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1 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Introdução - são chamados de glicídios, açúcares ou hidratos de carbono; - moléculas orgânicas mais abundantes; - funções: • reserva energética; • composição dos ácidos nucleicos; • componentes estruturais; • proteção; • sinais de localização celular; • lubrificação de juntas esqueléticas; • adesão intracelular. - são poli-hidroxialdeídos (várias hidroxilas e uma carbonila aldeídica) ou poli- hidroxicetonas (várias hidroxilas e uma carbonila cetônica) ou substâncias que gerem esses compostos quando hidrolisadas; - a fórmula mais simples é (CH2O)n, sendo n>3 - podem ser classificados em: • monossacarídeos; • dissacarídeos; • oligossacarídeos; • polissacarídeos. Monossacarídeos - são os açúcares simples, chamados de aldoses ou cetoses, a depender do grupo funcional que apresentam; - são glicídios simples, não ramificados, não hidrolisáveis, hidrossolúveis e constituídos apenas por ligações simples entre os carbonos; - de acordo com seu número de átomos de C, podem ser: • trioses; • tetroses; • pentoses; • hexoses; • heptoses. - os monossacarídeos mais simples são as duas trioses: • gliceraldeído, uma aldotriose; • diidroxiacetona, uma cetotriose. - os monossacarídeos mais comuns na natureza são: • aldo-hexose D-glicose; • ceto-hexose D-frutose. ✓ ISOMERIA: - todos os monossacarídeos, exceto as cetotriose, possuem UM ou MAIS carbonos quirais ↓ ocorrem formas isoméricas opticamente ativas, os enantiômeros - uma molécula com n centros quirais pode ter 2n enantiômeros ↓ • hidroxila do carbono de referência à direita → isômero D • hidroxila do carbono de referência à esquerda → isômero L - quando um feixe de luz plano, polarizada, passa através de uma solução de um isômero ótico, pode sofrer um desvio ↓ • direita → molécula dextrogira (+) • esquerda → molécula levogira (-) ✓ CICLIZAÇÃO - em soluções aquosas, os monossacarídeos com mais de 4 átomos tendem a formar estruturas cíclicas ↓ anel formado pela reação do grupo carbonila com uma hidroxila 2 Leandra Bitencourt - TURMA XVI - a molécula dos monossacarídeos apresenta várias hidroxilas ↓ os dobramentos da cadeia linear fazem com que a REAÇÃO DE FORMAÇÃO DO ANEL ocorra a partir da hidroxila mais próxima espacialmente do grupo carbonila • a estrutura cíclica de uma aldose é hemiacetal → aldeído + hidroxila • a estrutura cíclica de uma cetose é hemicetal → cetona + hidroxila - quando a estrutura cíclica é estabelecida, surge um novo carbono assimétrico, podendo ocorrer mais um par de isômeros ↓ carbono denominado anomérico - os anômeros diferem-se quanto a posição da hidroxila no carbono anomérico • hidroxila voltada para baixo do plano → α • hidroxila voltada para cima do plano → β Dissacarídeos - dois monossacarídeos que são unidos covalentemente por uma ligação glicosídica ↓ um grupo hidroxila de uma molécula de açúcar, normalmente cíclica reage com a hidroxila do carbono anomérico de outro açúcar, com liberação de uma molécula de água - as ligações glicosídicas podem ser designadas de acordo com a posição da hidroxila no carbono anomérico do glicídio envolvido na ligação • configuração α → ligação α • configuração β → ligação β - os principais dissacarídeos são: • SACAROSE: união entre α-D-glicose e β-D- frutose, presente em grandes quantidades na cana de açúcar e beterraba. A hidrolise ocorre pela ação da enzima sacarase. • MALTOSE: resultante da hidrólise do amido pela enzima maltase. • LACTOSE: predominante no leite e formada pela união entre galactose e glicose e hidrolisada pela lactase. Polissacarídeos - polímeros constituídos de resíduos de monossacarídeos, geralmente glicose, formando: ↓ • cadeias lineares: CELULOSE • cadeias ramificadas: GLICOGÊNIO e AMIDO - diferem-se uns dos outros em: • identidade das unidades de monossacarídeos repetidas; • comprimento das cadeias; • tipos de ligação unindo as unidades; • grau de ramificação. - de acordo com a identidade das unidades, são classificadas em: • homopolissacarídeos: contêm uma única espécie monomérica em toda a molécula (amido, glicogênio, celulose, insulina...) • heteropolissacarídeos: contêm dois ou mais tipos diferentes de monossacarídeos (glicosaminoglicanos, ácido hialurônico...) - os principais polissacarídeos encontrados na natureza são: • AMIDO: polímero de α-D-glicose, que funciona como reserva energética pelas plantas e por alguns animais como fonte de alimento. • GLICOGÊNIO: polímero de subunidades de glicose, assim como o amido, mas é mais ramificado e mais compacto. Constitui o principal polissacarídeo de armazenamento das células animais, encontrado no REL das células hepáticas e musculares. - GLICOGÊNIO HEPÁTICO: regulação da glicemia; 3 Leandra Bitencourt - TURMA XVI - GLICOGÊNIO MUSCULAR: fonte de energia para o movimento, • CELULOSE: homopolissacarídeo linear e não ramificado; substância fibrosa, flexível e insolúvel em água, encontrada na parede celular das plantas (caule, tronco e porção de madeira). PS: a maior parte dos animais NÃO possuem a enzima β-amilase, portanto não apresentam capacidade de hidrolisar a celulose para fins alimentícios. Os ruminantes possuem bactérias em uma parte do seu sistema digestório, que produzem essa enzima, a qual cliva a celulose para que possa ser utilizada como fonte energética. • QUITINA: substância de sustentação para alguns animais (exoesqueleto dos artrópodes). É um polímero linear, com ligações β entre as unidades de N-acetil glicosamina. 4 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 5 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Introdução - o metabolismo é a soma das transformações químicas que ocorrem em um organismo ↓ atividade celular altamente coordenada, em que muitos sistemas multienzimáticos ou vias metabólicas cooperam para desempenhar suas funções básicas: • converter moléculas de nutrientes em moléculas do próprio organismo; • polimerizar percussores monoméricas em produtos poliméricos; • sintetizar e degradar biomoléculas requeridas em funções celulares especializadas. - o metabolismo pode ser dividido em estágios que refletem o grau de complexidade ou tamanho das moléculas geradas ↓ • ESTÁGIO 1: reações de conversão dos metabólitos poliméricos nos constituintes monoméricos; • ESTÁGIO 2: os monômeros são quebrados em intermediários simples; • ESTÁGIO 3: os intermediários são degradados completamente a CO2 e H2O. - a informação necessária para especificar cada reação vem da estrutura da enzima que catalisa aquela reação. - qualquer participante de uma reação metabólica, seja ele substrato, intermediário ou produto é chamado de METABÓLITO; - as moléculas que não podem ser utilizadas pelo organismo e devem ser eliminadas são chamadas CATABÓLITOS. - o metabolismo pode ainda ser dividido em duas principais categorias: ✓ ANABOLISMO OU BIOSSÍNTESE: - processos que envolvem a síntese de moléculas orgânicas complexas a partir de percussores pequenos e simples; - necessita de energia, geralmente na forma de potencial de transferência do ATP; - necessita do poder redutor de transportadores de elétrons; - baseia-se na redução de moléculas, com ganho de elétrons. ✓ CATABOLISMO: - processos relacionados à degradação de substâncias complexas; - gera energia, a qual parte é conservada na forma de ATP e de transportadores de elétrons reduzidos; o restante é perdido na forma de calor; - baseia-se na oxidação de moléculas, com perda de elétrons. PS: muitos substratos das vias anabólicas são formados como intermediários nos processos catabólicos evice-versa. 6 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 7 Leandra Bitencourt - TURMA XVI - algumas vias metabólicas são lineares e outras são ramificadas: • gera múltiplos produtos a partir de um único percursor (DIVERGENTE); • converte vários precursores em um único produto (CONVERGENTE). - algumas vias metabólicas são cíclicas: • um composto inicial da via é regenerado em uma série de reações que converte outro componente inicial em um produto. - existem moléculas que auxiliam algumas enzimas nos processos de óxido-redução, denominadas coenzimas EXEMPLOS: moléculas especializadas no transporte de hidrogênio • nicotina adenina di-nucleotídeo (NAD); • flavino adenina di-nucleotíde0 (FAD). ↓ - associadas ao hidrogênio → reduzidas; - perdem o hidrogênio → oxidadas. Glicose - a glicose é o principal substrato oxidável para a maioria dos organismos ↓ armazenamento em forma de polímero de alta massa molecular (amido e glicogênio) ↓ célula estoca grandes quantidades de glicose enquanto mantém a osmolaridade citosólica relativamente baixa - aumento na demanda energética ↓ glicose é liberada dos polímeros e utilizada na produção de ATP de maneira aeróbia ou anaeróbia - a glicose possui 4 destinos principais: 1. usada na síntese de polissacarídeos complexos direcionados ao meio extracelular; 2. armazenada nas células; 3. oxidada a compostos de 3 átomos de C por meio da glicólise para fornecer ATP ou intermédios metabólicos; 4. oxidada pela via das pentoses-fosfatos produzindo ribose-5-fosfato para a síntese de ácidos nucleicos e NADPH. PS: o nível sanguíneo da glicose é chamado de glicemia e é mantido dentro de uma faixa estreita, devido a diferentes vias metabólicas de síntese de glicose (gliconeogênese) ou armazenamento de glicose na forma de