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Profetas Menores - Livro II - Miqueias, Naum Habacuque e Sofonias

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Miqueias, Naum, 
Habacuque e 
Sofonias 
 
 
Silvio Dutra 
 
 
DEZ/2015 
 
 
 
2 
 
 
Sumário 
 
MIQUEIAS 
Miqueias 1 4 
Miqueias 2 13 
Miqueias 3 20 
Miqueias 4 24 
Miqueias 5 31 
Miqueias 6 36 
Miqueias 7 43 
NAUM 
Naum 1 51 
Naum 2 60 
Naum 3 65 
HABACUQUE 
Habacuque 1 72 
Habacuque 2 81 
Habacuque 3 90 
SOFONIAS 
Sofonias 1 99 
Sofonias 2 109 
Sofonias 3 115 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
MIQUEIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Miqueias 1 
 
Nós estaremos comentando um livro do Velho 
Testamento, e portanto, devemos ter em conta, 
diante de nós, como pano de fundo, que muito do 
que está nele contido, se referia ao antigo pacto, o 
qual foi revogado em Jesus Cristo. 
Convém também ser dito que se a aliança antiga foi 
substituída pela nova, todavia Deus não mudou. 
Temos aqui revelada a exata expressão do seu 
caráter santo e justo, que não pode aprovar o 
pecado em nenhuma de suas formas, e muito 
menos, que aqueles que criou para estarem debaixo 
do seu governo amoroso, não reconheçam a sua 
soberania. 
Então, os juízos aqui declarados contra o pecado, 
não foram suprimidos, mas podemos como dizer 
que foram adiados para o dia do grande juízo, no 
qual será fechado o tempo da sua paciência e 
longanimidade, que tem vigorado na presente 
dispensação da graça. 
Os livros do Velho Testamento, em seus juízos, são 
portanto, um alerta amoroso, para que nos 
arrependamos dos nossos pecados, e temamos ao 
5 
 
 
Senhor conforme convém ser temido, para que 
possamos escapar da condenação eterna, da qual 
nosso Senhor Jesus Cristo, veio a este mundo para 
nos livrar. 
“1Co 10:5 Entretanto, Deus não se agradou da 
maioria deles, razão por que ficaram prostrados no 
deserto. 
1Co 10:6 Ora, estas coisas se tornaram exemplos 
para nós, a fim de que não cobicemos as coisas más, 
como eles cobiçaram. 
1Co 10:7 Não vos façais, pois, idólatras, como alguns 
deles; porquanto está escrito: O povo assentou-se 
para comer e beber e levantou-se para divertir-se. 
1Co 10:8 E não pratiquemos imoralidade, como 
alguns deles o fizeram, e caíram, num só dia, vinte e 
três mil. 
1Co 10:9 Não ponhamos o Senhor à prova, como 
alguns deles já fizeram e pereceram pelas 
mordeduras das serpentes. 
1Co 10:10 Nem murmureis, como alguns deles 
murmuraram e foram destruídos pelo 
exterminador. 
6 
 
 
1Co 10:11 Estas coisas lhes sobrevieram como 
exemplos e foram escritas para advertência nossa, 
de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm 
chegado.” 
Quando Miqueias começou seu ministério 
profético, o Reino do Norte (Israel) não havia ainda 
sido levado em cativeiro pelos assírios. 
Mas o cativeiro estava às portas quando Miqueias 
começou a profetizar, porque o fizera nos dias dos 
reis Jotão e Acaz, do Reino do Sul (Judá). 
Israel seria levado em cativeiro no sexto ano do rei 
Ezequias de Judá, quando o rei Oseias de Israel se 
encontrava no nono ano do seu reinado. 
Miqueias foi, portanto, contemporâneo dos 
profetas Oseias e Isaías, e profetizou corroborando 
as mensagens destes profetas. 
Por isso, encontramos logo no primeiro capítulo 
deste seu livro, profecias alertando sobre os 
julgamentos que se aproximavam para devastar 
tanto a Israel, quanto a Judá. 
São citadas as capitais dos dois reinos: Samaria (de 
Israel) e Jerusalém (de Judá), porque eram nelas que 
se concentravam os líderes da nação israelita, tanto 
7 
 
 
civis, quanto religiosos, e as ameaças diziam 
respeito principalmente a eles, a quem cabia trazer 
o povo debaixo do temor do Senhor. 
Tal o mestre, tal o discípulo. 
Tal o sacerdote, tal o adorador. 
Isto não é necessariamente uma regra para aqueles 
que estão determinados a viverem segundo a reta 
justiça, mas é comum que o povo se deixe conduzir 
por aqueles que lhe lidera, sem levar em conta os 
frutos que são produzidos por eles. 
Como eles buscavam a glória dos homens e não a de 
Deus, não receberam discernimento espiritual para 
poderem avaliar quem realmente deveria ser 
seguido e ouvido, e assim, cairam seduzidos nos 
braços dos falsos profetas vestidos em peles de 
ovelhas. 
De tão acostumados que estavam em seguir o 
homem e não a Deus, mesmo quando se levantou 
entre eles um líder verdadeiramente piedoso, como 
foi o caso do rei Ezequias, eles não se deixaram 
persuadir e não se converteram a Deus em seus 
corações. Todavia, é impossível enganar a Deus. 
 
8 
 
 
Por isso, Ele diz pelo profeta Miqueias que faria de 
Samaria um monturo, a ponto de descobrir seus 
fundamentos (v. 7). 
As imagens de escultura seriam despedaçadas, e os 
salários dos que viviam daquele culto impuro 
seriam queimados (v. 7). 
Judá havia se contaminado com o pecado de Israel. 
Eles haviam entrado em alianças políticas com eles 
para se fortificarem, no entanto, isto somente 
serviu para enfraquecê-los, como o erro de Josafá, 
de se aparentar com a casa de Acabe, dando seu 
filho que viria a reinar depois dele, como esposo de 
Atalia, filha da perversa Jezabel. 
As feridas de Israel eram incuráveis, porque de há 
muito vinham servindo aos bezerros de ouro e a 
Baal. E, nesta aliança com eles, Judá acabou se 
contaminando pelo mesmo mal da idolatria. 
Como as transgressões de Israel foram achadas 
também em Judá (v. 13), então havia um juízo 
lavrado da parte do Senhor sobre ambos os povos, 
e quando este fosse executado não deveria servir de 
motivo de choro, nem de lamento no pó, nem 
deveria ser anunciado na terra dos povos inimigos, 
como na cidade de Gate dos filisteus, por exemplo, 
9 
 
 
porque era da parte do próprio Senhor que lhes 
sobreviria a ruína do Seu povo. 
As alianças de Israel com os filisteus lhes enviando 
presentes e tributos, de nada lhes adiantaria, 
porque nada poderiam fazer para livrá-los, quando 
o Senhor enviasse sobre eles um povo poderoso que 
os levaria para o cativeiro, a saber, os assírios (v. 
16). 
Israel e Judá juntaram para si ídolos, imagens de 
escultura, que tomaram o lugar que é devido 
exclusivamente à adoração de Jeová, ignorando os 
dois primeiros mandamentos da Lei que Ele lhes 
dera através de Moisés. 
Os piedosos do povo de Deus prantearam por causa 
destes juízos, tal como o profeta Miqueias fizera, 
como aqueles que choram num funeral. 
É triste ver como morto quem estava destinado a 
viver pelo poder Espírito Santo. 
Todos os pecados de Israel e de Judá seriam 
julgados, com a única exceção daqueles que tiveram 
as suas transgressões perdoadas, porque 
permaneceram fiéis a Deus, crendo nele e na sua 
Palavra. 
10 
 
 
De igual modo, através de Miqueias, Deus está 
alertando às pessoas de todos os lugares e épocas, 
que ele não deixará de visitar com juízos todos 
aqueles que não tiveram os seus pecados 
perdoados por causa da fé em Jesus Cristo. 
 
“1 Palavra do SENHOR que em visão veio a 
Miqueias, morastita, nos dias de Jotão, Acaz e 
Ezequias, reis de Judá, sobre Samaria e Jerusalém. 
2 Ouvi, todos os povos, prestai atenção, ó terra e 
tudo o que ela contém, e seja o SENHOR Deus 
testemunha contra vós outros, o Senhor desde o 
seu santo templo. 
3 Porque eis que o SENHOR sai do seu lugar, e desce, 
e anda sobre os altos da terra. 
4 Os montes debaixo dele se derretem, e os vales se 
fendem; são como a cera diante do fogo, como as 
águas que se precipitam num abismo. 
5 Tudo isto por causa da transgressão de Jacó e dos 
pecados da casa de Israel. Qual é a transgressão de 
Jacó? Não é Samaria? E quais os altos de Judá? Não 
é Jerusalém? 
11 
 
 
6 Por isso, farei de Samaria um montão de pedras 
do campo, uma terra de plantar vinhas; farei rebolar 
as suas pedras para o vale e descobrirei os seus 
fundamentos. 
7 Todas as suas imagens de escultura serão 
despedaçadas, e todos os salários de sua impureza 
serão queimados, e de todos os seus ídolos eu farei 
uma ruína, porque do preço da prostituição os 
ajuntou, e a este preço volverão. 
8 Por isso, lamento e uivo; ando despojado e nu; 
faço lamentações comode chacais e pranto como 
de avestruzes. 
9 Porque as suas feridas são incuráveis; o mal 
chegou até Judá; estendeu-se até à porta do meu 
povo, até Jerusalém. 
10 Não o anuncieis em Gate, nem choreis; revolvei-
vos no pó, em Bete-Leafra. 
11 Passa, ó moradora de Safir, em vergonhosa 
nudez; a moradora de Zaanã não pode sair; o pranto 
de Bete-Ezel tira de vós o vosso refúgio. 
12 Pois a moradora de Marote suspira pelo bem, 
porque desceu do SENHOR o mal até à porta de 
Jerusalém. 
12 
 
 
13 Ata os corcéis ao carro, ó moradora de Laquis; 
foste o princípio do pecado para a filha de Sião, 
porque em ti se acharam as transgressões de Israel. 
14 Portanto, darás presentes de despedida a 
Moresete-Gate; as casas de Aczibe serão para 
engano dos reis de Israel. 
15 Enviar-te-ei ainda quem tomará posse de ti, ó 
moradora de Maressa; chegará até Adulão a glória 
de Israel. 
16 Faze-te calva e tosquia-te, por causa dos filhos 
que eram as tuas delícias; alarga a tua calva como a 
águia, porque de ti serão levados para o cativeiro.” 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
Miqueias 2 
 
Tornamos a lembrar que a precipitação do juízos 
que vieram sobre Israel e Judá, respectivamente, 
em 722 a.C, com os assírios, e e em 586 a.C com os 
babilônios, foi decorrente de estarem debaixo da 
antiga aliança, que prescrevia a visitação das 
transgressões da Lei, ainda no período de vigência 
daquela aliança. 
Presentemente, estamos na dispensação da graça, 
na qual Deus tem adiado seus juízos para o Dia do 
Seu Grande Juízo Final. 
Contudo, como já dissemos, tudo que o Senhor 
revelou através de Miqueias se refere ao Seu 
caráter santo e justo, que é imutável. 
Portanto, bem irá a todo aquele que der ouvido à 
profecia. 
Por exemplo, Deus declarou expressamente pela 
boca do profeta, no verso 7, quais são as pessoas às 
quais a Sua palavra faz bem, a saber, aos que andam 
retamente. 
 
