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Cadeia Produtiva de Grandes Culturas - EAD

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CADEIA PRODUTIVA DE 
GRANDES CULTURAS
PROF.A DRA. CLEILTAN NOVAIS DA SILVA
Reitor: 
Prof. Me. Ricardo Benedito de 
Oliveira
Pró-reitor: 
Prof. Me. Ney Stival
Diretoria EAD: 
Prof.a Dra. Gisele Caroline 
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Felipe Veiga da Fonseca
Letícia Toniete Izeppe Bisconcim 
Luana Ramos Rocha
Produção Audiovisual:
Eudes Wilter Pitta Paião
Márcio Alexandre Júnior Lara
Marcus Vinicius Pellegrini
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção: 
Kamila Ayumi Costa Yoshimura
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114
 Prezado (a) Acadêmico (a), bem-vindo 
(a) à UNINGÁ – Centro Universitário Ingá.
 Primeiramente, deixo uma frase de Só-
crates para reflexão: “a vida sem desafios não 
vale a pena ser vivida.”
 Cada um de nós tem uma grande res-
ponsabilidade sobre as escolhas que fazemos, 
e essas nos guiarão por toda a vida acadêmica 
e profissional, refletindo diretamente em nossa 
vida pessoal e em nossas relações com a socie-
dade. Hoje em dia, essa sociedade é exigente 
e busca por tecnologia, informação e conheci-
mento advindos de profissionais que possuam 
novas habilidades para liderança e sobrevivên-
cia no mercado de trabalho.
 De fato, a tecnologia e a comunicação 
têm nos aproximado cada vez mais de pessoas, 
diminuindo distâncias, rompendo fronteiras e 
nos proporcionando momentos inesquecíveis. 
Assim, a UNINGÁ se dispõe, através do Ensino 
a Distância, a proporcionar um ensino de quali-
dade, capaz de formar cidadãos integrantes de 
uma sociedade justa, preparados para o mer-
cado de trabalho, como planejadores e líderes 
atuantes.
 Que esta nova caminhada lhes traga 
muita experiência, conhecimento e sucesso. 
Prof. Me. Ricardo Benedito de Oliveira
REITOR
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................4
1. A CULTURA DO MILHO: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS E CULTIVO ..............................................................5
1.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA PLANTA DE MILHO ............................................................................................5
1.2 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS E FISIOLÓGICAS DO MILHO ...............................................................5
1.3 MANEJO DO SOLO E DA CULTURA DO MILHO .................................................................................................6
1.3.1 ADUBAÇÃO E CALAGEM ................................................................................................................................... 7
1.4 MANEJO FITOSSANITÁRIO E PLANTAS DANINHAS ........................................................................................8
2. CADEIA AGROINDUSTRIAL DO MILHO ............................................................................................................. 10
3. PANORAMA NACIONAL ....................................................................................................................................... 12
4. PANORAMA MUNDIAL ........................................................................................................................................ 15
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................20
CADEIA PRODUTIVA DO MILHO
PROF.A DRA. CLEILTAN NOVAIS DA SILVA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DE GRANDES CULTURAS
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INTRODUÇÃO
O milho é o grão mais produzido no mundo. No Brasil, atualmente, o milho se consolida 
como a segunda cultura mais importante para o agronegócio nacional, com estimativas de 
incremento na produção. O milho também possui grande importância social, pois, no Brasil, 
grande parte de seus produtores não é altamente tecni� cada, sendo cultivado em pequenas 
propriedades e dependem de sua produção para viver ( CRUZ et al., 2011). Em função desses 
distintos sistemas produtivos, a produtividade média sofre grandes variações, oscilando de 470 
kg/hectares (agricultura de subsistência) a quase 8000 kg/hectares (produtores mais tec� cados), 
com isso a média nacional � cou em torno de 4.857 kg/hectares (2017/2018), muito abaixo da 
média da produtividade de países como Chile, cuja produtividade média é de 11.911 kg/hectares.
Do ponto de vista técnico, a cultura do milho, devido seu potencial agronômico 
(quantidade de palhada no solo, benefícios a ciclagem de nutrientes e a matéria orgânica do solo), 
é planejada para fazer rotação principalmente da soja e do algodão. Tendo papel fundamental 
na diluição dos custos � xos da fazenda, principalmente onde ocorre o plantio em segunda safra.
