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técnicas de biologia molecular aplicada a microbiologia Técnicas de biologia molecular aplicada a microbiologia PCR (visa amplificar o material genético); Eletroforese em gel (faz a separação dos fragmentos que foram amplificados); Western blot (proteínas); Southern blot (DNA); Northern blot (RNA) Biologia molecular é o estudo da Biologia em nível molecular, com especial foco no estudo da estrutura e função do material genético e seus produtos de expressão, as proteínas. Nesse sentido, no âmbito da biologia molecular, o estudo estará voltado para o DNA, o RNA e as proteínas. A biologia molecular investiga as interações bioquímicas celulares envolvidas na duplicação do material genético e na síntese proteica. Técnicas em Biologia Molecular: Muitos trabalhos relacionam-se com a obtenção, identificação e caracterização de: Vale lembrar que o RNA é uma fita simples e que pode ser traduzido em proteínas. Assim, a sequência será sempre: DNA → (Transcrição) → RNA → (Tradução) → Proteína Alguns vírus, como o HIV, são vírus de RNA. Assim, para que esse RNA gere uma fita de DNA correspondente, é muito importante a ação da enzima transcriptase reversa. Nesse sentido, de RNA para DNA também existe uma transcrição reversa. Vale lembrar que existem alguns microrganismos que são de difícil cultura por meio dos métodos convencionais. Também há casos em que o microrganismo está presente em contagens muito baixas na amostra biológica para que possa ser identificado. Em todos esses casos, é necessário apelar para a biologia molecular a fim de identificar qual é esse microrganismo presente na amostra. O DNA é uma dupla hélice (duas fitas que se ligam) e o processo normal de crescimento celular envolve a duplicação desse DNA para, então, gerar novas células. Quando for necessário fazer com que esse DNA gere um produto, ele será transcrito em RNA. Extração do materialExtração do material genéticogenético A extração do DNA ou RNA, e seu consequente isolamento, pode ser realizada para qualquer tipo de organismo e em diferentes tipos de amostra. Existem vários métodos para realizar a extração DNA e RNA, mas possuem a mesma finalidade: separar o material genético de outros componentes celulares, purificando-o. Obs.: É importante memorizar que o objetivo da extração do material genético é purificar o DNA ou o RNA da célula microbiana a ser trabalhada. Lise: rompimento da célula para expor o DNA; Ligação: uma membrana de sílica retém e concentra o DNA; Lavagem: quebrar e emulsionar os lipídeos e as proteínas que formam a membrana da célula, por meio de soluções detergentes e centrifugação; e Eluição: DNA purificado pronto para ser utilizado em diferentes aplicações Em regra, a extração do material genético segue um processo: PCRPCR Obs.: Em uma reação de PCR, primeiro é necessário saber quem é o foco da pesquisa e, também, qual é a sequência gênica da bactéria para identificar qual é a sequência específica que se busca. Obs.: Vale lembrar que essa amplificação é de natureza exponencial. Polimerase Chain Reaction: amplificação gênica enzimática de pequenos fragmentos de DNA predeterminados e específicos de um determinado organismo. Potencial de amplificação: de um fragmento de DNA (um gene) até cerca de um milhão de cópias. Uma vez amplificada, a sequência de nucleotídeos poderá ser detectada por eletroforese em gel de poliacrilamida. Obs.: É importante perceber que o RNA não possui timina, pois em seu lugar está presente a uracila. A enzima DNA polimerase consegue produzir uma cópia idêntica da sequência de nucleotídeos de uma célula. Para isso, ela precisa do molde (fita de DNA) e de uma região de iniciação com OH livre (primer). Vale lembrar que os vírus de RNA precisam da transcriptase reversa para gerar uma cadeia de DNA compatível para que, então, a DNA polimerase consiga agir. PCR aplicada a microbiologiaPCR aplicada a microbiologia As técnicas de PCR