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Ageu, Zacarias e Malaquias Silvio Dutra DEZ/2015 2 Sumário AGEU Ageu 1 4 Ageu 2 11 ZACARIAS Malaquias 1 20 Malaquias 2 27 Malaquias 3 30 Malaquias 4 34 Malaquias 5 38 Malaquias 6 42 Malaquias 7 46 Malaquias 8 50 Malaquias 9 55 Malaquias 10 59 Malaquias 11 70 Malaquias 12 79 Malaquias 13 87 Malaquias 14 93 MALAQUIAS Malaquias 1 106 Malaquias 2 114 Malaquias 3 120 Malaquias 4 126 3 AGEU 4 Ageu 1 Buscar Primeiro o Reino de Deus Quase tudo na Palavra de Deus aponta para a grande verdade que a Sua vontade nunca deve ser negligenciada ou postergada, em prol da realização de qualquer outra coisa que seja do nosso próprio interesse. Importa que o reino de Deus e a Sua justiça sejam sempre buscados prioritariamente em tudo o que fizermos. Na verdade, importa buscar em primeiro lugar o próprio Senhor, porque senão o nosso trabalho será em vão. Os judeus estavam aprendendo esta lição na prática, depois que haviam retornado do cativeiro em Babilônia, porque em vez de priorizarem as coisas relativas ao culto do Senhor, com a reconstrução do templo, a par de toda a oposição que pudessem estar sofrendo, arrumaram a desculpa que não era ainda o tempo de se edificar a casa do Senhor, porque estavam dando prioridade à reconstrução de suas próprias casas. Eles julgavam que não era ainda tempo para se dedicarem aos interesses do Senhor. Do mesmo modo, um bom número de cristãos gastam quase todo o tempo de suas vidas 5 com os seus próprios interesses, e deixam o Senhor ficar esperando que eles se voltem para Ele. Com que dificuldade conseguem separar míseros dez minutos para orarem por dia, ou para fazerem o que se refira à obra de Deus. Todavia, acham tempo para tudo o mais. Quando fazemos isto, seja até mesmo em relação às coisas mínimas, nós invertemos a ordem de prioridades. Os cristãos são ensinados pelo Senhor a serem dependentes dEle para tudo. Está edificada sobre a areia e não tem telhado a casa na qual o Senhor não recebe a devida atenção dos seus membros, na devoção que Lhe é devida, e na busca de auxílio nEle e da Sua presença, em tudo o que se pretenda fazer. Assim, os judeus que haviam retornado de Babilônia, pretendiam ser prósperos no que faziam, negligenciando a pessoa de Deus e a Sua vontade. Por isso nós lemos no primeiro capítulo de Ageu que eles foram admoestados pelo profeta quanto ao grave erro que estavam cometendo, e que estava sendo a causa de não estarem sendo bem sucedidos. “Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado.” (Ageu 1.6) Por isso, tanto no verso anterior a este (v.5), quanto no posterior (v.7), o Senhor chamou os israelitas a 6 considerarem os caminhos deles; para que pudessem verificar na própria realidade das suas vidas, que por mais que se empenhassem em seus próprios interesses, não estavam sendo bem sucedidos, porque lhes faltava a Sua aprovação e bênção. Se o Senhor não governar nossas vidas e casas, quem prevalecerá será o Inimigo, tal como estava ocorrendo com Judá. A atitude de considerar o nosso caminho não é para ficarmos lamentando a nossa triste condição, por esta ausência de Deus e da Sua bênção na nossa vida, mas para nos levantarmos e ativarmos a devoção que Lhe é devida, quanto aos interesses da Sua casa, que é a Igreja. Isto deve vir primeiro. Esta regra se aplica às grandes e às pequenas tarefas do viver diário. É preciso gastar tempo na presença do Senhor antes de nos lançarmos à execução de nossas tarefas, e continuarmos na Sua presença enquanto as executamos. Então, depois de ter ordenado que os judeus, se aplicassem de modo prático às coisas necessárias, para a reconstrução do templo, no verso 8, o Senhor enumerou alguns dos Seus juízos sobre a negligência dos judeus, para que fossem despertados para o seu dever. Então foi dito aos judeus que procedia dEle as coisas que são referidas nos versos 9 a 11: 7 “9 Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa. 10 Por isso os céus por cima de vós retêm o orvalho, e a terra retém os seus frutos. 11 E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre as colinas, sobre o trigo e o mosto e o azeite, e sobre tudo o que a terra produz; como também sobre os homens e os animais, e sobre todo o seu trabalho.” O governador Zorobabel, e o sumo sacerdote Josué foram encarregados de dizerem as palavras de Deus, por meio de Ageu, ao povo. E eles o fizeram, e o povo se reanimou a reconstruir, em face de terem reconhecido que ao povo que pertence ao Senhor não resta nenhuma outra alternativa, senão a de viverem para Ele e para fazerem a Sua vontade. No entanto, é dito que tanto o governador, o sumo sacerdote e todo povo foram incitados em seus espíritos pelo próprio Deus, a fazerem Sua obra. Disto aprendemos, que é somente quando nos dispomos a obedecer ao Senhor, que Ele move os nossos espíritos, pelo poder do Espírito Santo, para que sejamos encorajados e capacitados a fazer tudo o que Ele nos tem ordenado. Os judeus haviam retornado de Babilônia a Judá, por decreto de Ciro, em 537 a.C., e no mesmo ano 8 começaram a reconstruir o templo de Jerusalém, que havia sido destruído por Nabucodonozor. Mas, sofreram uma forte oposição dos samaritanos, que foram rejeitados por eles quanto à participação na reedificação do templo, ficando a obra paralisada por cerca de 16 anos. As obras de reconstrução do templo foram reiniciadas em 520 a C., através das exortações dos profetas Ageu e Zacarias, sendo o templo concluído 4 anos depois em 516 a.C. A primeira profecia de Zacarias, no segundo ano do rei persa Dario, pode ser situada, portanto, cerca de 17 anos após o retorno dos judeus à Palestina. Como se afirma no primeiro versículo de Zacarias, ele começou seu ministério junto aos judeus no oitavo mês do segundo ano de Dario; sendo que o profeta Ageu começou o seu, dois meses antes, a saber, no sexto mês do segundo ano de Dario, como se vê neste primeiro versículo do seu livro. “1 No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês, veio a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, governador de Judá, filho de Sealtiel, e a Josué, o sumo sacerdote, filho de Jeozadaque, dizendo: 2 Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo de se edificar a casa do Senhor. 3 Veio, pois, a palavra do Senhor, por intermédio do profeta Ageu, dizendo: 9 4 Acaso é tempo de habitardes nas vossas casas forradas, enquanto esta casa fica desolada? 5 Ora pois, assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos. 6 Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis, mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter num saco furado. 7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os vossos caminhos. 8 Subi ao monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me deleitarei, e serei glorificado, diz o Senhor. 9 Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, queestá em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa. 10 Por isso os céus por cima de vós retêm o orvalho, e a terra retém os seus frutos. 11 E mandei vir a seca sobre a terra, e sobre as colinas, sobre o trigo e o mosto e o azeite, e sobre tudo o que a terra produz; como também sobre os homens e os animais, e sobre todo o seu trabalho. 12 Então Zorobabel, filho de Sealtiel, e o sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, juntamente com todo o resto do povo, obedeceram a voz do Senhor seu Deus, e as palavras do profeta Ageu, 10 como o Senhor seu Deus o tinha enviado; e temeu o povo diante do Senhor. 13 Então Ageu, o mensageiro do Senhor, falou ao povo, conforme a mensagem do Senhor, dizendo: Eu sou convosco, diz o Senhor. 14 E o Senhor suscitou o espírito do governador de Judá Zorobabel, filho de Sealtiel, e o espírito do sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e o espírito de todo o resto do povo; e eles vieram, e começaram a trabalhar na casa do Senhor dos exércitos, seu Deus, 15 ao vigésimo quarto dia do sexto mês.” 11 Ageu 2 Primeiro Santificação Depois a Obra Como os judeus haviam sido exortados pela profecia de Ageu, que lhes fora dada por meio do governador Zorobabel, e do sumo-sacerdote Josué (Ageu 1.1), no primeiro dia do sexto mês, e se dispuseram a tomarem as medidas necessárias para a reconstrução do templo no vigésimo quarto dia do referido mês (1.15), então, nesta segunda exortação do profeta Ageu, constante deste segundo capítulo, o Senhor ordenou ao profeta, que não falasse agora, somente a Zorobabel e a Josué, como também a todo o povo, no vigésimo primeiro dia do segundo mês (2.1-9), ou seja cerca de quase um mês depois de lhes ter falado pela primeira vez através de Ageu. E voltaria a lhes falar através do profeta em duas outras ocasiões (2.10-19 e 2.20-23), no mesmo vigésimo quarto dia do nono mês; ou seja, cerca de dois meses depois de lhes ter falado o que lemos em 2.1-9. O povo estava então trabalhando na reconstrução do templo cerca de um mês quando o Senhor lhes animou a prosseguirem na obra, com palavras encorajadoras, dizendo que apesar de estarem julgando que o templo, que estavam construindo, em nada tinha da glória do templo anterior, que havia sido destruído, e que fora erigido por 12 Salomão, teria uma glória maior do que a do primeiro. Certamente, Deus não estava falando em termos de glória terrena, porque para Ele por maior que seja a glória da carne, ela é passageira como a flor da erva. Então não é neste tipo de glória mundana que se encontra concentrada a Sua atenção, mas na glória espiritual. Os serviços de culto que seriam realizados no templo que eles estavam construindo, ajudaria na manutenção da devoção dos judeus ao Senhor, até que o Messias se manifestasse a eles. Por isso é dito no verso 4 que todos deveriam se esforçar, principalmente os líderes, e trabalharem, porque o Senhor era com eles. Ele seria fiel ao pacto que havia feito com os israelitas, desde que haviam saído do Egito, e não deveriam portanto, temer, porque o Espírito Santo habitava em seu meio (v. 5). Sem a presença do Espírito Santo é impossível trabalhar para Deus, porque toda obra do Senhor é dirigida e realizada pelo próprio Espírito, pela instrumentalidade dos Seus servos. O povo de Judá estava trabalhando cerca de três meses na obra de reconstrução do templo quando lhes veio de novo a Palavra do Senhor, no vigésimo quarto dia do nono mês, porque apesar de todo o seu empenho na obra que estavam fazendo, alguns não estavam dando a devida consideração, que todo trabalho que é feito para Deus exige que estejamos com nossas vidas santificadas. 