glicogênio (glicogenogênese), em contraposição a vias de oxidação da glicose (glicólise); esses processos para manter a homeostase é regulado por hormônios. - para obterem ATP a partir da glicose, as células utilizam a oxidação parcial a piruvato ↓ nas células anaeróbicas a degradação para nesse ponto - a conversão de glicose a piruvato permite aproveitar apenas uma pequena parcela da energia, mas que é suficiente para que as células anaeróbias possam suprir toda sua demanda energética - nas células aeróbias, o piruvato é subsequentemente oxidado, trazendo um enorme ganho na produção de ATP 8 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Introdução - também chamada de via glicolítica; - ocorre no citosol; - consiste na quebra de uma molécula de glicose, produzindo duas moléculas de 3C denominadas piruvato; - é um processo oxidativo ↓ duas moléculas de NAD+ são reduzidas a NADH+ e H+ - ocorre em 10 etapas ↓ • 5 primeiras: fase preparatória ou de investimento, na qual ocorre a conversão da molécula de glicose em 2 gliceraldeído- 3-fosfato, com GASTO de 2 ATP • 5 últimas: fase de pagamento ou compensatória, na qual as duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato são convertidas em piruvato com a formação de 4 ATP Fase Preparatória ✓ FOSFORILAÇÃO DA GLICOSE - ocorre na hidroxila do C6, formando uma molécula de glicose-6-fosfato, com gasto de 1 ATP; - reação irreversível catalisada pela enzima hexoquinase; - ao ser fosforilada, a glicose não pode mais sair das células ↓ mecanismos de transporte dessa molécula não servem para sua forma fosforilada ↓ mantem o nível de glicose na célula sempre BAIXO em relação à [ ] extracelular ↓ a tendência da glicose é ENTRAR na célula - essa reação indica o caminho metabólico que a glicose vai seguir ↓ a fosforilação do C6 funciona como uma “etiqueta”, demarcando que aquela glicose será DEGRADADA na via glicolítica ✓ CONVERSÃO DA GLICOSE-6- FOSFATO EM FRUTOSE-6-FOSFATO - reação reversível do tipo isomerização aldose-cetose; - calatlizada por uma fosfo-hexoisomerase ✓ FOSFORILAÇÃO DA FRUTOSE-6- FOSFATO - ocorre na hidroxila do C1, formando uma molécula de frutose-1,6-bifosfato, com gasto de 1 ATP; - reação irreversível catalisada pela enzima fosfofrutoquinase-1 (PFK-1) ↓ a atividade dessa enzima é o ponto de REGULAÇÃO da velocidade da via glicolítica ✓ CLIVAGEM DA FRUTOSE-1,6- BIFOSFATO - a frutose-1,6-bifosfato é quebrada pela ação da enzima aldolase ↓ gera duas moléculas isômeras com 3C: • gliceraldeído-3-fosfato (G3P); • diidroxiacetona-3-fosfato (DHAP). ✓ INTERCONVERSÃO DAS TRIOSES- FOSFATO - a diidroxiacetona-3-fosfato é convertida em gliceraldeído-3-fosfato por ação de uma triose fosfato isomerase No fim da fase preparatória, uma molécula de glicose (6C) foi parcialmente quebrada em duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato (3C), mas não houve síntese de ATP, apenas gasto de 2 moléculas de ATP na 1ª e 3ª reação. 9 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 10 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Fase de Pagamento ✓ OXIDAÇÃO E FOSFORILAÇÃO DO GLICIRALDEÍDO-3-FOSFATO - forma uma molécula de 1,3- bifosfoglicerato, com ação da enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase; - a fosforilação ocorre por incorporação de uma molécula de fosfato inorgânico (Pi) à molécula de G3P, SEM CONSUMO de ATP - uma molécula de NAD+ é REDUZIDA a NADH+ e H+ ✓ TRANSFERÊNCIA DE UM GRUPO P DO 1,3-BIFOSFOGLICERATO - parte da energia liberada na oxidação que foi conservada na formação do 1,3- bifosfoglicerato será utilizada na formação de uma molécula de ATP - essa reação é catalisada pela enzima fosfoglicerato quinase, formando o 3-fosfoglicerato PS: como são formados 2 moléculas de gliceraldeído-3-fosfato por molécula de glicose na etapa preparatória, são geradas 2 moléculas de ATP nesse estágio, sendo um exemplo de fosforilacao em nível de substrato. ✓ DESLOCAMENTO DO GRUPO FOSFATO DO GLICERATO - pela ação da fosfoglicerato mutase, o 3-fosfoglicerato é convertido em 2-fosfoglicerato ✓ DESIDRATAÇÃO DA MOLÉCULA DE 2-FOSFOGLICERATO - a desidratação e redistribuição de energia dentro da molécula ocorre pela ação da enzima enolase; - a proximidade do grupamento funcional hidroxila com o íon fosfato favorece a formação do fosfoenolpiruvato (PEP), que também é considerado um composto de alta energia ✓ FORMAÇÃO DO PIRUVATO - essa reação é uma fosforilação em nível de substrato com formação de ATP e catalizada pela enzima piruvato quinase No fim da fase de pagamento, as duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato originam duas moléculas de piruvato, duas de NADH+ e H+ e quatro moléculas de ATP. PS: o rendimento energético da glicólise é de 2 ATP, pois foram gastas duas moléculas na PRIMEIRA fase da via e quatro foram sintetizadas na SEGUNDA fase. 11 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 12 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Destinos do Piruvato - o piruvato formado na glicólise pode ser metabolizado por 3 rotas catabólicas; - em condições anaeróbicas, o NADH gerado pela glicólise NÃO pode ser reoxidado pelo O2 ↓ a falha na regeneração de NAD+ deixaria a célula carente de aceptor de elétrons para a oxidação de gliceraldeído-3-fosfato ↓ reações geradoras de energia da glicólise cessariam ↓ NAD+ deve ser regenerado de outra forma PS: o termo fermentação designa um processo que extrai energia na forma de ATP, mas não consome O2 nem varia as [ ] de NAD+ ou NADH. ✓ FERMENTAÇÃO LÁTICA - tecidos animais não podem ser supridos com O2 suficiente para a oxidação aeróbia do piruvato e do NADH ↓ • músculos esqueléticos muito ativos • microrganismos anaeróbicos ↓ NAD+ é regenerado pela redução do piruvato a lactato ↓ catalisada pela lactato desidrogenase PS: alguns tecidos e tipos celulares (hemácias)produzem lactato a partir da glicose mesmo em condições AERÓBIAS. - o lactato formado pelo músculo esquelético em atividade ou pelas hemácias pode ser RECICLADO ↓ transportado pelo sangue até o fígado ↓ convertido em glicose durante a recuperação da atividade muscular exaustiva - lactato produzido em grande quantidade durante a contração muscular vigorosa ↓ a acidificação resultante da ionização do ácido lático nos músculos e no sangue limita o período de atividade vigorosa ✓ FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA - leveduras e outros microrganismos fermentam glicose em etanol e CO2 em vez de lactato; - esse processo ocorre em duas etapas: • descarboxilação do piruvato em uma reação catalisada pela piruvato descarboxilase • acetaldeído que foi formado é reduzido a etanol pela ação da enzima álcool desidrogenase, com poder REDUTOR fornecido pelo NADH 13 Leandra Bitencourt - TURMA XVI ✓ CONVERSÃO EM ACETIL-COA - em organismos aeróbios, a glicólise é apenas o primeiro estágio da degradacao completa da glicose; - o piruvato é OXIDADO com a perda de seu grupo carboxil na forma de CO2 ↓ gera o grupo acetil da acetil-coenzima A ↓ o grupo acetil é COMPLETAMENTE OXIDADO a CO2 no ciclo do ácido cítrico ↓ os elétrons gerados são transferidos ao O2 por uma cadeia transportadora de elétrons na mitocôndria ↓ forma H2O e libera energia para a síntese de 32-36 moléculas de ATP - nas células eucarióticas, o piruvato entra na mitocôndria através da enzima piruvato desidrogenase ↓ transformado em Acetil-CoA através de uma descarboxilação oxidativa 14 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Introdução - para alguns tecidos, a glicose é a única fonte de energia ↓ o suprimento de glicose estocado na forma de glicogênio nos músculos e no fígado não é sempre suficiente ↓ entre refeições e durante períodos de jejum mais longos ou após exercício vigoroso, o glicogênio se esgota ↓ o organismo precisa sintetizar glicose a partir de precursores que NÃO são carboidratos - a gliconeogênese é processada principalmente no fígado (em casos de jejum muito prolongado, ocorre participação do córtex renal) ↓ consiste na síntese de glicose a partir de compostos que não são carboidratos ↓ • AMINOÁCIDOS com exceção da lisina e leucina, todos os AA podem originar glicose ↓ são provenientes da degradação de proteínas endógenas, principalmente as MUSCULARES, durante o jejum ↓ no músculo, os AA são convertidos em alanina, a forma de transporte dessas moléculas para o fígado • GLICEROL derivado da hidrólise de triacilgliceróis do tecido adiposo durante o jejum ↓ pouca importância quantitativa na gliconeogênese • LACTATO origina-se nos músculos submetidos a contração intensa e em células que degradam a glicose a partir da fermentação lática ↓ o lactato produzido é liberado para a corrente sanguínea e transportado para o fígado ↓ é convertido em glicose, a qual é novamente liberada no sangue para utilização pelo músculo como FONTE DE ENERGIA ↓ Ciclo de Cori 15 Leandra Bitencourt - TURMA XVI - a gliconeogênese e a glicólise NÃO são vias idênticas ocorrendo em direções opostas ↓ as reações da gliconeogênese possui 7 etapas IDÊNTICAS ao inverso das reações glicolíticas ↓ as outras 3 reações da glicólise são irreversíveis e NÃO podem ser utilizadas na gliconeogênese: • fosforilação da glicose catalisada pela hexoquinase (1); • fosforilação da frutose-6-fosfato, catalisada pela glicoquinase (3); • conversão do fosfoenolpiruvato em piruvato pela piruvato quinase (10). ↓ na gliconeogênese, essas