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ISO 9001:2015 – Diferença entre gestão de risco e mentalidade de risco INTRODUÇÃO: O QUE É MENTALIDADE DE RISCO? Já faz algum tempo que a Gestão de Riscos se transformou na pauta dos assuntos discutidos pelo pessoal envolvido na gestão da qualidade, principalmente depois que a nova versão da ISO 9001:2015 trouxe esse item como uma de suas principais mudanças. Como o assunto “risco” não é tão discutido e disseminado no Brasil, de repente começamos a ouvir e falar vários termos que não éramos habituados, que são citados na ISO 9001:2015: mentalidade de risco, gerenciamento de riscos, pensamento baseado em risco, entre outros. Mas o que diferencia um do outro? É disso que trata este artigo. O QUE É GESTÃO DE RISCO? Considerando a definição da ISO 9001:2015, risco é o efeito sobre a incerteza, ou seja, o desvio positivo ou negativo relacionado ao resultado esperado de um processo, projeto, ou qualquer outro objetivo. Desta forma, gestão de risco é um processo que visa identificar, analisar e planejar ações a fim de evitar situações indesejadas ou potencializar oportunidades. Na gestão da qualidade é muito comum discutir sobre o “porquê” de ter acontecido algo e estamos continuamente procurando a causa raiz de uma determinada ocorrência. A gestão de riscos busca identificar os “e se?” dos processos: e se isso acontecer? E se isso não acontecer? E se algo der errado? E se der certo? O trabalho consiste em encontrar o máximo de “e se?” possível e gerenciá-los a fim de ter a possibilidade de prevenir a empresa contra ameaças e prepará-la para oportunidades. O QUE É MENTALIDADE DE RISCO? Logo na introdução da ISO 9001:2015, encontramos o item 0.3.3 – Mentalidade de Risco com a ênfase de que é algo essencial para conseguir um sistema de gestão da qualidade eficaz. A mentalidade de risco já existia nas versões anteriores da ISO, mas estava implícita no termo ação preventiva, que utilizávamos para eliminar não conformidades potenciais e prevenir recorrências. Mas quando a gente vê o termo “mentalidade de risco” com tanto destaque na ISO, fica evidente que devemos ter uma abordagem relacionada a riscos muito mais abrangente na empresa do que apenas um processo descrito: implantar uma mentalidade de risco está mais ligado a estabelecer uma cultura de prevenção do que escrever um procedimento. Isso envolve não só os conceitos técnicos de como fazer, mas também uma comunicação efetiva para fazer as pessoas adotarem o pensamento baseado em riscos, analisando sempre as possibilidades de algo dar errado nas suas ações, afinal, o papel da gestão da qualidade dentro da organização sempre foi a prevenção! COMO ESTABELEÇO A GESTÃO E A MENTALIDADE DE RISCO? A ISO 9001:2015 não tem um requisito que implica implantar métodos formais ou um processo de gestão de risco, deixando a critério da empresa decidir desenvolver ou não uma metodologia condizente a sua realidade, mas é importante entender que ao se estabelecer um processo, você torna mais tangível o conceito “risco” na organização, deixando mais claro para as pessoas o que é abordar e considerar riscos em suas rotinas, ajudando a disseminar a cultura. Incentivar uma mentalidade de risco na organização significa orientar a empresa para um pensamento sobre quais ameaças e oportunidades existem ao fazer algo, e que é preciso agir sobre essas situações para se prevenir em relação aos efeitos, tornando a empresa mais preparada, mais forte e que tenha bons resultados a longo prazo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A organização precisa definir uma ferramenta para avaliar os riscos, então ela deve: 1. Identificar os possíveis riscos; 2. Dar uma nota a cada risco potencial; 3. Definir os valores aceitáveis de risco; 4. Determinar medidas de controle para os riscos não aceitáveis; 5. Priorizar as ações; 6. Tomar as ações preventivas para que o risco não se torne real; 7. Reavaliar os riscos e redefinir as prioridades; 8. Gerar estatísticas e indicadores de riscos e apresentar periodicamente à Alta Direção. Procurei, neste texto, ser o mais incisivo e claro possível, deixando a “teniquêz” um pouco à margem para facilitar a compreensão do conteúdo. Então, por enquanto é só. Acredito ter esclarecido alguns pontos outrora obscuros. Um grande abraço e sucesso a todos! Francinei Rodrigues Especialista em Engenharia de Qualidade e Gestão de Processos
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