14 
 
 
É possível ter muito conhecimento teológico, 
muitos dons, no entanto, pouca ou nenhuma 
retidão no procedimento. 
O que predominava em Israel não era o amor ao 
próximo, mas a cobiça das propriedades alheias, 
para obterem por meio de fraude e violência, os 
bens de outros (v. 1,2). 
Então o juízo de Deus, ao qual o profeta chama de 
mal, já havia sido lavrado contra a Sua própria 
família, ou seja, o Seu povo, juízo do qual não 
poderiam desviar a cerviz, porque lhes encurvaria 
os pescoços de tal forma, que não poderiam andar 
de cabeça erguida, quando chegasse o dia da 
calamidade que lhes viria da parte do Senhor (v. 3). 
Como haviam cobiçado as propriedades de seus 
irmãos, da sua própria família de Israel, então 
seriam despojados dos seus bens por um povo 
estranho, o qual o profeta chama de rebeldes. 
Isto significa que não lhes seriam tirados os seus 
bens porque este povo (assírio) fosse mais justo do 
que eles, mas para servir de um sinal que era em 
razão de um juízo de Deus contra os pecados dos 
israelitas. 
15 
 
Apesar das ameaças de Deus pelos Seus profetas, 
os israelitas consideravam que eles estavam apenas 
profetizando agouros, e lhes pediam para que se 
calassem, porque tinham convicção de que a 
desgraça não cairia sobre eles (v. 6). 
Este é o mesmo erro da Igreja de Laodiceia que 
prossegue confiante em seu caminho, apesar das 
profecias da Palavra de Deus que são dirigidas 
contra ela, e que a convocam ao arrependimento. 
Os israelitas chegaram a tal ponto de 
endurecimento, que este fez com que não 
aceitassem que estivessem entristecendo o Espírito 
Santo. 
Eles perguntavam ironicamente: “Está irritado o 
Espírito do Senhor?” 
 Como poderia, segundo o modo de ver deles, um 
Espírito bom e consolador como o Espírito Santo, 
dizer palavras tão duras como as que eram 
proferidas por Miqueias? 
Então voltavam a dizer: “São estas as suas obras?” 
Como que ironizando que não poderia ser de modo 
algum obra do Espírito, os juízos aos quais estava se 
referindo o profeta. 
16 
 
O Senhor, porém, não lhes deixou sem resposta, 
conforme já comentamos anteriormente acerca do 
verso 7, no qual afirma que, eram sim as obras do 
Espírito, porque aquelas eram Suas palavras, uma 
vez que elas somente fazem o bem aos que andam 
retamente. 
Assim, a bênção era para o que anda em retidão, e 
o juízo para os que não andam nos caminhos de 
Deus, tal como estava fazendo o povo de Israel nos 
dias de Miqueias. 
Eles usavam de violência e roubo contra aqueles 
que viviam em paz. 
Repudiavam suas esposas e tiravam seus filhinhos 
de debaixo da sua guarda. 
Como poderia o Senhor permitir que um povo como 
aquele habitasse na terra que lhes dera por 
promessa, através de Abraão, sob a condição de 
andarem em todos os Seus mandamentos e 
estatutos? 
Porventura não os lançaria fora dela, de forma que 
não fosse seu lugar de descanso, porque não havia 
razão para terem descanso da parte do Senhor, já 
que suas obras eram más? 
17 
 
Eles contaminavam a terra com suas obras ímpias, e 
o Senhor não permitiria que isto continuasse por 
muito tempo. 
A impiedade deles havia chegado a tal ponto, que 
bêbados seriam bem recebidos como profetas do 
Senhor, porque não se importavam que se lhes 
profetizasse a falsidade (v. 11). 
Por isso, haveria apenas boa esperança somente 
para o remanescente de Israel. 
Deus congregaria este restante que lhe fosse fiel e 
os reuniria num rebanho, como ovelhas num 
aprisco. 
Estes seriam em grande número; entrariam e 
sairiam pela porta do aprisco, porque o seu Rei iria 
adiante deles, e o profeta diz quem é este Rei, a 
saber o próprio Senhor. 
Certamente era uma profecia para o tempo futuro, 
para que se revelasse que a glória de Israel 
dependeria de estarem unidos ao Messias, que 
ainda se levantaria sobre a terra, para redimir e 
santificar o povo de Deus, porque fora dEle, 
ninguém, será conhecido como participante do Seu 
povo. 
 
18 
 
 
“1 Ai daqueles que, no seu leito, imaginam a 
iniquidade e maquinam o mal! À luz da alva, o 
praticam, porque o poder está em suas mãos. 
2 Se cobiçam campos, os arrebatam; se casas, as 
tomam; assim, fazem violência a um homem e à sua 
casa, a uma pessoa e à sua herança. 
3 Portanto, assim diz o SENHOR: Eis que projeto mal 
contra esta família, do qual não tirareis a vossa 
cerviz; e não andareis altivamente, porque o tempo 
será mau. 
4 Naquele dia, se criará contra vós outros um 
provérbio, se levantará pranto lastimoso e se dirá: 
Estamos inteiramente desolados! A porção do meu 
povo, Deus a troca! Como me despoja! Reparte os 
nossos campos aos rebeldes! 
5 Portanto, não terás, na congregação do SENHOR, 
quem, pela sorte, lançando o cordel, meça 
possessões. 
6 Não babujeis, dizem eles. Não babujeis tais coisas, 
porque a desgraça não cairá sobre nós. 
7 Tais coisas anunciadas não alcançarão a casa de 
Jacó. Está irritado o Espírito do SENHOR? São estas 
19 
 
 
as suas obras? Sim, as minhas palavras fazem o bem 
ao que anda retamente; 
8 mas, há pouco, se levantou o meu povo como 
inimigo; além da roupa, roubais a capa àqueles que 
passam seguros, sem pensar em guerra. 
9 Lançais fora as mulheres de meu povo do seu lar 
querido; dos filhinhos delas tirais a minha glória, 
para sempre. 
10 Levantai-vos e ide-vos embora, porque não é 
lugar aqui de descanso; ide-vos por causa da 
imundícia que destrói, sim, que destrói 
dolorosamente. 
11 Se houver alguém que, seguindo o vento da 
falsidade, mentindo, diga: Eu te profetizarei do 
vinho e da bebida forte, será este tal o profeta deste 
povo. 
12 Certamente, te ajuntarei todo, ó Jacó; 
certamente, congregarei o restante de Israel; pô-
los-ei todos juntos, como ovelhas no aprisco, como 
rebanho no meio do seu pasto; farão grande ruído, 
por causa da multidão dos homens. 
13 Subirá diante deles o que abre caminho; eles 
romperão, entrarão pela porta e sairão por ela; e o 
seu Rei irá adiante deles; sim, o SENHOR, à sua 
frente.” 
20 
 
 
Miqueias 3 
 
Nos versos 1 a 4 o Senhor dirige uma repreensão 
e ameaça aos principais sacerdotese anciãos de 
Israel, que tinham o encargo de ensinarem a Sua 
vontade ao povo, e que no entanto, o exploraram, 
praticando o mal e aborrecendo o bem. 
E nos versos 5 a 7 são repreendidos e ameaçados os 
falsos profetas, que haviam enganado o povo, 
levando-o a errar, com suas falsas visões. 
Profetas interesseiros que profetizavam por 
dinheiro, e que ameaçavam com juízos de Deus 
aqueles que não se submetiam às suas exigências 
interesseiras. 
Todavia, Miqueias dá o seu próprio testemunho de 
ser totalmente diferente deles, e o que fazia tal 
distinção era o fato de estar “cheio do poder do 
Espírito do Senhor, cheio de juízo e de força, para 
declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu 
pecado.” (v. 8). 
Miqueias não tinha somente aparência de piedade, 
mas tinha também o poder da mesma operando 
eficazmente em sua vida. 
21 
 
 
Todavia, Miqueias não se limitou a dizer que estava 
cheio do poder do Espírito para protestar contra os 
pecados de Israel, como também repreendeu os 
cabeças e chefes israelitas, que abominavam o juízo 
de Deus, pervertiam tudo o que era direito, e que 
edificavam a Sião e Jerusalém com sangue e 
perversidade (v. 9, 10). 
Miqueias, portanto, denunciou publicamente a 
hipocrisia daqueles líderes, dizendo que os juízes 
davam suas sentenças por suborno, os sacerdotes 
ensinavam por interesse, e os profetas adivinhavam 
por dinheiro; e o pior de tudo, o faziam em nome do 
Senhor, alegando estarem debaixo da sua proteção, 
tal como costumam fazer os falsos ministros que 
transitam no meio da Igreja, porque também dizem 
que tudo o que fazem é em nome de Deus e de 
acordo com a Sua Palavra, enquanto prosseguem 
com seu mau testemunho de vida, e más obras. 
Estão seguros de que nenhum mal lhes sobrevirá, 
porque confundem a longanimidade de Deus, que é 
tardio em se irar, com a supressão total de seus 
juízos. 
Todavia, se esquecem que serão pesados na balança 
divina, e sendo achados em falta terão 
que enfrentar Seu justo juízo, que se manifestará 
22 
 
 
sempre no tempo apropriado, como sucedeu no 
passado àqueles líderes desviados de Israel. 
 
“1 Disse eu: Ouvi, agora, vós, cabeças de Jacó, e vós, 
chefes da casa de Israel: Não é a vós outros que 
pertence saber o juízo? 
2 Os que aborreceis o bem e amais o mal; e deles 
arrancais a pele e a carne de cima dos seus ossos; 
3 que comeis a carne do meu povo, e lhes arrancais 
a pele, e lhes esmiuçais os ossos, e os repartis como 
para a panela e como carne no meio do caldeirão? 
4 Então, chamarão ao SENHOR, mas não os ouvirá; 
antes, esconderá deles a sua face, naquele tempo, 
visto que eles fizeram mal nas suas obras. 
5 Assim diz o SENHOR acerca dos profetas que 
fazem errar o meu povo e que clamam: Paz, quando 
têm o que mastigar, mas apregoam guerra santa 
contra aqueles que nada lhes metem na boca. 
6 Portanto, se vos fará noite sem visão, e tereis 
treva sem adivinhação; pôr-se-á o sol sobre os 
profetas, e sobre eles se enegrecerá o dia. 
23 
 
 
7 Os videntes se envergonharão, e os adivinhadores 
se confundirão; sim, todos eles cobrirão o seu 
bigode, porque não há resposta de Deus. 
8 Eu, porém, estou cheio do poder do Espírito do 
SENHOR, cheio de juízo e de força, para declarar a 
Jacó a sua transgressão e a Israel, o seu pecado. 
9 Ouvi, agora, isto, vós, cabeças de Jacó, e vós, 
chefes da casa de Israel, que abominais o juízo, e 
perverteis tudo o que é direito, 
10 e edificais a Sião com sangue e a Jerusalém, com 
perversidade. 
11 Os seus cabeças dão as sentenças por suborno, 
os seus sacerdotes ensinam por interesse, e os seus 
profetas adivinham por dinheiro; e ainda se 
encostam ao SENHOR, dizendo: Não está o SENHOR 
no meio de nós? Nenhum mal nos sobrevirá. 
12 Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada 
como um campo, e Jerusalém se tornará em 
montões de ruínas, e o monte do templo, numa 
colina coberta de mato.” 
 
