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1 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL MORFOLOGIA DA PRÓSTATA NORMAL São quatro zonas: ESTROMA FIBROMUSCULAR ZONA DE TRANSIÇÃO ZONA CENTRAL ZONA PERIFÉRICA Não contém tecido glandular Envolve a uretra e tem 5% de tecido granular Contém cerca de 20% de tecido granular. Está atrás da zona de transição, na base da próstata e envolve o ducto ejaculatório esquerdo e direito. Contém cerca de 70-80% de tecido granular. Circunda a zona de transição. • Glândula central: conjunto das zonas de transição, central e periuretral, dificilmente diferenciadas por métodos de imagem. • Cápsula cirúrgica: limite entre a ZP e a glândula central. • Cápsula prostática: camada fibromuscular descontínua que recobre a glândula. IMPORTÂNCIA CLÍNICA • Mais de 70% dos tumores de próstata se originam da zona periférica. • A zona de transição é a mais afetada pela hiperplasia prostática benigna. • Glândula central ou interna é a junção da ZC e ZT e é utilizado o termo em homens mais velhos cujo aumento de ZT devido a HBP, a ZC fica comprimida e indefinida e por agrupar as duas. ULTRASSONOGRAFIA TRANSRETAL E TRANSABDOMINAL Rastreamento de Câncer de Próstata 2 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL • O diagnóstico de câncer de próstata se baseia no toque retal, nos níveis sanguíneos do antígeno prostático específico (PSA) e na USG transretal. A USG transretal não é específica e sensível sozinha para rastreamento de neoplasia, pois possui baixa acurácia, é utilizado apenas para guiar e orientar a colheita de material por meio da biópsia. A bexiga precisa ser esvaziada pra realizá-lo. Apesar disso, consegue detectar maior quantidade de tumores e em estágio mais precoce do que outros métodos. A USG é rápida, prática, segura e relativamente indolor. O Doppler colorido é um fator que pode ajudar na procura do câncer prostático, pois aumenta o valor preditivo positivo e a sensibilidade. • 60-70% dos tumores são hipoecogênicos ao parênquima sobrejacente e 40% são isoecogênicos ao parênquima (indistinguíveis). CÁLCULOS DE SENSIBILIDADE Verdadeiro-positivos Verdadeiro-negativos Falso-positivos Falso-negativos Achado suspeito à ultrassonografia e histopatologia positiva para câncer Ausência de achados suspeitos à ultrassonografia e com achado benigno à patologia Achados suspeitos à ultrassonografia e achados benignos no estudo patológico Sem achados suspeitos ao exame ultrassonográfico, mas com diagnóstico de câncer à histopatologia USG via abdominal. Medindo o tamanho da próstata, porém esse exame pode perder pequenas lesões neoplásicas. USG transretal. Hiperplasia prostática benigna. A próstata empurra o assoalho da bexiga para cima, o paciente pode ter dificuldade para esvaziar a bexiga por isso → resíduo pós miccional. 3 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL • A USG TRANSABDOMINAL: feita com bexiga cheia. É a via para avaliar a medida prostática. Não consegue definir bem pequenas lesões nodulares, então neoplasias podem não ser visualizada → baixa sensibilidade para câncer. Resíduo pós-miccional: vê quanto de urina ficou dentro da bexiga depois do esvaziamento. Se tiver obstrução uretral, o resíduo fica grande, então não esvazia por completo a bexiga. • A USG TRANSRETAL consegue distinguir as zonas de transição e periférica. O problema é que pode dar falso-positivo. Usado mais para guiar procedimento. Também não é sensível para câncer. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (TC) • A TC não dá para avaliar nódulos (a próstata tem mesma densidade dos músculos → pequenos nódulos são despercebidos). • Em casos de carcinoma prostático conhecido, é útil para: Disseminação da extensão da disseminação local, assim como de metástase em linfonodos. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA (RM) • Melhor método para localização e estadiamento de câncer de próstata. T1 T2 • Não identifica adequadamente os tumores prostáticos. • Pode identificar sangramento pós biópsia (hipersinal). • Zona Periférica: geralmente apresenta alto sinal em T2 devido maior componente glandular que Zona de Transição. • Zona Central e Zona de Transição geralmente apresentam baixo sinal. • O tumor de próstata apresenta-se geralmente como uma lesão hipointensa, de aspecto elíptico ou arredondado e contornos bem ou mal delimitados. • A RM com bobina endorretal apresenta acurácias de 85% para predição de extensão extracapsular e de até 97% para invasão de vesículas seminais. Alterações benignas também podem apresentar hipossinal em T2 (prostatites, HBP, alterações pós biópsia, atrofia etc. e mimetizar ou mascarar um tumor. Por isso, as sequencias funcionais (difusão e perfusão) aumentam a especificidade da avaliação da ZP. Lesões menos suspeitas em ZP possuem as seguintes características nas imagens T2 • bilateral • simétrico • mudanças de sinal difusamente distribuídas em forma de cunha • focos de hipointensidade nitidamente demarcados 4 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL DIFUSÃO • A ZP apresenta normalmente sinal elevado na difusão. Assim, usando o mapa ADC como referência, quanto mais baixo for o sinal, mais chance da lesão se tratar de tumor. Figura 1 - Tumor de ZT. Lesão com hipossinal em T2. Restrição acentuada no mapa ADC e realce precoce. PERFUSÃO (SEQUÊNCIA DINÂMICA PÓS-CONTRASTE) • Busca diferenciar padrões de realce em função das diferentes características vasculares dos tecidos, dando informações sobre a perfusão tumoral e prostática. • O tumor de próstata apresenta típico realce mais precoce e mais intenso. • Área anormal: realce assimétrico e precoce quando comparado a uma área não suspeita. • Lesões benignas: realce difuso, simétrico e homogêneo. RESSONÂNCIA MULTIPARAMÉTRICA NA DETECÇÃO E ESTADIAMENTO LOCAL • É a combinação das técnicas T2, difusão e perfusão, o que corrobora em uma sensibilidade diagnóstica de 80%. • É considerada o método de escolha para o estadiamento do câncer de próstata local. 5 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL RADIOGRAFIA CONTRASTADA – UROGRAFIA EXCRETORA E URETROCISTOGRAFIA RETRÓGRADA • A radiografia convencional não possui sensibilidade para nada na próstata, a não ser que tenha calcificações. • UROGRAFIA EXCRETORA: possui contraste iodado que é excretado pelo rim, portanto dá para ver pelve renal, ureteres e a bexiga. Não dá para ver muito bem a próstata, porém se tiver abaulamento na bexiga pode falar que há uma hiperplasia na próstata. Seria uma repercussão da próstata na bexiga, mas não a próstata em si → informações indiretas. • URETROCISTOGRAFIA RETRÓGRADA: o contraste é inserido na uretra pelo pênis, que entra na bexiga e depois o paciente faz a micção. Não dá para ver a próstata, mas dá para ver a uretra prostática. Caso tenha alguma alteração no tamanho da próstata, a uretra irá reduzir de calibre → informações indiretas. • Não avaliam neoplasia em si, apenas se a próstata está aumentada ou não → úteis para Hiperplasia Benigna Prostática. RASTREAMENTO DO CÂNCER DE PRÓSTATA – QUAL A CONDUTA? • Há benefícios e riscos relacionados ao rastreamento. • Cada homem deve discutir com seu médico e tomar sua própria decisão: se o rastreamento é a coisa certa para ele ou não. • É difícil fazer uma recomendação coletiva para todos os homens com mais de 50 anos porque cada homem tem suas próprias preferências e há homens em maior risco relacionado ao câncer de próstata do que outros. • Às vezes um homem recebe um diagnóstico que pode nem ser tão sério ou pode nem evoluir rapidamente mas quando ele opta por tratar, pode diminuir sua qualidade de vida por causa de radioterapia etc. • As vezes informações