13 Porque, caso contrário, todo o nosso trabalho será considerado como imundo por Ele, ou seja, inaceitável. Daí o arrazoamento que o profeta Ageu fez primeiramente com os sacerdotes, quanto às exigências da lei, para a apresentação de ofertas no templo, as quais, não poderiam ser apresentadas por pessoas que estivessem impuras, por se encontrarem em algumas das situações descritas na lei cerimonial, quanto à condição de ser considerado imundo perante o Senhor, como por exemplo, o contato da carne ofertada no templo, daqueles sacrifícios que era permitido que fossem consumidos em casa, no máximo até três dias, e que não podiam ter contato com outros alimentos comuns, isto é, que não haviam sido consagrados a Deus no templo, na presença do sacerdote (v. 10). E também o caso de alguém que tivesse tido contato com o corpo de uma pessoa morta, e que viesse a tocar em alguma coisa consagrada, e que a tornaria imunda (v. 13). Depois deste arrazoamento veio a afirmação do Senhor de que toda a obra das mãos dos que trabalhavam na reconstrução do templo, e tudo o que estava sendo oferecido, era imundo (v. 14), porque não estavam dando a devida atenção às exigências da Lei de Moisés. No caso da Igreja de Cristo, em que não há mais distinção entre coisas puras e imundas, segundo a Lei cerimonial, no entanto, aquilo que a Lei ensinava em figura, é que não se pode ter a 14 aprovação e aceitação de Deus, nas obras que fazemos para Ele e na Sua casa, quando vivemos na impureza. Os judeus, foram portanto, convocados a se lembrarem uma vez mais, da condição de insucesso em que estavam vivendo antes de prosseguirem lançando mãos à obra de reconstrução; e do quanto estavam cuidando apenas dos seus próprios interesses (v. 15 a 17). Eles se dispuseram a trabalhar, e isto era louvável, mas não se podia louvar o fato de não estarem dando a devida atenção às exigências da Palavra do Senhor; porque a obra de Deus deve ser realizada em conformidade com as condições que Ele estabeleceu em Sua Palavra. Se eles levassem em consideração esta exortação, e se aplicassem a agirem do modo correto, o Senhor prometeu que lhes abençoaria desde aquele dia em que lhes dirigiu tal palavra, a saber, no vigésimo quarto dia do nono mês (v. 19). Então, trabalhar para Deus traz bênçãos para nossas próprias vidas, somente quando o fazemos estando santificados. Ainda naquele mesmo vigésimo quarto dia, do nono mês, o Senhor voltou a falar, como vemos nos versos 20 a 23, especificamente a Zorobabel, governador de Judá, para lhe dizer que Ele abalaria os céus e a terra, e derrubaria o trono dos reinos, e destruiria a força dos reinos das nações; mas, naquele dia distante, ainda por vir, o Senhor prometeu a Zorobabel, seu servo, que o tomaria e 15 faria dele um anel de selar, porque lhe havia escolhido (v. 23). Os decretos de um rei eram firmados e reconhecidos e obedecidos por todos, por causa da marca do seu anel de selar que era fixado nos documentos que continham as suas determinações. O Senhor disse a Zorobabel, que a Sua autoridade seria reconhecida por outros, por meio da vida do próprio Zorobabel. Babilônia havia sido subvertida, a Pérsia e a Média também viriam a ser subvertidas, e todos os impérios que se levantassem depois deles na terra, mas os eleitos do Senhor, como Zorobabel, serão o Seu anel de selar na terra, ou seja, reinarão juntamente com Cristo, depois da Sua segunda vinda, e regerão sobre as nações da terra, na autoridade do Senhor. Então, esta profecia dirigida a Zorobabel, tinha o propósito de encorajá-lo a fazer a obra do Senhor, não pensando propriamente na recompensa presente que teria pelo seu trabalho, mas na recompensa eterna e futura, que está reservada para todos os que servem fielmente a Deus; e é contemplando esta recompensa futura que devem se empenhar em tudo o que fizerem para Ele enquanto estiverem aqui na terra. “1 No segundo ano do rei Dario, no sétimo mês, ao vigésimo primeiro do mês, veio a palavrado Senhor por intermédio do profeta Ageu, dizendo: 16 2 Fala agora ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Sealtiel, e ao sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e ao resto do povo, dizendo: 3 Quem há entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira glória? Em que estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos? 4 Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos, 5 segundo o pacto que fiz convosco, quando saístes do Egito, e o meu Espírito habita no meio de vós; não temais. 6 Pois assim diz o Senhor dos exércitos; Ainda uma vez, daqui a pouco, e abalarei os céus e a terra, o mar e a terra seca. 7 Abalarei todas as nações; e as coisas preciosas de todas as nações virão, e encherei de glória esta casa, diz o Senhor dos exércitos. 8 Minha é a prata, e meu é o ouro, diz o Senhor dos exércitos. 9 A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos exércitos; e neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos exércitos. 10 Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta Ageu, dizendo: 11 Assim diz o Senhor dos exércitos: Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei, dizendo: 17 12 Se alguém levar na aba de suas vestes carne santa, e com a sua aba tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará este santificado? E os sacerdotes responderam: Não. 13 Então perguntou Ageu: Se alguém, que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? E os sacerdotes responderam: Ficará imunda. 14 Ao que respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o Senhor; assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo é. 15 Agora considerai o que acontece desde aquele dia. Antes que se lançasse pedra sobre pedra no templo do Senhor, 16 quando alguém vinha a um montão de trigo de vinte medidas, havia somente dez; quando vinha ao lagar para tirar cinquenta, havia somente vinte. 17 Feri-vos com mangra, e com ferrugem, e com saraiva, em todas as obras das vossas mãos; e não houve entre vós quem voltasse para mim, diz o Senhor. 18 Considerai, pois, eu vos rogo, desde este dia em diante, desde o vigésimo quarto dia do mês nono, desde o dia em que se lançaram os alicerces do templo do Senhor, sim, considerai essas coisas. 19 Está ainda semente no celeiro? A videira, a figueira, a romeira, e a oliveira ainda não dão os seus frutos? Desde este dia hei de vos abençoar. 18 20 Veio pela segunda vez a palavra do Senhor a Ageu, aos vinte e quatro do mês, dizendo: 21 Fala a Zorobabel, governador de Judá, dizendo: Abalarei os céus e a terra; 22 e derrubarei o trono dos reinos, e destruirei a força dos reinos das nações; destruirei o carro e os que nele andam; os cavalos e os seus cavaleiros cairão, cada um pela espada do seu irmão. 23 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, tomar- te-ei, ó Zorobabel, servo meu, filho de Sealtiel, diz o Senhor, e te farei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o Senhor dos exércitos.” 19 ZACARIAS 20 Zacarias 1 Falsa Paz e Segurança Os judeus haviam retornado de Babilônia a Judá, por decreto de Ciro, em 537 a.C., e no mesmo ano começaram a reconstruir o templo de Jerusalém, que havia sido destruído por Nabucodonozor. Mas, sofreram uma forte oposição dos samaritanos, que foram rejeitados por eles quanto à participação na reedificação do templo, ficando a obra paralisada por cerca de 16 anos. As obras de reconstrução do templo foram reiniciadas em 520 a C., através das exortações dos profetas Ageu e Zacarias, sendo o templo concluído 4 anos depois em 516 a.C. A primeira profecia de Zacarias, no segundo ano do rei persa Dario, pode ser situada, portanto, cerca de 17 anos após o retorno dos judeus à Palestina. Como se afirma no primeiro versículo de seu livro, Zacarias começou seu ministério junto aos judeus no oitavo mês do segundo ano de Dario; sendo que o profeta Ageu começou o seu, dois meses antes, a saber, no sexto mês do segundo ano de Dario, como se vê em Ageu 1.1. Os judeus estavam em grande perplexidade, porque o Senhor havia prometido lhes dar descanso quando se completassem os setenta anos de cativeiro em Babilônia, e estavam, depois de cumprido aquele prazo, ainda debaixo das aflições de seus inimigos. 