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Fisiopato 2- Patologias do TGI- Aula 7: Patologias do estômago: pólipos e neoplasias @braozinnn- Abraão Filipe- T5C- Uninove- Osasco 1 Patologias do estômago: pólipos e neoplasias Pólipos Normalmente são benignos, são lesões da mucosa e constituída pela proliferação de seus componentes. São poucos comuns, não apresentam sinais e sintomas e são achados incidentais de endoscopias. Resultado de hiperplasia de células epiteliais e estromais, inflamação, ectopia ou neoplasia. Pode ser séssil ou pediculado Pólipos séssil (A) e pediculado (B). 1 = mucosa; 2 = submucosa; 3 = muscular. Pólipos hiperplásico ● 50-60 anos ● São os mais comuns (75% a 90%) ● Múltiplos ● Tipicamente < 1.5cm ● Ocorrem em mucosa doente (85%) – Gastrite crônica atrófica – Gastrite relacionada ao H. pylori – Gastropatia química 3 tipos: esporádico → lesões previas (gastrites crônicas em especial a autoimune) Associado a anastomoses gástricas: qualquer cirurgia no estomago; Relacionado com refluxo gastroesofágico, afeta mais a cárdia. Glândulas foveolares irregulares, cisticamente dilatadas e alongadas, pode haver metaplasia intestinal. • Lâmina própria é tipicamente edematosa, com graus variáveis de inflamação aguda (polimorfonuclear) e crônica (mononuclear) • Erosões superficiais podem estar presentes. São ovoides na forma e tem uma superfície lisa, menores que 1 cm de diâmetro. Não tem potencial de malignicidade, mas há chances de recidiva. Por que aparecem? Lesão de uma gastrite, por exemplo, e que seus componentes começam a se multiplicar. Pólipos de glândulas fúndicas ● São lesões sésseis de 2-3 cm no corpo e no fundo, mais comumente em mucosa gástrica saudável ● Polipose adenomatosa familiar (PAF) ● Não neoplásicos e sem potencial maligno ● São esporádicos na maioria das vezes ● Múltiplos ● Acidez reduzida e hiperplasia glandular impulsionada pela gastrina (resultado do aumento do uso da terapia com inibidores de bombas de prótons). Morfologia Ocorre no corpo e fundo gástricos, com lesões circunscritas e de superfície lisa. Glândulas dilatadas, cobertas por células foveolares, parietais e principais achatadas. Inflamação: mínima ou ausente. Sem risco de causar câncer. Pólipos adenomatosos (adenoma) ● 10% dos pólipos gástricos ● Lesão única séssil ou com pequeno pedículo ● Mais frequente no antro, em mucosa com gastrite crônica atrófica e metaplasia intestinal ● Neoplasia epitelial benigna com potencial de transformação maligna Fisiopato 2- Patologias do TGI- Aula 7: Patologias do estômago: pólipos e neoplasias @braozinnn- Abraão Filipe- T5C- Uninove- Osasco 2 Favorável em um ambiente de gastrite crônica atrófica com metaplasia intestinal. O risco para o desenvolvimento de adenocarcinoma em adenomas gástricos está relacionado com o tamanho da lesão e é particularmente elevado com lesões maiores do que 2 cm de diâmetro. Carcinoma presente em 30%+ dos adenomas gástricos. Epitélio displásico: Baixo grau alargamento, alongamento e hipercromasia de núcleos de células epiteliais, aglomeração epitelial e pseudoestratificação Alto grau atipia citológica mais grave e arquitetura irregular, como brotamento glandular Câncer de estômago Em homens é o 4º e em mulheres é o 6º do ranking de canceres mais acometidos no Brasil Maior incidência na Ásia pelos hábitos alimentares, alta ingesta de sódio e condimentos. Tipos Adenocarcinoma (90 a 95%), tumores de estroma GI, linfoma MALT, tumor carcinoide. Adenocarcinoma Neoplasia mais frequente e importante Multifatorial que resulta da interação de fatores ambientais e do individuo Mais comum em homens (2:1) Classificação de Láuren Fatores que influenciam Fisiopato 2- Patologias do TGI- Aula 7: Patologias do estômago: pólipos e neoplasias @braozinnn- Abraão Filipe- T5C- Uninove- Osasco 3 Hipóteses diagnósticas Hipótese etiopatogenética do adenocarcinoma gástrico que surge em mucosa gástrica sem gastrite atrófica. Hipótese etiopatogenética do adenocarcinoma gástrico associado a gastrite atrófica. No AG do tipo intestinal, admite-se que: (1) lesões pré-cancerosas, como MI e displasia em epitélio com MI; (2) sem lesões prévias (neoplasia de novo) ou com displasia em epitélio gástrico não metaplásico; em estudos um subgrupo dessas