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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DIREITO EMPRESARIAL
Recuperação Judicial. Efeitos. Plano De Recuperação. Meios De Recuperação 
Órgãos Da Recuperação Judicial. Juiz. Ministério Público. Assembleia Geral. Comitê De Credores. Administrador Judicial. Recuperando. Gestor Judicial. 
Recuperação Judicial. Recuperação Extrajudicial.
3. Recuperação Judicial. Efeitos. Plano De Recuperação. Meios De Recuperação 
3.1. Recuperação Judicial: O empresário regular e com a contabilidade organizada (uniforme) terá direito a requerer o benefício se houver viabilidade econômica e contábil para recuperação de seu empreendimento (é mais avançada que a concordata, pois esta apenas contemplava os créditos quirografários, sem garantias, e concedia prazo de até 24 meses para pagamento).
3.2. Efeitos da Recuperação Judicial: O deferimento do pedido de recuperação produz o efeito de suspender todas as ações e/ou execuções contra o Recuperando, por 180 dias (Art. 7º, da Lei 11.105/2005).
O prazo considera a apresentação de plano de recuperação, sua impugnação, apreciação pela assembléia geral, bem como verificação dos créditos a serem recuperados. 
3.3. Estrutura/Etapas: A recuperação é processada em duas etapas: a) Deferimento do Pedido de Recuperação; ii) Deferimento do Plano de Recuperação. 
3.3.1. Pedido de Recuperação: Expor as razões e a sua situação patrimonial; juntar demonstrações contábeis (últimos 3 anos) e demonstração especial; relação completa de credores e dos empregados; certidão de registro na Junta Comercial, provando ter mais de 2 anos de regularidade profissional[footnoteRef:2] (Art. 48 LREF); extratos bancários; certidões de protestos; relação de ações e execuções judiciais. Também é preciso provar que: i) não é falido (ou teve suas obrigações extintas); ii) não obteve recuperação nos últimos 5 anos (judicial ou especial); ii) não ter sido condenado por crime falimentar. [2: 	 Leia-se: ao menos 2 anos de exercício regular da profissão (inscrição na Junta Comercial)] 
O pedido pode ser apresentado preventivamente ou dentro do prazo de defesa (10 dias), caso algum credor tenha requerido falência. 
3.4. Deferimento ou Indeferimento do Pedido de Recuperação Judicial (I Etapa): A rigor, a Lei 11.101/2005 não prevê expressamente recurso quando ao (in) deferimento do pedido de recuperação. Em se tratando de deferimento do pedido, a decisão tem natureza de decisão interlocutória uma vez que apenas admite o procedimento que, doravante, dará seguimento ao processo (recuperação judicial). 
Cabe, pois, agravo de instrumento (Art. 1015, CPC) pelo Ministério Público ou por qualquer credor.
Indeferido o pedido de recuperação, o processo é encerrado, podendo o devedor apresentar recurso da apelação (Art. 1.0099, CPC), embora a negativa não implicará per si em decretação da falência. É claro, que indeferido o pedido de recuperação o devedor estará vulnerável à decretação em ação que pode ser movida por qualquer credor.
 
3.5. Desistência da Recuperação: Deferida recuperação, o devedor somente poderá desistir mediante autorização da Assembleia de Credores (Art. 52, § 4º, LREF) parágrafo 4 º ).
3.6. Deferimento do Plano de Recuperação (II ETAPA): O Recuperando terá o prazo de 60 dias, a contar do deferimento da recuperação judicial, para apresentar o plano de recuperação (meios de recuperação, viabilidade econômica e avaliação patrimonial), sob pena de convolação em falência. O passivo trabalhista não pode ter prazo superior a 1 ano para quitação. O recuperando deve apresentar certidão negativa de tributos ou, pelo menos, certidão positiva com efeito negativo. 
São Meios de Recuperação: O Art. 50 da LRE apenas cita, dentre outros (exemplos), os seguintes: concessão de prazos especiais; cisão, fusão, incorporação, transformação; modificação de órgãos administrativos; concessão de direito de voto aos credores;administração compartilhada; aumento de capital social; redução salarial; constituição de sociedade de credores; venda parcial de bens. Pode haver outras formas, desde que não proibidas em lei. 
O Plano de Recuperação de O juiz abrirá prazo de 30 dias para qualquer credor manifestar sua objeção. 
Se não houver impugnação, o juiz defere o plano, que será executado. Se houver impugnação, o juiz deverá submeter à Assembléia-Geral de Credores, que pode aprovar, modificar, ou rejeitar o plano de recuperação. 
Se aprovar o juiz defere o plano. Se modificar, o juiz ouvirá o recuperando (se não acatar a modificação, o juiz decidirá qual o melhor plano de recuperação). 
Se a AGC rejeitar, o juiz decretará a falência. 
O juiz pode deferir o plano de recuperação quando houver aprovação em duas categorias de credores (são quatro as categorias: I) créditos trabalhistas/acidentários; II) créditos reais; III) demais créditos; IV) credores ME/EPP[footnoteRef:3], que represente mais de 50% dos créditos e, ainda, que tenha obtido mais de 1/3 na categoria que rejeitou o plano. [3: 	 A Lei Complementar 147/2014 incluiu a 4ª classe de credores, sem prejuízo da ME/EPP se enquadrar em outras categorias. Na verdade, isso não transforma a ME/EPP em credor com supremacia em relação aos demais, o que tem enfrentado várias críticas a tal inclusão.
] 
3.7. Convolação em Falência: O juiz poderá decretar a falência da empresa, ainda durante o processo de recuperação judicial, quando i) deliberação da assembléia geral de credores (rejeitar o plano de recuperação); ii) não apresentação do plano de recuperação dentro do prazo (60 dias); iii) descumprimento de qualquer obrigação assumida em relação ao plano, que se vencerem até 2 anos depois da concessão da recuperação judicial da empresa.
4. ÓRGÃOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL. JUIZ. MINISTÉRIO PÚBLICO. ASSEMBLEIA GERAL. COMITÊ DE CREDORES. ADMINISTRADOR JUDICIAL. RECUPERANDO. GESTOR JUDICIAL.
4.1. Órgãos da Recuperação: A Recuperação Judicial se diferencia da Concordata pelos meios materiais (plano de recuperação) e pela estrutura orgânica (órgãos). São órgãos da Recuperação Judicial: i) Juiz; ii) Ministério Público; iii) Administrador Judicial; iv) Comitê de Credores; v) Assembléia-Geral de Credores; vi) Recuperando; vii) Gestor Judicial.
 
