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Anamnese Pediátrica e Exame físico Pediátrico

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Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
Anamnese Pediátrica 
1. Antes da consulta 
• A anamnese inicia-se com o estabelecimento de uma relação de respeito e 
confiança com o paciente e sua família. 
• Deve ser realizada, idealmente, em ambiente adequado e sem pressa. 
o Principalmente por envolver o atendimento de crianças, o ambiente 
deve ser lúdico, tranquilo e que transmita segurança. 
• Em uma primeira consulta deve ser obtida a história completa do paciente e 
essas informações devem ser atualizadas a cada retorno. 
• Chamar o paciente pelo nome (nome da criança) e o (a) acompanhante pelo 
seu nome. 
• Convidar para entrar no consultório com simpatia e cordialidade, fazer as 
devidas apresentações e deixar paciente e acompanhante à vontade. 
 
2. Identificação 
• Nome completo, data do nascimento, idade atual, sexo, origem étnica, 
naturalidade, procedência, nome do informante, relação de parentesco com a 
criança, fidedignidade presumida do informante, data da entrevista. 
• Ocupação dos pais 
• Doenças que se relacionam ao sexo da criança: Estenose Hipertrófica do Piloro 
(mais comum no sexo masculino) e Doença de Hirschprung (acomete quatro 
vezes mais os meninos que as meninas); Hemofilia A e B (mais comum no sexo 
masculino); Tireoidite de Hashimoto (5-8X mais prevalente em mulheres) 
• Idade: acompanhamento do desenvolvimento e achados comuns em cada faixa 
etária → enurese noturna (comum até os 5 anos). 
• Etnia: doenças mais prevalentes de acordo com raça/etnia → anemia 
falciforme (mais prevalente em negros); Doença de Tay-Sachs (Doença 
hereditária rara que destrói as células nervosas do cérebro e da medula 
espinhal; costuma ser encontrada em judeus da Europa Oriental). 
• Local de residência: Malária; Filariose; Doença de Chagas; 
• Procedência: Surtos de doenças específicas 
 
3. Queixa principal 
• É o motivo pelo qual a família levou a criança ao médico. 
• Deve ser escrito com as próprias palavras do informante. 
 
