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ARTIGO 4 - Pneumovagina em égua

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ISSN 2526-9003 Revista Científica de Medicina Veterinária-UNORP, v.1, n.1, p. 17-21, 2017 
 
 
17 
 
VULVOPLASTIA EM ÉGUA PARA TRATAMENTO DE 
PNEUMOVAGINA: RELATO DE CASO 
 
[Vulvoplasty in marine for pneumovagine treatment: case report] 
 
 
Wagner Alexandre Rodrigues de SOUZA1 
Kelen NARDUCCI1 
Paulo Cezar VILLA FILHO2 
 
 
RESUMO 
A infertilidade em éguas tem como uma das suas principais causas a infecção uterina, 
sendo esta infecção, na maioria das vezes, ascendente do trato genital inferior. Uma das 
causas de infecção do trato genital em éguas é a pneumovagina, que consiste no acúmulo 
de ar involuntário dentro do canal vaginal, predispondo a vaginite, cervicite e 
consequentemente metrite. A pneumovagina ocorre devido ao mau posicionamento da vulva 
em éguas com baixos escores de condição corporal, animais idosos e por traumatismos 
causados no momento do parto. É primordial para o controle da infecção a correção da 
alteração vaginal. O presente estudo relata o caso de uma égua com idade superior a 15 
anos, apresentando posicionamento vulvar horizontal, secreção vaginal mucopurulenta e 
pneumovagina, que foi submetida à vulvoplastia pela técnica cirúrgica de Caslick. 
Palavras chave: Vulva, metrite, infecção. 
 
 
ABSTRACT 
One of the main causes of the infertility in mares is the uterine infection, most often 
ascending from the lower genital tract. One of the causes of genital tract infection in mares is 
pneumovagina, consisting of involuntary accumulation of air into the vaginal canal, 
predisposing vaginitis, cervicitis and therefore metritis. The pneumovagina occurs due to 
poor positioning of the vulva in mares with low body condition scores, older animals and 
injuries caused during parturition. It is essential for the infection control the correction of 
vaginal variation. This study reports the case of a mare aged over 15 years, with horizontal 
vulvar positioning, mucopurulent vaginal secretion and pneumovagina which has been 
submitted to a vulvoplasty using the surgical technique of Caslick. 
Keywords: Vulva, metritis, infection. 
 
1 
Acadêmicos do curso de Medicina Veterinária - Centro Universitário do Norte Paulista – UNORP 
2
 Docente do curso de Medicina Veterinária – Centro Universitário do Norte Paulista – UNORP *Autor 
para correspondência. pcvillafilho@hotmail.com 
 
mailto:pcvillafilho@hotmail.com
ISSN 2526-9003 Revista Científica de Medicina Veterinária-UNORP, v.1, n.1, p. 17-21, 2017 
 