neoplasias apresenta sinais de diferenciação predominantemente intestinal, enquanto em outras é observada diferenciação predominantemente gástrica. O AG do tipo difuso é menos estudado por ser menos comum, mas supõe-se que se origine em epitélio gástrico sem lesões prévias e que fatores genéticos sejam importantes; questiona-se a possibilidade de surgir em lesões de natureza hiperplásica. A maioria dos AG do tipo difuso é constituída por células com padrão de diferenciação gástrica. Tipo intestinal Morfologia Volumosos e são compostos por estruturas glandulares semelhantes a adenocarcinoma esofágico e do cólon; Células neoplásicas frequentemente contêm vacúolos apicais de mucina, e mucina abundante pode estar presente na luz das glândulas. Aspectos histológicos do carcinoma gástrico. A. Tipo intestinal, formado por glândulas atípicas justapostas, com células polarizadas, sem secreção de muco e com núcleos acentuadamente hipercromáticos e pleomórficos. Tipo difuso Células desconexas com vacúolos grandes de mucina que ampliam o citoplasma e empurram o núcleo para a periferia, criando uma morfologia de célula em anel de sinete. Reação desmoplásica que enrijece a parede gástrica e pode causar achatamento rugal difuso e uma parede rígida e espessa que confere aparência de “garrafa de couro” denominada linite plástica. Fisiopato 2- Patologias do TGI- Aula 7: Patologias do estômago: pólipos e neoplasias @braozinnn- Abraão Filipe- T5C- Uninove- Osasco 4 AG pode ser precoce ou avançado: AG precoce está confinado à mucosa, ou à mucosa e submucosa; o AG avançado é aquele em que existe invasão da camada muscular, sendo a forma mais diagnosticada nos países ocidentais. AG precoce I = protruso; IIa = superficial elevado; IIb = superficial plano; IIc = superficial deprimido; III = escavado. AG avançado- Estadiamento O AG avançado é classificado macroscopicamente segundo Borrmann como: (a) tipo I – lesão vegetante ou polipoide, que cresce em direção à luz; (b) tipo II – lesão ulcerada, de bordas elevadas, com crescimento predominantemente expansivo; (c) tipo III – lesão ulceroinfiltrativa, com crescimento predominantemente na parede do órgão e limites macroscópicos imprecisos; (d) tipo IV – lesão infiltrativa, de limites imprecisos, que cresce difusamente na parede, espessando-a, e que, quando atinge grande extensão ou todo o órgão, é chamada linite plástica (estômago em cantil). Evolução/ Prognóstico Contiguidade: Fígado, Pâncreas e Peritônio Metástase: Linfonodo sentinela supraclavicular (nódulo de Virchow) , pulmão, Fígado e ovário (Tumor de Krukenberg) Região periumbelical - sinal da “Irmã Mary Joseph” Geralmente assintomática ou com manifestações inespecíficas; Diagnosticada quase sempre na fase avançada, quando surgem perda de peso, anorexia, intolerância a carne, dor, anemia, hemorragia digestiva e vômitos. Linfoma - Linfoma B - Linfoma das Células da Marginal - Associado à infecção pelo H. pylori; - Agressão linfoepitelial Inflamação crônica causada por h.pylori que transformam células e causam aberrações genéticas Genes mutados: API2-MLT, P53 e p16 Fisiopato 2- Patologias do TGI- Aula 7: Patologias do estômago: pólipos e neoplasias @braozinnn- Abraão Filipe- T5C- Uninove- Osasco 5 A proteína API2-MLT,resultante da fusão gênica, inibe a apoptose e estimula a proliferação de células linfoides, esta mediante ativação da via NFκB (fator de transcrição envolvido na proliferação de linfócitos B). Quando não existe translocação, a ativação do NFκB e a consequente proliferação de linfócitos B se dá por estimulação antigênica direta do H. pylori; erradicação da bactéria por antibióticos suprime a proliferação linfocitária. Quando existe a translocação, ocorre estimulação continuada do NFκB, independentemente da bactéria. Assim, em indivíduos sem a translocação, ativação do NFκB só ocorre por estimulação imunitária; por isso mesmo, quando a bactéria é eliminada pelo tratamento, pode haver regressão do tumor. Existindo a translocação, porém, a ativação da via proliferativa continua mesmo sem o estímulo antigênico, e o linfoma não mais responde à antibioticoterapia. Morfologia Proliferação de células da zona marginal, semelhantes a linfócitos pequenos, centrócitos ou células monocitoides; pode