três reações são contornadas por um grupo distinto de enzimas ↓ catalisam reações suficientemente EXERGÔNICAS ↓ efetivamente irreversíveis no sentido da síntese de glicose - a transformação da alanina e do lactato inicia-se por sua conversão em piruvato ↓ ALANINA: alanina aminotransferase LACTATO: lactato desidrogenase - a transformação de glicose pela gliconeogênese processa-se no sentido oposto ao da glicólise, utilizando quase todas as suas enzimas ✓ CONVERSÃO DE PIRUVATO A FOSFOENOLPIRUVATO (PEP) - ocorre em duas etapas ↓ na primeira reação, o piruvato é convertido em oxaloacetato através da sua carboxilação, catalisada pela enzima piruvato carboxilase ↓ na segunda reação, o oxaloacetato é convertido a fosfoenolpiruvato, por ação da enzima fosfoenolpiruvato carboxiquinase (PEPCK) - o CO2 utilizado na formação do oxaloacetato é eliminado na formação do fosfoenolpiruvato ↓ é uma forma de “ativação” do piruvato para que seja possível sua conversão em fosfoenolpiruvato, composto de maior energia ↓ ocorre com a hidrólise de um ATP na primeira reaçao - a conversão do oxaloacetato em PEP requer a hidrólise de um GTP, com incorporação do fosfato à molécula de PEP ↓ a hidrólise de um GTP equivale à hidrólise de um ATP, uma vez que essas moléculas se interconvertem ↓ para que seja contornada a reação da piruvato quinase, são GASTAS duas moléculas de ATP - a piruvato carboxilase é uma enzima de localização essencialmente mitocondrial ↓ a formação do oxaloacetato ocorre dentro da mitocôndria - nos humanos, a fosfoenolpirivato carboxilase é igualmente distribuída no citosol e na mitocôndria de células hepáticas ↓ • PEPCK usada na mitocôndria: o oxaloacetato pode ser diretamente convertido a PEP dentro da mitocôndria e depois é translocado para o citosol • PEPCK usada no citosol: o oxalacetato deve ser transportado para a mitocôndria, para que seja convertido a PEP e depois retorne ao citosol PS: o fosfoenolpiruvato produzido nessa etapa é transformado em frutose-1,6- bifosfato pelas enzimas que também compõem a glicólise, pois, como são REAÇÕES REVERSÍVEIS, podem operar no sentido inverso da via. 16 Leandra Bitencourt - TURMA XVI ✓ CONVERSÃO DE FRUTOSE-1,6- BIFOSFATO A FRUTOSE-6-FOSFATO - a reação irreversível catalisada pela fosfofrutoquinase é substituída por uma reação de hidrólise do grupo fosfato do C1, catalisada pela frutose-1,6-bifosfatase ↓ em seguida, a frutose-6-fosfato é isomerizada a glicose-6-fosfato pela fosfoglicoisomerase ✓ CONVERSÃO DE GLICOSE-6- FOSFATO A GLICOSE - para contornar a irreversibilidade da reação catalisada pela glicoquinase, essa reação é substituida por uma hidrólise do grupo fosfato do C6, catalisada pela glicose-6-fosfatase - a glicose, ao contrário da glicose fosforilada, pode atravessar livremente a MP - a glicose-6-fosfatase é exclusiva do fígado e dos rins, o que possibilita que esses órgaos possam exportar glicose para CORRIGIR a glicemia ✓ BALANÇO ENERGÉTICO DA REAÇÃO DE GLICONEOGÊNESE - para cada molécula de glicose formada a partir de duas moléculas de piruvato, são necessários 6 ATP, utilizados nas reações catalisadas por: • piruvato carboxilase; • fosfoenolpiruvato carboxilase; • fosfoglicerato quinase. PS: o controle da gliconeogênese é realizado pelo: ↓ Glucagon: estimula esse processo Insulina: atua de maneira oposta PS: glicólise e gliconeogênese NÃO ocorrem ao mesmo tempo ↓ a gliconeogênese ocorre durante o jejum, é também estimulada durante exercício prolongado, por uma dieta altamente protéica e sob condições de stress 17 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Introdução - o corpo desenvolveu mecanismos para armazenar um suprimento de glicose em uma forma rapidamente mobilizável, o glicogênio ↓ após a refeição, o fígado remove cerca de 2/3 dos monossacarídeos absorvidos ↓ utiliza parte dees para recompor sua reserva de glicogênio - na ausência de uma fonte de glicose naalimentação, a glicose é rapidemente liberada a partir do glicogênio hepático e renal - glicogênio muscular é DEGRADADO em grende quantidade durante o exercício, proporcionando uma fonte energética - quando os estoques de glicogênio se esgotam, a glicose é sintetizada a partir da via gliconeogênica - o glicogênio é sintetizado a partir das moléculas de α-D-glicose ↓ processo ocorre no citosol e requer energia fornecida pelo ATP (para a fosforilação da glicose) e pelo UDP ↓ a síntese consiste na repetida adição de resíduos de glicose às extremidades de um núcleo de glicogênio - o ponto de partida para a síntese do glicogênio é a glicose-6-fosfato, que pode ser derivada da glicose livre em uma reação catalisada pela: • hexoquinase no músculo; • glicoquinase no fígado. ↓ a glicose-6-fosfato é convertida em glicose-1-fosfato na reação catalisada pela fosfoglicomutase - a glicose-1- fosfato reage com a UTP ↓ é convertido em UDP-glicose (nucleotídeo ativo) pela ação da UDP-glicose-pirofosforilase ↓ etapa fundamental da biossíntese do glicogênio - a hidrólise subsequente do pirofosfato inorgânico (PPi) pela pirofosfatase inorgânica desloca o equilíbrio da reação para a direita da equação ↓ favorece a formação de UDP-glicose, que é o doador imediato dos resíduos de glicose na reação catalisada pela glicogênio-sintase ↓ promove a transferência da glicose da UDP-glicose para uma extremidade não redutora de uma molécula ramificada de glicogênio - o equilíbrio total da via desde a glicose-6- fosfato até o glicogênio acrescido de uma unidade de glicose FAVORECE muito a síntese do polímero. 18 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Ramificação da Cadeia de Glicogênio - a adição de um resíduo de glicose em uma cadeia de glicogênio preexistente, ou primer, ocorre na extremidade não redutora da molécula ↓ as ramificações da árvore de glicogênio tornam-se alongadas pela formação de ligações de glicose α 1-4 sucessivas - quando a cadeia é alongada em 11 resíduos de glicose, a enzima de ramificação entra em ação: • amilo 1-4 a 1-6 transglicosilase • glicosil 4-6 transferase ↓ catalisa a transferência de parte da cadeia 1-4 (mínimo de seis resíduos de glicose) para uma cadeia adjacente ↓ forma uma ligação 1-6, estabelecendo um ponto de ramificação na molécula - as ramificações crescem por novas adições de unidades de glicose 1-4 ↓ formam-se novas ramificações - como AUMENTA o número de resíduos terminais não redutores, há também AUMENTO no número total de sítios reativos da molécula ↓ acelera tanto a glicogênese como a glicogenólise (quebra do glicogênio) 19 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Introdução • são moléculas relativamente pequenas com forte tendência a se associarem através de forças não covalentes (interações hidrofóbicas); • grupo de compostos quimicamente diversos, cuja característica em comum é a BAIXA ou AUSENTE solubilidade em água ↓ são APOLARES ↓ altamente solúveis em solventes orgânicos como o éter ou a acetona (substâncias lipofílicas) • muitos lipídeos são compostos anfipáticos ou anfifílicos ↓ apresentam na molécula uma porção POLAR hidrofílica e uma porção APOLAR hidrofóbica • as principais funções dos lipídeos são: - armazenamento de energia; - composição de membranas biológicas; - isolamento térmico, elétrico e mecânico - moléculas mensageiras (hormônios e vitaminas) • são formados por números variados de átomos de carbono e hidrogênio, por vezes conjugados com outras moléculas, mas formando uma unidade monomérica Ácidos Graxos • são ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbonadas variando de 4-35 carbonos ↓ o grupo carboxila (- COOH) constitui a parte POLAR e a cadeia carbônica constitui a parte APOLAR ↓ moléculas anfipáticas • sua fórmula geral é RCOOH (o R representa a cadeia de hidrocarboneto) • ácidos graxos livres são poucos encontrados nos organismos ↓ mais frequentemente estão ligados a um álcool (ex.: glicerol, esfingosina) • quanto à saturação, podem ser: o SATURADOS: - ausência de ligações duplas entre dois carbonos na cauda de hidrocarbonetos; - encontrados principalmente em produtos de origem animal Estrutura: CnH2n02 o MONOINSATURADOS: - presença de apenas uma ligação dupla entre carbonos; - a dupla ligação provoca um arranjo diferente dos elétrons dos carbonos ↓ a organização espacial da molécula é alterada e apresenta uma “dobra”; - encontrados em óleos de oliva e de amendoim, nozes, amêndoas... Estrutura: CnH2n-2O2 20 Leandra Bitencourt - TURMA XVI o POLINSATURADOS: - presença de mais de uma ligação dupla entre carbonos; - encontrados nos óleos de sementes vegetais Estrutura: CnH2n-2O2 PS: Os ácidos graxos saturados, que têm arranjos lineares, permitem que essas moléculas, ao se associarem, se mantenham MAIS PRÓXIMAS ENTRE SI. Já os ácidos graxos insaturados apresentam um arranjo tridimensional que IMPEDE seu empacotamento, uma vez que suas estruturas possuem uma conformação não linear e, com isso, acabam mantendo-se mais AFASTADOS UNS DOS OUTROS. ➢ PROPRIEDADES • são determinadas em grande parte pelo comprimento e pelo grau de insaturação da cadeia hidrocarbonada o Baixa solubilidade em água: quanto mais longa a cadeia e quanto menos insaturações, menor é a solubilidade em água. o Ponto de fusão: quanto mais insaturações e quanto mais curta a cadeia, menor é o ponto de fusão. o Estado físico: os ácidos graxos com menores pontos de fusão tendem a estar líquidos e aqueles com pontos