Depois da colheita dos grãos, o milho pode ser destinado tanto para o mercado interno 
quanto externo. No Brasil, a principal utilização é como componente para a ração animal, neste 
sentido nota-se que a cadeia do milho tem estreita relação com a cadeia da produção animal. 
Parcelas menores são destinadas para indústria e para a alimentação humana. Na esfera global, 
cerca de 70% da produção do milho é destinado para consumo animal ( PAES, 2006).
No que se refere à comercialização do milho brasileiro para o mercado externo, o Brasil 
� gura-se como um dos principais players no mercado, ocupando a segunda colocação entre os 
exportadores, atrás dos Estados Unidos.
 Desde o período em que o Brasil começou a exportar milho, observou-se uma mudança 
na estrutura de comercialização do grão, como a dinâmica de formação dos preços, em que os 
preços do milho passaram a ser balizados pela paridade de exportação.
Segundo o jornalismo agropecuário (2015), os principais fatores que in� uenciam a 
paridade de exportação brasileira foram: cotação do milho na Bolsa de Chicago (devido à alta 
concentração da oferta e da demanda dos principais países produtores e importadores), prêmio 
de exportação (leva em consideração uma série de fatores que vão desde a e� ciência do porto 
exportador até a qualidade do produto), despesas portuárias, frete (o custo do transporte da 
carga da região produtora até o porto), câmbio, impostos e outras taxas e comissões.
Diante da importância do milho no cenário mundial, esta unidade aborda em um 
primeiro momento, a origem e a evolução da planta de milho (Zea mays L.), e o reconhecimento 
da sua planta ancestral. Em um segundo momento da nossa unidade faremos uma apresentação 
sobre as características morfológicas da planta, suas exigências edafoclimáticas e os principais 
problemas enfrentados pela cultura ao longo de seu desenvolvimento.
Ademais, ao � nal desta unidade, identi� caremos as principais regiões e estados 
produtores de milho do Brasil, os elos que envolvem a cadeia produtiva do milho e também sua 
diversidade em termos de aproveitamento. Além disso, você conhecerá os principais players de 
mercado do milho, como também o � uxo comercial de seus produtos processados e os principais 
consumidores de tais produtos.
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1. A CULTURA DO MILHO: 
HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS E CULTIVO
1.1 Histórico e Evolução da Planta de Milho
O milho é uma gramínea que pertence à família Poaceae, gênero Zea e espécie Zea mays 
L. Relatos indicam que essa espécie é originária do continente americano, onde os primeiros 
registros do seu cultivo foram nas proximidades das ilhas do litoral mexicano.
O processo de domesticação do milho se deu a partir da seleção das características da sua 
planta ancestral conhecida como Teosinte.
No Brasil, o milho era cultivado desde antes da chegada dos portugueses, mas foi a partir 
da chegada dos colonizadores que ocorreu o aumentodo consumo e os subprodutos dos grãos 
passaram a integrar o hábito alimentar da população. Hoje, a produção de milho se expandiu 
para todas as regiões do Brasil.
 
1.2 Características Morfológicas e Fisiológicas do Milho
A semente do milho é classi� cada como cariopse, divididas em quatro estruturas 
conhecidas como pedicelo, pericarpo, endosperma e embrião. O grão de milho é composto 
principalmente por amido (72%), proteínas (8-10%), � bras (10%) e óleo (5%) (PAES, 2006).
O milho apresenta raízes fasciculadas, no entanto, raízes adventícias desenvolvem-se no 
� nal do ciclo vegetativo a partir dos nós acima da superfície do solo, desempenhado a função de 
sustentação ( PINHO; SANTO; PINHO, 2015). O colmo da planta é dividido em nós e entrenós e 
varia em números de 10 a 25, o número de folhas varia de 10 a 25 e emergem a partir de cada nó.
A planta de milho é monoica, possuindo pendão (in� orescência masculina) e a espiga 
(in� orescência feminina) em locais diferentes em uma mesma planta.
Atualmente, o milho vem sendo cultivado em regiões compreendidas entre 58° de latitude 
Norte e 28° de latitude Sul, em diferentes altitudes que variam do nível do mar até regiões com 
mais de 2500 metros.