21 No entanto, o Senhor lhes falou através do profeta Zacarias, que eles haviam se afastado dEle, e que deveriam se converter para que Ele voltasse a tornar para eles (Zac 1.3), e que deveriam aprender do que havia acontecido aos seus pais, para que não andassem nos mesmos caminhos deles, porque haviam despertado grandemente a ira do Senhor, porque não se arrependeram de suas más obras, quando o Senhor os exortou pelos profetas (Zac 1.2, 4). Eles foram exortados do mesmo modo, pelo profeta Ageu, a se converterem ao Senhor, e a se santificarem, conforme podemos ver no livro do referido profeta. Então, não foi pela falta de poder ou interesse de Deus, que eles se encontravam ainda debaixo da opressão dos povos inimigos, mas, por causa da sua própria infidelidade, que é descrita em Ageu, por estarem principalmente, dando prioridade aos seus próprios interesses e negócios, e não à casa do Senhor e à Sua vontade. Cerca de três meses depois, no décimo primeiro mês, do segundo ano, do reinado de Dario, a palavra do Senhor veio novamente a Zacarias (v. 7), numa visão, na qual viu “um homem montado num cavalo vermelho, e ele estava parado entre as murtas que se achavam no vale; e atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos.” (v. 8). Zacarias pediu a Deus o significado da visão, e um anjo lhe respondeu que eram aqueles que o Senhor havia enviado para percorrerem a terra (v. 9, 10). 22 E aqueles cavaleiros responderam ao anjo, que estava parado entre as murtas, que estavam percorrendo a terra e que toda ela estava tranquila e em descanso (v. 11). Nós vemos em I Tes 5.3, que quando o Senhor voltar para julgar toda a terra, os seus habitantes estarão dizendo “paz e segurança”, a par de toda a iniquidade em que estiverem vivendo. Há fomes, pestes, assassinatos, e toda sorte de calamidades na terra, e ainda assim, seus habitantes têm este falso sentimento de paz e segurança. Nas palavras desta profecia de Zacarias, estão tranquilos e em descanso, enquanto o povo de Deus é duramente oprimido e perseguido pelos seus inimigos. São rejeitados por aqueles que não conhecem ao Senhor. São desprezados e oprimidos, tal como os judeus, em seus dias. Então o próprio anjo da visão de Zacarias clamou ao Senhor, em face de tal quadro: “Ó Senhor dos exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais estiveste indignado estes setenta anos?” (v. 12). Certamente, por ter o povo de Judá se arrependido pelas repreensões que vinham recebendo desde o sexto mês, por Ageu, e do oitavo, por Zacarias, veio então, neste décimo primeiro mês, da parte do Senhor para eles, palavras boas, palavras 23 consoladoras (v. 13), por meio do anjo que falava com Zacarias. Deus prometeu dar descanso ao Seu povo, contra aqueles que estavam lhes oprimindo, e que se encontravam em descanso, isto é, sem estarem debaixo de Seus juízos, tal como estava fazendo com o Seu próprio povo. Então para confirmar a obra de juízo que faria contra as nações inimigas de Judá, que estavamse lhe opondo, Deus deu a Zacarias a visão de quatro chifres, que simbolizavam os poderes daquelas nações, sendo amedrontados e derrubados por quatro ferreiros, e assim seriam dispersados pelo Senhor (v. 18 a 21). Disto aprendemos, para a Igreja de Cristo, que quando estamos empenhados numa obra de Deus, para a qual Ele nos chamou, e se somos paralisados pelas forças do Inimigo, não devemos buscar a causa da nossa falha não em outros, senão em nós mesmos, para nos humilharmos e nos arrependermos, de maneira que o Senhor disperse as forças do Inimigo e nos fortaleça a cumprir a obrar que Ele havia designado para ser feita por nós. “1 No oitavo mês do segundo ano de Dario veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido, dizendo: 2 O Senhor se irou fortemente contra vossos pais. 3 Portanto dize-lhes: Assim diz o Senhor dos exércitos: Tornai-vos para mim, diz o Senhor dos 24 exércitos, e eu me tornarei para vós, diz o Senhor dos exércitos. 4 Não sejais como vossos pais, aos quais clamavam os profetas antigos, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Convertei-vos agora dos vossos maus caminhos e das vossas más obras; mas não ouviram, nem me atenderam, diz o Senhor. 5 Vossos pais, onde estão eles? E os profetas, viverão eles para sempre? 6 Contudo as minhas palavras e os meus estatutos, que eu ordenei pelos profetas, meus servos, acaso não alcançaram a vossos pais? E eles se arrependeram, e disseram: Assim como o Senhor dos exércitos fez tenção de nos tratar, segundo os nossos caminhos, e segundo as nossas obras, assim ele nos tratou. 7 Aos vinte e quatro dias do mês undécimo, que é o mês de sebate, no segundo ano de Dario, veio a palavra do Senhor ao profeta Zacarias, filho de Berequias, filho de Ido, dizendo: 8 Olhei de noite, e vi um homem montado num cavalo vermelho, e ele estava parado entre as murtas que se achavam no vale; e atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos. 9 Então perguntei: Meu Senhor, quem são estes? Respondeu-me o anjo que falava comigo: Eu te mostrarei o que estes são. 10 Respondeu, pois, o homem que estava parado entre as murtas, e disse: Estes são os que o Senhor tem enviado para percorrerem a terra. 25 11 E eles responderam ao anjo do Senhor, que estava parado entre as murtas, e disseram: Nós temos percorrido a terra, e eis que a terra toda está tranquila e em descanso. 12 Então o anjo do Senhor respondeu, e disse: Ó Senhor dos exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais estiveste indignado estes setenta anos? 13 Respondeu o Senhor ao anjo que falava comigo, com palavras boas, palavras consoladoras. 14 O anjo, pois, que falava comigo, disse-me: Clama, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Com grande zelo estou zelando por Jerusalém e por Sião. 15 E estou grandemente indignado contra as nações em descanso; porque eu estava um pouco indignado, mas eles agravaram o mal. 16 Portanto, o Senhor diz assim: Voltei-me, agora, para Jerusalém com misericórdia; nela será edificada a minha casa, diz o Senhor dos exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém. 17 Clama outra vez, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: As minhas cidades ainda se transbordarão de bens; e o Senhor ainda consolará a Sião, e ainda escolherá a Jerusalém. 18 Levantei os meus olhos, e olhei, e eis quatro chifres. 19 Eu perguntei ao anjo que falava comigo: Que é isto? Ele me respondeu: Estes são os chifres que dispersaram a Judá, a Israel e a Jerusalém. 26 20 O Senhor mostrou-me também quatro ferreiros. 21 Então perguntei: Que vêm estes a fazer? Ele respondeu, dizendo: Estes são os chifres que dispersaram Judá, de maneira que ninguém levantou a cabeça; mas estes vieram para os amedrontarem, para derrubarem os chifres das nações que levantaram os seus chifres contra a terra de Judá, a fim de a espalharem.” (Zacarias 1.1-21) 27 Zacarias 2 O Poderoso Braço do Senhor Zacarias teve a visão de um varão com um cordel de medir em sua mão, saindo para medir as dimensões de Jerusalém (Zac 2.1,2). Ora, isto significava que Jerusalém seria reconstruída pela intervenção de poderes celestiais. Deus agiria em favor do Seu povo e eles reconstruiriam, principalmente o templo, que se encontrava apenas nos alicerces, que haviam lançado a dezessete anos atrás. Para confirmar o trabalho que seria feito pelo Senhor, um outro anjo saiu ao encontro do que falava com Zacarias pedindo para dizer ao profeta as palavras consoladoras e animadoras, em relação a Judá, que são citadas nos versos 4 a 13. Foi prometido que Jerusalém seria habitada (Zac 2.4), e o Senhor mesmo lhe seria como um muro de fogo ao seu redor, e no meio dela, e seria a sua glória (v. 5). Aos judeus, que ainda se encontravam em Babilônia, por terem se acomodado à terra do cativeiro, foi ordenado que fugissem agora de lá, porque tinham sido espalhados pelo Seu próprio braço, e que escapassem para Sião, porque aquele que tocasse neles em sua própria terra, tocaria na menina do olho de Deus (v. 6 a 8). 28 Haveria segurança para Judá, mas não para os povos opressores, que dominavam sobre a terra, porque todos eles cairiam pelo desígnio do Senhor, como de fato caíram, uns após os outros (Assíria, Babilônia, Pérsia e Média, Grécia e Roma). Com isto Judá saberia quem é o Senhor dos exércitos, e Ele viria e habitaria no meio do Seu povo, o que seria para eles motivo de exultação e alegria (v. 9, 10). Deus se levantaria da sua santa morada para exercer juízos sobre a terra, e reinaria em Jerusalém, que tem sido oprimida e desprezada pelas nações. Esta profecia dos versos 11 a 13 certamente se referem ao estabelecimento do reino de Jesus em Jerusalém, depois da Sua segunda vinda. “1 Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um homem que tinha na mão um cordel de medir. 2 Então perguntei: Para onde vais tu? Respondeu- me ele: Para medir Jerusalém, a fim de ver qual é a sua largura e qual o seu comprimento. 3 E eis que saiu o anjo que falava comigo, e outro anjo lhe saiu ao encontro, 4 e lhe disse: Corre, fala a este mancebo, dizendo: Jerusalém será habitada como as aldeias sem muros, por causa da multidão, nela, dos homens e dos animais. 