 
24 
 
 
Miqueias 4 
 
Esta parte da profecia de Miqueias revela 
claramente qual é o método de Deus para emular 
Seu povo à obediência. 
Nós vemos este método declarado nas palavras de 
Paulo em Romanos 11.22: 
“Considera pois a bondade e a severidade de Deus: 
para com os que caíram, severidade; para contigo, a 
bondade de Deus, se permaneceres nessa bondade; 
do contrário também tu serás cortado.” 
Ele usa de severidade para com aqueles que andam 
voluntariamente errados em relação à Sua vontade, 
mas de bondade para com aqueles que Lhe 
obedecem. 
A profecia de Miqueias tinha o alvo de declarar a 
verdade dos juízos de Deus sobre Israel e Judá, por 
causa do mau caminho deles, entretanto, isto não 
significava uma rejeição total e final do Seu povo. 
Ao contrário, era uma demonstração de que Ele, o 
Senhor, não muda, e que estava cumprindo tudo 
que havia dito fazer desde os dias de Moisés. 
25 
 
 
Ele quer abençoar, mas Seu povo deve se 
posicionar, vivendo do modo digno da bênção, 
porque de outro modo, em vez de bênção, buscará 
juízos corretivos. 
Um viver abençoado, sempre é condicional, ou seja, 
depende de uma sincera obediência à vontade de 
Deus. 
Não há vida de vitória, segundo o Senhor, quando 
se anda contrariamente à Sua vontade. 
Aquisição de bens não significa esta bênção. Como 
de igual modo perseguições e sofrimentos por causa 
do evangelho não significam a sua falta. 
Este viver abençoado vitorioso consiste em se ter a 
aprovação de Deus quanto ao que somos e o que 
fazemos. 
O povo de Deus não foi destinado por Ele à ruína e 
ao despojamento pelo Inimigo, mas à vitória. 
Então, aqueles juízos que viriam sobre Israel e Judá, 
sob a forma de destruição, respectivamente, da 
parte dos assírios e dos babilônios, não 
representavam a impossibilidade de vitória para 
todos os que fossem verdadeiramente piedosos, 
26 
 
 
porque como vimos, mesmo no cativeiro, Eliseu, 
Daniel, Sadraque, Mesaque, Abdnego e outros, 
tiveram um viver vitorioso por causa da sua 
piedade. 
Temos então, o incentivo a um viver piedoso, na 
profecia deste capítulo, porque nele, o Senhor faz 
boas promessas em relação a Israel, as quais teriam 
cumprimento, especialmente, quando da 
manifestação do Messias. 
Havia um futuro glorioso prometido para Israel, 
apesar de todas as assolações que teria que 
enfrentar, por causa do pecado do próprio povo. 
Mas, estas promessas se cumpririam em justiça; por 
isso se diz que aconteceriam nos últimos dias, e não 
somente os israelitas seriam beneficiados por esta 
promessa, mas todos os povos que afluiriam ao 
monte da Casa do Senhor, que seria estabelecido no 
cimo dos montes, veja bem, no cimo dos montes de 
várias nações, e não apenas em Sião (v. 1). 
Esta profecia é uma referência ao período da Igreja, 
espalhada em todas as nações da terra. 
Todavia, a partir do verso 2, a profecia se aplica ao 
governo do Messias no período do milênio, a partir 
de Jerusalém. 
27 
 
 
Será, portanto, dali que procederá as ordens e leis 
para todas as nações da terra, que serão julgadas e 
corrigidas pelo Rei dos reis; mesmo as nações 
poderosas e distantes de Jerusalém, que terão que 
converter seus armamentos de guerra em 
instrumentos úteis para a produção de alimentos, e 
não haverá mais guerra de nação contra nação. 
Em consequência, não haverá mais necessidade de 
forças armadas e nem de preparar pessoas para 
serem ensinadas na arte da guerra, porque o 
milênio será um período de perfeita paz em todo o 
mundo. 
A tão sonhada paz entre todas as nações, somente 
poderá ser vista neste período, quando o Messias 
estabelecer Seu reino de justiça e de paz na terra, 
logo depois da Sua segunda vinda. 
Não haverá mais o temor de violação do direito à 
propriedade, porque cada pessoa se sentirá segura 
em sua própria posse, sem o temor de que esta lhe 
seja tirada por meio da violência ou por decretos 
injustos. 
Nenhuma nação andará mais em nome de outros 
deuses, mas aos que for dado permanecerem na 
terra, no período do milênio, adorarão somenteao 
Senhor. 
28 
 
 
O Senhor deixaria um remanescente (um povo 
restante) daqueles que haviam sido afligidos por 
Ele, e dos que foram expulsos da Sua presença, para 
formar uma grande nação que reinasse juntamente 
com Ele no monte Sião, por toda a eternidade. 
Então, Judá iria para o cativeiro em Babilônia, mas 
sairia de lá, pelo braço forte do Senhor, não para 
apenas voltar à sua própria terra, mas para que se 
desse cumprimento a estas profecias gloriosas 
relativas ao reino do Messias. 
 
"1 Mas, nos últimos dias, acontecerá que o monte 
da Casa do SENHOR será estabelecido no cimo dos 
montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele 
afluirão os povos. 
2 Irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao 
monte do SENHOR e à casa do Deus de Jacó, para 
que nos ensine os seus caminhos, e andemos pelas 
suas veredas; porque de Sião procederá a lei, e a 
palavra do SENHOR, de Jerusalém. 
3 Ele julgará entre muitos povos e corrigirá nações 
poderosas e longínquas; estes converterão as suas 
espadas em relhas de arados e suas lanças, em 
29 
 
 
podadeiras; uma nação não levantará a espada 
contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra. 
4 Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira 
e debaixo da sua figueira, e não haverá quem os 
espante, porque a boca do SENHOR dos Exércitos o 
disse. 
5 Porque todos os povos andam, cada um em nome 
do seu deus; mas, quanto a nós, andaremos em o 
nome do SENHOR, nosso Deus, para todo o sempre. 
6 Naquele dia, diz o SENHOR, congregarei os que 
coxeiam e recolherei os que foram expulsos e os 
que eu afligira. 
7 Dos que coxeiam farei a parte restante e dos que 
foram arrojados para longe, uma poderosa nação; e 
o SENHOR reinará sobre eles no monte Sião, desde 
agora e para sempre. 
8 A ti, ó torre do rebanho, monte da filha de Sião, a 
ti virá; sim, virá o primeiro domínio, o reino da filha 
de Jerusalém. 
9 Agora, por que tamanho grito? Não há rei em ti? 
Pereceu o teu conselheiro? Apoderou-se de ti a dor 
como da que está para dar à luz? 
30 
 
 
10 Sofre dores e esforça-te, ó filha de Sião, como a 
que está para dar à luz, porque, agora, sairás da 
cidade, e habitarás no campo, e virás até à 
Babilônia; ali, porém, serás libertada; ali, te remirá 
o SENHOR das mãos dos teus inimigos. 
11 Acham-se, agora, congregadas muitas nações 
contra ti, que dizem: Seja profanada, e vejam os 
nossos olhos o seu desejo sobre Sião. 
12 Mas não sabem os pensamentos do SENHOR, 
nem lhe entendem o plano que as ajuntou como 
feixes na eira. 
13 Levanta-te e debulha, ó filha de Sião, porque 
farei de ferro o teu chifre e de bronze, as tuas unhas; 
e esmiuçarás a muitos povos, e o seu ganho será 
dedicado ao SENHOR, e os seus bens, ao Senhor de 
toda a terra.” 
 
 
 
 
 
31 
 
 
Miqueias 5 
 
Uma das marcas de um verdadeiro profeta de 
Deus é a que se vê na profecia de Miqueias, porque 
não tem uma palavra dirigida apenas à resolução de 
problemas presentes. 
Um profeta verdadeiro, como Miqueias, recebe da 
parte do Senhor, uma visão global do Seu plano, e 
não vê apenas parte das coisas que estão 
acontecendo e das que sucederão; mas tudo vê, 
como peças de um grande conjunto que já está 
determinado por Deus debaixo do Seu controle, 
como coisas já cumpridas, apesar de terem seu 
cumprimento no tempo estabelecido por Ele. 
Veja que quando Miqueias está falando dos juízos 
que viriam sobre Israel e Judá, ele não estava preso 
à visão daquelas assolações, porque viu que tudo se 
encaminharia para um futuro glorioso de Israel sob 
o Messias. 
Por isso, a profecia mistura tanto o sítio que viria 
sobre Israel nos dias do cativeiro (v. 1), quanto o 
local de nascimento do Messias (Belém), ao mesmo 
tempo em que afirma que não era um nascimento 
de existência no tempo como o dos demais homens, 
32 
 
 
porque no seu caso, aquele que haveria de reinar 
eternamente sobre Israel, conforme tudo o que foi 
profetizado no capítulo anterior, não tem início de 
existência, conforme se afirma no verso 2. 
Deste modo, havia um tempo para que Israel fosse 
entregue à dominação dos povos inimigos, para que 
fossem cumpridos os propósitos específicos de Deus 
em purificá-los, especialmente de suas idolatrias, 
conforme afirma na parte final deste capítulo. 
Todavia, apesar de Israel ter sido espalhado pelas 
nações, vivendo como ovelhas errantes, sem 
pastor; eles teriam no Messias a esperança de 
serem apascentados na força e na majestade do 
Senhor seu Deus, para que habitassem em 
segurança perante Ele. 
É no próprio Messias que se encontra a paz de Israel 
(v. 5), ou seja, do Seu povo. 
Os que estiverem debaixo do reino do Messias já 
não terão mais que temer as ameaças de invasões 
de povos inimigos, assim como Israel havia temido 
no passado a Assíria, que por fim, os espalhou por 
várias partes do mundo. 
Deus se levantaria contra todos os seus inimigos, 
quer dentro do Seu próprio povo, quer em todas as 
33 
 
 
nações, porque com ira e furor tomaria vingança 
contra todos estes que não lhe obedeceram (v. 15). 
 