4. História da doença atual 
• Essa é parte central da anamnese e deve conter as informações sobre a doença 
atual do paciente desde o seu início até o momento presente. 
• Caracterizar cronologicamente e objetivamente cada queixa, observando a 
numeração usada anteriormente, com ênfase nos seguintes aspectos: 
o Certificar-se de que os sinais e sintomas descritos pelo paciente ou 
responsável correspondem àqueles utilizados na terminologia médica 
(por exemplo: não registrar como "dor de cabeça" e sim cefaleia). 
o Registrar a data de início dos sintomas sempre vinculada ao momento 
da consulta (p.ex.: registrar “teve uma crise convulsiva há seis dias” em 
vez de “teve uma crise convulsiva na quarta-feira passada”). 
o Registrar todas as características relevantes dos sintomas, tais como: 
duração (em cada episódio), intensidade, frequência (periodicidade), 
fatores de intensificação e alívio (medicação, alimentos, posição, relação 
com a respiração, esforço, eliminações). 
o Registrar consultas médicas anteriores, diagnóstico(s) dado(s), exames 
realizados e medicação usada. 
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
5. Revisão de Sistemas 
• GERAIS: Astenia, fraqueza, tonturas; alteração no humor, peso, temperatura, 
sono. 
• PELE: Alterações nos fâneros, ardência, cianose, coloração anormal, 
equimoses, lesões, palidez, petéquias, prurido, secura. 
• SUBCUTÂNEO: Edema, nódulos. 
• MÚSCULO-ESQUELÉTICO: Dor, calor, rubor em articulações ou músculos, 
parestesias ou paralisias de grupos musculares especiais. 
• CABEÇA: Cefaleia, alteração da acuidade visual, dor nos olhos, lacrimejamento, 
uso de lente corretiva, vermelhidão nos olhos, visão dupla, audição, otalgia, 
otorreia, zumbidos, condições dos dentes e gengivas. 
• RESPIRATÓRIO: Dor torácica ventilatório-dependente, dispnéia, epistaxe, 
espirros, hemoptise, obstrução nasal, prurido nasal, rinorreia, rouquidão, 
sibilância, tosse. 
• CARDIOVASCULAR: Alteração do ritmo cardíaco, cianose, dispnéia, palpitações, 
sopros. 
• DIGESTIVO: Vômitos, regurgitação, disfagia, halitose, pirose, dor abdominal, 
constipação, diarreia, eliminação de vermes, encoprese, sangramento 
digestivo, tenesmo. 
• GENITOURINÁRIO: Alteração da cor da urina, alteração do jato urinário, 
alterações menstruais, corrimento vaginal ou uretral, dor ou massas 
testiculares, disúria, enurese, incontinência, polaciúria, hematúria, hérnias, 
nictúria, poliúria. 
• NEUROLÓGICO: Alteração da marcha ou do equilíbrio, cefaleia, convulsões, 
desmaios, dislalias, paralisias, paresias, parestesias, perda de memória, 
vertigens. 
• ENDÓCRINO: Bócio, fome ou sede excessivas, instabilidade ao calor ou frio, 
sudorese excessiva. 
• PSIQUIÁTRICO: Agitação, alteração do humor, ansiedade, depressão, 
nervosismo, tensão. 
• PERSONALIDADE: Desobediência, hiperatividade, irritabilidade, medo, 
preguiça, temperamento difícil ou destrutivo, timidez, tristeza. 
• COMPORTAMENTO: Chupar dedo, dificuldade de relacionamento, enurese, 
encoprese, fobia escolar, gagueira, masturbação, perversão do apetite, 
problemas de sono, problemas sexuais, roubo, uso de drogas (álcool, tabaco, 
outras drogas). 
 
6. Supervisão da saúde 
• Recebe acompanhamento médico regular? Se afirmativo, registrar o local e a 
data da última consulta. 
• Testes de triagem: visão, audição, pressão arterial. 
• Exames laboratoriais realizados: Parasitológico de fezes, hemograma, 
urocultura, teste tuberculínico, colesterol. 
• Prática de exercício físico; frequência; tipo de exercício. 
• Relato da dieta do dia anterior (ou último dia em que estava com saúde) com 
descrição detalhada do que ingeriu em cada refeição. 
• Hábitos de segurança: assento/cinto de segurança no automóvel, grades em 
piscinas/janelas, uso de bóia/colete salva-vidas, aptidão em natação, armas de 
fogo em casa, conhecimento de normas de conduta do pedestre no trânsito, 
possibilidade de contato com medicamentos, plantas tóxicas e produtos 
químicos, xarope de ipeca em casa, esportes perigosos. 
• Se adolescente, sai sozinho à rua, anda de carro com motoristas adolescentes? 
Cuidados dentários (visitas ao dentista, aplicação tópica de flúor, escovação, 
fio dental). 
• Se adolescente: recebeu orientação sobre prevenção de doenças sexualmente 
transmissíveis, contracepção, drogadição? Está seguindo as orientações? Faz 
uso de contraceptivo? 
• Imunizações: registrar datas de aplicação de BCG, DPT, antipólio, anti-hepatite 
B, anti-Haemophilus, anti-sarampo, MMR, anti-varicela, anti-hepatite A, outras 
(meningococo, influenza, pneumococo). 
 
