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GT-2 mecanismos de Defesa do ego Para Freud, nada ocorre por acaso e há uma causa para cada pensamento, memória revivida, sentimento ou ação Cada evento mental ocorre pela interação do consciente com o inconsciente e é determinado pelos fatos que o precedem Há então, elos que unem inconsciente e o consciente Consciente: · Pequena parte da mente. · Tudo que estamos cientes no momento · Afetado pelo pensamento e memória Inconsciente: · Maior parte da consciência (mente) · Onde estão os determinantes para a personalidade, pulsões e instintos · Inconsciente e pré-consciente · Quando um pensamento ou sentimento parece não estar relacionado aos pensamentos e sentimentos que o precedem, as conexões estão no inconsciente. Ex: se apaixonar de alguém e não entender o porquê · Ideias inconscientes podem motivar pessoas a realizar ações · Onde ficam os elementos instintivos inacessíveis a consciência · Processos mentais do inconsciente são intemporais (não ordenados temporalmente e o tempo não os altera ) · Há material que foi excluído da consciência, censurado ou reprimido ( ele não é esquecido, só não é permitido ser lembrado; mas quer sempre retornar ao consciente) · Escape material: quando processos mentais do inconsciente adentram o consciente (psiquismo) precisa se disfarçar para passar para pré-consciente se camufla mais passa para nível consciente MEMÓRIAS DISTORCIDAS · Processos inconscientes resultam da repressão de experiencias infantis e de experiencias ancestrais · É a explicação para significado dos sonhos, atos falhos e repressão Pré-consciente: · É uma parte do inconsciente que pode se tornar consciente com faculdade · As porções da memória que são acessíveis · Ex: lembranças do que fiz ontem, ruas que morei, alimentos que gosto... · É uma área com lembranças necessárias para a consciência realizar suas funções Conceito de ID, superego e EGO ID: “O id é como um rei cego, cujo poder e autoridade são totais, mas que depende de outros para distribuir e usar de modo adequado seu poder” · Contém tudo que é herdado · É a estrutura da personalidade original, básica e mais central · Amorfo, caótico e desorganizado · É a partir dele que o ego e superego se desenvolvem · As leis lógicas do pensamento não se aplicam ao ID · ID é um reservatório de energia de toda a personalidade · Seus conteúdos são inconscientes · Pensamentos ou lembranças excluídos da consciência e localizado no ID ainda podem influenciar a vida mental de uma pessoa · Segue princípio do prazer Ego :O ego se esforça pelo prazer e busca evitar o desprazer · Está em contato com a realidade externa · Desenvolve-se a partir do ID, à medida que o bebê toma consciência de sua identidade · Como a casca de uma árvore, o ego protege o id e extrai sua energia · É a única parte da mente em contato com a realidade —> mediador entre id e superego · Tomador de decisões · Parcialmente: consciente, pré-consciente e inconsciente · Função de garantir saúde, segurança e sanidade da personalidade · Ego tem tarefa de autopreservação · Racionalidade, praticidade · Ego pega os estímulos externos e: -Armazena experiências sobre eles (na memória) -Evita estímulos excessivamente internos (mediante a fuga) -Lida com estímulos moderados (através da adaptação) -Produz modificações convenientes no mundo externo, em seu próprio benefício (através da atividade). · Estímulos internos (ID): -Controla a exigência dos instintos (decide se deve ou não satisfazer) Adia a satisfação para ocasiões/ circunstâncias favoráveis ao mundo externo, ou suprime completamente essas excitações/ instintos · O ego é dirigido pelas tensões que os estímulos produzem tensão elevada=desprazer e abaixamento da tensão=prazer · O ego é criado pelo id com a finalidade de enfrentar a necessidade de reduzir a tensão e aumentar o prazer para isso precisa controlar os impulsos do id assim individuo buscará soluções mais realistas e menos imediatas · Ego determina o tempo, lugar e objetos socialmente aceitáveis a satisfação das pulsões do id · Pessoas psicologicamente maduras: ego controla quase completamente o id · Pressionado pelas pulsões do id e moralidade do superego Superego: · Representa aspectos morais da personalidade julga ações e intenções do ego · Funções: consciência (moral), auto-observação e formação de ideias · Orientado pelos princípios morais