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Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 1 Doenças neoplásicas do estômago Pólipos Gástricos Podem se desenvolver como resultado de hiperplasia de células estromais, inflamação, ectopia ou neoplasia. Pólipos Inflamatórios e Hiperplásicos Eles são essencialmente iguais, mudando o grau de inflamação. Representam 75% de todos os pólipos gástricos. Acometem, em geral, pacientes entre 50 a 60 anos, po- dendo ser resultante de gastrite crônica, como uma lesão hiperplásica reativa. Apre- sentam-se em múltiplos, ovoides, menores de 1cm, compostos de glândulas foveolares irregulares, dilatadas e alongadas + lâmina própria com edema e inflamação de diferen- tes graus. A displasia in situ se correlaciona com o tamanho do pólipo. Adenomas Gástricos Estes representam até 10% dos pólipos gás- tricos e acometem, em geral, homens de 50 a 60 anos. Frequentemente, é decorrente de gastrite crônica e metaplasia intestinal. Quando a lesão tem tamanho superior a 2cm, tem-se um risco elevado de desenvol- vimento de adenocarcinoma. Quanto à morfologia, eles estão localizados em antro, sendo compostos por epitélio co- lunar intestinal. Exibem displasia epitelial, a qual pode incluir hipercromasia de núcleos de células epiteliais, aglomeração epitelial e pseudoestratificação. Displasias de alto grau cursam com atipia celular, arquitetura irre- gular e brotamento glandular dentro de glândulas. Adenocarcinomas Gástricos Correspondem a 90% das neoplasias malig- nas de estômago. Como os sintomas iniciais se assemelham à gastrite crônica, o diagnós- tico pode ser demorado. Este só é dado quando há perda de peso, anemia, anorexia e sintomas mais proeminentes. A DUP é um importante fator de risco para adenocarci- noma. Patogenia está associada a mutações genéti- cas hereditárias (ou não) no gene de codifi- cação da E-caderina. Tal mutação se dá na b- caderina, uma proteína que se liga tanto à E- caderina como à proteína APC. A infecção por H. pylori também aparece como uma causa. A inflamação crônica leva ao polimorfismo celular, secreção de citoci- nas inflamatórias e alterações genéticas. A infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV) repre- senta 10% da patogenia dos cânceres de es- tômago. Morfologia de acordo com a classificação de Lauren, os adenocarcinomas podem ser divi- didos em intestinal e difuso. Adenocarcinomas intestinais são bem dife- renciados. Este tipo tem origem em células mucosas gástricas que sofreram metaplasia intestinal previamente. Macroscopica- mente, tendem a ser polipoide. Microscopi- camente, nota-se a formação de glândulas. Há predileção pelo sexo masculino e relação com a gastrite crônica. O pico de incidência etária é de 55 anos. Adenocarcinomas difusos são pouco dife- renciados, tendendo a ser ulcerativo ou di- fusamente infiltrativo. Microscopicamente, correspondem ao padrão de células em si- nete: células soltas, sem formar glândulas. Não há predileção por sexo e nem associa- ção com gastrite, mas ocorre em idade um pouco mais precoce, com pico de 48 anos. Tumor Estromal Gastrointestinal É o tumor mesenquimal de abdome mais co- mum. Acometendo pacientes com cerca de 60a. Os sintomas estão relacionados com a ulceração da mucosa e efeito de massa. Patogenia 75-80% de todos os tumores têm mutações oncogênicas de ganho de função Daniel Carlini – MEDUNEB13 Página | 2 do gene que codifica tirosina cinase c-KIT, que é o receptor para o fator de células es- taminais. Estes tumores surgem de uma cé- lula tronco comum ou compartilham uma célula tronco com células intersticiais de Ca- jal (também expressam c-KIT e se localizam na muscular própria, servindo como células marca-passo para o peristaltismo intestinal). Morfologia formam uma massa na submu- cosa, solitária, carnuda e bem circunscrita. Podem ser compostos por células fusiformes alongadas ou células epiteliais roliças. Tumor Carcinoide Origina-se a partir do tecido neuroendó- crino, como as células G. Ocorre em todo o TGI, sendo mais comum no intestino del- gado. Os carcinoides gástricos podem estar associados à hiperplasia de células endócri- nas, gastrite atrófica crônica e síndrome de Zollinger-Ellison. O grau é baseado na ativi- dade mitótica e na fração de células imuno- histoquimicamente positivas para Ki67, um marcador de mitose – podendo ser de baixo grau ou intermediário. Os tumores neuroen- dócrinos de alto grau, denominados de car- cinomas neuroendócrinos, apresentam ne- crose e são mais comuns no jejuno. Morfologia os tumores carcinoides são mas- sas intramurais ou submucosas que criam pequenas lesões polipoides. Os tumores são de aparência amarelada ou castanha e pro- vocam reação desmoplásica intensa que pode causar torção do intestino e obstrução. No exame histológico, os tumores carcinoi- des são compostos de ilhas, trabéculas, cor- dões, glândulas ou lâminas de células unifor- mes com citoplasma granular rosa escasso e núcleo pontilhado redondo a oval.
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