equivocadas: “previna-se”. UretrocistografiaRetrógrada. Urografia Excretora Estreitamento da uretra Abaulamento da bexiga 6 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL O exame não previne os cânceres, apenas dá diagnóstico precoce, com maior sucesso de cura. Mamografia serve como prevenção. Mas pra próstata não tem exame para rastreamento populacional, pois não tem como fazer RM de próstata em todos os pacientes, seria inviável para o sistema público. Há uma chance de detectar câncer insignificante, que é mais fácil paciente morrer de outra coisa (como tratamentos de câncer) do que do próprio câncer mesmo. Na próstata há vigilância ativa: câncer de próstata mas sem precisar tratar, apenas acompanhar a evolução do câncer, no caso de cânceres que não crescem muito ou que são “inofensivos”. OS EXAMES DE IMAGEM TÊM PAPEL NO RASTREAMENTO? • Não! Os exames de imagem não estão atrelados ao rastreamento. Este é realizado clinicamente: pelo toque retal e o PSA. • RM: é o exame padrão ouro para avaliar a próstata e sua divisão, entretanto é caro e não é viável para rastreio em massa. • USG: apenas guardam informações quanto ao tamanho da próstata, mas não dizem nada sobre neoplasias, não sendo sensíveis nem específicos, porém o exame de USG transretal pode guiar uma biópsia para colher material para avaliação histológica. Se a USG estiver tamanho normal e o PSA alterado, pode solicitar uma RM e uma biópsia porque é suspeita de neoplasia. Biópsia positiva: excelente valor, fecha diagnóstico. Biópsia negativa: não pode fechar diagnostico, pois o câncer pode não ter feito parte das regiões colhidas para biópsia, Já que esta é feita por sextantes: Pode solicitar uma rebiópsia e a RM pode ajudar a ver a próstata como um todo e ver se tem áreas com alterações para indicar qual o local mais provável de ter câncer. O RM acaba ficando restrito para o paciente clínico laboratorial com suspeita de neoplasia. • TC: não tem definição boa para avaliar a próstata, mas pode ser usado quando o paciente já tem o diagnóstico de neoplasia, para fazer estadiamento e ver se há metástase. QUANDO SE DEVE REALIZAR A BIÓPSIA POR AGULHA GROSSA GUIADA PELA USG? • Quando tem suspeita clínica de neoplasia, baseada em dados do PSA. PSA alterado e não justificado por HPB. DIFERENÇA ENTRE PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA – PAAF E BIÓPSIA POR AGULHA GROSSA – CORE BIOPSY. PAAF CORE BIOPSY • Punção aspirativa por agulha fina. • Utiliza uma agulha muito fina e uma seringa para retirar uma pequena quantidade do material do tumor. • Caso o tumor esteja muito profundo, a agulha pode ser guiada por exames de imagem, como USG ou TC. • Principais vantagens: não requer incisão, e em alguns casos, o diagnóstico é feito no mesmo dia. • Principal desvantagem: a agulha não pode remover a suficiente quantidade de tecido para um diagnóstico definitivo. • Embora seja um tipo de biópsia, também é considerada um exame citológico. • Não é feito na próstata!!! • Biópsia por agulha grossa. • Utiliza agulha que são de tamanho e calibre maiores que as da PAAF. • Feita de forma ambulatorial com anestesia local. • Pode tirar amostras de nódulos que foram diagnosticados no exame clínico ou em exames de imagem. • Principal vantagem: podem ser retiradas amostras cilíndricas de tecido de 0,6cm de diâmetro por 1,2cm de comprimento. • Principal desvantagem: o processamento das amostras demoram mais do que o da PAAF. CLASSIFICAÇÃO DA PRÓSTATA POR RM • Foi criado o PI-RADS para avaliar se as lesões neoplásicas têm potencial maligno em RM. 7 Mayra Alencar @maydicina | IMAGEM | P4 – UC10 | MEDICINA UNIT AL IMAGENS DE RM COM AVALIAÇÃO MULTIPARAMÉTRICA • A zona periférica tem alto sinal em relação a zona de transição, então na RM se tiver algum nódulo, dá para ver.
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