e idealistas busca perfeição juiz/censor sobre atividades e pensamentos do ego · Ignorante e despreocupado com a viabilidade de suas exigências · Desenvolve-se a partir do ego · Usa energia do ID · Não tem contato com mundo externo · Consciência: experiências em que fomos punidos comportamentos impróprios —> mostra o que não fazer · Ego ideal: experiências de recompensa por condutas adequadas o que fazer · Controla impulsos sexuais e agressivos através da repressão (que o superego exige) que o ego produz · Culpa: ocorre quando ego age/quer agir em desacordo com os padrões morais do superego (herdados) · Sentimento de inferioridade: ego é incapaz de atender os padrões de perfeição moral do ego ideal · Superego não desenvolvido: pessoas sem freio moral (bandidos) · Superego domina personalidade: sentimentos de culpa e inferioridade Mecanismos de defesa do ego São operações mentais com o fim de reduzir as tensões psíquicas internas (ansiedades) Mecanismos de defesa processam-se pelo ego Inconscientes (quase sempre) Protegem o ego de situações externas e conflitos Geralmente, os mecanismos de defesa não resolvem o conflito Importante par compreender o funcionamento da mente A forma como alguém lida com suas ansiedades e estresse contribui para a formação de sua personalidade Classificação das defesas do ego: Imaturas: · Originam-se de um ego frágil; surgem no início da formação do psiquismo · Desde o nascimento o bebê tenta se livrar das angústias · Geralmente são desadaptativas (mas nem sempre) · Ex: introjeção, somatização, regressão, clivagem Maduras: · Surgem mais tarde latência · Sublimação (altruísmo, ascetismo, criatividade) e humor Adaptativas: · Dão conta do sofrimento · Garantem boa relação com o meio · Negação Desadaptativas: · Não dão conta do sofrimento e/ou causam distúrbios em relação ao meio e com os outros · Projeção Tipos de defesa do ego: Negação: · Não aceitar na realidade um fato que perturba o ego · Não quer reconhecer a existência de situações/sentimentos reais que são ameaçadores de algum modo · Nega dados sensoriais e afeta a percepção da realidade externa, não tanto a interna · Individuo tende a fantasiar que o acontecimento não é assim, e que na verdade aquilo não aconteceu · Clássica em alcoolistas · Ex: paciente lê seu teste de HIV positivo. Convenceu-se de que queria dizer que estava tudo bem Racionalização: · Achar motivos aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis · Pessoa apresenta argumento/explicação lógica ou eticamente aceitável para justificar suas atitudes, crenças e pensamentos inaceitáveis · Negação rebuscada · Ex: mulher que bebe muito vinho todo dia, e não congele parar. Diz que só bebe porque o Dr. Drauzio Varela recomendou Idealização: · Imagina-se a pessoa maravilhosa, perfeita · Frequentemente ocorrem decepções seguida por projeção um culpado por todos os males · Ex: filho recém nascido muitas idealizações (perfeito) cresce e não corresponde as expectativas/ideal luto dos pais Projeção: · EU projeto conteúdo inaceitável no OUTRO · O ato de atribuir a uma outra pessoa, animal ou objeto as qualidades, sentimentos ou intenções que se originam em si próprio · Sentimentos inaceitáveis: preconceitos, rejeição, suspeita... · Aspectos das personalidade de um indivíduo são deslocados de dentro deste para o meio externo · A ameaça é tratada como se fosse uma força externa. Sem admitir que a ideia/comportamento temido é dela mesma · Às vezes projetamos nos outros sentimentos ou impulsos inaceitáveis para nós mesmos. · Clássico nos alcoólatras, em fase mais avançadade deterioração mental. · Ex: No filme “Beleza Americana”, o militar machão agride o filho que ele pensa ser homossexual. Na verdade, é ele próprio que desejava sexualmente o vizinho. E bêbado no estado mais avançado põe a culpa no outro pelo que ele faz (bebo pra esquecer o sofrimento que vc me traz) Sublimação: · Redirecionar impulsos reprováveis para atividades construtivas. · A energia originalmente dirigida para propósitos sexuais ou agressivos é direcionada para novas finalidades · A finalidade da pulsão é preservada, mas o alvo/objeto é algo socialmente aceito/valorizado · Segundo Freud, desviar a pulsão originalmente sexual para fins não sexuais civilizatórios. · Pulsões são canalizadas em vez de reprimidas · A arte em geral é exemplo supremo de sublimação. · Ex: Os pais do menino seqüestrado e