utilizam iniciadores (primers) para um gene específico do patógeno para analisar amostras de DNA derivadas de tecidos infectados suspeitos, mesmo na ausência de um agente patogênico cultivável e observável → elevada sensibilidade e especificidade. Obs.: Nesse sentido, essa elevada sensibilidade significa que o sinal pode ser elevado inúmeras vezes. Ou seja, de uma cópia é possível chegar a um milhão de cópias. Além disso, também é grande a especificidade, pois, ao utilizar um primer, somente é possível se ligar a um ponto certo por complementariedade das bases. Ensaios baseados em PCR são amplamente utilizados para a identificação de patógenos. DesnaturaçãoDesnaturação Não dependem do isolamento ou crescimento do patógeno, mas apenas do fato de o patógeno estar presente na amostra, mesmo que em baixíssimas quantidades; Não dependem da detecção de resposta imune contra o agente. Padrão-ouro para algumas doenças infecciosas → particularmente úteis na identificação de infecções virais ou intracelulares, em que a cultura dos agentes causadores pode ser muito difícil ou até mesmo impossível. Exemplo: Chlamydia trachomatis e Neisseria gonorrhoeae em amostras de urina, em casos clínicos de DSTs. Os métodos de biologia molecular: Assim, serão detectados nos ensaios as sequências de ácidos nucleicos espécie-específicas. A técnica de PCR é composta de três etapas: O DNA genômico, previamente extraído da amostra a ser analisada, contendo a sequência de interesse para amplificação, é aquecido acima de 94ºC por cerca de 30 segundos. A dupla fita é aberta (desnaturada), tornando-se uma fita única (ou duas fitas únicas) Obs.: A temperatura do processo de desnaturação é bastante cobrada em provas de concursos públicos. Assim, vale lembrar que ele deve ocorrer em temperaturas acima de 94ºC Anelamento ou hibridizaçãoAnelamento ou hibridização Após a separação das fitas, um par de iniciadores ou primers (uma pequena fita de DNA específica para o gene que se quer estudar, ou seja, um oligonucleotídeo curto) complementam a fita oposta da sequência de DNA a ser amplificada. Ou seja, um deles é complementar à sequência em uma fita da dupla-hélice de DNA e o outro é complementar à sequência na outra fita. O molde é determinado pela posição dos iniciadores que se anelam a fita. Essa etapa ocorre a uma temperatura de 60ºC (varia de acordo com o primer utilizado). Extensão ou PolimerizaçãoExtensão ou Polimerização Com o molde já identificado, a enzima Taq-DNA- polimerase adiciona as bases complementares, formando uma nova fita e então tem-se novamente a duplicação da fita de DNA. Esse processo acontece a uma temperatura de 72ºC. Ciclo é reiniciado → os produtos do primeiro ciclo de replicação são desnaturados, hibridizados e novamente replicados com DNA-polimerase. O procedimento é repetido de 20 a 30 vezes até que o nível desejado de amplificação seja obtido. Visualmente, a amplificação do material nucléico por meio do método PCR ocorre da seguinte maneira: medicina forense; carga viral; diagnóstico de agentes infecciosos; ou paternidade. Aplicações: situações nas quais a quantidade de DNA disponível é reduzida. Exemplos: EletroforeseEletroforese carga partícula; tamanho partícula; forma partícula; intensidade campo elétrico (quanto maior a intensidade, mais rápida será a migração dessas moléculas). Feita a amplificação do material genético por meio da técnica de PCR, o próximo passo é visualizá-lo para identificar esse material genético. Para isso, utiliza-se a técnica de eletroforese. A eletroforese é a migração de partículas carregadas em um solvente condutor, sob a influência de um campo elétrico = separação de fragmentos de DNA de acordo com seu tamanho. A eletroforese depende basicamente dos seguintes elementos: Dessa forma, a eletroforese separa moléculas comcargas diferentes e/ou moléculas com mesma carga, mas diferentes pesos moleculares. Esse último caso é o mais utilizado em biologia molecular. Assim, é