista o pecado que via nos homens que 
não guardavam a lei de Deus. Todo cristão que estiver 
santificado terá o mesmo sentimento, por ver o nome 
do Senhor sendo desonrado na terra. 
54 
 
“137 Justo és, SENHOR, e retos, os teus juízos. 
138 Os teus testemunhos, tu os impuseste com retidão 
e com suma fidelidade.” 
Os testemunhos e juízos do Senhor são retos, porque o 
próprio Deus é perfeitamente justo. A Sua lei não é 
portanto uma imposição mas uma consequência daquilo 
que Ele próprio é. De modo que não imporá a Sua 
retidão por obrigação involuntária, porque é amor em 
Sua própria essência, e o amor demanda 
relacionamento e obediência voluntários. 
 
“139 O meu zelo me consome, porque os meus 
adversários se esquecem da tua palavra.” 
Quando a Palavra de Deus é esquecida por aqueles que 
se nos opõem, o Espírito Santo faz com que o nosso zelo 
aumente muito, para que defendamos a Palavra diante 
da negação deles. Isto faz com que fiquemos ainda mais 
apegados à verdade, e que o testemunho seja dado com 
o espírito de ousadia, amor e moderação com o qual 
convém ser dado. 
 
“140 Puríssima é a tua palavra; por isso, o teu servo a 
estima.” 
Não há erro na Palavra de Deus. Sua verdade é absoluta. 
Por isso é digna de inteira aceitação. 
 
“141 Pequeno sou e desprezado; contudo, não me 
esqueço dos teus preceitos.” 
O homem nada é diante do Senhor. Todavia lhe está 
imposto o dever de buscar a semelhança de Deus, e isto 
é feito por meio da prática da Palavra. Daí o nosso dever 
de nunca esquecê-la. Porque é a Palavra que dá 
testemunho de Deus, e por meio de quem nos vem a fé. 
55 
 
“142 A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a 
própria verdade.” 
A justiça com a qual somos justificados é a de Cristo, que 
sendo eterna, jamais poderá nos ser tirada. A própria 
justiça de Adão foi perdida por ele quando pecou no 
Éden. Mas a justiça de Cristo com a qual estamos 
vestidos não será maior ou melhor do que a que temos 
agora, porque é perfeita e eterna, conforme a Palavra de 
Deus testifica dela, sendo a Palavra, a verdade. 
 
“143 Sobre mim vieram tribulação e angústia; todavia, 
os teus mandamentos são o meu prazer. 
144 Eterna é a justiça dos teus testemunhos; dá-me a 
inteligência deles, e viverei.” 
O salmista tinha tão elevado apreço pela Palavra de 
Deus, que ela continuava sendo o seu prazer mesmo 
quando lhe sobrevinha a tribulação e a angústia. Ele 
vivia pela justiça dos testemunhos de Deus, e por isso 
Lhe pedia que lhe desse um conhecimento cada vez 
maior deles, para que tivesse uma vida espiritual cada 
vez mais plena, cheia da Sua presença. 
 
“145 De todo o coração eu te invoco; ouve-me, 
SENHOR; observo os teus decretos. 
146 Clamo a ti; salva-me, e guardarei os teus 
testemunhos.” 
É o mesmo ensino que se repete em todo o livro dos 
Salmos: os salmistas invocavam o Senhor com plena 
inteireza de fé e de coração, na certeza de serem 
ouvidos, porque guardavam com sinceridade os 
decretos de Deus. Não se tratava de uma simples 
observância externa dos mandamentos de Deus, 
56 
conforme costumavam fazer os escribas e fariseus, mas 
obediência voluntária de coração. 
 
“147 Antecipo-me ao alvorecer do dia e clamo; na tua 
palavra, espero confiante. 
148 Os meus olhos antecipam-se às vigílias noturnas, 
para que eu medite nas tuas palavras.” 
Antes que o dia raiasse, o salmista se levantava e 
clamava segundo a Palavra de Deus, e ficava em espera 
confiante, sabendo que a esperança dos santos não será 
frustrada jamais. E antes de dormir ele sempre meditava 
na Palavra do Senhor. É este apego à Palavra que 
mantém o coração puro. Não a simples leitura, mas a 
meditação e prática, conforme iluminação recebida do 
Espírito Santo, em nossa comunhão com Ele. 
 
“149 Ouve, SENHOR, a minha voz, segundo a tua 
bondade; vivifica-me, segundo os teus juízos.” 
O salmista sabia que era ouvido e vivificado pelo Espírito 
de Deus, não por causa da sua própria justiça, mas por 
causa da Sua bondade e misericórdia divina. No entanto, 
também sabia que sem um viver reto perante Ele, não 
se pode ter a certeza de ser ouvido. 
 
“150 Aproximam-se de mim os que andam após a 
maldade; eles se afastam da tua lei. 
151 Tu estás perto, SENHOR, e todos os teus 
mandamentos são verdade.” 
Há muitos teólogos liberais no mundo que afirmam 
pregar e ensinar a Palavra de Deus, mas negam a Sua 
verdade. Estes são os que praticam a iniquidade, e aos 
quais Jesus se referirá que nunca os conheceu, porque 
não andam de fato segundo a Palavra. O fruto deles não 
é bom. Todavia, o Senhor está perto, em comunhão com 
57 
todos aqueles que andam segundo a verdade dos Seus 
mandamentos. 
 