“1 Agora, ajunta-te em tropas, ó filha de tropas; pôr-
se-á sítio contra nós; ferirão com a vara a face do 
juiz de Israel. 
2 E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar 
como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o 
que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde 
os tempos antigos, desde os dias da eternidade. 
3 Portanto, o SENHOR os entregará até ao tempo 
em que a que está em dores tiver dado à luz; então, 
o restante de seus irmãos voltará aos filhos de 
Israel. 
4 Ele se manterá firme e apascentará o povo na 
força do SENHOR, na majestade do nome do 
SENHOR, seu Deus; e eles habitarão seguros, 
porque, agora, será ele engrandecido até aos 
confins da terra. 
5 Este será a nossa paz. Quando a Assíria vier à 
nossa terra e quando passar sobre os nossos 
palácios, levantaremos contra ela sete pastores e 
oito príncipes dentre os homens. 
34 
 
 
6 Estes consumirão a terra da Assíria à espada e a 
terra de Ninrode, dentro de suas próprias portas. 
Assim, nos livrará da Assíria, quando esta vier à 
nossa terra e pisar os nossos limites. 
7 O restante de Jacó estará no meio de muitos 
povos, como orvalho do SENHOR, como chuvisco 
sobre a erva, que não espera pelo homem, nem 
depende dos filhos de homens. 
8 O restante de Jacó estará entre as nações, no meio 
de muitos povos, como um leão entre os animais 
das selvas, como um leãozinho entre os rebanhos 
de ovelhas, o qual, se passar, as pisará e 
despedaçará, sem que haja quem as livre. 
9 A tua mão se exaltará sobre os teus adversários; e 
todos os teus inimigos serão eliminados. 
10 E sucederá, naquele dia, diz o SENHOR, que eu 
eliminarei do meio de ti os teus cavalos e destruirei 
os teus carros de guerra; 
11 destruirei as cidades da tua terra e deitarei 
abaixo todas as tuas fortalezas; 
12 eliminarei as feitiçarias das tuas mãos, e não 
terás adivinhadores; 
35 
 
 
13 do meio de ti eliminarei as tuas imagens de 
escultura e as tuas colunas, e tu já não te inclinarás 
diante da obra das tuas mãos; 
14 eliminarei do meio de ti os teus postes-ídolos e 
destruirei as tuas cidades. 
15 Com ira e furor, tomarei vingança sobre as 
nações que não me obedeceram.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
Miqueias 6 
 
Miqueias poderia ter começado esta profecia 
dizendo: ouvi agora o que diz a Lei de Moisés, ou 
seja, as Escrituras; mas, em vez disso ele disse: 
“1 Ouvi, agora, o que diz o SENHOR: Levanta-te, 
defende a tua causa perante os montes, e ouçam os 
outeiros a tua voz. 
2 Ouvi, montes, a controvérsia do SENHOR, e vós, 
duráveis fundamentos da terra, porque o SENHOR 
tem controvérsia com o seu povo e com Israel 
entrará em juízo.” 
Ele diz: “ouvi, agora, o que diz o Senhor”, ou seja, o 
que Deus estava dizendo naquela hora por seu 
intermédio. 
Miqueias não se limitou a ler a Lei de Moisés para 
Israel, ou apenas a se referir aos livramentos que 
Deus havia dado ao povo, segundo o seu 
conhecimentoda história de Israel. Não. 
Ele foi a boca de Deus para expressar o que faria ao 
Seu povo, e para declarar a condição deles perante 
Ele, conforme o teor das palavras das Escrituras. 
37 
 
 
Todo ministro do evangelho é chamado também a 
proceder pelo mesmo critério. Não deve ser um 
mero expositor das doutrinas bíblicas para o seu 
povo. Não deve ser um simples narrador dos 
poderosos feitos de Deus na história da Igreja, mas, 
tal como Miqueias, deve ser a boca de Deus, para 
traduzir Sua vontade, conforme o teor das 
Escrituras. 
Deus não nos deu as Escrituras para permanecer 
mudo. Ele nos deu as Escrituras, mas deseja 
também continuar falando diretamente ao Seu 
povo, especialmente através de Seus ministros, 
fazendo com que eles sejam Sua boca, para 
apascentarem Seu povo, conduzindo-os em 
santidade. 
Um sermão verdadeiro deve ter sido recebido do 
alto, da parte do Senhor, segundo a expressão da 
Sua vontade para aquela hora, senão não passará 
de mera letra que mata, e não poderá produzir os 
efeitos esperados por Deus. 
Caso contrário, como o Senhor poderá ser 
glorificado devidamente, por tudo o que estiver 
fazendo entre nós e em nós? 
É necessário, portanto ter conhecimento das Suas 
operações na Igreja, e para tanto, é preciso estar 
38 
 
 
debaixo de uma verdadeira instrução e direção do 
Espírito Santo, porque somente Ele conhece a 
mente e o plano de Deus. Lembram que Miqueias 
disse que estava cheio do Espírito de Deus para 
poder cumprir o propósito do Senhor? 
Não deve ser diferente conosco nos dias da Igreja. 
Ao contrário, precisamos de um discernimento 
ainda maior, porque as boas promessas de Deus 
têm tido cumprimento em nossos dias. 
Se Miqueias tivesse ficado maravilhado com as 
promessas relativas ao futuro glorioso de Israel sob 
o Messias, a ponto de não pensar em nada mais 
além disso; o Senhor não poderia continuar se 
revelando a ele porque, como vemos neste capítulo, 
as palavras não são consoladoras, mas 
admoestadoras. 
Deus confrontou Israel através do profeta, 
chamando o povo a refletir na loucura das suas 
ações, depois dEle ter se revelado manifestando Sua 
grande benignidade. 
Que mal o Senhor havia feito a Israel ou com o que 
lhe havia enfadado para que lhe tivessem voltado 
as costas? 
39 
 
Desde que os tirara da escravidão do Egito sob 
Moisés, lhes havia livrado dos povos inimigos, para 
que conhecessem Seus atos de justiça. 
No entanto, Israel não reconheceu que o amor de 
Deus pelo Seu povo era um amor voluntário, a 
expressão completa da Sua graça e misericórdia 
para com eles, que nada lhes exigiu em troca, senão 
que fosse também amado por eles. 
Então, desconhecendo o propósito de Deus, por 
causa do endurecimento do pecado, tentaram 
agradá-Lo com holocaustos e oferendas, ao modo 
das nações pagãs. 
Por isso o Senhor protestou contra eles através do 
profeta afirmando que não poderia ser agradado 
nem com milhares de carneiros, dez mil ribeiros de 
azeite, nem pela oferta de seus primogênitos. 
Não seria com nada disso que poderiam apagar 
perante Ele a culpa dos seus pecados. 
Eles já haviam ouvido sobre o que agrada realmente 
ao Senhor, que é que se pratique a justiça, que se 
ame a misericórdia, e que se ande humildemente 
com Deus, temendo Seu nome, porque esta é a 
verdadeira sabedoria. 
40 
 
Todavia, como podem atinar com este propósito de 
Deus, aqueles que se conduzem sempre segundo o 
pendor da carne, e não do Espírito? 
Como da carne só provêm o mal, porque tudo o que 
é gerado da carne é carne, ou seja, nada de bom 
pode ser esperado da natureza terrena corrompida 
pelo pecado, e como eles insistiam em andar 
conforme suas próprias paixões carnais, sem as 
crucificarem pelo temor ao Senhor, então suas más 
obras não deixariam de ter o devido castigo. 
O que sucedeu a Israel serve de ensino e ilustração 
para a Igreja, de que o pendor da carne dá para 
morte, e que somente o pendor do Espírito pode dar 
para a vida e paz (Rom 8.6). 
De forma que sejamos desestimulados a viver 
segundo a carne, para vivermos segundo o Espírito, 
porque a bênção de Deus não será achada onde 
prevalecem as obras da carne, senão os Seus juízos. 
 
“1 Ouvi, agora, o que diz o SENHOR: Levanta-te, 
defende a tua causa perante os montes, e ouçam os 
outeiros a tua voz. 
2 Ouvi, montes, a controvérsia do SENHOR, e vós, 
duráveis fundamentos da terra, porque o SENHOR 
41 
 
 
tem controvérsia com o seu povo e com Israel 
entrará em juízo. 
3 Povo meu, que te tenho feito? E com que te 
enfadei? Responde-me! 
4 Pois te fiz sair da terra do Egito e da casa da 
servidão te remi; e enviei adiante de ti Moisés, Arão 
e Miriã. 
5 Povo meu, lembra-te, agora, do que maquinou 
Balaque, rei de Moabe, e do que lhe respondeu 
Balaão, filho de Beor, e do que aconteceu desde 
Sitim até Gilgal, para que conheças os atos de justiça 
do SENHOR. 
6 Com que me apresentarei ao SENHOR e me 
inclinarei ante o Deus excelso? Virei perante ele 
com holocaustos, com bezerros de um ano? 
7 Agradar-se-á o SENHOR de milhares de carneiros, 
de dez mil ribeiros de azeite? Darei o meu 
primogênito pela minha transgressão, o fruto do 
meu corpo, pelo pecado da minha alma? 
8 Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o 
que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e 
ames a misericórdia, e andes humildemente com o 
teu Deus. 9 A voz do SENHOR clama à cidade (e é 
42 
 
verdadeira sabedoria temer-lhe o nome): Ouvi, ó 
tribos, aquele que a cita. 
10 Ainda há, na casa do ímpio, os tesouros da 
impiedade e o detestável efa minguado? 
11 Poderei eu inocentar balanças falsas e bolsas de 
pesos enganosos? 
12 Porque os ricos da cidade estão cheios de 
violência, e os seus habitantes falam mentiras, e a 
língua deles é enganosa na sua boca. 
13 Assim, também passarei eu a ferir-te e te deixarei 
desolada por causa dos teus pecados. 
14 Comerás e não te fartarás; a fome estará nas tuas 
entranhas; removerás os teus bens, mas não os 
livrarás; e aquilo que livrares, eu o entregarei à 
espada. 
15 Semearás; contudo, não segarás; pisarás a 
azeitona, porém não te ungirás com azeite; pisarás 
a vindima; no entanto, não lhe beberás o vinho, 
16 porque observaste os estatutos de Onri e todas 
as obras da casa de Acabe e andaste nos conselhos 
deles. Por isso, eu farei de ti uma desolação e dos 
habitantes da tua cidade, um alvo de vaias; assim, 
trareis sobre vós o opróbrio dos povos.” 
43 
 