possível realizar a separação de fragmentos de DNA de acordo com seu tamanho. Exemplo: Obs.: o termociclador é um aparelho que consegue gerenciar a quantidade de ciclos de forma automática, isso por meio da realização de mudanças de temperatura muito rápidas. Vale lembrar que a primeira etapa é a de Desnaturação e nela ocorre a aplicação de altas temperaturas (acima de 94ºC) para separar as fitas do DNA. A segunda etapa é a de hibridização ou anelamento. Já a terceira etapa é a de Extensão ou Polimerização. Ao final de um ciclo, de uma molécula de DNA fita dupla é possível obter duas moléculas de DNA fita dupla. Assim, na medida em que são repetidos os ciclos, o aumento dessas moléculas de DNA dupla fita se faz de modo exponencial, podendo chegar, ao final de 30 ciclos, a mais de um milhão de moléculas. Como cada etapa da reação ocorre em uma temperatura específica, a reação pode ser controlada. Todos os reagentes necessários são adicionados a um tubo, o qual é colocado em um termociclador, que determina o número de ciclos, a temperatura e o tempo de cada etapa. O uso do termociclador é possível devido à utilização de uma DNA-polimerase extraída de uma bactéria termfila (Thermus aquaticus) = a enzima desses organismos pode sobreviver à fase de aquecimento sem ser destruída. PCR em tempo real (qPCR, PCR quantitativo ou PCR real time): emprega termocicladores que, além de ampliflcar o DNA, permitem a sua detecção, já que o DNA recém-formado é marcado com um corante fluorescente = níveis de fluorescência podem ser mensurados após cada ciclo de PCR. Moléculas com cargas diferentes: Ao aplicar as moléculas no centro do gel de eletroforese e ao aplicar uma carga elétrica nesse material de forma que um polo fique carregado positivamente e o outro polo fique carregado negativamente, quando essas moléculas começarem a migrar, aquelas que possuem uma carga elétrica negativa (ânion) são atraídas pelo polo positivo. Ao mesmo passo, as moléculas carregadas positivamente (cátion) são atraídas para o polo negativo. Esse polo positivo é denominado ânodo e o polo negativo é denominado cátodo. Moléculas com mesma carga: Nesse caso, uma amostra é composta por uma mistura de vários fragmentos de DNA de tamanhos diferentes. Se todos estão carregados positivamente, quando o campo elétrico começar a agir, essas moléculas tendem a migrar para a região do cátodo. No entanto, como o gel de eletroforese não permite uma migração livre, pois oferece uma resistência, quanto maior for o tamanho da molécula, menos ela conseguirá se mover nesse gel e mais próxima ela permanecerá do ponto inicial de aplicação. Dessa forma, é possível identificar as moléculas presentes na amostra. Gel de agarose/poliacrilamida: forma uma rede que prende as moléculas durante a migração. Agarose: separa moléculas maiores (DNA, RNA, hemoglobina e lipoproteínas). Poliacrilamida: separa moléculas menores (proteínas). Obs.: quanto maior a concentração do polímero, mais estreitas ficam as malhas. Tampão de eletroforese: solução ionizada para facilitar a transferência de corrente elétrica. Corante: Se ligam à molécula permitindo visualizar o resultado da corrida sob a luz ultravioleta. Exemplo: A detecção do produto de amplificação (amplicon) normalmente é feita em eletroforese em gel de agarose, corado com brometo de etídio, permitindo a visualização do DNA em transluminador de luz UV As amostras de DNA são depositadas nos poços em uma das extremidades do gel, e uma corrente elétrica é aplicada para fazê-las avançar. O objetivo dessa detecção pode ser totalmente qualitativo, ou seja, dizer se uma bactéria está presente ou ausente na amostra. No entanto, por meio da eletroforese é possível saber quais bactérias estão presentes no material que se está estudando. Os fragmentos DNA estão carregados negativamente, então movem-se na direção do ânodo. Mesma carga por massa, logo os fragmentos menores atravessam o gel mais rapidamente do que os maiores. Gel