assassinado Yves Ota criaram uma fundação para ajudar mães que perderam seus filhos pela violência Fixação: · Intimamente ligada à regressão, embora possa existir sem ela, quando o indivíduo nem sequer ultrapassou aquela fase. · Roer unhas e fumar são hábitos que representar fixação na fase oral. Pessoa não passou bem por aquela fase, por isso se fixa nela · Ex: Pedro conseguiu parar de beber, mas passou a fumar 30 cigarros por dia. Reparou que nas reuniões de ex-alcóolatras de que participa, o consumo de cafezinho, refrigerante e cigarro e intenso Regressão: · Regressão é um retorno a um nível de desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais simples ou mais infantil. · É um modo de aliviar a ansiedade escapando do pensamento realístico para comportamentos que, em anos anteriores, reduziram a ansiedade. · Volta pra essa fase devido a um trauma · Modo de defesa primitivo · Retornar, em resposta ao estresse, a uma fase anterior de desenvolvimento e a modos próprios dessa fase. · Comum em pacientes hospitalizados de qualquer idade. · Ex: Muitas grávidas se tornam infantis, inseguras, solicitando atenção excessiva de maridos e mães. Confrontadas com novas responsabilidades e riscos, procuram proteção. Deslocamento: · Sentimentos vinculados a um objeto são direcionados a outro · Fobia · Transferir sentimentos de um alvo para outro, considerado menos ameaçador ou neutro. · Sentimento não muda, muda o objeto/pessoa · Joga o sentimento em outro · Ex: No filme “A rainha”, a rainha Elizabeth não chora pela morte da princesa Diana, mas chora pela morte de um cervo de sua propriedade, embora ela mesma cace e mate animais. Identificação: · Adquire-se características de alguém que se admira ou a quem se está ligado afetivamente. · Ex: Um adolescente que sofreu de asma grave pode fazer Medicina por identificar-se com o médico que cuidou dele durante toda a infância Altruísmo: · Tipo particular de sublimação · Há o benefício da sociedade ou de outra pessoa, através do sacrifício voluntário do próprio indivíduo · Sacrifício para beneficiar o outro · Ex: Tiradentes é o exemplo nacional. A mãe que se joga na frente de um carro para salvar o filho é outro exemplo. Somatização: · Conversão de derivados psíquicos em sintomas corporais · Conflitos e afetos intrapsíquicos repercutem no corpo, produzindo ou agravando sintomas, seja pela força do conflito, seja pela fragilidade do ego. · Comum em idosos, pois é mais aceitável exteriorizar em dor do que na mente · Transfere problemas mentais para problemas orgânicos Ex: asma é o protótipo da doença psicossomática. A parte psíquica seria traduzida como “fome de ar = fome de amor”. Crianças bem amamentadas, com mães confiantes e presentes, têm menos asma ou menos sintomas. Clivagem: · Defesa muito primitiva, para alguns a primeira · Um elemento externo é considerado todo bom ou todo mau, de maneira antagonista e/ou alternada. · Muito associada com a idealização · Ex: O bebê idealiza a mãe como tudo de bom, mas quando a mãe se ausenta ou suas demandas não são atendidas, ele a percebe como toda má, não conseguindo percebê-la como ser inteiro. Humor: · Capacidade de fazer graça de si mesmo, sem incômodo pessoal e sem desprezar os demais · Capacidade de rir e fazer rir a partir das próprias limitações ou sofrimento, tornando-se então superior a eles. · Superego tenta consolar o ego e protegê-lo do sofrimento · Não confundir com piadas racistas, sexistas ou outras, em que o alvo da piada é outro ser humano. Essa situação caracteriza projeção, e não o verdadeiro humor. · Ex: Para explicar o humor, Freud citava uma piada de seu tempo: no dia de seu enforcamento, um prisioneiro, levado para o patíbulo pelo carrasco, diz “Mas que dia esplêndido para um enforcamento”. Repressão: · Expulsão de sentimento ou ideia da percepção consciente para o inconsciente (foi recalcado) · Evitar a realidade · Eliminação involuntária de sentimentos e experiências desagradáveis da própria consciência, armazenando-os no inconsciente. · A essência da repressão consiste simplesmente em afastar determinada coisa do consciente, mantendo-a à distância · O elemento reprimido ainda faz parte da psique, e continua sendo problema (no insconsciente) · Após o nascimento, é o mecanismo básico de formação do inconsciente, a partir do contato com a realidade, ajudando a formar o ego e o superego. · Ex: Vítima de tentativa