5 Pois eu, diz o Senhor, lhe serei um muro de fogo em redor, e eu, no meio dela, lhe serei a glória. 29 6 Ah, ah! fugi agora da terra do norte, diz o Senhor, porque vos espalhei como os quatro ventos do céu, diz o Senhor. 7 Ah! Escapai para Sião, vós que habitais com a filha de Babilônia. 8 Pois assim diz o Senhor dos exércitos: Para obter a glória ele me enviou às nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do seu olho. 9 Porque eis aí levantarei a minha mão contra eles, e eles virão a ser a presa daqueles que os serviram; assim sabereis vós que o Senhor dos exércitos me enviou. 10 Exulta, e alegra-te, ó filha de Sião; pois eis que venho, e habitarei no meio de ti, diz o Senhor. 11 E naquele dia muitas nações se ajuntarão ao Senhor, e serão o meu povo; e habitarei no meio de ti, e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a ti. 12 Então o Senhor possuirá a Judá como sua porção na terra santa, e ainda escolherá a Jerusalém. 13 Cale-se, toda a carne, diante do Senhor; porque ele se levantou da sua santa morada.” (Zacarias 2.1- 13) 30 Zacarias 3 Tições Tirados do Fogo Todos os cristãos são tições que foram tirados do fogo. Tição é um pedaço de madeira que se encontrava queimando e cujo fogo foi apagado, mas que traz em si as marcas da fuligem da queima que havia sofrido. Isto porque todos se encontravam debaixoda ira e da condenação de Deus, por causa do pecado, e sob o domínio do príncipe do inferno, que é Satanás, e que é citado neste capítulo de Zacarias, tentando se opor ao sumo sacerdote Josué, para que este não cumprisse o seu ministério nos dias de Zorobabel, quando os judeus haviam retornado de Babilônia. Zacarias era contemporâneo do sacerdote Josué, e portanto, a visão tinha o propósito de encorajá-lo a se santificar e a realizar o seu ministério no templo, que seria reconstruído, e ser portanto, um dos principais interessados na reconstrução da casa do Senhor. Josué estava realmente com trajes sujos, e por isso Satanás tentava se lhe opor e prevalecer contra ele. Os trajes sujos da justiça própria. Da incredulidade e da falta de andar nos caminhos do Senhor, e em observar as Suas ordenanças. Por isso foi ordenado pelo Senhor que suas vestes fossem trocadas por outras limpas. 31 Ele seria vestido com a justiça de Cristo, que é o único traje que não pode ser sujado. Todavia, o Senhor mandou dizer a Josué as palavras de Zac 3.7 a 10, pelas quais foi exortado a andar nos Seus caminhos e a observar os Seus mandamentos, porque se o fizesse, então julgaria a Sua casa e guardaria os Seus átrios no templo, lhe investindo no seu cargo (v. 7). Disto aprendemos que não basta sermos justificados pela graça, mediante a fé, com a justiça de Cristo, porque a eficácia desta graça só poderá ser vista na nossa vida, caso andemos nos caminhos de Deus, guardando os Seus mandamentos, isto é, santificando as nossas vidas. A Josué e aos demais sacerdotes e líderes, que se encontravam com ele, foi feita também a promessa da vinda do Renovo, da pedra que foi colocada diante de Josué, a única pedra de esquina que possui sete olhos (onisciência), e que sendo divina, seria por meio dela que seria tirada a iniquidade da terra num só dia (v. 9). Esta profecia é uma afirmação direta sobre a divindade de Cristo, e como sendo Aquele que nos é dado pelo Pai, sobre o qual devemos realizar todas as Suas obras, porque é o único fundamento que nos foi dado pelo Pai. A iniquidade que seria retirada num só dia, significa o trabalho perfeito de redenção de Jesus Cristo, por um só ato de justiça, quando morreu uma única vez, para remover a iniquidade de todos os que nEle creem, em toda a terra, naquele memorável dia da 32 Páscoa judaica, que celebramos na Igreja com regularidade, para rememorar aquele dia da Sua morte, porque é por ela que somos lavados de todos os nossos pecados. “1 Ele me mostrou o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua mão direita, para se lhe opor. 2 Mas o anjo do Senhor disse a Satanás: Que o Senhor te repreenda, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda! Não é este um tição tirado do fogo? 3 Ora Josué, vestido de trajes sujos, estava em pé diante do anjo. 4 Então falando este, ordenou aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estes trajes sujos. E a Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti a tua iniquidade, e te vestirei de trajes festivos. 5 Também disse eu: Ponham-lhe sobre a cabeça uma mitra limpa. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça uma mitra limpa, e vestiram-no; e o anjo do Senhor estava ali de pe. 6 E o anjo do Senhor protestou a Josué, dizendo: 7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Se andares nos meus caminhos, e se observares as minhas ordenanças, também tu julgarás a minha casa, e também guardarás os meus átrios, e te darei lugar entre os que estão aqui. 8 Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus companheiros que se assentam diante de ti, porque 33 são homens portentosos; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo. 9 Pois eis aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos. Eis que eu esculpirei a sua escultura, diz o Senhor dos exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra num só dia. 10 Naquele dia, diz o Senhor dos exércitos, cada um de vós convidará o seu vizinho para debaixo da videira e para debaixo da figueira.” (Zacarias 3.1- 10) 34 Zacarias 4 As Duas Testemunhas do Apocalipse No quarto capítulo de Zacarias, os dois ramos de oliveira que estão junto do candelabro de ouro, que verte azeite dourado, são as duas testemunhas que pregarão o evangelho no período da Grande Tribulação, conforme se vê em Apo 11.3-12. Elas se encontram ao lado do castiçal, porque ele representa a luz de Cristo, que dá vida ao mundo. Este castiçal esteve na Igreja antes de ser arrebatada, porque eram os cristãos, a luz do mundo. O castiçal vertia o azeite (óleo) do Espírito Santo, e isto está sendo feito e será feito pela Igreja enquanto cumprir o seu ministério na terra, até que Cristo volte para arrebatá-la. Mas tendo a Igreja sido arrebatada, Deus continuará fazendo a Sua obra de salvação, sempre pelo poder do Espírito, e não por força ou por violência, através da proclamação do evangelho pela boca destes dois ungidos, a saber das duas testemunhas, que falarão no poder do Espírito nos dias do Anticristo. “3 E concederei às minhas duas testemunhas que, vestidas de saco, profetizem por mil duzentos e sessenta dias. 4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da terra.” (Apo 11.3,4). Esta visão foi dada a Zacarias para ser passada ao governador Zorobabel, para que Ele soubesse que o 35 próprio Senhor faria a Sua obra, pelo poder do Espírito. A profecia aponta para cumprimentos que se dariam ainda num tempo distante, mas que estavam associados ao trabalho que o sumo sacerdote Josué, e Zorobabel estavam fazendo em Jerusalém, com a reconstrução do templo e com o ensino da Palavra de Deus ao povo de Judá. A pedra de esquina (Jesus) viria através dos judeus, e o Espírito Santo seria derramado em razão da obra que seria realizada por Cristo. Assim, importava que Zorobabel se empenhasse no trabalho de governar o povo nos caminhos do Senhor, e permanecer firme diante das oposições dos inimigos, porque no final, quem prevaleceria seria o Senhor, conforme fará no tempo do fim, quando os inimigos de Israel se levantassem contra eles para destruí-los. Portanto, ninguém deveria desprezar aqueles humildes começos da obra do Senhor nos dias de Zorobabel, especialmente em razão de Judá estar destruída, o templo ainda no alicerce, e que depois de construído não teria em suas estruturas a mesma glória que havia no templo de Salomão, que Nabucodonozor havia destruído, porque maior ainda era a obra que o Senhor tinha a realizar não apenas em Israel, mas em toda a terra. 36 “1 Ora o anjo que falava comigo voltou, e me despertou, como a um homem que é despertado do seu sono; 2 e me perguntou: Que vês? Respondi: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite em cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâmpadas que estão em cima dele; 3 e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do vaso de azeite, e outra à sua esquerda. 4 Então perguntei ao anjo que falava comigo: Meu senhor, que é isso? 5 Respondeu-me o anjo que falava comigo, e me disse: Não sabes tu o que isso é? E eu disse: Não, meu senhor. 6 Ele me respondeu, dizendo: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel, dizendo: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos exércitos. 7 Quem és tu, ó monte grande? Diante de Zorobabel tornar-te-ás uma campina; e ele trará a pedra angular com aclamações: Graça, graça a ela. 8 Ainda me veio a palavra do Senhor, dizendo: 9 As mãos de Zorobabel têm lançado os alicerces desta casa; também as suas mãos a acabarão; e saberás que o Senhor dos exércitos me enviou a vós. 10 Ora, quem despreza odia das coisas pequenas? pois estes sete se alegrarão, vendo o prumo na mão de Zorobabel. São estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a terra. 11 Falei mais, e lhe perguntei: Que são estas duas oliveiras à direita e à esquerda do castiçal? 37 12 Segunda vez falei-lhe, perguntando: Que são aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e que vertem de si azeite dourado? 