Alguns fatores são considerados relevantes para que o milho atinja maiores produtividades. 
Dentre esses, a temperatura e a precipitação tem sido os mais estudados. A temperatura possui 
uma estreita relação com o desempenho da cultura, pois a condição ótima é variável em função 
dos diferentes estágios de desenvolvimento da planta. Os limites extremos tolerados pela planta 
de milho compreendem 10ºC e 30ºC, no entanto, na fase de germinação, as temperaturas ideais 
do solo para a cultura de milho estariam entre 25ºC e 30ºC ( LANDAU et al., s.d.). Segundo 
o mesmo autor a cultura é exigente em água, porém, pode ser cultivada em regiões onde as 
precipitações vão desde 250 mm até 5000 mm anuais. A cultura do milho exige de 400-600 mm 
de precipitação para que alcance a produção desejada ( FANCELLI, 2015).
A cultura do milho apresenta duas etapas de desenvolvimento, conhecidas como fase 
vegetativa e a fase reprodutiva, que compõem as fases fenológicas do milho. A fase vegetativa 
compreende desde a emergência da plântula de milho e vai até o aparecimento do pendão. A 
partir daí, inicia-se a fase reprodutiva perdurando até o � nal de ciclo (colheita).
O ciclo da planta de milho pode variar entre 90 a 180 dias, a depender da cultivar 
empregada. No Brasil, comumente é empregado as cultivares de mais precoces (até 120 dias).
 
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1.3 Manejo do Solo e da Cultura do Milho 
O manejo adequado do solo é um dos princípios básicos para a sustentabilidade de 
sistemas agrícolas. Segundo Filho e Alvarenga (2015), nos dias atuais existem poucos espaços 
para discussões em relação ao método de preparo do solo, uma vez que o sistema de plantio 
direto (SPD) apresenta vantagens entre os demais.
De acordo com dados da Conab (2012), atrelados com estimativas da Federação Brasileira 
de Plantio Direto na Palha (FEBRAPD) do volume total a área nacional cultivada com grãos na 
safra de 2011/2012, cerca de 62,31% utilizaram o SPD.
Conforme descrito por Castro (1993), o plantio direto implica em vantagens tanto para o 
agricultor quanto para o solo, como: maior rendimento em anos mais secos, devido à retenção de 
água no solo; economia de combustível de até 70% em relação ao sistema convencional; aumento 
da disponibilidade de nutrientes no solo, especialmente fósforo; aumento da atividade biológica, 
devido ao aumento da matéria orgânica; maior e� ciência no controle de erosão, reduzindo em até 
90% as perdas do solo e água em relação ao sistema de preparo convencional.
Com relação à semeadura, em regiões tropicais devido a menor variação de temperatura 
e comprimento do dia, a distribuição da chuva é que determina a época de plantio.
Assim, segundo a Embrapa (2015), a produção de milho no Brasil é caracterizada pelo 
plantio em duas épocas, a de primeira safra (ou safra de verão) e segunda safra (ou safrinha). 
Segundo o mesmo autor, os plantios de verão são realizados em todos os estados, durante o 
período chuvoso, que ocorre no � nal de agosto, na região Sul, até os meses de outubro/novembro, 
no Sudeste e Centro-Oeste e no início do ano na região Nordeste. Já a safrinha refere-se ao milho 
de sequeiro, plantado, geralmente de janeiro a março ou até meados de abril, quase sempre depois 
da soja precoce (EMBRAPA, 2015).
A Figura 1 apresenta o calendário agrícola do milho no Brasil, distribuídos em duas 
safras, bem como o calendário dos principais produtores mundiais.
Figura 1- Calendário agrícola do milho dos principais produtores mundiais. Fonte: USDA (s.d.).
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A profundidade da semeadura depende de alguns fatores, como, por exemplo, os tipos de 
solos. Em solos mal drenados a profundidade ideal é de 3 e 5 cm, solos arenosos 5-7 cm. Como 
relação à densidade de plantio, ou estande, a população recomendada varia de 40.000 a 80.000 
plantas/ha-1, dependendo do sistema de plantio e da cultivar empregada.
No que tange a cultivar, a escolha é um critério fundamental para o sucesso do agronegócio. 