7. Antecedentes perinatais 
• GESTAÇÃO: Planejamento e aceitação da gravidez, duração, pré-natal (quantas 
consultas), intercorrências (sangramento, infecção urinária, hipertensão, 
diabete, convulsões, obesidade, cirurgia, rubéola, outras doenças, radiografia 
nos primeiros 3 meses), ferro, vitaminas, medicamentos, drogas ilícitas, fumo, 
álcool, quantas semanas. 
• PARTO: Tipo (se cesariana, motivo), local, sofrimento fetal, condições de 
nascimento, Apgar (primeiro e quinto minutos), manobras de reanimação. 
Verificar o grupo sanguíneo do recém-nascido e sua compatibilidade com o 
grupo sanguíneo materno. 
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
• DADOS ANTROPOMÉTRICOS AO NASCER: AIG (peso Adequado para a Idade 
Gestacional), PIG (peso Pequeno para a Idade Gestacional), ou GIG (peso 
Grande para a Idade Gestacional). Avaliar a estatura, PC (perímetro cefálico) e 
PT (perímetro torácico) de nascimento. 
• PERÍODO NEONATAL IMEDIATO: Problemas respiratórios, cianose, icterícia, 
problemas alimentares, infecção, convulsão, necessidade de tratamento 
especial (incubadora, oxigênio, medicação, fototerapia, cateterismo de vasos 
umbilicais, ventilação mecânica), tempo de hospitalização, condições de alta, 
peso na alta. 
 
8. Crescimento 
• Uso de curvas padronizadas para monitorização do crescimento. 
• Velocidade do crescimento: muito rápida ou muito lenta? 
• Tendência à obesidadeou emagrecimento. 
• Desenvolvimento de caracteres sexuais secundários. 
 
 
 
9. Desenvolvimento 
• Idade de aquisição dos seguintes marcos: firmar a cabeça, sorriso espontâneo, 
segurar objetos, sentar sem apoio, engatinhar, andar sem apoio, controlar 
esfíncteres, primeiras frases, correr sem dificuldade, subir escadas, linguagem 
de adulto, beber em copo, usar colher, vestir-se. 
• Rendimento escolar. 
 
10. Antecedentes mórbidos 
• Doenças relevantes, hospitalizações, cirurgias. 
• Patologias crônicas e uso de medicamentos por longo prazo. 
• Uso de hemoderivados. 
• Reação a hemoderivados. 
• Alergias a alimentos, medicamentos, picada de insetos. 
 
11. Antecedentes alimentares 
• Tempo de aleitamento materno; causa do desmame. 
• Suplementação de ferro e vitaminas. 
• Alimentação atual. 
• Início da introdução de alimentos sólidos. 
• Uso de chás, fitoterápicos. 
 
12. Antecedentes familiares 
• Desenhar heredograma (o mais completo possível). 
• Registrar idade e estado de saúde de pais e irmãos. 
• Doenças familiares: alergia, asma, diabete, cardiopatia, convulsões com ou 
sem febre, hemofilia, hipertensão arterial, pneumopatia crônica, retardo de 
desenvolvimento, tuberculose, outras. 
• História de abortamentos ou mortes prematuras na família. 
• Graus de parentesco essenciais: pais e irmãos. 
 