13 Ele me respondeu, dizendo: Não sabes o que é isso? E eu disse: Não, meu senhor. 14 Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra.” (Zacarias 4.1-14) 38 Zacarias 5 A Impiedade Tem Seu Próprio Lugar Logo depois da visão do candelabro e dos dois ramos de oliveira, Zacarias teve a visão de um rolo esvoaçante, registrado no quinto capítulo do seu livro, tendo dez metros de comprimento, por cinco de largura. Exatamente as medidas do santuário do tabernáculo, correspondente ao Lugar Santo e ao Santo dos Santos. Isto indica que aquele rolo era procedente do santuário celestial de Deus. Aquele rolo representava a Lei de Deus, mais particularmente a maldição da lei, conforme o anjo falou a Zacarias, que viria sobre todos os transgressores da Lei do Senhor, em toda a terra. São descritas portanto, especialmente maldições contra aqueles que transgridem os dez mandamentos, como são citados, por exemplo, o ato de furtar e jurar falsamente (v. 3 e 4), a cujos praticantes, foi dito que seriam desarraigados da terra. Depois desta, Zacarias teve outra visão de um efa, com uma tampa de chumbo, e quando foi retirada a tampa, havia uma mulher sentada no meio do efa. O anjo disse que o efa era a iniquidade em toda a terra de Judá, e a mulher, a impiedade. O anjo lançou a mulher dentro do efa e o fechou com a tampa de chumbo (v. 5 a 8). 39 A iniquidade se multiplica na terra por causa da prática da impiedade pelas que não têm uma vida santificada diante de Deus. Zacarias viu em seguida duas mulheres que tinham asas como as da cegonha, e que levantaram o efa entre a terra e o céu, e quando Zacarias perguntou ao anjo para onde elas levariam o efa, este respondeu que iriam preparar um casa na terra de Sinar, na qual o efa seria colocado (v. 9 a 11). Esta visão significa que a iniquidade de Judá seria removida pela destruição da vida de impiedade em que eles vinham vivendo, e seria arrancada da sua terra, e seria lançada fora em outras regiões distantes da terra, representadas na profecia pela terra de Sinar, onde seria bem acolhida nas casas dos amantes da impiedade, representados nas duas mulheres com asas, que construiriam uma casa para o efa da iniquidade. Não deve haver impiedade e iniquidade no meio do povo de Deus, porque o lugar próprio para a iniquidade é no meio daqueles que não temem e que não amam ao Senhor. Por isso se diz no final desta profecia, que o efa seria colocado no seu lugar, ou seja, no lugar onde lhe é apropriado para estar, e não no meio do povo de Deus. “1 Tornei a levantar os meus olhos, e olhei, e eis um rolo voante. 40 2 Perguntou-me o anjo: Que vês? Eu respondi: Vejo um rolo voante, que tem vinte côvados de comprido e dez côvados de largo. 3 Então disse-me ele: Esta é a maldição que sairá pela face de toda a terra: porque daqui, conforme a maldição, será desarraigado todo o que furtar; assim como daqui será desarraigado conforme a maldição todo o que jurar falsamente. 4 Mandá-la-ei, diz o Senhor dos exércitos, e a farei entrar na casa do ladrão, e na casa do que jurar falsamente pelo meu nome; e permanecerá no meio da sua casa, e a consumirá juntamente com a sua madeira e com as suas pedras. 5 Então saiu o anjo, que falava comigo, e me disse: levanta agora os teus olhos, e vê que é isto que sai. 6 Eu perguntei: Que é isto? Respondeu ele: Isto é uma efa que sai. E disse mais: Esta é a iniquidade em toda a terra. 7 E eis que foi levantada a tampa de chumbo, e uma mulher estava sentada no meio da efa. 8 Prosseguiu o anjo: Esta é a impiedade. E ele a lançou dentro da efa, e pôs sobre a boca desta o peso de chumbo. 9 Então levantei os meus olhos e olhei, e eis que vinham avançando duas mulheres com o vento nas suas asas, pois tinham asas como as da cegonha; e levantaram a efa entre a terra e o céu. 10 Perguntei ao anjo que falava comigo: Para onde levam elas a efa? 41 11 Respondeu-me ele: Para lhe edificarem uma casa na terra de Sinar; e, quando a casa for preparada, a efa será colocada ali no seu lugar.” 42 Zacarias 6 Rei, Sacerdote e Profeta Nesta sua sétima visão, no sexto capítulo, Zacarias viu carruagens com cavalos de cores diferentes, saindo pelos quatro cantos da terra, a partir de dois montes de bronze. Os montes de bronze representam os decretos eternos de Deus, que não podem ser removidos, porque eram de bronze as bases do tabernáculo, e o bronze, tal como a prata e o ouro, é um metal que não se desfaz pela oxidação como o ferro e outros metais. Os carros com os cavalos de cores diferentes, representam os poderes de Deus, especialmente os que são operados pelos anjos, pelos quais, realiza a Sua multiforme graça e providência divinas, em relação a todos os habitantes da terra. É dito que estes poderes saem por toda a terra, depois de terem se apresentado diante de Deus. Estes cavalos não são poderes destrutivos e não saem para destruir, conforme a visão dos quatro cavalos e seus cavaleiros, em Apocalipse, porque se diz que suas operações, tinham em vista fazer repousar o Espírito do Senhor na terra do norte (Zac 6.8). Livrar os que haviam sido levados em cativeiro (v. 10). 43 Para fazerem coroas e colocarem-nas sobre a cabeça do sumo sacerdote Josué (v. 11). E é dito também nos versos 12 e 13 que: “o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do Senhor. Ele mesmo edificará o templo do Senhor; receberá a honra real, assentar- se-á no seu trono, e dominará. E Josué, o sacerdote, ficará à sua direita; e haverá entre os dois o conselho de paz.” Josué era portanto um tipo do Sumo Sacerdócio eterno de Jesus, e por isso se ordenou que se fizesse coroas para ele, porque Josué não era rei, mas apenas sacerdote, mas Jesus é tanto Profeta, Sumo Sacerdote e Rei. O serviço de Josué era portanto, para este grande Sumo Sacerdote que é colocado sobre a casa de Deus, e por isso se diz que haveria entre Jesus e Josué um conselho de paz (v. 13 b). Por isso as coroas ficariam como memorial no templo do Senhor, indicando que haveria uma união futura do ofício sacerdotal com o do reinado (v. 14). É dito que os que estavam longe viriam para ajudar a edificar o templo do Senhor, e eles saberiam em Judá, que Zacarias lhes havia falado estas coisas da parte de Deus, e tudo isto sucederia se eles obedecessem diligentemente à voz do Senhor (v. 15). Esta profecia tinha portanto, o grande objetivo de encorajar e incentivar os judeus à tarefa de reconstrução do templo e a se santificarem para que 44 o Senhor cumprisse todas as boas promessas que lhes havia feito. Nosso Senhor reina nos corações dos que nele creem, há cerca de dois mil anos. E tem intercedido como Sumo-Sacerdote à direita de Deus Pai, em favor destes que lhe amam. E lhes tem instruído com a Palavra que procede da Sua boca, registrada na Bíblia, porque é Ele o Grande e Eterno Profeta, que ensina ao Seu povo a Verdade. “1 De novo levantei os meus olhos, e olhei, e eis quatro carros que saíam dentre dois montes, e estes montes eram montes de bronze. 2 No primeiro carro eram cavalos vermelhos, no segundo carro cavalospretos, 3 no terceiro carro cavalos brancos, e no quarto carro cavalos baios com malhas. 4 Então, dirigindo-me ao anjo que falava comigo, perguntei: Que são estes, meu senhor? 5 Respondeu-me o anjo: Estes estão saindo aos quatro ventos do céu, depois de se apresentarem perante o Senhor de toda a terra. 6 O carro em que estão os cavalos pretos sai para a terra do norte, os brancos são para o oeste, e os malhados para a terra do sul; 7 e os cavalos baios saíam, e procuravam ir por diante, para percorrerem a terra. E ele disse: Ide, percorrei a terra. E eles a percorriam. 45 8 Então clamou para mim, dizendo: Eis que aqueles que saíram para a terra do norte fazem repousar na terra do norte o meu Espírito. 9 Ainda me veio a palavra do Senhor, dizendo: 10 Recebe dos que foram levados cativos, a saber, de Heldai, de Tobias, e de Jedaías, e vem tu no mesmo dia, e entra na casa de Josias, filho de Sofonias, para a qual vieram de Babilônia; 11 recebe, digo, prata e ouro, e faze coroas, e põe- nas na cabeça do sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque; 12 e fala-lhe, dizendo: Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar, e edificará o templo do Senhor. 13 Ele mesmo edificará o templo do Senhor; receberá a honra real, assentar-se-á no seu trono, e dominará. E Josué, o sacerdote, ficará à sua direita; e haverá entre os dois o conselho de paz. 14 Essas coroas servirão a Helem, e a Tobias, e a Jedaías, e a Hem, filho de Sofonias, de memorial no templo do Senhor. 15 E aqueles que estão longe virão, e ajudarão a edificar o templo do Senhor; e vós sabereis que o Senhor dos exércitos me tem enviado a vós; e isso sucederá, se diligentemente obedecerdes a voz do Senhor vosso Deus.” (Zacarias 6.1-15) 46 Zacarias 7 Jejum e Oração Egoístas A profecia do sétimo capítulo foi dada a Zacarias, exatos dois anos passados desde a primeira, narrada no seu livro, porque aqui se afirma que a Palavra do Senhor lhe veio no quarto dia, do nono mês, do quarto ano, do reinado de Dario (v. 1). A amargura estava instalada no coração de muitos judeus, especialmente dos que eram de Betel, porque estavam protestando que haviam suplicado o favor do Senhor, jejuando e chorando, por tantos anos, e as coisas não haviam mudado para melhor (Zac 7.2,3). Mas o Senhor mandou lhes dizer que não foi para Ele que haviam jejuado e pranteado nos setenta anos, em que estiveram no cativeiro em Babilônia (v. 4,5). Eles haviam procedido da mesma maneira que os seus pais, quando ainda se encontravam em Judá, antes do cativeiro, e que não haviam dado ouvido aos profetas, que lhes haviam exortado a deixarem a iniquidade, e a praticarem o jejum que é agradável ao Senhor, como por exemplo o fizera o profeta Isaías, que lhes havia alertado e admoestado (Is 58) quanto ao fato de buscarem ao Senhor apenas para serem atendidos os próprios interesses deles, e não os do Senhor (v 6, 7). 