No entanto, os pro� ssionais envolvidos devem atentar-se às questões como tipo de negócio para 
o qual será destinada a matéria-prima, pois a melhor cultivar para a produção de grãos pode não 
ser a melhor para a produção de silagem. Além disso, devem ser levados em conta critérios como a 
adaptação a diferentes regiões, produtividade, resistência a pragas e doenças, ciclos (semiprecoce, 
precoce e superprecoce), além da disponibilidade econômica para investimento.
Após atingir a maturação, é realizada a colheita que deve ser planejada com antecedência, 
visando evitar interferências climáticas que comprometem o padrão de qualidade do grão.
Ainda hoje, o principal modal utilizado no país é o rodoviário, com 61,1% de participação 
no total de cargas transportadas. O Brasil sofre com problemas nos gargalos logísticos, dessa 
forma, a competitividade ganha dentro da porteira se evade após a produção tomar como rumo 
à exportação.
As principais etapas pós-colheita do milho são: recepção do produto na unidade 
armazenadora; se o produto for colhido úmido, deve seguir para as operações de pré-limpeza, 
secagem e limpeza e, a partir daí, para ser armazenado ou seguir para a indústria; para o milho 
que já foi seco no campo, a etapa de secagem não é necessária, sendo feita apenas a limpeza e o 
armazenamento (R EGITANO-d’ARCE et al., 2015).
 
1.3.1 Adubação e calagem
A análise do solo é uma ferramenta importante para avaliar a disponibilidade de nutrientes 
do solo e, juntamente com as exigências da cultura, recomenda-se as doses de fertilizantes 
necessárias para que a cultura alcance a máxima e� ciência.
A recomendação de calagem não é um procedimento simples, pois depende de fatores 
relacionados com o histórico da propriedade, como também de fatores inerentes ao mercado, como 
preços de insumos. Os solos brasileiros, na sua maioria, são ácidos e, apesar do desenvolvimento 
de culturas mais tolerantes à acidez, muitos produtores não dispõem da informação de que o pH 
baixo do solo impede as plantas de responderem adequadamente ao suprimento de nutrientes. 
Além disso, ao realizar a calagem eliminam-se problemas relacionados à toxidez Al3+, suprindo 
Ca e Mg para a cultura.
No que tange a adubação do milho, a recomendação é baseada na produtividade esperada 
e na avaliação da fertilidade do solo. B ender et al. (2013) avaliando a necessidade de nutrientes 
por híbridos transgênicos modernos de milho, constataram que as quantidades requeridas para a 
cultura para produzir 12 ton./ha de grãos foram: 286 kg N; 50 kg P; 168 kg K; 59 kg Mg; 26 kg S; 
1,4 Kg Fe; 0,5 kg Zn; 0,1 kgCu; e 0,08 Kg de B.
Cabe ressaltar que adubação nitrogenada de produção varia com a produtividade desejada 
e pode ou não ser parcela. A adubação fosfatada deverá ser aplicada localizadamente (no sulco do 
plantio) toda no momento plantio. A adubação potássica é feita no momento do plantio quanto 
a dose recomendada não passar de 60 kg, caso ultrapasse esse valor, o ideal é o parcelamento da 
dose (V ERGUTZ; NOVAIS, 2015).
 
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1.4 Manejo Fitossanitário e Plantas Daninhas
A ocorrência de doenças, plantas daninhas e pragas na cultura do milho podem 
afetar signi� cativamente o potencial produtivo da planta, comprometendo a rentabilidade 
do agronegócio. A seguir estão descritas as principais pragas, doenças e plantas daninhas que 
acometem o milho. Ressalta-se que os níveis de danos e relevância das � tossanidades podem 
variar em função da região onde a lavoura foi implantada. 
Segundo V alicente (2015), os insetos pragas podem ser agrupados em pelo menos três 
grupos, a saber: insetos do solo ou pragas iniciais (atacam a lavoura do milho desde o plantio até 
a fase de plântula); insetos que atacam a área foliar e o colmo (comem a folha, diminuindo a área 
fotossintética ou perfuram o colmo) e; insetos que atacam a espiga.
E ntre as pragas destaca-se a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), como a 
principal praga da cultura do milho no Brasil, causando danos tanto na parte aérea como na 
espiga. O ataque da lagarta pode reduzir a produção de 34 a 52%.