de homicídio não consegue se lembrar das feições do agressor ou do ocorrido. E o parto, ninguém lembra do seu nascimento. Complexo de Édipo Importância dos mecanismos de defesa Na prática as defesas se misturam. Na relação médico-paciente, há um inter-jogo entre o inconsciente do terapeuta/médico e do paciente. A transferência é a revivência de experiências infantis com os pais ou outras figuras importantes na relação terapêutica atual, a reedição de sentimentos, ideias, fantasias. O terapeuta passa a ser visto como uma figura idealizada e a compreensão dos fenômenos transferencias são importantes para se entender a atitude e as expectativas do paciente. A contra-transferência, é a resposta do terapeuta à transferência, reagindo com ideias, sentimentos e fantasias inconscientes. A maioria das escolas entende que é essencial por possibilitar o entendimento do que está se passando na relação terapêutica, o desenvolvimento emocional apresentado pelo paciente naquele momento e ao longo da evolução. O médico deve reconhecer o estresse do paciente, respeitando os mecanismos de defesa que expõe, não confrontando nem incitando raiva. Deve ouvir atentamente o paciente, de forma a reconhecer em que estágio se encontra e evitar o estímulo a demandas excessivas. A intervenção nos mecanismos de defesa estabelecidos deve ocorrer apenas quando tal manifestação prejudicar o tratamento e quando ela deixar de funcionar , passando o paciente a emitir sinais verbais e não-verbais, como crises de choro, irritabilidade, insônia, demanda exagerada de atenção. Relação médico-paciente A relação profissional/paciente é, na verdade, a interação entre dois seres humanos, na qual estão envolvidas, duas personalidades distintas, de modo que tudo o que pode ser observado no processo de relacionamento entre ambos e particularmente os mecanismos de defesa dos profissionais de saúde. Com o desenvolvimento científico, morrer tornou-se solitário e desumano. Diante do paciente terminal, quando a medicina já sabe que a doença venceu a guerra, não cabe mais ao médico a tentativa de cura, muitas vezes extremamente sofrível e estéril, mas assistir, servir, confortar e cuidar. Se pretendendo ajudar alguém nessa fase, seja terapeuticamente, medicamente ou humanamente, é preciso preparar-se e informar-se para lidar com a morte. Sendo assim, cuidar do doente constitui mesmo uma das atividades mais exigentes e desgastantes, tanto a nível físico como psíquico, a que estão sujeitos os profissionais presenciando muitas vezes à falência do tratar emergindo então o cuidar, o que requer uma grande maturidade profissional e estabilidade emocionalface a esta doença. Passa também por respeitar o silêncio e procurar desse modo estimular a capacidade de reflexão do doente sobre si mesmo dando-lhe oportunidade e tempo para expressar as suas emoções e esclarecer as suas dúvidas e preocupações. Devem também, ser evitadas atitudes como a frieza, falta de sensibilidade, de afeto, desinteresse ou distância substituindo-as por outras como o calor humano, a compreensão e mais importante que isso se mostrar e manter-se interessado escutando o doente com todos os sentidos. Os profissionais de saúde, quando em confronto com situações emocionalmente mais desgastantes, tais como quando o doente aborda sobre o seu diagnóstico ou prognóstico de doença, tem-se tendência a adotar muitas vezes, por vezes inconscientemente, mecanismos de proteção e defesa, como: negação da situação, distanciamento, manutenção de relações superficiais com os doentes, instituição de rotinas e protocolos, argumentando falta de tempo e de disponibilidade para ouvir e estar junto das doentes. Enfim, estes doentes têm necessidade de conseguir uma verdadeira relação de confiança com a equipe de saúde, estabelecer uma comunicação aberta, honesta, verdadeira e freqüente. O doente necessita ter a garantia de que a equipe de saúde fará o maior esforço possível para minimizar os seus sintomas psicológicos e físicos, percebendo que está envolvido na tomada de decisões sentindo-se útil. Somatização e projeção: não falar que aquilo é coisa da cabeça dela, o certo é medicar Dar lição de moral ou argumentativa lógica não vai mudar a pessoa Alcoolismo:negação—>racionalização (mostrar as perdas sociais...) — > projeção Mostrar que isso está prejudicando o paciente
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