“152 Quanto às tuas prescrições, há muito sei que as 
estabeleceste para sempre.” 
A Palavra de Deus é eterna, e durará para sempre. Tudo 
passará, mas não a Sua Palavra. Então não é para ser 
guardada por um tempo, mas por toda a vida e por toda 
a eternidade. 
 
“153 Atenta para a minha aflição e livra-me, pois não 
me esqueço da tua lei. 
154 Defende a minha causa e liberta-me; vivifica-me, 
segundo a tua promessa.” 
Cabe aqui o mesmo comentário relativo ao verso 149. 
Conforme se afirma constantemente nos Salmos, é pela 
graça e misericórdia de Deus que somos libertados, mas 
há uma condicional “se” que deve ser atendida para que 
a graça seja eficaz. A saber, que guardemos os 
mandamentos do Senhor. Jesus mesmo ensinou istoclaramente, quando dizia que “se” guardássemos a Sua 
Palavra, se cumpríssemos os Seus mandamentos, então 
pediríamos a petição que quiséssemos (ou seja, 
independente do grau de impossibilidade) e que 
seríamos atendidos pelo Pai. 
 
“155 A salvação está longe dos ímpios, pois não 
procuram os teus decretos.” 
A afirmação deste verso confirma o que foi dito antes. 
Os ímpios não podem contar com a fidelidade dos 
livramentos de Deus justamente por não se 
submeterem à Sua vontade. Isto é fundamental (se 
submeter a Deus) se desejamos ser ouvidos por Ele, 
porque somente honra quem Lhe honra. E tem dito que 
58 
se alguém não honra a Jesus Cristo, Seu Filho unigênito, 
consequentemente também não poderá honrá-lo. 
Honra-se portanto a Deus Pai, honrando-se a Deus Filho. 
 
“156 Muitas, SENHOR, são as tuas misericórdias; 
vivifica-me, segundo os teus juízos.” 
O salmista sempre buscava ser vivificado em espírito 
baseado nas misericórdias de Deus, e segundo os 
critérios estabelecidos por Ele, e não segundo os seus 
méritos, justiça própria ou por quaisquer outras 
convicções. Este é de fato o único caminho para sermos 
vivificados pelo Senhor, porque sempre o fará pelos 
méritos de Cristo, e consoante a Sua misericórdia, 
porque jamais o fará por causa das nossas boas obras. 
Elas são necessárias como condição para que a graça 
seja eficaz, conforme já temos comentado, mas 
isoladamente, nada poderão fazer por nós diante de 
Deus, que exige uma justiça perfeita para nos abençoar, 
e somente em Cristo podemos achar tal justiça. 
 
“157 São muitos os meus perseguidores e os meus 
adversários; não me desvio, porém, dos teus 
testemunhos.” 
Cabe aqui o mesmo comentário relativo aos versos 69 e 
70. 
 
“158 Vi os infiéis e senti desgosto, porque não guardam 
a tua palavra.” 
Cabe aqui o mesmo comentário relativo ao verso 136. 
 
“159 Considera em como amo os teus preceitos; 
vivifica-me, ó SENHOR, segundo a tua bondade.” 
Cabe aqui o mesmo comentário relativo aos versos 153, 
154 e 156, dentre outros deste mesmo salmo. 
59 
 
“160 As tuas palavras são em tudo verdade desde o 
princípio, e cada um dos teus justos juízos dura para 
sempre.” 
Cabe aqui o mesmo comentário relativo aos versos 89 a 
91, 142 e 152. 
 
“161 Príncipes me perseguem sem causa, porém o que 
o meu coração teme é a tua palavra.” 
Quem tem o temor do Senhor e da Sua Palavra não 
temerá a perseguição injusta dos poderosos da terra, 
porque terão ao Senhor por Seu refúgio e proteção. 
 
“162 Alegro-me nas tuas promessas, como quem acha 
grandes despojos.” 
Há riquezas escondidas nas promessas da Palavra que 
são cavadas e achadas pela fé e pela prática desta 
mesma Palavra. E o ser alvo do cumprimento destas 
promessas traz grande alegria tal como quem acha 
grandes riquezas escondidas. 
 
“163 Abomino e detesto a mentira; porém amo a tua 
lei.” 
Quem ama verdadeiramente a Palavra de Deus, detesta 
e abomina toda forma de mentira. Tal pessoa sabe que 
Satanás é o pai da mentira e que tudo que passa do sim, 
sim, não, não, procede do diabo, e não de Deus. Por isso 
se afirma que os mentirosos não herdarão o reino do 
céu. 
 
“164 Sete vezes no dia, eu te louvo pela justiça dos teus 
juízos.” 
O salmista separava sete momentos específicos durante 
cada dia, para louvar a Deus pela justiça dos Seus juízos. 
60 
Era uma forma de agradecimento constante por todos 
os livramentos que recebia de Deus. Daí haver fortes 
evidências de que este Salmo seja de autoria de Davi, 
porque não se conhece nenhum salmista que tenha sido 
tão afligido e perseguido, quanto ele. 
 