A larva al� nete (Diabrotica speciosa) ataca as raízes do milho interferindo na absorção 
de nutrientes e água e diminui a sustentação das plantas. Os métodos de controle são baseados 
principalmente em tratamento de sementes.
A lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea) causa prejuízos estimados em cerca de 8% nos 
rendimentos (C RUZ, 2007). A praga ataca o estilo-estigmas, prejudicando a fertilização, em 
consequência, ocorrem falhas nos grãos, ademais podem alimentar-se de grãos leitosos. Tem 
sido relatado como método efetivo de controle a liberação de vespas do gênero Trichogramma.
A broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis), em altas infestações, pode causar 
perdas de até 21% na produção (CRUZ; VIANA; WAQUIL, 2005). Os prejuízos diretos causados 
pela lagarta são por meio da penetração e alimentação no interior do colmo, além disso, servem 
de porta de entrada à para os microrganismos. Ressalta-se que não existem inseticidas registrados 
no MAPA para o controle dessa praga atacando o milho.
A incidência e a severidade de doenças nos últimos anos têm aumento, sendo que um dos 
fatores para tal foram algumas mudanças no sistema de plantio, a exemplo da expansão da área 
cultivada e o plantio de primeira e segunda safra.
Segundo Cota, Costa e Silva (2015), as doenças constituem um dos principais fatores 
limitantes da produtividade e têm sido causa de preocupações no agronegócio da cultura do 
milho em razão dos riscos para a saúde humana e animal em função da presença de micotoxinas 
produzidas por fungos.
Entre as principais doenças encontradas no milho destaca-se: a cercosporiose, causada 
pelo fungo Cercospora zeae-maydis, que em cultivares suscetíveis podem ocasionar perdas acima 
de 80% (COTA; COSTA; SILVA, 2015). Os sintomas caracterizam-se por manchas de coloração 
cinza, predominantemente retangulares, com as lesões desenvolvendo-se paralelas às nervuras. A 
principal medida de manejo da cercosporiose é a utilização de cultivares resistentes.
A mancha branca (etiologia inde� nida) é considerada, atualmente, uma das principais 
doenças da cultura do milho no Brasil, cujas perdas na produção podem ser superiores a 60% 
(COTA; COSTA; SILVA, 2015). A principal medida recomendada para o manejo da mancha 
branca é o uso de cultivares resistentes.
H elmintosporiose (Exserohilum turcicum): em situações favoráveis ao desenvolvimento 
da doença, as perdas na produção podem chegar a 50%, (COTA; COSTA; SILVA, 2015), cujos 
sintomas são lesões necróticas, elípticas.
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A ntracnose do colmo, causada pelo fungo Colletotrichum graminicola, em ataque 
severo, o tecido interno do colmo pode se desintegrar, levando a planta à morte prematura e ao 
acamamento (COTA; COSTA; SILVA, 2015).
No que tange às podridões nas espigas, destaca-se a podridão por Fusarium (causada 
pelas espécies fúngicas Fusarium verticillioides e F. subglutinans) e a podridão por giberela 
(agente causal Fusarium graminearum) que, além de afetar a produção, interferem na qualidade 
e no valor nutritivo dos grãos, culminado com desvalorização comercial dos grãos. Ademais, 
as espécies mencionadas produzem micotoxinas, cujo consumo acima dos limites toleráveis é 
prejudicial para a saúde humana e animal.
Com relação às plantas daninhas, a incidência destas pode elevar o custo de produção 
do milho. Na referida cultura, quando medidas de controle não são empregadas, as perdas no 
rendimento podem alcançar mais de 80% (S EVERINO et al., 2005).
Segundo Silva et al. (2012), algumas das principais plantas daninhas da cultura do milho 
são: Bidens spp. (picão-preto), Euphorbia heterophylla (leiteira, amendoim-bravo), Ipomoea 
spp. (corda-de-viola, corriola), Raphanus sativus (nabiça, nabo), Richardia brasiliensis (poaia), 
Commelina benghalensis (trapoeraba), Brachiaria spp. (papuã, capim marmelada), Digitaria 
spp (colchão), Eleusine indica (capim pé-de-galinha), Commelina benghalensis L. (tiririca). 
Os principais métodos de controle são: preventivo, cultural, mecânico, químico e biológico. 