é pigmentado com corante que se liga ao DNA = fragmentos podem ser vistos como bandas, após revelação com brometo de etídio, cada uma representando um grupo de fragmentos de DNA de mesmo tamanho. O EtBr penetra (intercala ) entre as bases de DNA e fluoresce quando exposto à luz UV, produzindo bandas brilhantes no gel: Assim, é possível submeter uma amostra de material biológico ao método PCR, com um primer específico para uma determinada bactéria que se deseja pesquisar. Assim, se após a PCR e a eletroforese, se estiver presente o fragmento com tamanho compatível catalogado dessa bactéria, então o resultado da reação será positivo. Testes de amplificação deTestes de amplificação de ácidos nucléicosácidos nucléicos HIV: de 19-22 dias para 10 dias com o uso do NATT; HCV: de 60 dias para 11 dias com o uso do NATT. Teste de amplificação de ácidos nucleicos (do inglês Nucleic Acid Amplification Test – NAAT): amplificação do RNA ou DNA de vírus e bactérias por PCR, que a partir de pequena quantidade de cópias de ácido nucléico consegue detectar mais precocemente a presença do agente infeccioso. Uso mais comum: bolsas de sangue destinadas à transfusão. Objetivo: diminuir o período de janela imunológica (período compreendido entre o contato com o antígeno hemotransmissível e a produção de anticorpos em níveis detectáveis pelos testes sorológicos atuais). Exemplos: Em microbiologia: detecção de sequências específicas de DNA ou RNA de C. trachomatis e N. gonorrhoeae = métodos alternativos à cultura, mais sensíveis e promissores, na identificação destes microrganismos. Obtém-se uma imagem através de autoradiografia ou autofluorescência. Northern Blot Feito para detecção de uma sequência de RNA específica, demonstrando a expressão de um determinado gene de interesse. Corrida de RNA desnaturado (formaldeído) em gel de agarose O RNA é transferido do gel para uma membrana de nitrocelulose por blotting. Aplicação de sonda que se hibridiza com o RNA (fragmento de DNA com sequência complementar à sequência particular do RNA alvo, e que possui um marcador, radioativo ou fluorescente). Obtém-se uma imagem através de autoradiografia ou autofluorescência Obs.: em prova, uma maneira de lembrar a diferença entre Southern Blot e Northern Blot é utilizar o seguinte mnemônico: “Northern tem duas letras ‘r ’, logo, se refere a DNA, já Southern só tem uma letra ‘r ’, logo, se refere a DNA” Na língua inglesa, o termo blotting significa “mancha” ou “borrão”. As técnicas de blotting se dividem em três: Southern Blot: técnica de Biologia Molecular para detecção de uma sequência de DNA específica (gene de interesse) em uma amostra que contém uma mistura complexa (genoma inteiro de um organismo). Criada pelo biólogo britânico Edwin Southern. Verifica apenas a presença do gene. Northern Blot: técnica de Biologia Molecular que visa estudar a expressão gênica, ou seja, verificar se um determinado gene de um genoma é ou não transcrito em RNA e quantificar esta transcrição. Nome da técnica deriva da similaridade metodológica em relação ao Southern Blot com a diferença chave de que, em vez de DNA, a substância analisada por eletroforese com uma sonda hibridizadora é o RNA. Western Blot: técnica de Biologia Molecular e bioquímica para detectar proteínas em um material biológico. A técnica utiliza a eletroforese em gel para separar as proteínas desnaturadas. Southern Blot: Detecção de uma sequência deDNA específica; Corrida de DNA fragmentado em gel de agarose. O processo funciona como se fosse um carimbo. Ou seja, o DNA é transferido do gel para uma membrana de nitrocelulose por blotting. Aplicação de sonda que se hibridiza com o DNA (fragmento de DNA com sequência complementar à sequência particular do DNA alvo, e que possui um marcador, radioativo ou fluorescente). Técnicas de blottingTécnicas de blotting Imagem ilustrativa que mostra a comparação entre os processos:
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