de fusão mais elevados, tendem a estar sólidos. Triacilgliceróis • são os mais simples compostos de ácidos graxos, também chamado de triglicerídeos, gorduras ou gorduras neutras • compostos por 3 ácidos graxos, cada um em ligação éster com uma molécula de glicerol PS: a ligação éster é aquela que liga o oxigênio de um ácido carboxílico a um outro radical (R) PS: A reação de esterificação permite a formação de uma ligação éster entre um ácido graxo e um glicerol, com a liberação de uma molécula de água. Para isso, a hidroxila de uma molécula se une a um hidrogênio que se dissocia da hidroxila da outra molécula. Os dois compostos ficam unidos por uma ligação éster e forma-se uma molécula de água. Nesse sentido, para a formação do triacilglicerol, temos três reações de esterificação com a liberação de três moléculas de água. ➢ CLASSIFICAÇÃO o Simples: ácidos graxos do mesmo tipo o Misto: dois ou três tipos diferentes de ácidos graxos • são moléculas apolares de reserva energética pela capacidade de interação hidrofóbica e estocagem • na maioria das células eucarióticas, os triacilgliceróis formam gotículas microscópicas de óleo no citosol ↓ depósito de combustível metabólico • os adipócitos armazenam grandes quantidades de triacilgliceróis em gotículas de gordura que quase preenchem a célula ↓ em resposta aos sinais hormonais, essas gotículas são degradadas por lipases ↓ libera glicerol e ácidos graxos no plasma ↓ metabolismo em outros tecidos (músculo e fígado) • as gorduras também auxiliam no transporte e absorção das vitaminas lipossolúveis • os triacilgliceróis das gorduras ANIMAIS são ricos em ácidos graxos saturados (consistência sólida) • os triacilgliceróis de origem VEGETAL, ricos em ácidos graxos insaturados (consistência líquida) PS: Durante sua oxidação, as gorduras liberam muito mais energia que os carboidratos ou as proteínas (foram selecionadas como reserva energética). 21 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 22 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 23 Leandra Bitencourt- TURMA XVI Cerídeos • as ceras biológicas são ésteres de ácidos graxos saturados e insaturados de cadeia longa com álcoois de cadeia longa • pontos de fusão mais altos do que os dos triacilgliceróis. • servem para várias funções relacionadas às suas propriedades impermeabilizantes e consistência firme • algumas glândulas da pele de vertebrados secretam ceras para proteger os pelos e a pele e mantê-los flexíveis, lubrificados e impermeáveis Glicerofosfo lipídeos • também chamados de fosfoglicerídeos ↓ lipídios polares de membrana nos quais 2 ácidos graxos estão unidos por ligação éster ao 1º e ao 2º carbono do glicerol e um grupo fortemente polar está unido por ligação fosfodiéster ao 3º carbono ↓ derivados do precursor ácido fosfatídico, de acordo com o álcool polar na cabeça • em todos os compostos, o grupo cabeça está unido ao glicerol por uma ligação fosfodiéster ↓ o grupo fosfato tem carga negativa em pH neutro • o ácido fosfatídico, além de ser encontrado como um componente menor de membranas celulares, atua como intermediário da síntese de triacilgliceróis • quando dispersos em solução aquosa, formam espontaneamente estruturas lamelares ↓ sob circunstâncias apropriadas, se organizam em bicamadas estendidas que podem formar estruturas vesiculares fechadas, as micelas • a micela é uma bicamada de lipídeos com as porções polares expostas ao ambiente aquoso e as cadeias de ácido graxo mergulhadas no interior hidrofóbico da membrana • pode apresentar diferentes graus de ionização por causa da presença em sua estrutura do fosfato e dos grupos substituintes, que também podem se ionizar ↓ dependendo do pH em que se encontrem, terão carga positiva ou negativa 24 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Esfingolipídeos • possuem um grupo cabeça polar e duas caudas apolares, mas NÃO contêm glicerol • compostos por uma molécula de aminoalcool (esfingosina) de cadeia longa ou um de seus derivados • quando um ácido graxo é unido em ligação amida ao – NH2 no 2º carbono, o composto resultante é uma ceramida, precursor estrutural dos esfingolipídios PS: A porção glicídica de certos esfingolipídios define o grupo sanguíneo em humanos. •Podem ser divididos em: o Esfingomielinas: descobertas a partir da bainha de mielina que envolve os axônios nas células nervosas, contêm fosfocolina ou fosfoetanolamina como grupo cabeça polar; o Glicoesfingolipídios: ocorrem na face externa das membranas plasmáticas; possuem grupos cabeças com um ou mais açúcares conectados diretamente ao -OH no C1 da porção ceramida; não contêm fosfato. o Gangliosídeos: mais complexos e, têm oligossacarídeos como grupo cabeça polar um ou mais resíduos do ácido N – acetilneuramínico, um ácido siálico, caracterizado pela carga negativa em pH 7, nas terminações, sendo encontrados predominantemente no cérebro. 25 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 26 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Esteroide • são lipídeos estruturais que apresentam um núcleo esteroide característico ↓ núcleo tetracíclico, contendo quatro anéis fusionados, três com 6 C e um com 5 C ↓ é quase planar e relativamente rígido (os anéis não permitem a rotação em torno das ligações C – C) • são sintetizados a partir de subunidades de isopreno simples com cinco carbonos • atuam como constituintes de membrana e são precursores de hormônios, além de outros produtos biológicos específicos ✓ COLESTEROL - principal esteroide nos tecidos animais ↓ serve como precursor à síntese de todos os outros esteroides (hormônios, sais biliares e vitamina D) - é um lipídeo anfipático caracterizado por uma molécula hidrofóbica (núcleo esteroide + cadeia lateral hidrocarbonada) rígida, plana, com um grupo polar hidroxila no carbono 3 - é encontrado nas membranas biológicas, agindo como um modulador da fluidez da membrana - em temperaturas mais baixas, interfere com as associações entre as cadeias de ácidos graxos e AUMENTA A FLUIDEZ - em temperaturas mais altas tende a limitar a desordem e DIMINUIR A FLUIDEZ - as misturas colesterol-fosfolipídio têm as propriedades INTERMEDIÁRIAS entre os estados de gel e de líquido cristalino dos fosfolipídios puros ↓ formam estruturas de membrana estáveis, porém flexíveis 27 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 28 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 29 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Lipoproteínas • como são insolúveis em água, os lipídeos podem formar agregados moleculares hidrossolúveis para serem transportados pelos sistemas circulatórios ↓ lipídeos apolares e polares e proteínas formam uma PARTÍCULA HIDROFÍLICA ↓ lipoproteína plasmática • são partículas esféricas com um núcleo central de lipídeos apolares (como ésteres de colesterol e triacilgliceróis), circundado por uma monocamada de lipídeos anfipáticos (fosfolipídios e colesterol), que estão associadas a moléculas de proteínas, as apolipoproteínas • as apolipoproteínas têm um papel tanto ESTRUTURAL quanto METABÓLICO ↓ são introduzidas na superfície da partícula e determinam seu destino metabólico através da interação com receptores celulares ↓ servem como reguladoras da atividade de enzimas envolvidas no TRANSPORTE e na DISTRIBUIÇÃO de lipídeos • as lipoproteínas podem ser classificadas com base na sua densidade e tamanho, ou no conjunto de apolipoproteínas que as constituem. As principais classes são: ✓ QUILOMÍCRONS - bem pouco densos; - produzidos nas mucosa intestinal com os lipídeos da dieta; - são ricos em triacilgliceróis, que serão transferidos ao tecido adiposo. ✓ VLDL - Very Low Density Lipoproteins - tem origem hepática; - transportam triacilgliceróis e colesterol para outros tecidos do corpo, principalmente músculo e tecido adiposo; - a partir da ação de uma lipoproteína lipase, os ácidos graxos da VLDL são RETIRADOS e sua DENSIDADE AUMENTA ↓ convertida em uma lipoproteína de densidade intermediária (IDL). ✓ IDL - Intermediate Density Lipoproteins - assim que formadas, são direcionadas da corrente sanguínea para o fígado ↓ ligação das apolipoproteínas ao receptor na superfície do hepatócito faz com que esse complexo seja endocitado pela célula ↓ essa internalização do IDL permite que as células do fígado utilizem o colesterol associado a essas lipoproteínas na forma de ésteres de colesterol - se mais triacilgliceróis são REMOVIDOS das IDLs, estas são convertidas em LDLs. ✓ LDL - Low Density Lipoproteins - atua na distribuição do colesterol, na forma de ésteres de colesterol, pelas células do corpo. ✓ HDL - Hight Density Lipoproteins - apresentam função oposta à dos LDLs, atuando na remoção do colesterol dos tecidos para encaminhá-los ao fígado; - são as menores e mais hidrossolúveis lipoproteínas ↓ inicialmente POBRES em colesterol e ésteres de colesterol - enquanto circula pelo sangue, captura moléculas de colesterol que estejam livres na circulação ↓ diminui a concentração de colesterol na corrente sanguínea ↓ chamada de “colesterol bom” 30 Leandra Bitencourt - TURMA XVI • as funções de transporte dos triacilgliceróis e do colesterol realizadas pelas lipoproteínas envolvem três vias metabólicas: ✓ VIA DO TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEL - triacilgliceróis da dieta que chegam ao duodeno ↓ DEGRADADOS pelas enzimas pancreáticas e ABSORVIDOS