Atualmente, o método químico com uso herbicida é o mais utilizado.
Dentre os componentes de produção os gastos com controle � tossanitário e adubação 
merecem destaque.
Os custos com insumos são responsáveis por cerca de 56% do custo total de produção do 
milho de alta tecnologia. A Tabela 1 apresenta os principais custos com insumos na produção de 
milho em Mato Grosso, principal produtor nacional. Quando comparados os custos de insumos 
nas diferentes safras, nota-se um aumento expressivo, esse fato foi devido principalmente à 
valorização do dólar que culminou com o aumento os preços dos produtos importados.
Observa-se ainda na referida tabela que, dentre os insumos, os maiores gastos foram 
com fertilizantes, corresponderam a 46,8%, principalmente devido ao uso de macronutrientes, 
em seguida ressalta-se os gastos com sementes e defensivos (herbicidas, fungicidas, inseticidas e 
adjuvantes).
Tabela 1- Custos com insumos do milho de alta tecnologia no estado de Mato Grosso em diferentes safras (reais/
hectare). Fonte: Imea (s.d.).
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2. CADEIA AGROINDUSTRIAL DO MILHO 
A cadeia agroindustrial do milho apresenta vários elos que se integram, relevando sua 
complexidade, especialmente quando se consideram as jusantes das unidades produtivas, devido 
aos múltiplos destinos do cereal, seja na forma de grãos, espigas verdes, silagem ou grãos secos.
Como matéria-prima para a indústria, o milho possibilita obtenção de vários subprodutos 
destinados à alimentação animal e humana, além de subprodutos para a indústria cosmética, 
farmacêutica, têxtil, entre outras.
A qualidade exigida do milho varia em função do produto � nal para o qual será destinado. 
Por exemplo, teores de amilose são importantes para indústria alimentícia e de papel, na medida 
em que a amilopectina é importante para indústria alimentícia e produção de adesivos, no entanto 
o ácido graxo oleico é relevante para produção de margarinas e óleos de fritura especiais, assim 
como grãos com amido de fácil extração, requeridos na indústria de produção de álcool (PA ES, 
2006).
Geralmente, na indústria, os subprodutos do milho são obtidos a partir de dois processosdistintos, conhecidos como moagem seca (originando produtos como as farinhas, fubá, farelo, 
extrusado e óleo re� nado) ou moagem úmida (originando amido, amido modi� cado, dextrinas, 
xarope de glucose, óleo re� nado, � bra, glúten), outros segmentos utilizam o milho na forma 
in natura (milho verde) na fabricação de alimentos frescos ou ainda destinado à indústria de 
enlatados e conservas (REGITANO-d’ARCE et al., 2015).
No Brasil, o milho é principalmente usado para a produção de rações. Estimativas 
apontam que mais de 55% do milho é destinado para uso na alimentação animal. Dentro desse 
segmento, estima-se que 51% deste total é direcionado ao setor avícola, 33%, à suinocultura, 11%, 
à pecuária, e 5% é usado como ração para os outros animais (NUNES, 2016).
Em virtude do aumento da exportação de frangos para o mercado asiático, devido 
a problemas sanitários (gripe suína) que assolam a China, o milho destinado às indústrias da 
cadeia do frango tem perspectiva de crescimento.
Nos Estados Unidos, principal produtor mundial de milho, os grãos têm sido usados como 
alternativas aos combustíveis fósseis. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), 
em 2011, mais de 40% do volume total dos grãos colhidos foram destinados para produção de 
etanol, enquanto 37% foram para ração, 11% para alimentos e usos industriais.
Com relação ao mercado de biocombustíveis, de acordo com Bo rtoletto e Alcarde (2015), 
o etanol feito de cana-de-açúcar e milho representa 82% do mercado mundial de biocombustíveis, 
sendo que o Brasil e EUA são os maiores produtores de etanol, responsáveis por 90% do mercado 
mundial.
Entretanto os dois países apresentam diferenças fundamentais em seus processos 
produtivos, pois no Brasil a principal matéria-prima para produção de o etanol é a cana-de-
açúcar, enquanto nos Estados Unidos a matéria-prima predominante é o milho.
 
 
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Figura 2 - Cadeia agroindustrial do milho. Fonte: Imea.