 
18 
 
INTRODUÇÃO 
Traumas no trato reprodutivo de éguas 
são comumente observados no pós parto, 
as alterações encontradas geralmente são 
lacerações perineais, de cérvix, fístulas 
retrovaginais, hemorragia e prolapso 
uterino. As lacerações perineais e fistulas 
retrovaginais estão entre os principais 
traumas cirúrgicos encontrados, podendo 
gerar complicações como pneumovagina 
e urovagina (RODRIGUEZ et al., 2015). 
Além das lacerações, outras causas estão 
associadas ao desenvolvimento de 
pneumovagina, tais como, baixo escore 
corporal, idade, partos subsequentes e 
lordose (PRESTES E LANDIN-
ALVARENGA, 2006). 
A pneumovagina se caracteriza pela 
presença contínua ou intermitente de ar 
no canal vaginal. Como consequências, 
podem ocorrer infecções em qualquer 
parte do trato reprodutivo do animal 
(JIMENEZ FILHO et al., 2015). Segundo 
Malschitzky et al. (2007), éguas com 
alterações vulvares apresentam menores 
índices de prenhes em relação aos 
animais normais. 
Infecção uterina é a causa mais comum 
de infertilidade em éguas. Podem ser 
divididas em dois tipos: agudas e 
crônicas. A grande maioria das lesões em 
úteros não gravídicos tem origem 
infecciosa e resultam de infecção 
ascendente de microrganismos que 
habitam o trato genital inferior (BATISTA 
et al., 2008). 
O tratamento da pneumovagina em éguas 
é realizado visando evitar a aspiração 
involuntária de ar para o interior da 
vagina. A doença é originada pelo 
fechamento defeituoso dos lábios 
vulvares. As éguas que têm os lábios da 
vulva inclinados em direção ao ânus são 
propensas a ter vaginite, cervicite, metrite, 
e consequentemente infertilidade, devido 
ao acúmulo de partículas fecais sobre os 
lábios vulvares e a aspiração deste 
material infectante para dentro do canal 
vaginal (TURNER & MCLLWRAIT, 2002). 
Segundo Prestes e Landin-Alvarenga 
(2006), vulvoplastias são indicadas para a 
reconstrução da comissura dorsal da 
vulva anatomicamente alterada. A técnica 
cirúrgica de Caslick é recomendada 
quando o animal apresenta alteração na 
conformação vulvar que resulta em 
pneumovagina. Este método, usado 
rotineiramente, melhorou muito a 
fertilidade por eliminar a contaminação 
crônica. Muitas éguas cessam o processo 
infeccioso apenas com este procedimento 
sem nenhuma outra intervenção cirúrgica 
ou tratamento medicamentoso. 
Vulvoplastias devem ser empregadas não 
apenas em casos onde ocorrem 
problemas no posicionamento vulvar. As 
lacerações geradas por traumatismos 
durante os partos devem ser corrigidas 
antes de qualquer tentativa de emprenhar 
o animal (THRELFALL & IMMEGART, 
2000). O objetivo deste trabalho é relatar 
o procedimento cirúrgico realizado para a 
correção de deformidade vulvar em égua 
idosa, que apresentava pneumovagina. 
 
RELATO DE CASO 
Foi utilizado um animal, sem raça definida, 
com idade superior a 15 anos, de pelagem 
tordilha, apresentando posicionamento 
vulvar inadequado, acúmulo involuntário 
de ar no canal vaginal e com escassa 
secreção vaginal mucopurulenta. 
O procedimento foi iniciado com a 
lavagem de toda a região posterior do 
animal, envolvendo cauda, membros 
posteriores e região perineal. A contenção 
física foi realizada em brete próprio para 
equino, neste momento, por palpação 
foram retiradas todas as síbalas presentes 
na ampola retal, minimizando a 
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possibilidade do animal defecar durante o 
procedimento cirúrgico. 
A cauda do animal foi devidamente 
enfaixada com atadura de algodão e 
amarrada, sendo elevada para que a 
região perineal ficasse exposta e livre de 
qualquer contato da mesma, evitando 
assim sujidades no local, assim como, o 
procedimento de antissepsia prévia da 
região perineal foi realizado com solução 
de clorexidine degermante 2% e, após 
aplicado álcool 70°. 
Devido à docilidade do animal e 
apresentar comportamento muito calmo 
no momento do procedimento, não foi 
necessária contenção química, sendo 
realizada apenas anestesia local com 10 
mL de cloridrato de lidocaína em cada 
lábio vulvar e 5 mL na comissura dorsal 
da vulva. 
A antissepsia cirúrgica foi realizada com 
solução clorexidine tópico 0,5% e 
posteriormente com solução de álcool 70°. 
Após cinco minutos, tempo necessário 
para que o efeito do anestésico local seja 
efetivo, pode ser iniciado o procedimento, 
sendo utilizado instrumental cirúrgico e 
compressas de algodão estéreis. 
A técnica cirúrgica realizada consistiu na 
retirada de uma pequena faixa de tecido 
(3 mm) exatamente sob a região de 
transição da pele para a mucosa e, 
pequena divulsão do tecido subcutâneo. A 
extensão distal da faixa de tecido retirada 
em ambos os lábios vulvares foi avaliada, 
de acordo com a necessidade do animal, 
para que a comissura vulvar dorsal ficasse 
na altura do assoalho vaginal. 
Após a retirada, deve ser realizada 
hemostasia com o pinçamento de vasos 
sanguíneos e caso persistir o 
sangramento, a ligadura dos mesmos 
deve ser realizada. A sutura deve ser 
realizada em dois planos, sendo uma para 
as mucosas, utilizando fio não absorvível 
sintético monofilamento (2 – 0) e padrão 
de sutura simples contínuo, e para a pele 
também deve ser utilizado fio não 
absorvível sintético monofilamento (zero), 
sendo o padrãode sutura o Wolf. 
A conduta pós operatória consistiu em 
antissepsia intra vaginal e na região 
perineal, com solução de clorexidine 
degermante 2%. Em seguida, foi aplicado, 
ao redor da região, spray repelente à base 
de sulfadiazina de prata. 
Foi administrada de uma dose de anti-
inflamatório não esteroidal (flunixin 
meglumine) na dose de 1,1mg/kg de peso 
vivo animal e realizados curativos diários 
até a cicatrização completa. A sutura foi 
retirada após dez dias do procedimento. 
No terceiro dia após o procedimento foi 
constatado que ocorreu deiscência do 
ponto de pele mais distal, evento comum 
de ocorrer em cirurgias perineais, devido a 
contaminação local, porém, este não 
causou nenhum problema no resultado 
final esperado, apenas no local, a 
cicatrização aconteceu por segunda 
intenção, sendo realizados curativos 
durante quinze dias. 
O animal, assim como esperado, passou a 
não acumular ar involuntariamente no 
canal vaginal apesar da região perineal 
não apresentar posicionamento correto. 
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Figura 1. Pré-operatório: posicionamento inadequado da comissura vulvar dorsal em relação 
ao assoalho vaginal (A). Pós-operatório: abertura vulvar corrigida. 
 
