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ENSAIO SOBRE A REFORMA ADMINISTRATIVA Luciana Vasconcelos da Costa Este ensaio tem como objetivo fazer uma breve abordagem da reforma administrativa, com base nos artigos As reformas administrativas no Brasil: modelos, sucessos e fracassos (1998), de Olavo Brasil de Lima Júnior, O impacto do modelo gerencial na administração pública: um breve estudo sobre a experiência internacional recente (1997), de Fernando Luiz Abrucio, e Por que Reformas Administrativas falham? (2002), de Flávio da Cunha Resende. Fernando Luiz Abrucio (1997) apresenta em seu artigo um histórico do modelo gerencial no mundo, enquanto o texto de Olavo Brasil de Lima Júnior (1998) faz um panorama das reformas administrativas no Brasil, do Estado Novo à reforma de Bresser- Pereira. Houve uma tentativa de implantação do modelo gerencial no Brasil quando a Burocracia, de acordo com Abrucio (1997) não era mais considerada eficiente pelos governos, devido a sua rigidez e demais disfunções do modelo. Por isso, no governo Fernando Henrique Cardoso, o ministro Bresser-Pereira propôs uma reforma administrativa através do modelo gerencial, que estava sendo difundido pelo mundo. Os governos procuravam, através dessa reforma, reduzir o tamanho do Estado e cortar gastos, principalmente de pessoal, fazendo parcerias com o setor privado e buscando, dessa forma, entregar serviços de melhor qualidade como aqueles oferecidos pela iniciativa privada (ABRUCIO, 1997). Lima Júnior (1998) afirma que o Brasil nunca teve, de fato, um modelo instalado, para o autor a realidade administrativa brasileira se caracterizava pela convivência de modelos de administração incompletos, inconsistentes e superpostos, sem que tenha passado por fases sucessivas, da administração patrimonial à administração burocrática que, deveria ter sido substituída pela administração gerencial. O autor afirma que a burocracia weberiana sempre foi fragmentada no Brasil, tendo em vista o presente preceito do patrimonialismo burocrático. Sendo assim, para Lima Júnior (1998) as reformas administrativas no Brasil nunca foram implantadas de maneira efetiva, principalmente por conta de suas complexidades. Para Resende (2002), o controle burocrático é um dos empecilhos para a implantação de reformas administrativas, pois elas têm como foco o ajuste fiscal e a mudança institucional, que, segundo o autor, suscitam apoios ambíguos quanto ao controle sobre a burocracia. Ainda hoje o Brasil tem características do patrimonialismo e novamente o ajuste fiscal e os interesses políticos são pano de fundo para uma tentativa de reforma administrativa. REFERÊNCIAS ABRUCIO, F. L. O impacto do modelo gerencial na Administração Pública: Um breve estudo sobre a experiência internacional recente. Caderno ENAP, Brasília, n. 10, p. 1- 52, 1997. JUNIOR, O. B. DE L. As reformas administrativas no Brasil: modelos, sucessos e fracassos. Revista do Serviço Público, v. 49, n. 2, p. 5-31, 1998. RESENDE, Flávio da Cunha. Por que reformas administrativas falham? Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 17, n. 50, p. 123-142, 2002.
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