No entanto, no Brasil o etanol produzido a partir do milho ganhou mercado nos últimos 
anos. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (CON AB, 2019), o milho foi 
responsável pela produção de cerca de 791,431 milhões de litros de biocombustível na safra 
2018/2019, somando-se anidro e hidratado (Tabela 2). Ressalta-se que apenas três estados 
produzem etanol de milho no Brasil, sendo estes Mato Grosso, Goiás e Paraná, que contribuíram 
respectivamente com 74,1%, 24,12% e 1,2% do volume total produzido de etanol a partir deste 
cereal.
A mesma agência divulgou o levantamento para a safra de 2019/20, em que se estima que 
apenas o estado de Mato Grosso produza 1.054.772 milhão de litros de etanol à base do cereal, 
sendo a produção de 300 milhões do etanol anidro e 800,756 milhões de litros etanol hidratado. 
Estimativa do aumento expressivo de 78% do volume total de etanol de milho produzido no 
Brasil. 
 
 REGIÃO/UF 
 ETANOL ANIDRO (Em mil l) ETANOL HIDRATADO (Em mil l) 
Safra 
2018/19
Safra 
2019/20
Variação
%
Safra 
2018/19
Safra 
2019/20
Variação
%
 CENTRO-OESTE 232.747,0 300.082,6 28,9 549.115,0 1.054.772,4 92,1
 MT 203.491,0 254.099,0 24,9 387.503,0 800.756,0 106,6
 GO 29.256,0 45.983,6 57,2 161.612,0 254.016,4 57,2
 SUL 1.535,0 8.708,5 467,3 8.034,0 45.579,5 467,3
 PR 1.535,0 8.708,5 467,3 8.034,0 45.579,5 467,3
 BRASIL 234.282,0 308.791,1 31,8 557.149,0 1.100.351,9 97,5
Nota: estimativa em maio 2019.
 Tabela 2 - Volume de produção de etanol de milho na safra 2018/19 e 2019/20, em mil litros. Fonte: Conab (2019).
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Como principal resíduo da produção de etanol derivado de milho destacam-se os DDG 
(distillers’ dried grains) ou grãos secos de destilaria, considerado um subproduto com alto valor 
proteico, destinado para alimentação animal, em que para cada tonelada de milho produz, 
aproximadamente, 380 litros de etanol e 250 kg de DDG.
A cadeia agroindustrial do milho � gura-se como uma das mais relevantes do agronegócio 
nacional. Neste sentido, ressalta-se a importância de os pro� ssionais envolvidos no agronegócio 
atentarem-se às demandas e tendências de mercado. 
Novas demandas, relacionados com padrões de qualidade internacionais para produtores 
e exportadores de produtos alimentícios, como no caso do milho, têm surgido. 
Atentos a esse mercado, a ANVISA publicou em resolução RDC 7/2011 sobre os limites 
máximos tolerados (LMT) para micotoxinas (metabólito secundário produzido por algumas 
espécies de fungos) em alimentos. A resolução aplica-se às empresas que importem, produzam, 
distribuam e comercializem cereais (milho, trigo, cevada, arroz) e derivados, além de café, 
amendoins, sucos (uva e maçã), especiarias (pimentas, noz-moscada entre outras), vinho e leite. 
Entre as micotoxinas que podem ser encontradas no milho, as principais são as fumonisinas, 
a� atoxinas, zearalenona, desoxinivalenol. Salienta-se que as micotoxinas além de desvalorizar os 
grão e derivados de milho no mercado, ainda prejudicam a saúde humana e animal.
 
 3. PANORAMA NACIONAL
O milho é cultivado em todo território nacional. A produção nacional do milho sofreu 
uma signi� cativa evolução nas últimas safras, passando de aproximadamente 19.256 toneladas 
na safra 1976/1977 para valores acima de 95 mil toneladas na safra 2018/2019 (Figura 2), cujo 
incremento em relação à safra anterior foi de aproximadamente 18%. O aumento no volume de 
produção foi devido principalmente pela expansão do cultivo de milho da segunda safra, cuja 
área plantada passou de 3.186.4 hectares na safra de 2004/05 para 12.237.1 hectares em 2018/19 
(Figura 3).