 
Miqueias 7 
 
O profeta descreve no início deste capítulo, a que 
ponto cresceria a iniquidade em Israel e em Judá, 
quando fossem levados para o cativeiro. 
Toda a vontade de Deus seria subvertida, de modo 
que o que se veria em Israel e em Judá, seria 
justamente o oposto de tudo aquilo que é ordenado 
em Seus mandamentos. 
Não haveria homens piedosos e retos no povo do 
Senhor, senão somente a prática do mal, 
especialmente pelos próprios líderes da nação. 
A tal ponto chegaria a iniquidade, que ninguém 
poderia crer num amigo ou confiar num 
companheiro, de forma que a prudência de se 
manter a boca fechada, seria recomendada mesmo 
diante daqueles que fossem mais íntimos, tal seria 
a predisposição deles para serem dirigidos pelo mal. 
Quando a iniquidade se multiplica Satanás governa 
os corações e os conduz conforme seu próprio 
querer, independentemente do grau de parentesco 
ou de amizade, produzindo infâmias, traições, 
maledicência, e até mesmo a prática da violência, 
44 
 
 
contra pessoas que antes eram amadas e 
estimadas. 
Todavia, o profeta aponta o caminho para aqueles, 
que tal como Ele, perseverassem em seguir ao 
Senhor. 
Deveriam olhar para Ele e esperar no Deus da 
salvação deles, porque Ele os ouviria, e ainda que 
viessem a cair, o Senhor não daria motivo para que 
seus inimigos se alegrassem a respeito deles, pois o 
Senhor os levantaria, e os tiraria das trevas para a 
Sua luz. 
Desde que houvesse arrependimento sincero, com 
confissão do pecado a Deus, Ele julgaria a causa 
destes que se voltassempara Ele, e executaria o seu 
direito, de modo que os tiraria das trevas para a luz, 
para verem a Sua justiça. 
Esta justiça graciosa e misericordiosa que está 
disponível no Senhor confunde os inimigos do Seu 
povo, que não podem entendê-la. 
Eles permanecem debaixo dos seus pecados, 
porque não confiam na justiça de Deus com a qual 
somos justificados, a saber, a justiça do próprio 
Cristo. 
45 
 
 
É preciso ter muito cuidado na condição de 
ministros do evangelho, para não tentarmos 
conduzir as pessoas que nos ouvem a uma 
justificação que não seja a de Cristo, que é somente 
por fé, e que é instantânea. 
Ao contrário, não devemos conduzi-las a uma 
justificação falsa, que não ocorrerá, e que seja 
decorrente de nossos discursos moralistas, que 
apontam o pecado; não para efeito de produzir 
arrependimento e a busca de Deus, mas somente a 
condenação dos outros para que nos sintamos 
melhores e superiores a eles, julgando possuir uma 
santidade maior do que a deles, quando na verdade 
não a possuímos, ou então, que esteja sendo 
aplicada contrariamente ao propósito de Deus de 
salvar os pecadores. 
Assim, quando a misericórdia de Deus fosse 
manifestada em toda a Sua plenitude, quando o 
remanescente de Israel fosse achado reinando em 
glória juntamente com o Messias no milênio, as 
nações ficariam ainda mais estupefatas do que 
antes, porque na sua justiça legalista, baseada no 
mérito humano, jamais poderão compreender a 
justiça de Deus, que está baseada na Sua 
misericórdia, e exclusivamente nos méritos de 
Cristo, e não nos nossos. 
46 
 
 
Dá gosto de ler o que foi dito pela boca do profeta 
quanto a tal misericórdia: 
“18 Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a 
iniquidade e te esqueces da transgressão do 
restante da tua herança? O SENHOR não retém a 
sua ira para sempre, porque tem prazer na 
misericórdia. 
19 Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés 
as nossas iniquidades e lançará todos os nossos 
pecados nas profundezas do mar. 
20 Mostrarás a Jacó a fidelidade e a Abraão, a 
misericórdia, as quais juraste a nossos pais, desde 
os dias antigos.” 
Jerusalém de odiada que foi e será, especialmente 
nos dias do Anticristo, manifestará uma glória ainda 
maior do que a que tivera antes. 
Seus muros serão reedificados, e suas fronteiras 
aumentadas. 
O mundo de pecado será julgado por causa de suas 
más obras, quando da vinda do Senhor, mas o Seu 
retorno, para Israel, significará livramento e 
restauração (v. 11 a 13). 
47 
 
O Senhor apascentará o Seu povo, fazendo 
maravilhas para livrá-lo das assolações do 
Anticristo, tal como havia feito nos dias de Moisés 
quando os livrou do Egito. 
 
De fraco, perseguido e oprimido que era, Israel virá 
a ser forte no Seu Deus; e honrado por Ele, será 
motivo de temor para as nações inimigas, que 
ficarão caladas e pasmadas, em face de todo o bem 
e poder que o Senhor tiver concedido ao Seu povo. 
 
“1 Ai de mim! Porque estou como quando são 
colhidas as frutas do verão, como os rabiscos da 
vindima: não há cacho de uvas para chupar, nem 
figos temporãos que a minha alma deseja. 
2 Pereceu da terra o piedoso, e não há entre os 
homens um que seja reto; todos espreitam para 
derramarem sangue; cada um caça a seu irmão com 
rede. 
3 As suas mãos estão sobre o mal e o fazem 
diligentemente; o príncipe exige condenação, o juiz 
aceita suborno, o grande fala dos maus desejos de 
sua alma, e, assim, todos eles juntamente urdem a 
trama. 
48 
 
 
4 O melhor deles é como um espinheiro; o mais reto 
é pior do que uma sebe de espinhos. É chegado o 
dia anunciado por tuas sentinelas, o dia do teu 
castigo; aí está a confusão deles. 
5 Não creiais no amigo, nem confieis no 
companheiro. Guarda a porta de tua boca àquela 
que reclina sobre o teu peito. 
6 Porque o filho despreza o pai, a filha se levanta 
contra a mãe, a nora, contra a sogra; os inimigos do 
homem são os da sua própria casa. 
7 Eu, porém, olharei para o SENHOR e esperarei no 
Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá. 
8 Ó inimiga minha, não te alegres a meu respeito; 
ainda que eu tenha caído, levantar-me-ei; se morar 
nas trevas, o SENHOR será a minha luz. 
9 Sofrerei a ira do SENHOR, porque pequei contra 
ele, até que julgue a minha causa e execute o meu 
direito; ele me tirará para a luz, e eu verei a sua 
justiça. 
10 A minha inimiga verá isso, e a ela cobrirá a 
vergonha, a ela que me diz: Onde está o SENHOR, 
teu Deus? Os meus olhos a contemplarão; agora, 
será pisada aos pés como a lama das ruas. 
49 
 
 
11 No dia da reedificação dos teus muros, nesse dia, 
serão os teus limites removidos para mais longe. 
12 Nesse dia, virão a ti, desde a Assíria até às 
cidades do Egito, e do Egito até ao rio Eufrates, e do 
mar até ao mar, e da montanha até à montanha. 
13 Todavia, a terra será posta em desolação, por 
causa dos seus moradores, por causa do fruto das 
suas obras. 
14 Apascenta o teu povo com o teu bordão, o 
rebanho da tua herança, que mora a sós no bosque, 
no meio da terra fértil; apascentem-se em Basã e 
Gileade, como nos dias de outrora. 
15 Eu lhe mostrarei maravilhas, como nos dias da 
tua saída da terra do Egito. 
16 As nações verão isso e se envergonharão de todo 
o seu poder; porão a mão sobre a boca, e os seus 
ouvidos ficarão surdos. 
17 Lamberão o pó como serpentes; como répteis da 
terra, tremendo, sairão dos seus esconderijos e, 
tremendo, virão ao SENHOR, nosso Deus; e terão 
medo de ti. 
50 
 
18 Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a 
iniquidade e te esqueces da transgressão do 
restante da tua herança? O SENHOR não retém a 
sua ira para sempre, porque tem prazer na 
misericórdia. 
19 Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés 
as nossas iniquidades e lançará todos os nossos 
pecados nas profundezas do mar. 
20 Mostrarás a Jacó a fidelidade e a Abraão, a 
misericórdia, as quais juraste a nossos pais, desde 
os dias antigos.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
 
 
 
 
 
 
 
 
NAUM 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
Naum 1 
 
Cerca de 100 anos antes desta profecia de Naum, 
os ninivitas haviam se convertido com a pregação 
de Jonas, mas com o passar dos anos voltaram à 
prática das suas antigas obras, e tornaram-se piores 
ainda do haviam sido dantes. 
Nínive era a capital do reino da Assíria, e a principal 
cidade dos assírios. 
Nos dias de Naum haviam se tornado uma cidade 
sangrenta, cheia de mentiras e roubos. O cão havia 
retornado ao seu vômito, e a porca ao lamaçal. 
Então eles não se arrependeriam como os seus 
antepassados haviam feito debaixo da ameaça de 
juízo da parte de Deus que lhes foi dirigida pelo 
profeta Jonas. 
Não lhes foi dado um prazo determinado para se 
arrependerem (40 dias) tal como na época de Jonas. 
Aqui em Naum é proferida uma sentença inapelável 
contra eles, apesar de se declarar que o Senhor é 
tardio em se irar (longânimo); contudo os ninivitas 
haviam abusado da longanimidade de Deus, e em 
53 
 
vez de se arrependerem permaneceram na prática 
da iniquidade. 
Então eles experimentariam o justo juízo do Senhor, 
que apesar de ser longânimo, é também zeloso e 
vingador e cheio de indignação contra o mal; e que 
toma vingança contra os seus adversários e guarda 
a ira contra os seus inimigos. 
Ele é tão justo que não pode declarar inocente 
quem é culpado. Por isso perdoa com base no preço 
pago por Cristo por nossos pecados, ao ter morrido 
na cruz. Mas não pode dizer que o pecador é 
inocente, senão perdoado, caso se arrependa. 
Todavia, os ninivitas não quiseram achar lugar de 
arrependimento perante Ele, e por isso teriam que 
enfrentar a ira do Senhor. 
Como eles poderiam subsistir diante do furor de 
Deus, ardendo em fogo contra eles? 
Eles se recusaram a fazer do Senhor a fortaleza 
deles, e portanto não poderiam tê-lo como a sua 
proteção no dia da angústia que lhes sobreviria. 
A bondade do Senhor só pode ser experimentada 
por aqueles que nEle confiam, porque Ele conhece 
de modo íntimo somente a estes (v. 7).54 
 
A bondade de Deus não permitirá que o mal 
prevaleça na terra. Ele sempre agirá em favor 
daqueles que praticam a justiça, ainda que pareça 
demorado em julgar a causa deles. 
Os inimigos de Deus são portanto, também inimigos 
da bondade e da justiça, e não poderão prevalecer 
no juízo; porque o próprio Senhor se levantará 
contra eles e os perseguirá, até que os tenha 
desarraigado da terra. 
A Assíria havia confiado em suas imagens de 
escultura, em seus falsos deuses, e por isso o Senhor 
deu ordem para que não houvesse mais a linhagem 
do nome deles. 
A destruição da Assíria deveria ser proclamada 
como boas novas para o povo de Judá, o povo do 
Senhor, porque ficaria livre da ameaça de invasão 
dos assírios, uma vez que seriam exterminados pelo 
mandado de Deus. 
A Assíria cairia sob o poder do exército dos caldeus, 
a saber, de Babilônia, que passaria a ser a senhora 
do mundo antigo, no lugar deles, pelo tempo 
determinado por Deus, até que ela mesma também 
viesse a cair sob o poder da Média e da Pérsia, e 
estas, sob o poder da Macedônia, sob Alexandre, o 
Grande. 
55 
 