· Juiz: Autoridade máxima, que julga todas as controvérsias.
· Ministério Público: Fiscaliza a legalidade, que defende o interesse público e social.
· Administrador Judicial: Fiscaliza o administrador da empresa em recuperação, elabora relatórios mensais, elabora a lista dos credores, examina os livros contábeis e documentos do recuperando; pode requerer falência em caso de descumprimento do plano de recuperação, ou constatar irregularidade na escrituração contábil da empresa; pode contratar peritos, advogados e avaliadores. A remuneração é fixada pelo juiz, até o limite de 5% dos créditos submetidos à recuperação.
· Comitê de Credores: Órgão facultativo, composto de 4 membros, eleitos pela Assembléia-Geral de Credores, sendo 1 representante dos trabalhadores, 1 dos credores reais e com privilégios especiais, 1 dos credores quirografários/sem garantias e com privilégios gerais; 1 representante credores ME/EPP. Deve fiscalizar as atividades do recuperando, fiscalizar a execução do plano de recuperação, apurar e emitir parecer sobre reclamações dos interessados.
· Assembléia-Geral de Credores: deliberar sobre o plano de recuperação, quando necessário, constituir o comitê de credores, além de matérias relevantes). Classes: i) Trabalhadores/Acidentários; ii) Reais; iii) Demais Credores (Privilégio Especial, Privilégio Geral e Quirografários); IV) Pequenos e Microempresários). 
· Recuperando: Continuará administrando o seu negócio, mas deve prestar os esclarecimentos necessários.
· Gestor Judicial: Em caso de afastamento do recuperando, a assembléia-geral de credores indicará o gestor judicial, por iniciativa do recuperando ou dos credores (conforme o plano de recuperação), ou, ainda na hipótese de incompatibilidade do administrador por atos criminosos, fraudulentos ou temerários (Art. 64, LREF).
5. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. RECUPERAÇÃOEXTRAJUDICIAL.
5.1. Recuperação Especial: As microempresas e empresas de pequeno porte podem OPTAR pela Recuperação Especial (Art. 70 LRE), que é um instituto similar à antiga concordata, mas pode contemplar créditos de toda a natureza, exceto tributários.
 
Podem parcelar suas dívidas em até 36 meses (a primeira parcela será paga em 180 dias). Não há impedimento de apresentar plano de recuperação.
 
Vale lembrar que a Constituição Federal deixou a cargo da legislação ordinária o conceito de microempresa (ME) e de empresa de pequeno porte (EPP).
Inicialmente, o conceito e os direitos e deveres das ME´s e das EPP´s foram delimitados pela Lei 7.256/1984, depois pela Lei 8.864/1994, posteriormente pela Lei 9.841/1999. 
Atualmente, temos a LC 123/2006 denominada de Estatuto Nacional das ME´s/EPP´s, que unificou tratamento jurídico em geral com o direito tributário (regido pela Lei 9.317/1996). 
A LC 123/2006 também concede benefícios às sociedades simples (que possuem natureza civil), mas não as submete ao direito falimentar.
 
5.2. Recuperação Extrajudicial: Consiste na elaboração de plano extrajudicial negociado diretamente com cada credor, produzindo efeitos tão somente em relação aos credores concedentes, homologado pelo juiz, mas não pode contemplar dívidas trabalhistas e acidentárias.

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