pelos enterócitos ↓ no interior dessas células, os triacilgliceróis são reconstituídos ↓ junto com os fosfolipídios e o colesterol absorvidos, formam os quilomícrons ↓ por meio da circulação sanguínea, os quilomícrons alcançam os tecidos periféricos ↓ triacilgliceróis são DEGRADADOS pela lipoproteína lipase(LPL) ↓ possibilita que os ácidos graxos resultantes da quebra entrem nas células - o que sobra dos quilomícrons forma os quilomícrons remanescentes ↓ adquirem ésteres de colesterol das HDL ↓ retornam ao fígado - os triacilgliceróis sintetizados no fígado (jejum e no período pós-prandial) ↓ são transportados pelo sangue por meio das VLDL - as lipoproteínas adquirem ésteres de colesterol e apolipoproteínas das HDL e alcançam os tecidos periféricos ↓ distribuem os ácidos graxos originados da quebra dos triacilgliceróis, via LPL ↓ gera as VLDL remanescentes ou IDL - as IDL são captadas pelo fígado ou são posteriormente hidrolisadas pela HTGL (Triglicerídeo lipase hepática) ↓ remove seus triacilgliceróis ↓ converte-as em LDL - as VLDL remanescentes podem ser enriquecidas de ésteres de colesterol oriundos das HDL em troca de triacilgliceróis, bem como também podem ser hidrolisadas pela HTGL, originando LDL. ✓ VIA DO FLUXO EXCEDENTE - As LDL, POBRES em triacilgliceróis e relativamente RICAS em colesterol, ↓ PRODUTOS do fluxo excedente da via do transporte de combustível ↓ representam o principal transportador e reservatório de colesterol no PLASMA - a maioria das células do nosso corpo sintetiza colesterol de acordo com suas necessidades ↓ quando a concentração intracelular DIMINUI, as células podem adquiri-lo do meio externo pela LDL. 31 Leandra Bitencourt - TURMA XVI ✓ VIA DO TRANSPORTE REVERSO DO COLESTEROL - as HDL são sintetizadas no fígado e no intestino e sua função é TRANSPORTAR colesterol da periferia para o fígado - são capazes de trocar seus componentes (apolipoproteínas, fosfolipídios, triacilgliceróis e ésteres de colesterol) com as partículas ricas em triacilgliceróis, VLDL e IDL ↓ parcialmente construídas a partir do excesso de fosfolipídios liberado pelas VLDL durante sua hidrólise pela LPL - o colesterol livre obtido pelas HDL, pela ação de proteínas de membrana (ABCA1 e ABCG1) ↓ esterificado pela LCAT (Lectitina colesterol acetiltransferase) ↓ introduzido no interior da partícula, tornando-a HDL – 3 - através da ação da CETP (proteína de transferência de ésteres de colesterol) ↓ alguns ésteres de colesterol são TROCADOS por triacilgliceróis das lipoproteínas ricas nele ↓ forma as HDL – 2 - esse processo de troca é a principal via do transporte reverso do colesterol - o colesterol restante nas HDL – 2 é transportado para o fígado ↓ as partes que sobraram das lipoproteínas tornam-se as HDL nascentes ↓ reinicia o ciclo - pode ainda ser digerida pela HTGL, originando uma subclasse de HDL – 3 pequenas. 32 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Introdução • as proteínas, além de constituírem o componente celular mais abundante nos seres vivos, são as moléculas mais diversificadas quanto à FORMA e FUNÇÃO • as funções desempenhadas podem ser estruturais ou dinâmicas • apesar de apresentarem estruturas e funções tão diversas, são sintetizadas a partir de 20 monômeros diferentes ↓ os aminoácidos são combinados de diversas maneiras e sequências. Aminoácidos • são compostos que apresentam, na sua molécula, um grupo amino (-NH2) e um grupo carboxila ( - COOH); • têm uma fórmula básica comum ↓ os grupos amino e carboxila estão ligados ao carbono α ↓ a esse carbono α também se liga um átomo de hidrogênio e um grupo variável chamado de cadeia lateral ou grupo R • as propriedades das cadeias laterais dos aminoácidos (estrutura, tamanho e carga elétrica) influenciam na sua solubilidade em água e são importantes para a conformação e para a função das proteínas. 33 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Peptídeos • os aminoácidos podem formar polímeros através da ligação amida do grupo carboxila de um aminoácido com o grupo amino de outro ↓ ligação covalente → ligação peptídica ↓ obtida pela liberação de uma molécula de água ↓ resulta na formação de um peptídeo ↓ reação de condensação baseada na desidratação • a ligação peptídica apresenta caráter parcial de dupla ligação devido às interações entre duas formas de ressonância ↓ NÃO há possibilidade de rotação em torno dela • os quatro átomos dos grupamentos que participam da ligação peptídica ficam dispostos em um plano rígido ↓ recebe o nome de grupo peptídico ou unidade peptídica • os grupos são unidos entre si por uma articulação flexível, o carbono α ↓ forma-se uma cadeia polipeptídica ↓ pode conter de dois a milhares de resíduos de aminoácidos após a perda da molécula de água • embora os termos proteína e polipeptídeo sejam algumas vezes intercambiáveis, os polipeptídeos têm massas moleculares ABAIXO de 10.000 e as proteínas têm massas moleculares mais ELEVADAS • em um peptídeo, o resíduo de AA na extremidade com um grupo α-amino livre é chamado de resíduo aminoterminal (N – terminal) • o resíduo na outra extremidade que tem um grupo carboxila livre é o resíduo carboxiterminal (ou C – terminal) • o comportamento ácido-básico de um peptídeo pode ser previsto a partir de seus grupos α-amino e α-carboxila livres combinado com a natureza e o número dos seus grupos R ionizáveis • as proteínas podem ser formadas por uma ou mais cadeias polipeptídicas ↓ contêm mais de 50 aminoácidos, apresentando todos os 20 tipos, com poucas exceções • cada proteína apresenta uma estrutura espacial definida e característica ↓ o arranjo espacial dos átomos em uma proteína é chamado de conformação • a proteína tende a sempre assumir a conformação de menor energia livre ↓ conformação energeticamente mais favorável nas condições celulares SEM a quebra de suas ligações covalentes ↓ NÃO é permanentemente fixa ↓ alterações transitórias da estrutura estão relacionadas com a função desempenhada pela proteína • proteínas dobradas em qualquer uma de suas conformações funcionais ↓ chamadas de proteínas nativas • as proteínas podem ser classificadas quanto ao arranjo estrutural: - proteína monomérica: apenas uma cadeia polipeptídica; - proteína multimérica: associação de cadeias polipeptídicas (monômeros) ◊ Homomultimérica: um tipo de cadeia ◊ Heteromultimérica: dois ou mais tipos de cadeias diferentes 34 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 35 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Estrutura das Proteínas • a organização espacial das proteínas é resultante dos tipos de aminoácidos que a compõem e de como eles estão dispostos uns em relação aos outros • sua composição tem um efeito profundo sobre suas propriedades físico-químicas ↓ a sequência dos aminoácidos irá determinar o tipo de interação possível entre as cadeias laterais ↓ a organização tridimensional de uma proteína pode ser descrita em 4 níveis estruturais de complexidade crescente ➢ ESTRUTURA PRIMÁRIA - é a sequência de aminoácidos ao longo da cadeia polipeptídica determinada geneticamente ↓ ESPECÍFICA para cada proteína - a função de uma proteína depende de sua sequência primária ↓ qualquer alteração gera uma proteína diferente que pode até perder sua função biológica - a sequência primária de uma proteína é determinada pela sequência de bases nitrogenadas do DNA ↓ alterações de determinados aminoácidos em uma proteína podem acarretar perda da função desta, ao passo que alterações em outros sítios da proteína podem não ser nocivas ➢ ESTRUTURA SECUNDÁRIA - refere-se a uma estrutura local da cadeia polipeptídica ↓ determinada por ligações de hidrogênio entre o oxigênio do grupo carboxila de uma ligação peptídicae o hidrogênio amídico de outra ligação peptídica vizinha - a formação da estrutura enovelada de uma proteína se dá pelo aumento da entropia ↓ encobrimento de suas superfícies hidrofóbicas - é importante que os grupos polares presentes na proteína possuam pares adequados para estabelecer ligações de hidrogênio ou interações iônicas ↓ a ausência das ligações de hidrogênio pode desestabilizar a proteína - há dois tipos de estrutura secundária: a α-hélice e a folha β-pregueada ➢ ESTRUTURA TERCIÁRIA - arranjo biologicamente ativo tridimensional total de todos os átomos de uma proteína ↓ aminoácidos que estão distantes e que residem em diferentes tipos de estruturas secundárias podem interagir no interior de uma estrutura totalmente enovelada 36 Leandra Bitencourt - TURMA XVI - as ligações entre os resíduos mais distantes para a MANUTENÇÃO DOS DOBRAMENTOS da estrutura terciária ocorrem pode meio de interações fracas não covalentes: - LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO - INTERAÇÕES HIDROFÓBICAS - LIGAÇÕES ELETROSTÁTICAS ➢ ESTRUTURA QUATERNÁRIA - arranjo de duas ou mais cadeias polipeptídicas, que podem ser idênticas ou diferentes, em complexos tridimensionais ↓ forma uma proteína funcional oligomérica - essa estrutura é mantida por ligações não covalentes entre as subunidades, dos mesmos tipos que mantêm a estrutura terciária PS: Nem todas as proteínas alcançam o nível quaternário de organização. Muitas proteínas se apresentam na forma monomérica, isto é, com apenas uma subunidade, como a mioglobina. 