Estes grandes reinos, que foram impérios que 
dominaram outras nações, em seus dias, caíram 
sucessivamente, uns após outros, e não puderam 
permanecer por causa da prática da iniquidade, e 
assim tem ocorrido com todas os impérios 
hegemônicos que têm se levantado na história da 
humanidade, com a intenção de dominar o mundo. 
O último representante destes impérios será o 
Anticristo, que também cairá pelo conselho 
determinado por Deus, porque ninguém poderá 
dominar as nações do mundo inteiro, 
perpetuamente, senão somente aquele que for um 
Imperador cujo trono se assente sobre a justiça, e 
que não se firme na iniquidade, e sabemos que este 
é o Reino de Cristo, que haverá de se manifestar no 
tempo do fim, para que Ele reine sobre todas as 
coisas, tanto as que são da terra, quanto as que são 
do céu. 
É interessante observar que nenhum outro possui o 
poder que somente o Senhor possui, tanto para 
criar quanto para subjugar. No entanto, Ele não usa 
este poder para fazer a Sua vontade prevalecer pela 
força, conforme costumam fazer os poderosos 
deste mundo. 
Nenhum reino há de prevalecer pelo uso da força. 
Por isso o reino do Messias é um reino de justiça, 
amor e paz. 
56 
 
 
Ele não se associa aos que usam da prática da 
iniquidade para aumentar a força do Seu reino, ao 
contrário, Ele os sujeita a um juízo de destruição, 
porque o Seu trono é de justiça e não de iniquidade. 
É isto o que está sendo declarado pelo profeta 
Naum, ao comparar o exercício do poder pelos 
assírios, com o que é exercido pelo Senhor. 
O caráter da bondade e da longanimidade de Deus 
é declarado pelo profeta. Todavia, não se deve 
confundir que isto exclua uma ira santa contra o 
pecado, e não somente tal ira, como a manifestação 
de um juízo de destruição da iniquidade que acende 
tal ira divina. 
 Muitos se confundem a este respeito, pensando 
que a melhor forma de expressão de um caráter 
verdadeiramente cristão é ser tolerante com toda 
forma de expressão do pecado que se veja em nós 
ou em outros, sem que se manifeste qualquer tipo 
de ira ou de ação disciplinadora contra aqueles que 
praticam abertamente o pecado. 
Este não é, de modo nenhum, conforme vemos 
nesta profecia de Naum, e em muitas outras 
passagens da Bíblia, o caráter de Deus, e por 
conseguinte, de todos aqueles que são 
verdadeiramente Seus filhos. 
57 
 
 
“1 Oráculo acerca de Nínive. Livro da visão de 
Naum, o elcosita. 
2 O Senhor é um Deus zeloso e vingador; o Senhor é 
vingador e cheio de indignação; o Senhor toma 
vingança contra os seus adversários, e guarda a ira 
contra os seus inimigos. 
3 O Senhor é tardio em irar-se, e de grande poder, e 
ao culpado de maneira alguma terá por inocente; o 
Senhor tem o seu caminho no turbilhão e na 
tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés. 
4 Ele repreende o mar, e o faz secar, e esgota todos 
os rios; desfalecem Basã e Carmelo, e a flor do 
Líbano murcha. 
5 Os montes tremem perante ele, e os outeiros se 
derretem; e a terra fica devastada diante dele, sim, 
o mundo, e todos os que nele habitam. 
6 Quem pode manter-se diante do seu furor? e 
quem pode subsistir diante do ardor da sua ira? a 
sua cólera se derramou como um fogo, e por ele as 
rochas são fendidas. 
7 O Senhor é bom, uma fortaleza no dia da angústia; 
e conhece os que nele confiam. 
58 
 
 
8 E com uma inundação transbordante acabará 
duma vez com o lugar dela; e até para dentro das 
trevas perseguirá os seus inimigos. 
9 Que é o que projetais vós contra o Senhor? Ele 
destruirá de vez; não se levantará por duas vezes a 
angústia. 
10 Pois ainda que eles se entrelacem como os 
espinhos, e se saturem de vinho como bêbados, 
serão inteiramente consumidos como restolho 
seco. 
11 Não saiu de ti um que maquinava o mal contra o 
Senhor, aconselhando maldade? 
12 Assim diz o Senhor: Por mais intatos que sejam, 
e por mais numerosos, assim mesmo serão 
exterminados e passarão. Ainda que te afligi, não te 
afligirei mais. 
13 Mas agora quebrarei o seu jugo de sobre ti, e 
romperei as tuas cadeias. 
14 Contra ti, porém, o Senhor deu ordem que não 
haja mais linhagem do teu nome; da casa dos teus 
deuses exterminarei as imagens de escultura e as de 
fundição; farei o teu sepulcro, porque és vil. 
59 
 
 
15 Eis sobre os montes os pés do que traz boas 
novas, do que anuncia a paz! Celebra as tuas festas, 
ó Judá, cumpre os teus votos, porque o ímpio não 
tornará mais a passar por ti; ele é inteiramente 
exterminado.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
Naum 2 
 
O profeta teve da parte do Senhor a visão da 
destruição da cidade de Nínive, e o modo como isto 
sucederia. 
Não seria por fogo do céu vindo sobre ela, tal como 
Ele fizera no passado em relação às cidades de 
Sodoma e Gomorra. 
Como a Assíria havia saqueado e destruído a muitos 
povos, usando de uma crueldade sem limites, e 
gabando-se da sua força e dos seus deuses sobre a 
força das demais nações e do próprio Deus de Israel, 
porque lhes foi permitido pelo Senhor que levassem 
em cativeiro o reino do Norte em 722 a.C, eles 
pensavam que os seus deuses prevaleceriam contra 
o Deus de Israel, levando também o que sobrara do 
Seu povo em Judá (Reino do Sul). Todavia, o Senhor 
lhes rechaçou nos dias do rei Ezequias. 
Nem com isso aprenderam humildade, e não se 
arrependeram, e continuaram em seus 
empreendimentos visando subjugar nações que não 
lhes haviam sido entregues pelo Senhor. 
 
61 
 
 
Então eles sofreriam um juízo de humilhação, sendo 
subjugados por povos que eles haviam submetido 
dantes, e que estariam coligados com Babilônia 
contra eles. 
Com a medida com que medirmos seremos também 
medidos, e com a que julgarmos, seremos também 
julgados. Este é o princípio retributivo da justiça 
divina. De forma que somente aquele que usou de 
misericórdia, alcançará misericórdia da parte de 
Deus. 
A Assíria havia se tornado rica e poderosa com o 
despojo das nações, e por isso é declarado nesta 
parte da profecia, que as riquezas que ela havia 
ajuntado lhes seriam tiradas. 
Ninguém levará consigo quando morrer, qualquer 
bem que tiver juntado neste mundo. Todavia, 
aquele que tiver juntado bens mal adquiridos, será 
submetido a um juízo específico da parte de Deus, 
para que seja humilhado na medida proporcional da 
sua busca de grandeza, glória e poder mundanos. 
A crueldade dos príncipes da Assíria, que foi 
comparada à de leões, que devoram as presas 
somente para atender às necessidades de suas 
famílias, sem se sentirem ameaçados por qualquer 
outro poder na terra que lhes pudesse intimidar ou 
62 
 
 
refrear as suas ações, seria quebrada pelo braço 
forte do Senhor. 
Para cuidarem apenas do interesse da Assíria 
haviam devorado nações inteiras, e então o Senhor 
lhes daria a devida paga das suas ações. Foi com o 
sangue de outras famílias que sustentaram suas 
próprias esposas e concubinas, e filhos.Não foi pela 
força do trabalho honesto, mas pela pilhagem das 
nações, que se estabeleceram no poder, e assim, o 
Rei justo de toda a terra, não lhes deixaria sem o 
devido castigo. 
 
“1 O destruidor sobe contra ti. Guarda tu a 
fortaleza, vigia o caminho, robustece os lombos, 
arregimenta bem as tuas forças. 
2 Pois o Senhor restaura a excelência de Jacó, qual 
a excelência de Israel; porque os saqueadores os 
despojaram e destruíram os seus sarmentos. 
3 Os escudos dos seus valentes estão vermelhos, os 
homens valorosos estão vestidos de escarlate; os 
carros resplandecem como o aço no dia da sua 
preparação, e as lanças são brandidas. 
 
63 
 
 
4 Os carros andam furiosamente nas ruas; cruzam 
as praças em todas as direções; parecem como 
tochas, e correm como os relâmpagos. 
5 Ele se lembra dos seus nobres; eles tropeçam na 
sua marcha; apressam-se para chegar ao muro de 
cidade, arma-se a manta. 
6 As portas dos rios abrem-se, e o palácio está em 
confusão. 
7 E está decretado: ela é despida , e levada cativa; e 
as suas servas gemem como pombas, batendo em 
seus peitos. 
8 Nínive desde que existe tem sido como um tanque 
de águas; elas, porém, fogem agora: parai, parai, 
clama-se; mas ninguém olhara para trás. 
9 Saqueai a prata, saqueai o ouro; pois não ha fim 
dos tesouros; abastança há de todas as coisas 
preciosas. 
10 Ela está vazia, esgotada e devastada; derrete-se 
o coração, tremem os joelhos, e em todos os lombos 
há dor; o rosto de todos eles empalidece. 
11 Onde está agora o covil dos leões, e a habitação 
dos leões novos, onde andavam o leão, e a leoa, e o 
64 
 
 
cachorro do leão, sem haver ninguém que os 
espantasse? 
12 O leão arrebatava o que bastava para os seus 
filhotes, e estrangulava a presa para as suas leoas, e 
enchia de presas as suas cavernas, e de rapina os 
seus covis. 
13 Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos 
exércitos, e queimarei na fumaça os teus carros, e a 
espada devorará os teus leões novos; e 
exterminarei da terra a tua presa; e não se ouvira 
mais a voz dos teus embaixadores.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
Naum 3 
 
Esta profecia de Naum é um grande alerta para as 
nações que se enriquecem à custa da sua 
maquinaria de guerra, derramando sangue inocente 
em muitas nações. 
O Senhor tem um juízo contra elas, tal como tivera 
contra Nínive no passado. 
Por isso tem determinado um dia em que as reunirá 
no vale de Megido, sob o Anticristo, para que tanto 
ele, quanto elas, recebam a devida paga pelas suas 
iniquidades. 
Está determinado pelo Senhor que o homem não 
prevalecerá pela força, de modo que todo povo ou 
nação que tiver buscado se engrandecer por este 
caminho, virá a sucumbir perante Ele, tal como 
fizera no passado em relação a muitas nações 
poderosas, para que servissem de ilustração, do 
exemplo que não deve ser seguido pelas nações que 
desejem de fato prosperar e serem abençoadas por 
Deus. 
 A iniquidade de Tebas era menor do que a de 
Nínive, e no entanto, ela havia sido submetida a um 
66 
 
 
juízo do Senhor, quanto mais então a Assíria não 
poderia dar como certo o dia da visitação da Sua 
iniquidade? 
Foi pronunciada portanto uma aflição (ai!) contra a 
cidade ensanguentada de Nínive, isto é, que havia 
se fortificado com o derramamento de sangue de 
muitos povos conquistados. 
Eles haviam feito montões de cadáveres e se 
regozijavam nisto, gloriando-se das enormes pilhas 
de ossos daqueles que haviam sido assassinados por 
eles. 
E estes que haviam sido mortos por eles, foram 
vendidos pelos oráculos de feiticeiras e meretrizes, 
que indicavam aos reis assírios, sendo usadas pelo 
diabo, quais as nações que deveriam ser subjugadas 
e a forma de crueldade que deveriam usar contra 
elas, para rapiná-las, e tudo isto fizeram para 
aumentarem a própria riqueza e prestígio delas 
junto aos príncipes de Nínive. 
Então, a sentença do Senhor contra eles não 
poderia ser outra senão a que lemos nos versos 5 a 
7: 
 