13. Condições socioeconômicas e socioambientais 
• Tipo e condições da habitação: condições de saneamento (destino dos dejetos, 
água tratada, conservação dos alimentos), instalação de água, luz, esgoto, 
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
localização da residência (cidade, campo), número de cômodos, 
eletrodomésticos (geladeira, televisor), número de pessoas no domicílio, 
estado de saúde dos ocupantes, local onde dorme o paciente, condições de 
segurança da habitação. 
• Quem toma conta da criança e onde? 
• Pais e irmãos (grau de instrução, tipo de emprego, rendimento familiar médio, 
uso de drogas). 
• Adoção na família. 
• Situação conjugal dos pais (estado civil, separação, relacionamento). 
• Tipo de relacionamento com os pais, irmãos, empregados. 
• Uso de automóvel, bicicleta ou outros meios de transporte. 
• Escola (pública ou privada, tamanho, distância, transporte). 
• Tipo de relacionamento com os colegas e professores. 
• Atividades para-escolares (esporte, música, artes). 
• Quantas horas diárias assiste TV? 
• Acesso a praças e piscina. 
• Contato com animais, dentro e fora da habitação. 
• Contato com substâncias tóxicas. 
• Contato com delinquentes. 
• Atividade sexual. 
Exame físico Pediátrico 
• Antes de iniciar o exame físico e após a sua realização, deve-se lavar as mãos 
de maneira adequada, de preferência na presença dos pais ou responsáveis. 
Além de prevenir a transmissão de agentes infecciosos, também demonstra 
cuidado e reforça a relação de confiança por parte dos cuidadores. 
1. Antes de iniciar 
• O exame físico é feito na presença dos pais, de preferência, envolvendo-os 
nessa abordagem. 
• Geralmente, inicia-se o exame físico pela ectoscopia (observação). 
• Os instrumentos (estetoscópio, termômetro, otoscópio...) serão introduzidos 
gradualmente na medida em que forem sendo necessários. 
• A definição da sequência do exame será mais ou menos determinada pela 
criança e não pelo médico. 
• O exame será realizado com o paciente na posição mais confortável possível. 
• Uma criança maior é examinada em uma mesa de exame ou maca 
suficientemente espaçosa, mantendo-se uma comunicação amigável durante 
o exame. 
• A mãe deve ser estimulada a ficar junto à mesa de exames, próximo à criança. 
• Se for um lactente, o exame pode começar no colo da mãe ou do pai. 
• Se a criança se atraca à mãe, as costas e as extremidades serão examinadas 
primeiramente e o restante em seguida. 
• Eventualmente, um paciente mais agitado e resistente pode rejeitar todas as 
posições e deverá então ser totalmente examinado nos braços da mãe. 
• Ocasionalmente será necessário conter a criança para o exame dos ouvidos, 
nariz e garganta. Por isso, em geral, estes são deixados para o final. 
• O paciente deve ser sempre informado sobre o que irá ocorrer antes de cada 
etapa do exame físico e em caso de procedimentos desagradáveis ou 
dolorosos, ele deverá informado e esclarecido. Estes deverão ser deixados para 
o final. 
• Qualquer desconforto causado ao paciente deverá sê-lo pelo tempo mais curto 
possível. 
• A criança deverá ser completamente despida para se fazer um exame físico 
completo. 
• Se a sala é fria ou o paciente acanhado ou irritado, retira-se primeiro um grupo 
de roupas, examinando-se e tornando-se a vesti-las; em seguida, um segundo 
grupo, etc. 
• O grau de pudor varia muito entre crianças. As crianças maiores, 
principalmente as meninas tendem a ter um grau maior, o que deve ser 
respeitado, naturalmente sem comprometer a avaliação médica. 
 
2. Conquista do paciente pediátrico 
• A conquista do paciente pediátrico dependerá da afetividade, atenção, 
simpatia, respeito e principalmente da paciência do pediatra. 
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
• O recém-nascido e o lactente durante o primeiro semestre de vida, quando não 
estão em situação de desconforto, costumam reagir positivamente ao contato 
com estranhos. 
• A reação de estranhamento normalmente surge a partir do segundo semestre 
de vida da criança. 
• A prática diária e a vivência cotidiana ajudam o profissional a adquirir 
habilidades que facilitam a abordagem do paciente pediátrico durante o seu 
exame físico. 
• Com crianças maiores, que cooperam mais, consegue-se conversar sobre 
assuntos do seu cotidiano, como escola, animais, histórias infantis, suas 
roupas, calçados, etc.; essa conversa deve ser ao nível da criança, com 
linguagem simples sobre assuntos de seu interesse. 
• Eventualmente o examinador pode deixar a criança brincar com os 
instrumentos médicos usados. 
• Algumas vezes, consegue-se cooperação da criança mostrando-lhes 
brinquedos ou outras coisas atraentes para que se distraiam durante a 
consulta. 
 
3. Iniciando o exame físico 
• Na maioria das vezes, após uma anamnese bem feita, o médico já poderá ter 
uma ideia do que encontrará no exame físico da criança. 
• Na verdade, o exame físico inicia-se desde o momento da entrada da criança 
no consultório, pela observação de sua marcha, postura, atitude, coloração da 
pele e mucosas, fácies, padrão respiratório... (ectoscopia). 
• Outros aspectos podem também ser observados nesse momento, tais como: a 
postura de quem traz a criança, de que maneira a conduz, como se relaciona 
com ela. 
 