47 Aquela geração que havia vindo do cativeiro foi também repreendida por Deus, através de Zacarias, quanto ao mesmo erro, que havia sido cometido pelos seus antepassados, indagando-lhes o seguinte: “quando comeis e quando bebeis, não é para vós mesmos que comeis e bebeis?” (v. 6). O ímpio come e bebe para si, mas o crente deve comer e beber para Deus, ou seja, para ter saúde e vida para poder servir-Lhe. Então foram descritos nos versos 8 a 14, as repreensões e admoestações que o Senhor havia dirigido aos seus antepassados, pelos profetas antigos, conforme podemos ver por exemplo no texto de Isaías 58; para que soubessem qual era o motivo de seus jejuns, prantos e orações não estarem sendo ouvidos pelo Senhor; e não somente isto, por tê-los espalhado pelas nações, em face da falta de arrependimento, embora tivessem sido repreendidos por Deus, por meio dos Seus profetas. Se nossa devoção se mostra ineficaz, quanto à produção de um viver abençoado diante do Senhor, o motivo desta ineficácia sempre será achado em nós mesmos, e nunca na falta de desejo de Deus em nos abençoar. Atos externos de religião que não sejam acompanhados por uma sincera santificação de coração, de quem se empenha na prática da justiça evangélica, jamais nos trarão um viver abençoado, ao contrário, nos tornarão sujeitos aos juízos e correções de Deus. 48 “1 Aconteceu no ano quarto do rei Dario, que a palavra do Senhor veio a Zacarias, no dia quarto do nono mês, que é quisleu: 2 Ora, o povo de Betel tinha enviado Sarezer, e Regem-Meleque, e os seus homens, para suplicarem o favor do Senhor, 3 e para dizerem aos sacerdotes, que estavam na casa do Senhor dos exércitos, e aos profetas: Chorarei eu no quinto mês, com jejum, como o tenho feito por tantos anos? 4 Então a palavra do Senhor dos exércitos veio a mim, dizendo: 5 Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes, e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, acaso foi mesmo para mim que jejuastes? 6 Ou quando comeis e quando bebeis, não é para vós mesmos que comeis e bebeis? 7 Não eram estas as palavras que o Senhor proferiu por intermédio dos profetas antigos, quando Jerusalém estava habitada e próspera, juntamente com as suas cidades ao redor dela, e quando o Sul e a campina eram habitados? 8 E a palavra do Senhor veio a Zacarias, dizendo: 9 Assim falou o Senhor dos exércitos: Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e compaixão cada um para com o seu irmão; 10 e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre; e nenhum de vós intente no seu coração o mal contra o seu irmão. 49 11 Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram o ombro rebelde, e taparam os ouvidos, para que não ouvissem. 12 Sim, fizeram duro como diamante o seu coração, para não ouvirem a lei, nem as palavras que o Senhor dos exércitos enviara pelo seu Espírito mediante os profetas antigos; por isso veio a grande ira do Senhor dos exércitos. 13 Assim como eu clamei, e eles não ouviram, assim também eles clamaram, e eu não ouvi, diz o Senhor dos exércitos; 14 mas os espalhei com um turbilhão por entre todas as nações, que eles não conheceram. Assim, pois, a terra foi assolada atrás deles, de sorte que ninguém passava por ela, nem voltava; porquanto fizeram da terra desejada uma desolação.” (Zacarias 7.1-14) 50 Zacarias 8 Boas Promessas Para Um Povo Infiel A infidelidade dos judeus descrita no capítulo anterior, não poderia anular a fidelidade de Deus, que é afirmada por Ele neste capítulo oitavo de Zacarias. Ele havia determinado fazer bem a Judá e a Jerusalém, e o faria, por causa do Seu grande zelo (Zac 8.2). De desolada que se encontrava, ainda com seus muros destruídos, e as portas da cidade queimadas, e com o templo em fase de reconstrução, Deus prometeu tornar a engrandecer Jerusalém, e isto seria feito, como sabemos, nos dias de Esdras e de Neemias; que viriam para Judá, respectivamente, em 458 e 444 a. C., ou seja, cerca de 60 anos após Zacarias. Jerusalém é descrita repleta de anciãos sentados nas praças da cidade, e com meninos e meninas brincando em suas ruas (v. 3 a 5). Deus o faria pela força do Seu braço, trazendo o seu povo de volta das terras para onde haviam sido espalhados. Vale lembrar que nos dias de Esdras, subiram com ele a Jerusalém 1.496 cabeças de várias famílias de Israel, do sexo masculino, sem contar o número de mulheres e crianças. 51 Então aqueles que já se encontravam em Judá nos dias de Zacarias, e que haviam subido a Jerusalém com Zorobabel, e que haviam lançado os alicerces do templo, foram exortados pelo Senhor a fazerem fortes as suas mãos, para reiniciaram a obra de reconstrução(v. 9). Nos anos passados, eles estiveram impedidos de trabalharem porque não havia salário (recompensa), nem paz para os que trabalhavam, por causa do inimigo que o Senhor havia incitado contra eles (v. 10). Mas agora, Deus estava prometendo paz e prosperidade ao Seu povo (v. 11, 12), de modo que não seriam mais considerados uma maldição pelas nações, mas uma bênção (v. 13); porque o Senhor voltaria a usar de misericórdia para com eles e faria o bem a Jerusalém e a Judá, pelo que não deveriam temer o mal (v. 14, 15). Apesar de fazer todas estas coisas, pela Sua graça, a bênção do Senhor sempre está condicionada a um andar condigno na Sua presença. Então, para desfrutarem das bênçãos prometidas, deveriam se exercitar na prática do bem, da justiça e da verdade (v. 16, 17). Então os jejuns que faziam se tornariam um motivo de regozijo, alegria e festas alegres, por isso deveriam amar a verdade e a paz (v. 18, 19). De repudiada e desprezada que era, pela sua condição de ruína, Jerusalém ainda viria a ser procurada por muitos povos e pelos habitantes de 52 muitas cidades, para virem buscar o Senhor dos exércitos, e o Seu favor e bênção (v. 20 a 22). Assim, os judeus ganhariam prestígio entre as nações e muitos lhes procurariam por saberem que o favor de Deus se encontrava com eles (v. 23). “1 Depois veio a mim a palavra do Senhor dos exércitos, dizendo: 2 Assim diz o Senhor dos exércitos: Zelo por Sião com grande zelo; e, com grande indignação, por ela estou zelando. 3 Assim diz o Senhor: Voltarei para Sião, e habitarei no meio de Jerusalém; e Jerusalém chamar-se-á a cidade da verdade, e o monte do Senhor dos exércitos o monte santo. 4 Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém sentar-se-ão velhos e velhas, levando cada um na mão o seu cajado, por causa da sua muita idade. 5 E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão. 6 Assim diz o Senhor dos exércitos: Se isto for maravilhoso aos olhos do resto deste povo naqueles dias, acaso será também maravilhoso aos meus olhos? diz o Senhor dos exércitos. 7 Assim diz o Senhor dos exércitos: Eis que salvarei o meu povo, tirando-o da terra do oriente e da terra do ocidente; 53 8 e os trarei, e eles habitarão no meio de Jerusalém; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em verdade e em justiça. 9 Assim diz o Senhor dos exércitos: Sejam fortes as vossas mãos, ó vós, que nestes dias ouvistes estas palavras da boca dos profetas, que estiveram no dia em que foi posto o fundamento da casa do Senhor dos exércitos, a fim de que o templo fosse edificado. 10 Pois antes daqueles dias não havia salário para os homens, nem lhes davam ganho os animais; nem havia paz para o que saia nem para o que entrava, por causa do inimigo; porque eu incitei a todos os homens, cada um contra o seu próximo. 11 Mas agora não me haverei para com o resto deste povo como nos dias passados, diz o Senhor dos exércitos; 12 porquanto haverá a sementeira de paz; a vide dará o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o resto deste povo herde todas essas coisas. 13 E há de suceder, ó casa de Judá, e ó casa de Israel, que, assim como éreis uma maldição entre as nações, assim vos salvarei, e sereis uma bênção; não temais, mas sejam fortes as vossas mãos. 14 Pois assim diz o Senhor dos exércitos: Como intentei fazer-vos o mal, quando vossos pais me provocaram a ira, diz o Senhor dos exércitos, e não me compadeci, 15 assim tornei a intentar nestes dias fazer o bem a Jerusalém e à casa de Judá; não temais. 54 16 Eis as coisas que deveis fazer: Falai a verdade cada um com o seu próximo; executai juízo de verdade e de paz nas vossas portas; 17 e nenhum de vós intente no seu coração o mal contra o seu próximo; nem ame o juramento falso; porque todas estas são coisas que eu aborreço, diz o senhor. 