67 
 
“5 Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos 
exércitos; e levantarei as tuas fraldas sobre a tua 
face; e às nações mostrarei a tua nudez, e seus 
reinos a tua vergonha. 
6 Lançarei sobre ti imundícias e te tratarei com 
desprezo, e te porei como espetáculo. 
7 E há de ser todos os que te virem fugirão de ti, e 
dirão: Nínive esta destruída; quem terá compaixão 
dela? Donde te buscarei consoladores?” 
Nínive buscaria se refugiar do inimigo quando este 
viesse contra ela, mas não poderia achá-lo, porque 
seria sitiada, de maneira que é aconselhada na 
profecia a juntar água no interior de suas portas 
para poder resistir ao tempo do cerco que seria 
levantado contra ela. 
Suas tropas ficariam atemorizadas e retidas no 
interior da cidade sem poderem resistir à invasão de 
Babilônia, que queimaria todas as portas de Nínive. 
Os príncipes fugiriam para as campinas, bem como 
os assírios seriam espalhados pelos montes, sem 
poderem se organizar em ordem de batalha, porque 
os líderes procurariam, cada um de per si, salvar a 
própria pele deles, ao perceberem que seria vã 
qualquer tentativa de resistência ao poder do 
inimigo. 
68 
 
A ferida que lhes seria feita, da parte do Senhor, 
seria incurável, de modo que todos os que haviam 
sido oprimidos pelos assírios, ao ouvirem o que lhes 
havia sucedido, se regozijariam batendo palmas 
sobre a ruína deles, porque reconheceriam nisto um 
justo castigo por toda a maldade que eles haviam 
praticado. 
 
“1 Ai da cidade ensanguentada! Ela está toda cheia 
de mentiras e de rapina! da presa não há fim! 
2 Eis o estrépito do açoite, e o estrondo das rodas, 
os cavalos que curveteiam e os carros que saltam; 
3 o cavaleiro que monta, a espada rutilante, a lança 
reluzente, a, multidão de mortos, o montão de 
cadáveres, e defuntos inumeráveis; tropeçam nos 
cadáveres; 
4 tudo isso por causa da multidão dos adultérios, da 
meretriz formosa, da mestra das feitiçarias, que 
vende nações por seus deleites, e famílias pelas 
suas feitiçarias. 
5 Eis que eu estou contra ti, diz o Senhor dos 
exércitos; e levantarei as tuas fraldas sobre a tua 
face; e às nações mostrarei a tua nudez, e seus 
reinos a tua vergonha. 
69 
 
 
6 Lançarei sobre ti imundícias e te tratarei com 
desprezo, e te porei como espetáculo. 
7 E há de ser todos os que te virem fugirão de ti, e 
dirão: Nínive esta destruída; quem terá compaixão 
dela? Donde te buscarei consoladores? 
8 És tu melhor do que Tebas, que se sentava à beira 
do Nilo, cercada de águas, tendo por baluarte o mar, 
e as águas por muralha, 
9 Etiópia e Egito eram a sua força, que era 
inesgotável; Pute e Líbia eram teus aliados. 
10 Todavia ela foi levada, foi para o cativeiro; 
também os seus pequeninos foram despedaçados 
nas entradas de todas as ruas, e sobre os seus 
nobres lançaram sortes, e todos os seus grandes 
foram presos em grilhões. 
11 Tu também serás embriagada, e ficarás 
escondida; e buscarás um refúgio do inimigo. 
12 Todas as tuas fortalezas serão como figueiras 
com figos temporãos; sendo eles sacudidos, caem 
na boca do que os há de comer. 
13 Eis que as tuas tropas no meio de ti são como 
mulheres; as portas da tua terra estão de todo 
70 
 
abertas aos teus inimigos; o fogo consome os teus 
ferrolhos. 
14 Tira água para o tempo do cerco; reforça as tuas 
fortalezas; entra no lodo, pisa o barro, pega na 
forma para os tijolos. 
15 O fogo ali te consumirá; a espada te exterminará; 
ela te devorará como a locusta. Multiplica-te como 
a locusta, multiplica-te como o gafanhoto. 
16 Multiplicaste os teus negociantes mais do que as 
estrelas do céu; a locusta estende as asas e sai 
voando. 
17 Os teus príncipes são como os gafanhotos, e os 
teus chefes como enxames de gafanhotos, que se 
acampam nas sebes nos dias de frio; em subindo o 
sol voam, e não se sabe o lugar em que estão. 
18 Os teus pastores dormitam, ó rei da Assíria; os 
teus nobres dormem, o teu povo está espalhado 
pelos montes, sem que haja quem o ajunte. 
19 Não há curapara a tua ferida; a tua chaga é 
grave. Todos os que ouvirem a tua fama baterão as 
palmas sobre ti; porque, sobre quem não tem 
passado continuamente a tua malícia?” 
 
71 
 
 
 
 
 
 
 
HABACUQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
72 
 
 
Habacuque 1 
 
Habacuque bem conhecia a Lei de Deus, que fora 
dada através de Moisés. Além disso, ele conhecia, 
por experiência própria, o caráter justo e santo do 
Senhor, que era revelado ao seu espírito. Por isso, 
nós o encontramos, logo no início do seu livro, 
clamando ao Senhor por justiça, não uma justiça 
qualquer, mas à manifestação da justiça de Deus, 
porque Ele havia revelado ao espírito do profeta a 
profundidade da iniquidade e da opressão do Seu 
próprio povo. Destruição, violência, contendas e 
litígio estavam diante dos olhos de Habacuque. Ele 
via de há muito o perverso prevalecendo sobre o 
justo e a justiça sendo torcida, e parecia-lhe que o 
Senhor lhe mostrava a profundidade de tudo aquilo, 
sem tomar qualquer providência. 
Então o profeta bradou em seu espírito: 
“Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me 
escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?” 
(v. 2) 
Há muito ele vinha clamando por justiça, para que 
Deus agisse contra aquele estado de coisas 
e estabelecesse a Sua justiça na terra. Ele queria 
73 
 
 
salvação não para si mesmo, mas para aquele 
estado de coisas. Ele estava na verdade, como 
fazemos hoje, clamando por um avivamento, por 
uma demonstração do braço forte do Senhor, 
revertendo o quadro de miséria e endurecimento 
espiritual do Seu povo, despertando-o para 
manifestar a glória do Senhor em toda a terra. 
Não é de se admirar portanto, depois de tudo que 
Deus disse a Habacuque que Ele faria, vermos o 
profeta pedindo-lhe que avivasse então a Sua obra: 
“Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e 
me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no 
decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a 
conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia.” 
(Hc 3.2) 
Veja que ele não está somente orando por um 
avivamento ao longo dos anos, mas que isto se 
prolongasse no decurso dos anos, para que Deus 
manifestasse a Sua misericórdia a um mundo 
pecador como este, que se encontra debaixo da Sua 
ira e juízos. 
Habacuque queria ver uma transformação no 
estado de coisas que estavam ocorrendo, pela 
restauração espiritual de Judá. 
74 
 
Todavia, Deus lhe revelou que isto seria feito, mas 
antes castigaria a iniquidade do Seu povo, usando 
para tal propósito, os caldeus (Babilônia), que 
agiriam com amargura e impetuosidade, sobre as 
nações da terra, e se apoderariam das moradas 
destas nações, as quais eles não haviam construído. 
Eles não respeitariam as leis de direito 
internacionais e agiriam a seu modo, com as suas 
próprias leis. 
O exército deles era dotado de uma poderosa 
cavalaria, e os seus cavaleiros eram hábeis na 
batalha. 
Fariam multidões de cativos em toda a terra, e 
escarneceriam dos reis e príncipes das nações, e as 
fortalezas delas seriam como nada diante deles. 
Eles não têm o temor de Deus, e fazem do poder 
deles o seu deus. Por isso fazem-se culpados diante 
do Senhor. 
Estas foram as declarações de Deus para Habacuque 
quanto ao que faria preliminarmente, usando o 
poder de Babilônia sobre as nações, mas nada 
dissera quanto ao que faria com eles, e como agiria 
para agir entre as nações para manifestar a Sua 
grande glória e justiça. 
75 
 
Então o profeta clamou mais uma vez ao ter esta 
revelação, porque a justiça pela qual o seu coração 
clamava não era a de que Deus simplesmente 
castigasse a injustiça das nações usando para isto 
uma nação também injusta como as demais. 
Ele estava sedento da justiça do reino de Deus. Esta 
era a fome e sede de justiça do profeta, que 
almejava pela transformação de homens pela 
manifestação da graça, da glória, da salvação de 
Deus. 
Por isso Habacuque não somente proclamou a 
eternidade e a santidade de Deus em seu clamor (v. 
12 a), como também afirmou: “Não morreremos”, 
como a dizer, a solução pela qual estou clamando 
não é morte, mas vida, a manifestação da Tua vida 
divina no mundo (v. 12 b). Ele reconhece o juízo 
correto de Deus ao ter colocado Babilônia como a 
Sua vara de juízo, para servir de disciplina para o 
mundo (v. 12 c). 
Todavia, o profeta conhecia a santidade de Deus, e 
esperava dEle muito mais do que isto, ou seja, a 
disciplina de Deus pelo uso do braço de Babilônia. 
Como poderia, no que Habacuque conhecia da 
santidade do Senhor, Ele que é tão puro de olhos, 
que não pode ver o mal e não pode contemplar a 
opressão, tolerar que todos os que procedem 
perfidamente continuem na prática da 
76 
 
perversidade, e calar enquanto o perverso devora 
aquele que é mais justo do que ele? Isto não 
somente em relação ao que Babilônia faria ao 
mundo, inclusive a Judá, mas também em relação à 
prática da perversidade em todas as nações, sem 
que houvesse uma mudança deste quadro, em que 
se visse o nome do Senhor sendo glorificado. 
Não era meramente por justiça civil, social, que 
Habacuque estava clamando, mas sobretudo por 
esta justiça que é decorrente da manifestação da 
glória de Deus, quando aviva a Sua obra na terra. 
Por isso Habacuque indagou ao Senhor na sua 
queixa, por que ele fazia os homens como se fossem 
peixes, ou répteis, que não têm entre eles, quem os 
governe (v. 14). 
Peixes são apanhados com um anzol, e aquele que 
os pesca se alegra e se regozija. E o que pode fazer 
o peixe? 
Habacuque sabia que homens são mais do que 
peixes. Eles não podem ter um destino comum ao 
dos peixes. 
Há expectativas elevadas de Deus em relação à 
humanidade. O homem não foi criado para 
simplesmente viver sendo apanhado pelo anzol do 
juízo. 
77 
 
 
Babilônia não glorificaria a Deus, mas à rede com a 
qual apanharia peixes em muitas nações. Ofereceria 
sacrifício em culto de adoração à sua própria rede, 
ou seja, ao seu próprio poder, porque seria através 
dele que se enriqueceria à custa da dominação das 
nações. Então, em seu íntimo, o profeta indaga pela 
justiça divina em face de tudo isto. 
Que resposta o Senhor poderia lhe dar, para 
manifestar uma justiça maior e melhor do que esta 
de julgar os povos com o braço de Babilônia? 
Eles ficariam impunes, apesar de o Senhor ter dito 
ao profeta que eles se faziam culpados por fazerem 
do seu próprio poder o deus deles? 
Esta resposta foi dada no capítulo seguinte, depois 
de Habacuque ter se recolhido para buscar tal 
resposta em Deus, em oração. As coisas que 
acontecem no mundo em nossos dias, têm muito a 
ver com a mensagem que nos é trazida através do 
livro do profeta Habacuque. 
Se examinarmos o quadro das nações antes que 
Deus trouxesse um avivamento sobre elas, ou em 
partes destas nações, nós sempre veremos este 
elemento de deterioração da justiça social, e do 
aumento da iniquidade, de modo que ao trazer o 
78 
 
 
avivamento, mudando tal quadro, isto trouxesse 
grande glória ao nome do Senhor. 
 