haver diferenciação para plasmócitos A. Lesões linfoepiteliais, com linfócitos neoplásticos ao redor e infiltrados nas glândulas gástricas. B. Linfoma disseminado no intestino delgado, com diversos nódulos serosos. Tumor carcinoide Acomete Células G → muita gastrina → muito HCl → muita acidez Surgem de componentes difusos do sistema endócrino; Tumores neuroendócrinos bem diferenciados. • Curso clínico mais indolente do que os carcinomas GI; • Podem estar associados a: hiperplasia de células endócrinas, gastrite atrófica crônica autoimune, Neoplasia endócrina múltipla tipo I e síndrome de Zollinger-Ellison; • O pico na 6ª década, mas eles podem aparecer em qualquer idade. Morfologia • São massas intramurais ou submucosas que criam pequenas lesões polipoides • Tendem a ser amarelos ou castanhos e são muito firmes, como consequência de uma reação desmoplásica intensa; • Compostos de ilhas, trabéculas, cordões, glândulas ou ninhos de células uniformes, com citoplasma granular rosado escasso e um núcleo pontilhado, de redondo a oval; • Positivas em marcadores de grânulos endócrinos, tais como sinaptofisina e cromogranina A. Tumor carcinoide gastrointestinal (carcinoma neuroendócrino). A, Corte transversal, macroscópico de um nódulo tumoral submucoso. B, Microscopicamente, o nódulo é composto por células tumorais em meio a tecido fibroso denso. C, Em outras áreas, o tumor espalhou-se, extensamente, dentro dos canais linfáticos da mucosa. D, Imagem em grande aumento mostra a citologia simples dos tumores carcinoides. A textura de cromatina, com grânulos finos e grossos, é descrita frequentemente como sendo um padrão semelhante a “sal e pimenta”. A despeito de sua aparência inócua, os carcinoides podem ser clinicamente agressivos. E, A Fisiopato 2- Patologias do TGI- Aula 7: Patologias do estômago: pólipos e neoplasias @braozinnn- Abraão Filipe- T5C- Uninove- Osasco 6 microscopia eletrônica revela grânulos neurossecretores citoplasmáticos densos. Tumor estromal Células intersticiais de Cajal (marca-passo do TGI); O tumor estromal GI (GIST, do inglês, GI stromal tumor) é o tumor mesenquimal mais comum do abdome; As proliferações microscópicas que podem representar precursores do GIST estão presentes em 10% a 30% dos estômagos removidos; Aproximadamente 60 anos; Fatores: tríade de Carney. Indivíduos com neurofibromatose tipo 1 Patogenia Entre 75% e 80% de todos os GISTs possuem mutações oncogênicas de ganho de função no receptor tirosina-cinase KIT Além dos demais listados: Receptor αlfa do fator de crescimento derivado de plaquetas da tirosinacinase, PDGFRA •NF1, BRAF, HRAS, NRAS •succinato-desidrogenase mitocondrial Morfologia Até 30 cm de diâmetro. Eles geralmente formam uma massa carnosa, bem circunscrita e solitária, coberta por uma mucosa intacta ou ulcerada, mas também podem se projetar para fora, em direção à serosa. Aspectos clínicos • Perda sanguínea • Metade dos indivíduos podem apresentar anemia ou sintomas relacionados. • Os GISTs também podem ser descobertos como achados incidentais. • Uma ressecção cirúrgica completa é o tratamento primário para os GISTs gástricos localizados. • O prognóstico se correlaciona com o tamanho tumoral, o índice mitótico e a localização, com GISTs gástricos sendo menos agressivos do que aqueles que surgem no intestino médio. • Metástase é rara em menores de 5 cm e comum em maiores que 10 cm. Fatores de risco ▣ Sexo masculino ▣ Baixa renda associada a más condições de saneamento e má conservação de alimentos ▣ Dieta pobre em alimentos frescos ▣ Ingesta aumentada de sal e conservantes ▣ Etilismo e fumo. ▣ A obesidade e a doença do refluxo gastroesofágico → associadas a tumoresgástricos proximais e transição esofagogástrica ● História familiar de neoplasia gástrica. Fisiopato 2- Patologias do TGI- Aula 7: Patologias do estômago: pólipos e neoplasias @braozinnn- Abraão Filipe- T5C- Uninove- Osasco 7 Tumor estromal gastrointestinal. A, Em um corte transversal, a textura em espiral é evidente dentro do tumor esbranquiçado e carnoso. B, A massa é coberta pela mucosa intacta. C, Histologicamente, o tumor é composto primariamente por feixes, ou fascículos, de células tumorais fusiformes. Referências
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