“165 Grande paz têm os que amam a tua lei; para eles 
não há tropeço.” 
O efeito da prática da justiça é a paz. É nos que têm 
sobre si o jugo da obediência de Jesus, que se cumpre a 
Sua promessa de acharem paz e descanso para suas 
almas. Estes não tropeçarão andando em dúvidas e em 
mau procedimento porque terão a instrução e o poder 
do Espírito Santo, para andarem somente nas veredas 
aplanadas. O caminho que conduz ao céu é estreito mas 
é perfeitamente aplanado, de forma que aqueles que 
andam por ele, não tropeçarão em alguma pedra. 
 
“166 Espero, SENHOR, na tua salvação e cumpro os 
teus mandamentos.” 
Como já comentado fartamente o salmista sempre 
esperava no livramento do Senhor, guardando os Seus 
mandamentos. Ele não permitia que o abatimento de 
sua alma, por causa das aflições, o afastasse do caminho 
da verdade. 
 
“167 A minha alma tem observado os teus 
testemunhos; eu os amo ardentemente. 
168 Tenho observado os teus preceitos e os teus 
testemunhos, pois na tua presença estão todos os 
meus caminhos.” 
O salmista chama ao próprio Senhor como testemunha 
de que andava na Sua presença e nos Seus caminhos, 
porque tinha a testificação do próprio Espírito, em 
61 
aprovação em paz e alegria em sua consciência e 
coração, de que tudo ia bem com a sua alma, porque 
guardava de fato a vontade e os mandamentos de Deus, 
o que se comprovava também no seu grande amor por 
eles. Quando a alma não é santificada, as ordenanças da 
Palavra, especialmente aquelas que consistem em 
verdadeira crucificação do nosso ego e vontade, são um 
fardo, um peso, mas os mandamentos não são nada 
penosos para aqueles que andam no Espírito. 
 
“169 Chegue a ti, SENHOR, a minha súplica; dá-me 
entendimento, segundo a tua palavra. 
170 Chegue a minha petição à tua presença; livra-me 
segundo a tua palavra.” 
A base de livramento que o salmista usava era a própria 
Palavra, os critérios de Deus estabelecidos nela, e não 
seus sentimentos, méritos, emoções, obras, etc. Era por 
isso que tinha firme convicção de que suas súplicas 
seriam ouvidas pelo Senhor, porque agia em 
conformidade com a Palavra, e por isso também orava 
pedindo-Lhe um entendimento cada vez maior desta 
Palavra, uma vez que era por ela que era abençoado. 
 
“171 Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas 
os teus decretos.” 
O salmista louvava ao Senhor quando era ensinado por 
Ele quanto aos Seus decretos. De fato é coisa 
maravilhosa ter revelações da parte de Deus quanto à 
Sua vontade, especialmente no caso de Davi, a quem 
Deus revelou coisas futuras, especialmente as que se 
cumpririam no ministério do Messias. O grande General 
do céu, confiou os Seus segredos ao seu general na terra. 
Quão grande honra havia nisto, e por isto Davi não 
62 
somente se alegrava, como também louvava a Deus por 
tais revelações. 
 
“172 A minha língua celebre a tua lei, pois todos os 
teus mandamentos são justiça.” 
Não há nenhuma lei na terra, produzida pelos homens, 
que seja tão sucinta e ao mesmo tempo tão perfeita 
como a Lei do Senhor. Caso a humanidade se aplicasse 
de fato a amar e a cumprir a Lei de Deus, teríamos um 
paraíso na terra, caso os praticantes dos Seus 
mandamentos se sujeitassem ao principal deles de 
crerem em Cristo e mortificarem a natureza terrena pelo 
Espírito. 
 
“173 Venha a tua mão socorrer-me, pois escolhi os teus 
preceitos. 
174 Suspiro, SENHOR, por tua salvação; a tua lei é todo 
o meu prazer.” 
A escolha que o cristão, e qualquer pessoa deve fazer é 
a de guardar a Palavra do Senhor, cumprir os Seus 
mandamentos, fazer a Sua vontade, e não propriamente 
buscar a Deus para somente resolver seus problemas. 
Com isto se inverte a ordem das coisas, porque Deus tem 
determinado que busquemos antes o Seu reino e a Sua 
justiça, e tudo mais que nos for necessário será 
acrescentado por Ele. Devemos lembrar que antes de 
tudo, quem deve ser buscado é o próprio Rei deste reino 
celestial e divino, a saber, nosso Senhor Jesus 
Cristo. Quando o Senhor e a Sua Palavra forem todo o 
nosso prazer, até mesmo deixaremos de buscar aquelas 
coisas que antes ocupavam tanto a nossa mente e 
coração, porque veremos o quão insignificantes são 
quando Jesus estabelece o Seu domínio completo sobre 
o nosso coração e vontade. 
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“175 Viva a minha alma para louvar-te; ajudem-me os 
teus juízos. 
176 Ando errante como ovelha desgarrada; procura o 
teu servo,

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