“1 Sentença revelada ao profeta Habacuque. 
2 Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me 
escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás? 
3 Por que me mostras a iniquidade e me fazes ver a 
opressão? Pois a destruição e a violência estão 
diante de mim; há contendas, e o litígio se suscita. 
4 Por esta causa, a lei se afrouxa, e a justiça nunca 
se manifesta, porque o perverso cerca o justo, a 
justiça é torcida. 
5 Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e 
desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, 
que vós não crereis, quando vos for contada. 
6 Pois eis que suscito os caldeus, nação amarga e 
impetuosa, que marcham pela largura da terra, para 
apoderar-se de moradas que não são suas. 
7 Eles são pavorosos e terríveis, e criam eles 
mesmos o seu direito e a sua dignidade. 
79 
 
8 Os seus cavalos são mais ligeiros do que os 
leopardos, mais ferozes do que os lobos ao 
anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham 
por toda parte;sim, os seus cavaleiros chegam de 
longe, voam como águia que se precipita a devorar. 
9 Eles todos vêm para fazer violência; o seu rosto 
suspira por seguir avante; eles reúnem os cativos 
como areia. 
10 Eles escarnecem dos reis; os príncipes são objeto 
do seu riso; riem-se de todas as fortalezas, porque, 
amontoando terra, as tomam. 
11 Então, passam como passa o vento e seguem; 
fazem-se culpados estes cujo poder é o seu deus. 
12 Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR, meu 
Deus, ó meu Santo? Não morreremos. Ó SENHOR, 
para executar juízo, puseste aquele povo; tu, ó 
Rocha, o fundaste para servir de disciplina. 
13 Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal 
e a opressão não podes contemplar; por que, pois, 
toleras os que procedem perfidamente e te calas 
quando o perverso devora aquele que é mais justo 
do que ele? 
14 Por que fazes os homens como os peixes do mar, 
como os répteis, que não têm quem os governe? 
80 
 
 
15 A todos levanta o inimigo com o anzol, pesca-os 
de arrastão e os ajunta na sua rede varredoura; por 
isso, ele se alegra e se regozija. 
16 Por isso, oferece sacrifício à sua rede e queima 
incenso à sua varredoura; porque por elas 
enriqueceu a sua porção, e tem gordura a sua 
comida. 
17 Acaso, continuará, por isso, esvaziando a sua 
rede e matando sem piedade os povos?” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
81 
 
 
Habacuque 2 
 
Se tomarmos a mensagem de Habacuque como um 
mero recado às nossas dificuldades, 
individualmente falando, não poderemos entender 
a substância da mensagem contida nesta profecia. 
Ela nos foi dada por Deus, para nos apontar motivos 
mais elevados do que nossas necessidades 
individuais, foi-nos dada para revelar os interesses 
do Seu reino, e da manifestação da Sua glória em 
todas as épocas da história da humanidade. 
Por isso este segundo capítulo é encerrado com a 
seguinte afirmação: 
“O SENHOR, porém, está no seu santo templo; cale-
se diante dele toda a terra.” (v. 20) 
 Por isso, quando Habacuque disse que ficaria na 
sua torre de vigia, isto é, em vigilância espiritual e 
oração incessante até receber uma resposta de 
Deus à sua queixa, ou seja, à sua demanda perante 
Ele, quanto às coisas que comentamos no capítulo 
anterior (v. 1), ele se encontrava, como os pastores 
sinceros nos dias conturbados da Inglaterra, nos 
dias de Wesley, antes do derramar do avivamento. 
82 
 
E também, como nos encontramos em nossos 
próprios dias, à busca de uma resposta de poder da 
parte de Deus, que faça com que não somente 
nossos jovens, como todas as demais pessoas de 
todas as faixas etárias, de nossas igrejas, tenham 
uma vida verdadeiramente santa, e que muitos que 
ainda se encontram sem o conhecimento de Cristo 
no mundo, venham a se converter. 
Habacuque obteve uma resposta objetiva da parte 
de Deus para a sua oração por avivamento. E nós 
também obteremos esta resposta para as nossas 
necessidades presentes, se orarmos, tal como ele 
fizera no passado. 
O Senhor lhe respondeu dizendo que deveria 
escrever a visão que lhe daria, e que esta deveria ser 
gravada sobre tábuas, de maneira que até quem 
passasse correndo, pudesse lê-la, ou seja, este 
registro não deveria ser guardado por Habacuque, 
porque não era uma revelação pessoal que dizia 
respeito somente a ele, mas a todos, e por isso 
deveria ser publicada, tal como ele de fato o fez, e 
graças a Deus, podemos ter ainda hoje acesso à 
revelação que lhe fez o Senhor, conforme podemos 
ler em seu livro. 
A visão teria cumprimento certo e líquido, mas isto 
seria feito no tempo determinado por Deus (v. 3). 
83 
 
 
A essência da visão que respondia à perplexidade de 
Habacuque, e também à nossa, à vista da iniquidade 
que se multiplica nas nações, foi resumida pelo 
Senhor com as seguintes palavras: 
“Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o 
justo viverá pela sua fé.” (v. 4) 
Pela primeira vez, a palavra fé foi revelada por Deus, 
na Bíblia, para descrever o ato de crer nEle. 
O Senhor disse que a causa da impiedade que há no 
mundo, é que o soberbo, ou seja, aquele que não se 
permite ser dirigido pelo Espírito do Senhor, não 
pode ter uma alma reta, e portanto, não pode 
praticar a verdadeira justiça. 
Todavia, a fé promove a justiça naqueles que vivem 
por ela. Ela torna justo aquele que a possui. Ela 
justifica e dá vida eterna, e não somente isto, 
habilita à prática da verdadeira justiça, a justiça 
divina que é derramada em nossos corações. 
Deste modo, como Babilônia poderia prevalecer 
diante de Deus? Como poderiam viver aqueles que 
não possuem a verdadeira fé? Então todo soberbo 
como eles estão mortos, ainda que não o saibam, e 
o destino deles é morte eterna, porque ninguém 
pode viver diante de Deus, a não ser pela fé nEle. 
84 
 
Como poderia o Senhor justificar quem estava 
acumulando tesouros que não lhe pertenciam, de 
todas as nações? Os povos oprimidos por Babilônia 
clamariam contra o espólio que Babilônia faria de 
seus bens. 
A violência que Babilônia usou contra as nações se 
voltaria contra ela, porque as nações oprimidas 
também a despojariam no futuro. A dívida de 
Babilônia em relação à justiça seria cobrada, e os 
seus credores se levantariam de repente e 
executariam a cobrança. E o pagamento seria ela 
própria, que lhes serviria de despojo, uma vez que a 
muitos havia despojado. 
Como poderia Babilônia ser livrada da aflição se 
havia ajuntado em sua casa bens mal adquiridos, 
com o propósito de se fazer muito poderosa, de 
maneira a não temer qualquer represália por parte 
das nações? (v. 9) Todavia, não há forma mais 
rápida para a insegurança e destruição da nossa 
própria casa, do que fazer o mal a outros, tal como 
Babilônia havia feito destruindo a muitas nações (v. 
10). 
Uma cidade edificada com o sangue e 
fundamentada na iniquidade, terá contra si o 
clamor de toda pedra assentada em suas paredes, 
e de toda madeira usada nos seus vigamentos, 
85 
 
 
porque foram assentadas à custa de injustiça e 
violência. 
Deste modo, todo o esforço das nações em busca de 
grandeza, para se firmarem entre todos os demais 
povos da terra, e que não se baseie no temor do 
Senhor, e na prática da Sua justiça, é o mesmo que 
trabalhar para ver tudo queimado pelo fogo do Seu 
juízo, e se fatigar em vão (v. 13). 
Este esforço carnal dos povos se mostrará vão e 
tenebroso, quando Deus encher toda a terra do 
conhecimento da Sua glória, pela manifestação do 
poder operante do evangelho de nosso Senhor 
Jesus Cristo (v. 14). Por isso o cálice com o qual 
Babilônia obrigou as nações a ficarem embriagadas, 
seria dado também a ela para que fosse sorvido, de 
maneira que embriagada, seria contemplada a sua 
vergonha. 
Ela beberia do cálice do juízo que lhe seria dado pela 
mão direita do Senhor, e toda a glória de Babilônia 
seria transformada em ignomínia, como de fato se 
tornou, ao caírem debaixo do poder da Pérsia e da 
Média, juntamente com uma coligação de outras 
nações. 
Os ídolos de Babilônia não poderiam livrá-la no dia 
da execução do juízo de Deus sobre ela. 
86 
 
 
Os fabricantes de ídolos seriam confundidos e 
envergonhados, e eles permaneceriam na sua 
ignorância, porque representam a falsos deuses que 
não possuem qualquer morada ou vida, 
diferentemente do Senhor que habita no seu santo 
templo, motivo por que toda a terra deve estar 
calada diante dEle, para que possa aprender dEle, a 
andar em Seus caminhos, e a ter o devido temor do 
Seu santo nome. 
 
“1 Pôr-me-ei na minha torre de vigia, colocar-me-ei 
sobre a fortaleza e vigiarei para ver o que Deus me 
dirá e que resposta eu terei à minha queixa. 
2 O SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão, 
grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem 
passa correndo. 
3 Porque a visão ainda está para cumprir-se no 
tempo determinado, mas se apressa para o fim e 
não falhará; se tardar, espera-o, porque, 
certamente, virá, não tardará. 
4 Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o 
justo viverá pela

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