18 De novo me veio a palavra do Senhor dos exércitos, dizendo: 19 Assim diz o Senhor dos exércitos: O jejum do quarto mês, bem como o do quinto, o do sétimo, e o do décimo mês se tornarão para a casa de Judá em regozijo, alegria, e festas alegres; amai, pois, a verdade e a paz. 20 Assim diz o Senhor dos exércitos: Ainda sucederá que virão povos, e os habitantes de muitas cidades; 21 e os habitantes de uma cidade irão à outra, dizendo: Vamos depressa suplicar o favor do Senhor, e buscar o Senhor dos exércitos; eu também irei. 22 Assim virão muitos povos, e poderosas nações, buscar em Jerusalém o Senhor dos exércitos, e suplicar a bênção do Senhor. 23 Assim diz o Senhor dos exércitos: Naquele dia sucederá que dez homens, de nações de todas as línguas, pegarão na orla das vestes de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco.” (Zacarias 8.1-23) 55 Zacarias 9 Os Presos de Esperança Judá havia sido encurvada pelo braço forte do Senhor, que a havia disciplinado. No entanto, não seria das nações pagãs que procederia a salvação do Senhor para todo o mundo, mas de Judá. Não seria de Tiro, nem de Sidom, nem das cidades confederadas dos filisteus citadas nos versos 5 a 7, de Zacarias 9, contra as quais o Senhor ainda entraria em juízo. Damasco, Arã e estas cidades citadas, que haviam juntado muito ouro, e que estavam confiantes em suas riquezas, viriam a ser despojadas por Deus. Nos versos 9 e 10 há uma profecia que revela que o Rei Justo e Salvador de Judá, é humilde, e viria a Jerusalém montado num jumento, um jumentinho, filho de jumenta. E a Sua entrada triunfal em Jerusalém geraria exultação e alegria, como de fato gerou porque gritaram “Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor”, a ponto de os fariseus terem pedido a Jesus que repreendesse os Seus discípulos para não gritarem tão alto, mas Jesus lhes disse, que caso não o fizessem, as pedras clamariam, uma vez que isto estava profetizado neste texto de Zacarias 9 (v. 9). 56 Israel e Judá não prevaleceriam pela força de carros e de cavalos e de arcos de guerra, porque o reino deste Rei Justo e Salvador é um reino de paz para todas as nações, e o Seu domínio se estenderia de mar a mar, até as extremidades da terra (v. 10). E por causa da nova aliança, que seria inaugurada no sangue deste Rei Justo e Salvador, seriam libertados os presos da cova em que não havia água (v. 11). Esta é a condição de todo homem sem Cristo. Ele está preso na cova do pecado, e desprovido da água viva do Espírito Santo. Os presos são chamados a virem para a fortaleza que é o Senhor. E são chamados de presos de esperança. Ou seja, aqueles que suspiram pela salvação de Deus, e que têm a certeza de que têm em Cristo um libertador. Para estes é prometida uma recompensa dupla, porque o Senhor traz consigo o Seu galardão para recompensar aqueles que O buscam (v. 12). Deus tomaria vingança contra os inimigos do Seu povo, mas deles faria o que está prometido no que se afirma nos versos 16 e 17: “16 E o Senhor seu Deus naquele dia os salvará, como o rebanho do seu povo; porque eles serão como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra dele. 17 Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande é a sua formosura! o trigo fará florescer os mancebos e o mosto as donzelas.” 57 “1 A palavra do Senhor está contra a terra de Hadraque, e repousará sobre Damasco, pois ao Senhor pertencem as cidades de Arã, e todas as tribos de Israel. 2 E também Hamate que confina com ela, e Tiro e Sidom, ainda que sejam mui sábias. 3 Ora Tiro edificou para si fortalezas, e amontoou prata como o pó, e ouro como a lama das ruas. 4 Eis que o Senhor a despojará, e ferirá o seu poder no mar; e ela será consumida pelo fogo. 5 Asquelom o verá, e temerá; também Gaza, e terá grande dor;igualmente Ecrom, porque a sua esperança será iludida; e de Gaza perecerá o rei, e Asquelom não será habitada. 6 Povo mestiço habitará em Asdode; e exterminarei a soberba dos filisteus. 7 E da sua boca tirarei o sangue, e dentre os seus dentes as abominações; e ele também ficará como um resto para o nosso Deus; e será como chefe em Judá, e Ecrom como um jebuseu. 8 Ao redor da minha casa acamparei contra o exército, para que ninguém passe, nem volte; e não passará mais por eles o opressor; pois agora vi com os meus olhos. 9 Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei; ele é justo e traz a salvação; ele é humilde e vem montado sobre um jumento, sobre um jumentinho, filho de jumenta. 58 10 De Efraim exterminarei os carros, e de Jerusalém os cavalos, e o arco de guerra será destruído, e ele anunciará paz às nações; e o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra. 11 Ainda quanto a ti, por causa do sangue do teu pacto, libertei os teus presos da cova em que não havia água. 12 Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também hoje anuncio que te recompensarei em dobro. 13 Pois curvei Judá por meu arco, pus-lhe Efraim por seta; suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Grécia; e te farei a ti, ó Sião, como a espada de um valente. 14 Por cima deles será visto o Senhor; e a sua flecha sairá como o relâmpago; e o Senhor Deus fará soar a trombeta, e irá com redemoinhos do sul. 15 O Senhor dos exércitos os protegerá; e eles devorarão, e pisarão os fundibulários; também beberão o sangue deles como ao vinho; e encher-se- ão como bacias de sacrifício, como os cantos do altar. 16 E o Senhor seu Deus naquele dia os salvará, como o rebanho do seu povo; porque eles serão como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra dele. 17 Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande é a sua formosura! o trigo fará florescer os mancebos e o mosto as donzelas.” (Zacarias 9.1-17) 59 Zacarias 10 Vitórias e Vitórias No verso 7 do décimo capítulo de Zacarias Deus prometeu que a Igreja teria o Seu poder e a Sua alegria. E no verso 12 se diz que o povo do Senhor andará em Seu nome, porque Ele o fortalecerá. E a consequência de tal promessa é que o povo do Senhor será um povo alegre nesta Sua força. Daí se dizer que devemos nos alegrar sempre no Senhor, porque tais promessas que Ele tem feito e cumprido de fortalecimento, salvação, proteção e crescimento da Igreja são motivo de grande alegria para o Seu povo, conforme se vê nos versos 7 e 8 deste capítulo 10 de Zacarias. É a alegria de Deus, isto é, a que vem dEle, e não a nossa própria alegria, que é a nossa força. Fiel é o que fez a promessa. Não contemplemos portanto aquilo que há no nosso próprio coração, porque não será ali que acharemos esta força e alegria. Olhemos para o alto. Olhemos para Cristo e Ele nos dará força, graça e alegria, pelo poder do Espírito Santo. Mas quando a Bíblia diz que a alegria do Senhor é a nossa força (Ne 8.10), e que devemos nos 60 regozijar sempre no Senhor (Fp 4.4), a quê tipo de alegria ela está se referindo? Nós veremos que é sobretudo alegria no fato de termos sido salvos e de termos o Senhor, e não propriamente uma atitude permanente de ter um sorriso no rosto, e não se sentir nunca entristecido por qualquer aflição. Esta alegria é uma exultação interior, um regozijo no Espírito, por sabermos que somos do Senhor, e que podemos contar com a Sua graça, ainda que estejamos contristados por muitas provações. O fator determinante desta alegria cristã nas provações é a habitação do Espírito Santo, e o fato de não entristecermos o Espírito, por causa do pecado, que é a única coisa que pode apagar a Sua atuação em nosso espírito. Por isso, antes de falar em alegria e força espiritual neste capítulo de Zacarias, Deus ordenou a Seu povo que lhe pedisse chuva no tempo da chuva serôdia. O que ocorrerá caso não chova na época apropriada sobre a lavoura? Poderá haver colheita? De igual modo, caso não ocorra o derramar da chuva do Espírito no tempo apropriado, não poderá haver colheita de almas e a manifestação do poder de Deus entre nós. A Igreja é incentivada a pedir, a clamar ao Senhor para que faça chover o Espírito onde temos semeado a Palavra do evangelho. Se o Espírito Santo não regar a lavoura de Deus, não haverá colheita. 61 E se o povo de Deus não orar para que Deus derrame o Espírito, Ele não será derramado. A palavra da promessa divina é que Ele derramará chuvas abundantes (v.1) caso o Seu povo ore lhe pedindo que derrame a chuva necessária, na época apropriada. Quando o profeta Zacarias realizou o seu ministério, a terra de Judá, apesar do retorno do povo de Babilônia, ainda estava desolada e queimada, conforme podemos ver no livro de Neemias, cujo ministério foi bem posterior ao tempo de Zacarias. Mas em tempos de desolação, quando parece que os inimigos espirituais da Igreja conseguiram prevalecer contra ela, por estarem seus membros enfraquecidos, e de pouco se ver da glória, poder e alegria do Espírito no meio do Seu povo, e quando as conversões escasseiam, o Senhor se levanta e fixa diante de nós a promessa de que derramará a chuva do Espírito no tempo apropriado, caso oremos a Ele pedindo tal derramamento. As promessas de bênçãos, que são feitas a esta Igreja desolada que ora, são proferidas nos versos 5 a 12: - Serão poderosos na batalha esmagando o inimigo no lodo das ruas, porque o Senhor estará com a Sua igreja (v. 5). - Ele fortalecerá o Seu povo e trará salvação trazendo de volta aqueles que haviam sido espalhados, porque terá misericórdia deles e os ouvirá (v.6). 