37 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 38 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Desnaturação das Proteínas • corresponde à perda de estrutura tridimensional, suficiente para causar a perda da função, por meio da quebra de ligações não-covalentes ↓ pode ser resultante de diferenças nas condições presentes no interior da célula • dentre os fatores envolvidos na desnaturação estão: - calor: afeta as interações fracas com efeitos complexos. Se a temperatura eleva lentamente, a conformação, geralmente, permanece intacta até que haja, em uma estreita faixa de temperatura, uma perda abrupta da estrutura. - pH: alterações extremas alteram a carga líquida da proteína, causando repulsão eletrostática e rompimento de algumas ligações de hidrogênio. - a adição de solventes orgânicos polares e de compostos com grande capacidade de formar ligações de hidrogênio, como a ureia, determina a desnaturação da proteína. Estes últimos agentes estabelecem ligações de hidrogênio com radicais da proteína, substituindo ligações que mantinham a estrutura nativa, e os solventes orgânicos por diminuírem a constante dielétrica do meio • após a volta para um ambiente adequado, certas proteínas são capazes de reassumir suas estruturas nativas e atividades biológicas no processo de renaturação 39 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 40 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Introdução • apesar das proteínas corporais representarem uma proporção significativa de reservas potenciais de energia, elas costumam ser utilizadas na produção de energia apenas em situações de jejum prolongado ↓ carboidratos NÃO estão disponíveis par serem utilizados como combustível • as proteínas da dieta fornecem quantidades adequadas dos aminoácidos que não podemos sintetizar, sustentando a síntese normal de novas proteínas • a proteína da dieta contribui tanto para o metabolismo energético quanto para o pool de aminoácidos essenciais ↓ precisa ser DIGERIDA a aminoácidos livres ou pequenos peptídeos e é ABSORVIDA no intestino Digestão das Proteínas • começa no estômago, por ação da pepsina, em pH baixo ↓ promovido pela secreção de ácido clorídrico no suco gástrico, por ação do hormônio gastrina • continua no intestino delgado com a inserção de secreções pancreáticas ↓ o pâncreas libera bicarbonato de sódio para neutralizar o conteúdo gástrico ↓ aumenta o pH para aproximadamente 7 • são secretadas enzimas pancreáticas ↓ tripsina, quimotripsina e carboxipeptidades em suas formas INATIVAS (zimogênios) ↓ ATIVADAS no intestino • com o auxílio de algumas enzimas proteolíticas localizadas na borda em escova das células do intestino delgado, o processo de quebra das proteínas em aminoácidos é completado • os di ou tripeptídeos remanescentes são DEGRADADOS nos enterócitos ↓ os aminoácidos livres são transportados pela veia porta ao fígado ↓ - metabolismo energético; - distribuídos para outros tecidos. 41 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Metabolismo • as proteínas NÃO são permanentes, estando em contínua degradação e síntese • a manutenção da concentração de uma determinada proteína é obtida pela síntese desta proteína em uma VELOCIDADE EQUIVALENTE à de sua degradação ↓ em geral, a concentração proteica mantém-se CONSTANTE no indivíduo adulto e hígido • uma consequência importante do turnover proteico é restar sempre uma certa quantidade de aminoácidos não utilizados ↓ o conjunto de aminoácidos gerados da degradação de proteínas NUNCA é igual ao conjunto de aminoácidos necessários para compor as proteínas a serem sintetizadas. • como não há meio de armazenar aminoácidos em nosso organismo, os excedentes são DEGRADADOS ↓ o nitrogênio é EXCRETADO • o conjunto de aminoácidos é utilizado para a síntese de proteínas e de outras moléculas nitrogenadas • os aminoácidos sofrem o processo oxidativo em três diferentes circunstâncias metabólicas: → durante a síntese e degradação normal de proteínas, alguns aminoácidos obtidos pela degradação são utilizados para a síntese de novas proteínas; → quando a dieta é rica em proteínas e a ingestão excede as necessidades do corpo a síntese de proteínas endógenas, tal excesso é degradado, visto que os aminoácidos NÃO podem ser estocados; → durante o jejum ou em doenças como a diabetes melito, quando os carboidratos já não estão mais disponíveis ou não podem ser utilizados, as proteínas celulares são utilizadas como combustível. • em todas essas condições metabólicas, os aminoácidos PERDEM seus grupamentos amino para formar α-cetoácidos, os “esqueletos de carbono” dos aminoácidos. ↓ os α-cetoácidos sofrem OXIDAÇÃO ↓ fornecem unidades de 3 e 4 carbonos que podem ser convertidas em glicose • as vias de degradação CONVERGEM para vias metabólicas centrais ↓ os aminoácidos possuem um grupamento amino ↓ no processo de degradação, o grupamento amino é SEPARADO do esqueleto de carbonos e DESVIADO para vias específicas de utilização de aminoácidos ↓ a cadeia de carbonos é utilizada em rotas metabólicas de gliconeogênese e lipogênese, enquanto a parte nitrogenada dos aminoácidos, na forma de amônia, é processada em no Ciclo da Ureia v 42 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 43 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 44 Leandra Bitencourt - TURMA XVI • compreende a REMOÇÃO e a EXCREÇÃO do grupo amino e a OXIDAÇÃO da cadeia carbônica remanescente (α-cetoácido) Remoção do Grupo Amino • o primeiro passo no catabolismo da maioria dos aminoácidos (12 deles) é a TRANSFERÊNCIA de seus grupos amino para o α-cetoglutarato ↓ forma o glutamato • as reações são catalisadas por aminotransferases ou transaminases ↓ enzimas presentes no citosol e na mitocôndria e que têm como COENZIMA piridoxal-fosfato (derivada da vit. B6) • o grupo prostético apresenta-se covalentemente ligado ao grupo amino de um resíduo específico de lisina no SÍTIO ATIVO DA ENZIMA • as aminotransferases aceitam diferentes aminoácidos como substratos doadoresde grupo, mas seu nome deriva do aminoácido pelo qual a enzima tem MAIS AFINIDADE ↓ aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase Aspartato + α-cetoglutarato ↔ Oxaloacetato + Glutamato Alanina + α-cetoglutarato ↔ Piruvato + Glutamato • o efeito das reações de transaminação é COLETAR grupos amino de diferentes aminoácidos, na forma de L-glutamato ↓ o glutamato então funciona como DOADOR de grupos amino para vias biossintéticas ou para vias de excreção ↓ ELIMINAÇÃO de produtos nitrogenados • o glutamato formado é CONSUMIDO em duas reações importantes: uma nova transaminação e uma desaminação • ação da aspartato aminotransferase ↓ o grupo amino do glutamato é TRANSFERIDO para o oxaloacetato ↓ forma aspartato, o segundo depósito do grupo amino dos aminoácidos Glutamato + Oxaloacetato ↔ Aspartato + α-cetoglutarato PS: o aspartato aminotransferase é a transaminase MAIS ATIVA na maioria dos tecidos de mamíferos, evidenciando a importância dessa reação. Já a alanina aminotransferase está presente em muitos tecidos e catalisa a TRANSFERÊNCIAS do grupo amino da alanina para o α- cetoglutarato, resultando na FORMAÇÃO de piruvato e glutamato. Desse modo, o glutamato atua efetivamente como COLETOR de nitrogênio da alanina. 45 Leandra Bitencourt - TURMA XVI • o glutamato pode ainda ser desaminado ↓ o grupo amino pode ser liberado como amônia (íon NH4+) em pH fisiológico ↓ catalisada pela glutamato desidrogenase, uma enzima mitocondrial, encontrada principalmente no fígado ↓ específica para o glutamato ↓ única enzima que utiliza NAD+ ou NADP+ como aceptor de equivalentes reduzidos Glutamato + NADP+ + H2O ↔ α-cetoglutarato + NADPH + H+ + NH4+ • AÇÃO COMBINADA das aminotransferases e da glutamato desidrogenase ↓ CONVERGÊNCIA do grupo amino na maioria dos aminoácidos para dois compostos únicos: NH4+ e aspartato • o grupo amino ou é liberado como NH4+ por reações de desaminação, ou forma glutamato através de transaminação de um intermediário aminado com α-cetoglutarato ↓ os átomos de nitrogênio deste conjunto de aminoácidos CONVERGEM para os mesmos produtos originados pelo grupo amino dos outros aminoácidos ↓ NH4+ ou glutamato ↓ pode gerar aspartato 46 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Transporte de Amônia para o Fígado • a amônia é bastante tóxica para os tecidos animais ↓ diversos processos metabólicos geram amônia livre ↓ convertida em um composto não tóxico antes de ser exportada dos tecidos extra hepáticos para o sangue e em seguida para o fígado ou até os rins • para essa função de transporte, o glutamato combina-se com a amônia livre produzida nos tecidos ↓ convertida em glutamina, por ação da glutamina-sintetase ↓ reação requer ATP e ocorre em duas etapas • a glutamina que EXCEDE as necessidades de biossíntese é TRANSPORTADA pelo sangue para o intestino, fígado e rins para ser processada ↓ na mitocôndria desses tecidos, a enzima glutaminase converte glutamina em glutamato e NH4+ ↓ o NH4+ do intestino e dos rins é TRANSPORTADO para o fígado ↓ a amônia é utilizada na síntese da ureia • parte do glutamato originado na reação da glutaminase pode ser adicionalmente PROCESSADO no fígado pela glutamato-desidrogenase ↓ libera mais amônia e produz esqueletos de carbono para utilização como combustível • a maior parte do glutamato entra em reações de transaminação necessárias para a biossíntese de aminoácidos e outros processos 47 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 48 