4. Ectoscopia 
• Estado Geral (bom, regular, comprometido ou ruim, saudável ou enfermo), 
• Fácies (atípica, cushingoide, macroglossia, adenoide) 
• Presença de malformações congênitas 
• Biotipo/conformação corpórea (Avaliar o ângulo xifoide → longilíneo [menor 
que 90º], brevelíneo [maior que 90º] e normolíneo [90°]). 
• Atitude (ativo, hipoativo, atitude passiva, posições características, movimentos 
significativos, posições antálgicas). 
• Estado psíquico (irritado, prostrado, obnubilado, sonolento, comatoso), 
• Reação da criança aos pais, acompanhantes e médico, 
• Completar a ectoscopia com uma inspeção geral da pele, anexos e subcutâneo 
o Cor: (pigmentação, cianose, palidez, icterícia) 
o Vasos sanguíneos: Pulsos, alterações vasculares (telangiectasias, 
hemangiomas, circulação colateral, púrpura - petéquias e equimoses), 
o Pele: erupções, dermografismo, xantomas, nódulos subcutâneos, 
turgor e elasticidade, escamação, estrias, cicatrizes, 
o Estado de hidratação (umidade das mucosas, turgor e elasticidade, 
fontanelas, enoftalmia) → hidratação em 1-4 cruzes. 
o Edema, enfisema. 
o Unhas: cianose, palidez, pulsação capilar, coloração, estrias, infecção 
(paroníquia). 
o Cabelos: distribuição, coloração, textura. 
5. Sinais vitais 
• Temperatura,freqüência cardíaca, freqüência respiratória, pulso, pressão 
arterial. A FR e a FC variam de acordo com a faixa etária. 
• A pressão arterial na infância varia de acordo com o gênero, idade e altura da 
criança. 
• Incluir também a avaliação da perfusão periférica (deverá ser menor ou igual a 
dois segundos) e a oximetria de pulso (em atendimentos de 
urgência/emergência). 
 
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
 
 
 