 
Figura 2. Pós-operatório: curativo 
realizado e administrado o spray repelente 
a base de sulfadiazina de prata. 
 
CONCLUSÃO 
O procedimento de vulvoplastia pela 
técnica de Caslick se mostrou eficaz em 
animal com posicionamento vulvar 
horizontal, sendo que após o 
procedimento, não foi mais constatada 
presença de ar no canal vaginal e 
nenhuma secreção vaginal anormal foi 
observada. 
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REFERÊNCIAS 
BATISTA, I. O.; OLIVEIRA, A. A. F.; 
PINHEIRO JÚNIOR, J. W.; PEIXOTO, R. 
M.; TELES, J. A. A.; MOTA, R. A. 
Endometrite por Candida sp e outros 
microrganismos associados em éguas 
doadoras de embrião na Zona da Mata do 
Estado de Pernambuco – Brasil. Revista 
científica do DMV. v.2, n.4, p.41-44, 
Recife. out-dez, 2008. 
JIMENEZ-FILHO, D. L. et al; 
Pneumovagina e urovagina em éguas – 
revisão de literatura. Revista científica da 
fundação educacional de Ituverava. v. 7. 
n. 1. Ituverava, 2015. 
MALSCHITZKY, E. et al. Vulvoplastia pré 
ou pós-cobertura e sua infl uência na 
fertilidade. Revista Brasileira de Ciências 
Veterinária, 14(1):56-58, 2007. 
PRESTES, N.C.; LANDIM-ALVARENGA, 
F.C. Manual de Obstetrícia Veterinária. 
São Paulo, Livraria Varela, p. 85 a 87. 
2006. 
RODRIGUEZ, M. G. K. et al; Intervenções 
obstétricas em equinos. Investigação 
medicina veterinária. v. 14. n.1 . p. 83-90, 
2015. 
THRELFALL, W. R.; IMMEGART, H. M. 
Medicina Interna Equina, ed. REED; cap. 
15.4, p. 667; BAYLY, 2000. 
TURNER, A. S. & MCILWRAITH, C. W. 
Técnicas cirúrgicas em animais de grande 
porte. ed. ROCA; cap. 10. p. 169; São 
Paulo, 2002.

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