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Ciclo da Glicose Alanina • o transporte dos grupos amino para o fígado também pode ser desempenhado pela alanina, por meio do ciclo da glicose-alanina ↓ glutamato formado no músculo e em alguns outros tecidos, na reação de transaminação ↓ transfere seu grupo amino para o piruvato, produto da glicólise muscular ↓ ação da alanina-aminotransferase ↓ a alanina produzida segue para o fígado pelo sangue. • no citosol dos hepatócitos, o grupo amino da alanina é TRANSFERIDO para o α-cetoglutarato ↓ forma piruvato e glutamato • o glutamato então entra na mitocôndria ↓ - sofre ação da glutamato desidrogenase e libera NH4+ - sofre transaminação com o oxaloacetato para formar aspartato ↓ ocorre uma economia de energia intrínseca dos organismos vivos ↓ o músculo NÃO precisa gastar ATP na gliconeogênese, função desempenhada pelo fígado ↓ toda a energia produzida na glicólise é efetivamente utilizada na contração muscular 49 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Ciclo da Ureia • a formação de um mol de ureia requer 4 mols de ATP, envolve a participação de cinco enzimas e possui seis aminoácidos como intermediários ↓ os dois nitrogênios de uma molécula de ureia são derivados da amônia livre e do grupo amino do aspartato • a síntese da ureia inicia-se na matriz mitocondrial dos hepatócitos ↓ formação de carbamoil-fosfato a partir de CO2, na forma de íons de bicarbonato, e amônio, oriundo dos processos de degradação dos aminoácidos ↓ gasto de duas moléculas de ATP ↓ catalisada pela enzima carbamoil-fosfato-sintetase I (CPSI) • o carbamoil-fosfato, que funciona como DOADOR ativado dos grupos carbamoila, entra no ciclo da ureia ↓ condensa-se com ornitina, DOANDO seu grupo carbamoila e forma citrulina ↓ reação é catalisada pela ornitina- transcarbamilase e apresenta LIBERAÇÃO de fosfato inorgânico (Pi) • a citrulina é transportada para o citosol ↓ reage com aspartato, produzido na mitocôndria por transaminação e transportado para o citosol ↓ forma argininossuccinato ↓ essa reação citosólica é catalisada em presença de ATP pela enzima arginino-succinato-sintetase ↓ envolve a formação intermediária de citrulil-AMP • o argininossuccinato é então CLIVADO pela arginino-succinase ↓ forma arginina, que RETÉM O NITROGÊNIO, e fumarato ↓ é a única REAÇÃO REVERSÍVEL do ciclo da ureia • o fumarato é convertido, pela ADIÇÃO DE ÁGUA, em malato ↓ o malato é oxidado e forma oxaloacetato ↓ o oxaloacetato é TRANSAMINADO pelo glutamato ↓ produz novamente o aspartato • na última etapa do ciclo, a arginina é HIDROLISADA pela enzima arginase ↓ regenera a ornitina, que é transportada para a mitocôndria para iniciar uma nova volta no ciclo e produz ureia, que é transportada ao rim e eliminada pela urina 50 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 51 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 52 Leandra Bitencourt - TURMA XVI ➢ MECANISMOS DE REGULAÇÃO DO CICLO DA UREIA • o ciclo da ureia é regulado em parte pelo controle da concentração de N- acetilglutamato, o ATIVADOR ALOSTÉRICO essencial da carbamoil-fosfato-sintetase I • a arginina é um ATIVADOR ALOSTÉRICO de N-acetilglutamato sintase e é também uma fonte de ornitina, VIA ARGINASE, para o ciclo da ureia • a indução das enzimas do ciclo da ureia ocorre também quando AUMENTA a liberação de amônia ou de aminoácidos para o fígado • a concentração dos intermediários também tem um papel importante nessa regulação • durante a acidose, como um mecanismo para EXCRETAR PRÓTONS PELA URINA ↓ síntese e a excreção da ureia estão DIMINUÍDAS e a excreção de NH4+ AUMENTADA • um alto teor de proteína na dieta (excesso de fornecimento de aminoácidos), bem como situações de jejum(aumento da degradação de proteínas endógenas) resultam na indução de enzimas do ciclo da ureia ESTEQUIOMETRIA GERAL do Ciclo da Ureia Aspartato + NH4+ + HCO3- + 3ATP + H20 → Ureia + Fumarato + 2ADP + AMP + 2Pi + PPi + 4H+ Degradação da Cadeia Carbônica dos Aminoácidos • removido o grupo amino do aminoácido, resta sua CADEIA CARBÔNICA, na forma de α-cetoácido ↓ as vinte cadeias carbônicas diferentes apresentam vias específicas de degradação DIFERENTES, mas que CONVERGEM para a produção de apenas alguns compostos ↓ piruvato, acetil-CoA ou intermediários do ciclo de Krebs (oxaloacetato, α-cetoglutarato, succinil-CoA e fumarato) ↓ o metabolismo da cadeia carbônica dos aminoácidos já se CONFUNDE com o das cadeias carbônicas de carboidratos ou de ácidos graxos • o destino dos α-cetoácido, a depender do tecido e do estado fisiológico, pode ser: - oxidação pelo ciclo de Krebs; - utilização pela gliconeogênese; - conversão a triacilgliceróis e armazenamento • a maioria dos aminoácidos produz piruvato ou intermediários do ciclo de Krebs, os glicogênicos • a leucina e a lisina originam corpos cetônicos, sendo os únicos aminoácidos exclusivamente cetogênicos • alguns outros aminoácidos, como isoleucina, fenilalanina, tirosina, treonina e triptofano são glicocetogênicos PS: No caso dos cetogênicos, a acetoacetil- CoA é convertida em acetoacetato no fígado e, então, em acetona e β- hidroxibutirato. Sua capacidade de produzir corpos cetônicos é especialmente evidente no diabetes melito não controlado, quando o fígado produz grandes quantidades de corpos cetônicos a partir de ácidos graxos e aminoácidos cetogênicos. 53 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 54 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 55 Leandra Bitencourt - TURMA XVI 56 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Introdução • os lipídeos da dieta, absorvidos no intestino e aqueles sintetizados endogenamente são distribuídos aos tecidos pelas lipoproteínas plasmáticas, para UTILIZAÇÃO ou ARMAZENAMENTO • os triacilgliceróis são os lipídeos mais abundantes da dieta e servem como a principal reserva energética do organismo ↓ são ARMAZENADOS nas células adiposas e podem ocupar a MAIOR PARTE do volume celular • os ácidos graxos liberados dos ADIPÓCITOS, a partir dos triacilgliceróis, são transportados pelo SANGUE e utilizados efetivamente pela maioria dos tecidos como fonte de energia • os triacilgliceróis e os ácidos graxos são conhecidos como os principais lipídeos para o metabolismo energético • as células podem obter combustíveis de ácidos graxos de três fontes: - gorduras consumidas na dieta; - gorduras armazenadas nas células como gotículas de lipídeos; - gorduras sintetizadas em um órgão para exportação a outro. Digestão e Absorção de Lipídeos • a digestão de lipídeos começa no estômago, catalisada pela lipase lingual, que se origina de glândulas localizadas na base da língua ↓ digere principalmente moléculas de triacilgliceróis (ácidos graxos com menos de 12 carbonos), como aqueles encontrados na gordura do leite ↓ esses triacilgliceróis são também degradados pela lipase gástrica, secretada pela mucosa gástrica e estável em um pH ácido PS: As lipases lingual e gástrica desempenham uma função importante na digestão de lipídeos em neonatos, para os quais a gordura do leite é a principal fonte de calorias. Também são importantes para indivíduos com insuficiência pancreáticas, como os portadores de fibrose cística, para a degradação de moléculas de triacilgliceróis, apesar da AUSÊNCIA DA LIPASE PANCREÁTICA. • antes que os lipídeos possam ser absorvidos através da parede intestinal, eles precisam ser CONVERTIDOS de partículas de gordura macroscópicas insolúveis em micelas microscópicas finamente DISPERSAS e SOLÚVEIS no meio aquoso do lúmen intestinal ↓ essa EMULSIFICAÇÃO é realizada pelos sais biliares, SINTETIZADOS a partir do colesterol no fígado, ARMAZENADOS na vesícula biliar e LIBERADOS no duodeno 57 Leandra Bitencourt - TURMA XVI esse processo AUMENTA a área de superfície das gotículas de lipídeos hidrofóbicos ↓ as enzimas digestivas que atuam na interface da gotícula e da solução aquosa que a envolve agem EFICIENTEMENTE • a ação das lipases pancreáticas sobre os triacilgliceróis emulsificados os CONVERTE em monoacilgliceróis, diacilgliceróis, ácidos graxos livres e glicerol ↓ esses produtos se DIFUNDEM para o interior das células da mucosa intestinal ↓ RECONVERTIDOS em triacilgliceróis e EMPACOTADOS com o colesterol da dieta e proteínas específicas em LIPOPROTEÍNAS ↓ QUILOMÍCRONS • os quilomícrons se deslocam na mucosa intestinal para o sistema linfático ↓ entram no sangue e são levados para os músculos e tecido adiposo ↓ nos capilares desses tecidos, a enzima extracelular lipase lipoproteica HIDROLISA os triacilgliceróis ↓ ácidos graxos e glicerol ↓ são ABSORVIDOS pelas células nos tecidos alvo - no músculo, os ácidos graxos são oxidados para OBTER ENERGIA; - no tecido adiposo, são reesterificados para ARMAZENAMENTO na forma de triacilgliceróis • o glicerol é utilizado quase que exclusivamente pelo fígado para produzir glicerol-3-fosfato ↓ pode entrar tanto na glicólise como na gliconeogênese 58 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Uso dos Ácidos Graxos Armazenados • a UTILIZAÇÃO do depósito de triacilgliceróis pelo organismo e sua RECONSTRUÇÃO processam-se através de vias metabólicas diferentes, localizadas em compartimentos celulares diferentes e submetidas a regulação antagônica ➢ DEGRADAÇÃO DAS MOLÉCULAS DE TRIACILGLICERÓIS DOS ADIPÓCITOS • hormônios sinalizam a NECESSIDADE DE ENERGIA metabólica ↓ triacilgliceróis armazenados no tecido adiposo são MOBILIZADOS e TRANSPORTADOS aos tecidos (musculatura esquelética, coração, fígado e córtex renal) ↓ os ácidos graxos podem ser oxidados para PRODUÇÃO DE ENERGIA • a mobilização do depósito de triacilgliceróis é obtida por ação da lipase dos adipócitos, uma enzima sujeita a REGULAÇÃO HORMONAL ↓ HIDROLISA os triacilgliceróis a ácidos graxos e glicerol ↓ ATIVADA por ação dos hormônios adrenalina e glucagon, secretados em resposta aos baixos níveis de glicose ou atividade iminente • os ácidos graxos LIBERADOS DOS ADIPÓCITOS são TRANSPORTADOS pelo sangue ligados à albumina e UTILIZADOS pelos tecidos como fonte de energia ↓ o tecido nervoso e as hemácias são EXCEÇÕES ↓ obtêm energia EXCLUSIVAMENTE a partir da oxidação de glicose • nos tecidos alvo, os ácidos graxos se DISSOCIAM da albumina ↓ são levados por TRANSPORTADORES DA MEMBRANA PLASMÁTICA para dentro das células para servir de combustível • o glicerol liberado pela ação da lipase é FOSFORILADO e OXIDADO a glicerol-fosfato ↓ pode entrar nas vias glicolítica ou gliconeogênica • alternativamente, o glicerol-fosfato pode ser usado na SÍNTESE de triacilgliceróis ou de fosfolipídios. 