6. Exame físico segmentar 
→ Cabeça e pescoço 
• Iniciar com a palpação das cadeias de Linfonodos: Presença de 
linfadenomegalias, localização, tamanho, consistência, mobilidade, 
sensibilidade, calor. 
• Crânio: posição, couro cabeludo, suturas, fontanelas, conformação anatômica 
do crânio, craniotabes. 
• Face: conformação, paralisias (facial, trigêmeo), glândulas salivares (parótida, 
submaxilar, sublingual). 
• Olhos: esclera, conjuntiva e córnea, exoftalmia, enoftalmia, tensão do globo 
ocular, estrabismo, movimentos oculares, nistagmo, pálpebras (ptose, 
infecções), pupilas (fotoreatividade, anisocoria). 
• Orelhas: anomalias, posição, secreção, sensibilidade, otoscopia (conduto 
auditivo, membrana auditiva – triângulo luminoso, hiperemia, retração, 
abaulamento), mastoide, audição (função vestibular). 
• Nariz: forma, batimento de asas do nariz, aspectos da mucosa, secreções, 
epistaxe, septo nasal, pólipos, tumores, seios paranasais. 
• Boca e Garganta: Palidez perioral. 
o Lábios: (paralisias, fissuras, vesículas e pústulas, cor, edema). 
o Boca: (odor, trismo, salivação). 
o Dentes: (número, conservação, escovação, etc). 
o Gengiva: (infecção, coloração, sangramento, cisto, hipertrofia). 
o Mucosa oral: aspecto, coloração, monilíase, enantema, petéquias, 
ulcerações. 
o Língua: papilas, cor, aspecto (geográfica, escrotal, framboesa), 
tamanho (macroglossia), cicatrizes, “língua presa”, cisto, paralisia. 
o Palato e Faringe: cor, sangramento, fenda, perfuração, palato 
ogival, úvula, faringe posterior, amígdalas (tamanho, coloração 
exsudato), epiglote. 
o Laringe: voz, rouquidão, estridor. (Na semiologia pediátrica é 
fundamental que se deixe para o final do exame os procedimentos 
mais desagradáveis como visualização da orofaringe e otoscopia. 
o Na otoscopia visualiza-se o conduto auditivo externo e tímpano, 
observando-se sua integridade e normalidade. 
o No exame da orofaringe, usando-se preferencialmente uma 
lanterna, observa-se os lábios, e posteriormente com um 
abaixador de língua, inspeciona-se a mucosa, gengiva, frênulos 
labiais, língua, dentes, palato e, finalmente, as amígdalas e região 
posterior da orofaringe). 
• Pescoço: tamanho, anomalias, esternocleidomastóideo, tireoide, traqueia, 
vasos, mobilidade e movimentos característicos. 
→ Tórax 
• Forma, simetria, tipos de respiração (abdominal, torácica. Exame das mamas: 
desenvolvimento, simetria, ginecomastia. 
• Sistema respiratório: 
o Frequência respiratória, (taquipneia, eupneia, bradipneia), 
o Amplitude (hiperpneia), 
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
o Dispnéia (esforço respiratório com utilização de musculatura 
acessória), 
o Tiragem intercostal, subcostal, retração esternal ou de fúrcula; 
o Percussão (macicês, hipersonoridade), 
o Verificar a expansibilidade torácica; 
o Ausculta: verificar a intensidade e distribuição do murmúrio 
vesicular, ruídos adventícios (estertores, roncos, crepitações, 
sibilos...). 
• Sistema cardiovascular: 
o Ictus: localização, extensão, tipo, frêmito. 
o Ausculta: Ritmo, FC,bulhas cardíacas, arritmias, sopros. 
→ Abdome 
• Inspeção: forma, distensão, movimentos respiratórios, cicatriz umbilical, 
diastase de retos abdominais, veias e circulação colateral, peristalse. 
• Ausculta: peristaltismo, borborigmo, meteorismo, sopros. 
• Percussão e Palpação: parede abdominal (avaliar presença de hérnias), 
presença de massas palpáveis, ascite, visceromegalias. 
 
→ Aparelho genito-urinário e região perineal 
• Lojas renais, palpação renal, punho percussão lombar. 
• Meninos: 
o Forma do pênis, 
o Exposição da glande 
o Localização da uretra, 
o Forma da bolsa escrotal 
o Testículos (tamanho, consistência, localização) 
o Hipospádia (abertura da uretra na parte inferior do pênis) e 
epispádia (abertura da uretra na parte superior do pênis) 
o Fimose (balanopostite) 
o Hidrocele 
o Hérnia 
• Meninas: 
o Tamanho do clitóris 
o Lábios maiores e menores 
o Orifício uretral 
o Hímen 
o Conformação 
o Corrimento (uretral, vaginal), 
o Corpos estranhos, 
o Sinéquia de pequenos lábios (adrência) 
 
• Genitália, região perineal e ânus podem ser examinados no início do exame 
físico em lactentes, mas serão examinados por último nas crianças maiores. 
• Na menina, a vulva e o introito vaginal deverão ser examinados enquanto nos 
meninos é necessário verificar a presença de fimose e efetuar a palpação dos 
testículos na bolsa escrotal. 
• Examinar também região glútea, ânus (fístulas, fissuras), prolapso retal, outras 
protrusões, (pólipos, etc). 
• Dermatite perianal. 
• Anomalias congênitas anorretais. 
 
→ Aparelho locomotor 
• Extremidades: 
o Anomalias 
o Tamanho dos membros 
o Conformação 
o Sensibilidade 
o Temperatura 
o Edema 
o Deformidade 
o Marcha 
o Claudicação. 
• Coluna vertebral: 
o Cistos dermoides 
o Fístulas 
o Espinha bífida 
o Tufos capilares 
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
o Mobilidade 
o Opistótono 
o Postura 
o Lordose 
o Cifose 
o Escoliose. 
• Articulações: 
o Temperatura 
o Sensibilidade 
o Edema 
o Hiperemia 
o Mobilidade 
o Sinal de Ortolani - (displasia coxofemoral) 
o Geno-valgo e geno-varo. 
• Músculos: 
o Trofia e tônus 
o Sensibilidade 
o Espasmo 
o Paralisias e paresias. 
 