62 - A Igreja terá o poder do Senhor e a Sua alegria, e os que se converterem pelo seu testemunho, também se alegrarão no regozijo do Senhor (v.7). - As conversões se multiplicarão tal como ocorriam na Igreja Primitiva (v. 8). - Assim como Israel foi reunido pelo Senhor em sua própria terra, depois de tê-los espalhado pelas nações, de igual modo o Senhor será lembrado pelos seus eleitos, que estiverem em todas as nações, os quais se converterão a Ele, e serão tantos, que não se achará lugar bastante para eles, tal como ocorre ainda hoje com Israel em suas disputas por terras com os palestinos, depois de terem sido trazidos pelo Senhor de todas as nações (v. 9,10). - Os inimigos da Igreja não poderão prevalecer contra ela, porque o Senhor derrubará a soberba e o domínio deles (v.11). - O povo do Senhor andará em Seu nome, porque Ele o fortalecerá (v.12). Todas estas bênçãos virão sobre o povo do Senhor porque eles terão abandonado os seus ídolos, e toda a forma falsa de religião, na qual haviam sido enganados, porque não foram conduzidos por pastores fiéis à verdade (v.2). Mas a ira do Senhor se acende contra estes pastores infiéis, e aqueles que dentre eles forem falsos pastores, por não conhecerem ao Senhor, Ele os castigará. Ele mesmo visitará o Seu rebanho e fará dele como um majestoso cavalo de guerra (v. 3). 63 Tudo isto o Senhor fará se o Seu povo lhe pedir que faça chover no tempo apropriado. E se diz que este tempo é o da chuva serôdia. Esta chuva era a última que caía em Israel e que fazia o grão engordar na espiga, de maneira que pudesse haver colheita. É portanto, uma referência ao derramar do Espírito, nos últimos dias, para a grande colheita de almas, o que se dá através da oração da Igreja, pedindo que isto ocorra. As primeiras chuvas em Israel caíam na primavera entre março e maio, e era suficiente apenas para fazer brotar a lavoura e dar crescimento às plantas, mas não para encher as espigas de grãos, e como raramentechove em Israel nos meses de junho e julho, a chuva posterior (serôdia) era necessária para que houvesse colheita. De igual modo, se Deus não fizer cair a chuva do Espírito, não pode haver colheita espiritual. Os líderes de Israel haviam falhado em apascentar o povo do Senhor. Ao contrário, eles fizeram as ovelhas se desviarem do Seu caminho. Mas Deus tornaria a reunir o Seu povo num só rebanho, e o apascentaria, e tem feito isto através do Espírito e do ministério de pastores fiéis, que são segundo o Seu coração, e não como os ladrões e salteadores, que haviam explorado e destruído as ovelhas, antes que Jesus se manifestasse. “7 Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas. 64 8 Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” (Jo 10.7,8). Deus é quem salva e fortalece a casa de Judá e de José, isto é, todo o verdadeiro Israel, a saber a Igreja. Ele trabalha pela nossa felicidade enquanto cumprimos o nosso dever para com Ele. Deste modo, somos capacitados a sermos diligentes com a força que Deus nos dá. Deus é nossa força, e assim se torna nossa canção e nossa salvação. Os que forem remidos no sangue de Jesus seriam multiplicados por Deus (v. 8). Esta é uma profecia clara quanto à multiplicação da Igreja. “Assim as igrejas eram confirmadas na fé, e dia a dia cresciam em número.” (Atos 16.8). A vocação da Igreja verdadeira é crescer e se multiplicar na terra. Não podemos portanto pensar em portas fechadas enquanto permanecemos fiéis ao Senhor, porque Ele tem prometido multiplicar, fazer crescer e fortalecer e não dividir e enfraquecer. É a glória do Seu próprio nome que está em jogo no progresso e força da Igreja, por isso Ele mesmo se tornou a nossa força e salvação. E a consequência de tal promessa é que o povo do Senhor será um povo alegre nesta Sua força. Daí se dizer que devemos nos alegrar sempre no Senhor, porque tais promessas que Ele tem feito e 65 cumprido, de fortalecimento, salvação, proteção e crescimento da Igreja são motivo de grande alegria para o Seu povo, conforme se vê no verso 8. Não importa portanto, quais sejam as circunstâncias em que estejamos vivendo. Se há dificuldades que não são ocasionadas pelo fato de estarmos vivendo em pecado, que é a única razão para nos entristecermos, estejamos sempre alegres no Senhor, especialmente nos serviços da Sua casa. Louvemos o Seu santo nome por tão grande graça e bondade, que tem demonstrado para conosco em Cristo Jesus. E que sejam cânticos de alegria que exaltem o Seu santo nome. O nosso coração se alegrará, diz a promessa. Então o Senhor quer que estejamos alegres e gratos em toda e qualquer circunstância, porque isto traz grande glória ao Seu nome e dá cumprimento à Sua palavra. Levantemos portanto de todo e qualquer abatimento de espírito, pela fé na Sua promessa, e o Espírito nos fortalecerá, para que estejamos alegres na presença de Deus. Satanás não pode prevalecer contra um coração que se alegra no Senhor, porque um coração assim está revestido com graça, e ele tem que bater em retirada. Importa que esta alegria seja do Espírito, produzida pela força do Senhor, porque se for da carne, se for nossa própria alegria, nossa resistência será fraca e cairemos nas tentações de Satanás. 66 É a alegria de Deus, isto é, a que vem dEle, e não a nossa própria alegria que é a nossa força. Quando os filhos virem seus pais com tal alegria, eles se animarão em também servirem ao Senhor. É portanto, fundamental que haja esta alegria de Deus em nossas vidas e em nossos lares. Fiel é o que fez a promessa. Não contemplemos portanto, aquilo que há no nosso próprio coração, porque não será ali que acharemos esta força e alegria. Olhemos para o alto. Olhemos para Cristo e Ele nos dará força, graça e alegria pelo poder do Espírito Santo. Quando as pessoas virem a alegria de um povo santo. Quando elas virem este poder maravilhoso operando em nossas vidas, elas também se sentirão atraídas pelo evangelho. Importa portanto, estarmos contentes em toda e qualquer situação, tal como o apóstolo Paulo havia aprendido, e este era o grande segredo de ter ganho tantos para Cristo. Foi por causa desta força do Senhor, que vem da Sua alegria em nós, que o apóstolo pôde fazer tantas coisas para Deus, andando para cima e para baixo, vencendo todas as oposições. Ele nos deixou um exemplo para ser seguido, e por isso nos pede que sejamos seus imitadores, porque esta é a maneira certa de se viver para Deus. 67 A vida Cristã exige que tenhamos força e nos movimentemos de maneira industriosa para Deus, em nosso serviço de ganhar e edificar almas. Porque Deus ama ao homem que criou e não lhe agrada nem um pouco ver, mesmo ímpios, serem destruídos por causa do pecado. Mas tudo o que fizermos tem que ser em nome do Senhor Jesus Cristo e debaixo do Seu governo e autorização, em completa dependência do Seu Espírito, para que Ele receba toda a glória. “E tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai.” (Col 3.17). É por isso que tanto se exige que os cristãos não se entreguem a pensamentos vãos e deprimentes, a pensamentos de derrota, mas a aprenderem como Paulo a poderem todas as coisas em Cristo, porque Ele nos fortalece. “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.”(Fp 4.8). Se fizermos isto, qual é o resultado prometido? É dito que o Deus de paz será conosco, se agirmos e pensarmos tal como Paulo fazia (Fp 4.9). Queiramos uma vida vitoriosa como esta, não para o nosso próprio interesse, mas para podermos de fato exaltar e glorificar o nome do Senhor. Ele merece isto depois de tudo o que fez e tem feito por nós. 68 Há toda uma multidão de testemunhas aguardando todos os dias pela nossa vitória, quer pessoas na terra, quer os anjos nos céus. “Pedi ao SENHOR chuva no tempo da chuva serôdia, sim, ao SENHOR que faz relâmpagos; e lhes dará chuvas abundantes, e a cada um erva no campo. 2 Porque os ídolos têm falado vaidade, e os adivinhos têm visto mentira, e contam sonhos falsos; com vaidade consolam, por isso seguem o seu caminho como ovelhas; estão aflitos, porque não há pastor. 3 Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes; mas o SENHOR dos Exércitos visitará o seu rebanho, a casa de Judá, e os fará como o seu majestoso cavalo na peleja. 4 Dele sairá a pedra de esquina, dele a estaca, dele o arco de guerra, dele juntamente sairá todo o opressor. 5 E serão como poderosos que na batalha esmagam ao inimigo no lodo das ruas; porque o SENHOR estará com eles; e confundirão os que andam montados em cavalos. 6 E fortalecerei a casa de Judá, e salvarei a casa de José, e fá-los-ei voltar, porque me compadeci deles; e serão como se eu não os tivera rejeitado, porque eu sou o SENHOR seu Deus, e os ouvirei. 7 E os de Efraim serão como um poderoso, e o seu coração se alegrará como pelo vinho; e seus filhos 69 o verão, e se alegrarão; o seu coração se regozijará no SENHOR. 8 Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei, porque eu os tenho remido; e multiplicar-se-ão como antes se tinham multiplicado. 9 Ainda que os espalhei por entre os povos, eles se lembrarão de mim em lugares remotos; e viverão com seus filhos, e voltarão. 10 Porque eu os farei voltar da terra do Egito, e os congregarei da Assíria; e trá-los-ei à terra de Gileade e do Líbano, e não se achará lugar bastante para eles. 11 E ele passará pelo mar da angústia, e ferirá as ondas no mar, e todas
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