59 Leandra Bitencourt - TURMA XVI ➢ DEGRADAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS • para serem OXIDADOS, ainda no citosol, os ácidos graxos são primeiramente CONVERTIDOS em uma forma ativada, a acil-Coa ↓ em uma reação catalisada por acil-CoA sintetase, associadas à membrana externa da mitocôndria Ácido graxo + CoA + ATP → Acil-CoA graxo + AMP + PPi • forma-se uma ligação tio éster entre o grupo carboxila do ácido graxo e o grupo SH da coenzima A ↓ produzindo a acil-CoA ↓ composto rico em energia, pois sua ligação tio éster é formada à custa da energia derivada da clivagem do ATP em AMP e pirofosfato inorgânico ↓ o processo de ativação é IRREVERSÍVEL ↓ocorre a HIDRÓLISE do pirofosfato a 2 Pi, um processo também irreversível ➢ INCORPORAÇÃO NA MITOCÔNDRIA • os ácidos graxos com comprimento de cadeia de 12 carbonos ou menos entram na mitocôndria PASSIVAMENTE, sem a ajuda de transportadores de membrana • aqueles com um número maior de carbonos, que constituem a maioria dos ácidos graxos livres obtidos na dieta ou liberados do tecido adiposo, NÃO conseguem passar livremente através das membranas mitocondriais ↓ primeiro passam pelo Ciclo da Carnitina, um processo envolvendo TRÊS REAÇÕES ENZIMÁTICAS Ciclo da Carnitina • a membrana interna da mitocôndria é IMPERMEÁVEL a acil-CoA ↓ os radicais acila são introduzidos na organela apenas ligados à carnitina ↓ o ciclo é composto das seguintes etapas: a carnitina-acil transferase I TRANSFERE o radical acila da coenzima A para a carnitina na FACE EXTERNA DA MEMBRANA INTERNA ↓ a acil-carnitina resultante é TRANSPORTADA através da membrana interna por uma translocase específica ↓ na FACE INTERNA, a carnitina-acil transferase II DOA o grupo acila da acil-carnitina para uma coenzima A da MATRIZ MITOCONDRIAL ↓ LIBERA a carnitina ↓ a carnitina RETORNA ao citosol pela mesma translocase ↓ reinicia o ciclo ↓ o radical acila dos ácidos graxos atinge o INTERIOR DA MITOCÔNDRIA ↓ sofrem oxidação 60 Leandra Bitencourt - TURMA XVI • a carnitina pode ser obtida da dieta, sendo encontrada principalmente em carnes ou pode também ser sintetizada a partir dos aminoácidos lisina e metionina por enzimas encontradas no fígado e nos rins, mas não no músculo esquelético e no cardíaco ↓ esses tecidos são totalmente DEPENDENTES da carnitina distribuída pelo sangue, proveniente dos hepatócitos ou da dieta ↓ cerca de 97% de toda a carnitina presente no corpo encontra-se nos músculos esqueléticos PS: Ainda não há evidências que possam afirmar se a acil-Coa passa através da membrana externa e é convertida no éster de carnitina (acil-carnitina) no espaço intermembrana ou se o éster de carnitina é formado na FACE CITOSÓLICA DA MEMBRANA EXTERNA, e então é deslocado para o ESPAÇO INTERMEMBRANAS. Em qualquer um dos casos, a passagem para o espaço intermembrana ocorre por meio de grandes poros na membrana externa e o éster de carnitina entra na matriz por meio do transportador específico da membrana interna. β-oxidação de Ácidos Graxos • ao chegar na matriz mitocondrial, o ácido graxo passará por uma sequência de quatro reações, conhecida como β-oxidação ↓ ao final desta via, a acil-CoA é ENCURTADA de dois carbonos, liberados sob a forma de acetil-CoA, além da produção de NADH e FADH2 1. a enzima acil-CoA desidrogenase RETIRA dois H da molécula do acil-CoA ↓ entrega para o FAD, formando FADH2 ↓ a acil-Coa se OXIDA e o FAD se REDUZ ↓ forma o trans-∆2-enoil-CoA PS: a nova ligação dupla tem configuração trans, enquanto as ligações duplas nos ácidos graxos insaturados que ocorrem naturalmente com frequência estão na configuração cis. 2. a enzima enoil-CoA hidratase HIDRATA o enoil-CoA ↓ forma o L-3- hidroxiacil-CoA ↓ a dupla ligação se DESFAZ para a INSERÇÃO da hidroxila da molécula de água 3. a enzima L-3-hidroxiacil-CoA desidrogenase OXIDA mais uma vez a molécula ↓ utiliza NAD+ que RECEBE os H da molécula ↓ passa a NADH e H+ ↓ forma-se uma nova dupla ligação, agora entre o carbono 3 e o oxigênio ↓ forma o 3-cetoacil-CoA 4. ocorre a quebra da molécula propriamente dita ↓ reação catalisada pela β-ceto tiolase ou apenas tiolase ↓ ocorre a QUEBRA da 3-cetoacil-CoA através da REAÇÃO com uma molécula de CoA ↓ forma acetil-CoA e uma acil-CoA com DOIS CARBONOS A MENOS ↓ esta acil-CoA refaz o ciclo várias vezes, até ser TOTALMENTE CONVERTIDA a acetil-CoA 61 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Palmitoil-CoA + 7FAD + 7NAD+ + 7CoA + 7 H2O → 8 acetil-CoA + 7 FADH2 + 7NADH + 7 H+ • o processo completo da β-oxidação ocorre na mitocôndria ↓ os nucleotídeos reduzidos (FADH2 e NADH + H+) são utilizados diretamente para a síntese do ATP pela FOSFORILAÇÃO OXIDATIVA • o acetil-CoA é molécula de participação fundamental no metabolismo celular ↓ PORTA DE ENTRADA do ciclo de Krebs ↓ junta-se ao oxaloacetato para formar citrato logo na primeira reação do ciclo • a ENTRADA do acetil-CoA no ciclo de Krebs depende da concentração de oxaloacetato ↓ o músculo e o fígado apresentam tecidos capazes de DEGRADAR ÁCIDOS GRAXOS em jejum ou em intenso exercício ↓ alta demanda de energia • no caso do músculo, o acetil-CoA formado é jogado no ciclo de Krebs ↓ a concentração de oxaloacetato PRESENTE permite que isto ocorra • já no fígado, em momentos de jejum, esse órgão utiliza o oxaloacetato para produzir glicose ↓ o acetil-CoA NÃO pode ser jogado no ciclo de Krebs, pois NÃO HÁ OXALOACETATO DISPONÍVEL ↓ o acetil-CoA é transformado em corpos cetônicos 62 Leandra Bitencourt - TURMA XVI • a sequência descrita de β-oxidação dos ácidos graxos é típica de ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS ↓ a maioria dessas moléculas nos triacilgliceróis e fosfolipídios de animais é INSATURADA, tendo uma ou mais ligações duplas • a oxidação de ácidos graxos insaturados produz MENOS ENERGIA que a dos saturados ↓ estão menos reduzidos ↓ menos equivalentes reduzidos podem ser PRODUZIDOS a partir de suas estruturas • a degradação dos ácidos graxos insaturados começa pela CONVERSÃO a acil-CoA, seguida pela ENTRADA NA MITOCÔNDRIA por meio do Ciclo da Carnitina • usando como exemplo o oleato, um ácido graxo monoinsaturado com 18 átomos de carbono e com uma ligação dupla cis entre o C9 e C10 ↓ a oxidação do oleato requer uma enzima adicional, a 3,2-enoil-CoA-isomerase ↓ CONVERTE o derivado cis-∆3 após três voltas da β-oxidação em derivado trans-∆2 ↓ serve de substrato para enoil-CoA hidratase, enzima que atua apenas sobre LIGAÇÕES TRANS • a oxidação de ácidos graxos polinsaturados exige ainda a participação de uma redutase independente de NADPH ↓ REDUZ uma ligação dupla cis à custa de NADPH ↓ com a ação conjunta dessas enzimas, o ácido polinsaturado pode transformar-se em um intermediário insaturado para a β-oxidação. 63 Leandra Bitencourt - TURMA XVI • já os ácidos graxos com número ímpar de átomos de carbono, o que vai diferir é o produto da última volta da β-oxidação ↓ depois de passar por esse ciclo diversas vezes, restará um propionil-CoA ↓ possui 3 átomos de carbono ↓ NÃO pode passar por uma nova rodada de oxidação ↓ é convertido a succinil-CoA, que contém 4 carbonos ↓ pode completar a β-oxidação PS: O succinil-CoA é um INTERMEDIÁRIO do ciclo de Krebs ↓ quando um ácido graxo com número ímpar de carbonos é METABOLIZADO, há um AUMENTO na concentração dos intermediários do ciclo de Krebs ↓ AUMENTA a concentração de oxaloacetato ↓ o excesso de oxaloacetato produzido por esse ácido graxo REDUZ a produção de corpos cetônicos Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs • após a β-oxidação, os grupos acetil da acetil-CoA são OXIDADOS no ciclo do ácido cítrico, que ocorre na matriz mitocondrial • a acetil-CoA derivada dos ácidos graxos entra numa via de oxidação final COMUM com a acetil-CoA derivada da glicose procedente da glicólise e da oxidação do piruvato ↓ essa etapa do catabolismo dos ácidos graxos produz os transportadores de elétrons reduzidos NADH e FADH2 ↓ entram na terceira etapa do processo, onde há a fosforilação de AMP em ATP resultante da passagem de oxigênio com esses elétrons pela cadeia respiratória mitocondrial 64 Leandra Bitencourt - TURMA XVI Cadeia Transportadora
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