7. Exame físico Neurológico 
• Avaliação de nível de consciência, postura e atitude (já se observa enquanto 
conversa com a(o) acompanhante). 
• Avaliar marcha, equilíbrio, coordenação motora, tônus, força muscular e 
integridade dos pares cranianos, reflexos tendinosos. 
• Nos recém-nascidos e lactentes jovens, é importante a avaliação dos reflexos 
transitórios como parte do exame neurológico, observando-se sua presença, 
intensidade e simetria. 
• Em crianças maiores os reflexos profundos serão obtidos com maior facilidade. 
• Avaliar pupilas (isocoria e fotossensibilidade). 
 
8. Antropometria 
• São obtidas medidas de peso, altura ou estatura, perímetro cefálico, perímetro 
torácico e Índice de Massa Corporal. 
• Anotar os respectivos escores Z, consultando os gráficos de acordo com a faixa 
etária. 
• A partir desses dados e utilizando os gráficos específicos, podemos avaliar o 
estado nutricional da criança. 
• Peso: 
o Utilizar balanças pediátricas (tipo “pesa bebê”) até 2 anos de idade 
(capacidade máxima de 16 Kg). 
o Pesar o bebê sem roupa, sem fralda. 
o Após esse limite utilizar a balança “tipo adulto” Pesar a criança maior 
com o mínimo de roupa possível e descalça. 
• Comprimento/Altura: 
o Para crianças até 1 metro utilizar régua antropométrica graduada com 
uma extremidade fixa e uma móvel. 
o A cabeça da criança deverá ser mantida pela mãe na extremidade fixa. 
o O médico deverá então estender as pernas com uma das mãos sobre 
os joelhos da criança e com a outra mão, guiar a extremidade móvel 
da régua até a planta dos pés em ângulo reto. 
o As crianças maiores de um metro deverão ser medidas em balança 
antropométrica ou régua vertical, na posição ereta, com os 
calcanhares próximos e a postura vertical alinhada. 
• Perímetro Cefálico: 
o A fita deverá passar pelas partes mais salientes do frontal e do 
occipital. 
o Essa medida deverá ser aferida até dois anos de idade. 
• Perímetro Torácico: 
o Na altura dos mamilos. 
o Deve ser aferido principalmente no primeiro trimestre de vida ou 
em caso de suspeita de alteração torácica. 
• Perímetro Abdominal: 
o Na altura da cicatriz umbilical. 
o Tem importância em caso de sobrepeso ou obesidade ou patologia que 
cursam com aumento de volumeabdominal. 
 
→ Tabelas de medidas: Interpretação das Curvas de Crescimento 
 
• Abaixo de 5 anos 
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Acima de 5 anos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bárbara Bernardes Magalhães – MED XV 
 
9. Finalizando a consulta 
• Após a Anamnese e o Exame Físico, se estabelecem as hipóteses diagnósticas: 
o Diagnóstico (s) Clínico(s) - Hipótese(s) principal (ais) e diagnósticos 
diferenciais 
o Diagnóstico Nutricional 
o Diagnóstico Neuropsicomotor 
o Diagnóstico Vacinal 
 
• A partir das hipóteses diagnósticas, se propõe a conduta: 
o Solicitação de exames complementares e pareceres se for o caso; 
o Prescrição (Tratamento farmacológico, tratamento não farmacológico, 
orientações). 
 
→ Diagnóstico de risco 
• Por suas próprias características de 
vulnerabilidade e por sua dependência de 
cuidados por parte dos adultos, a criança 
é frequentemente vítima, às vezes antes 
mesmo de nascer devido a aspectos 
epidemiológicos desfavoráveis durante o 
período gestacional ou quando inserida 
em ambiente de risco.

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