Segundo a Embrapa, o grande incremento da safrinha foi veri� cado no início dos anos 
80 no estado do Paraná, sendo devido, especialmente, à necessidade de milho para uso na 
propriedade, por suinocultores e avicultores, atrelados às frustrações com as culturas do trigo e 
girassol, além das perspectivas de colheita e comercialização do produto em época de sua menor 
oferta.
Figura 2- Série histórica de produção de milho total (primeira e segunda safra) nas safras 1976/77 a 2018/19. Fonte: 
a autora; Conab (2019).
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Figura 3- Série histórica de área plantada com milho de primeira e segunda safra, nas safras 2004/05 a 2018/19. 
Fonte: a autora; Conab (2019).
 
No cenário atual. a segunda safra contribui com 72,5% do volume total produzido de 
milho no Brasil. Com estimativa de aumento de 6,3%, área plantada, puxada pela antecipação da 
colheita da soja e pela possibilidade do aproveitamento da janela climática, criando a expectativa 
de bons rendimentos na lavoura para a próxima safra.
A região Centro-Oeste é a maior produtora do milho safrinha e na última safra contribuiu 
com 68,9% da produção, na sequência destaca-se a região Sul, contribuindo com 18,7%, Paraná 
foi o único estado da região que produziu milho de segunda safra. Os maiores estados produtores 
de milho de segunda safra são Mato grosso, Paraná, Mato grosso do Sul e Goiás.
Em relação ao milho de primeira safra a região Sul é a maior produtora nacional 
seguida da região Sudeste e Nordeste, contribuindo com 45%, 25% e 16% do volume produzido, 
respectivamente. Entre os estados destacam-se o Rio Grande de Sul, Minas Gerais, Paraná e Santa 
Catarina.
No cenário atual, segundo a Conab (2019), oscilações climáticas, ao longo do plantio da 
safra de verão, prejudicaram as culturas que se encontravam nas fases de enchimento de grãos, 
especialmente aquelas semeadas no início da safra, sendo que o estabelecimento das condições 
climáticas que, coincidindo com o plantio da segunda safra, criaram oportunidades para boas 
produtividades alcançadas.
A área plantada com milho total (primeira e segunda safra),segundo dados da Conab 
(2019), foi de 17.255.6 mil hectares, representando um aumento 3,8% em relação à safra anterior 
(Tabela 3). O incremento da região centro-oeste, maior região em área plantada, foi de 6,7% 
quando comparado com a safra anterior. Entre as Unidades Federativas, Mato grosso segue com 
a maior área plantada cujo incremento correspondeu a 7,3 %.
Com relação ao parâmetro produtividade, a safra 2018/2019 apresentou um aumento da 
produtividade para quase todas as regiões brasileiras, excetuando a região nordeste (Tabela 3).
Segundo dados estimados pela Conab (2019) a média nacional de produtividade do milho 
foi de 5.4 toneladas/ha, representando um incremento de 12,2% em relação à safra anterior.
Nota-se que a maior produtividade entre os estados, refere-se a Santa Catarina, com 8.466 
kg/ha e, ainda que o estado do Mato Grosso seja o maior produtor nacional, a produtividade 
desse estado foi de 6.157 kg/ha (Tabela 3). Quando analisadas separadamente, as duas épocas, ou 
seja, primeira safra e segunda safra, a média nacional de produtividade foi de 5.1 toneladas/ha e 
5.5 toneladas/ha.
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Na Tabela 3 estão apresentados os dados da Conab referentes à produção nas safras 
de 2017/18 e estimativa 2018/19, para as diferentes regiões, bem como os principais estados 
produtores de milho. Quando se compara a safra de 2017/18 com 2018/19, veri� ca-se um 
incremento de 16,5%. A região Centro-Oeste é a maior produtora nacional, seguida do Sul, com 
aumento da produção de 19,5 e 27,1%, respectivamente. Os principais estados produtores da 
referida safra, conforme descrito na Tabela 3, foram Mato Grosso e Paraná em que a produção 
alcançou 29.712.3 e 15.853.2 mil toneladas, respectivamente. 
De acordo com o Anuário Brasileiro do milho (2018), após a cultura de milho atingir 
seu auge em 2016/17, na temporada que seguiu veri� cou-se um recuo desde área plantada até 
o volume colhido do milho, tanto na primeira quanto na segunda safra, esse fato foi devido à 
preferência pela soja e aos fatores climáticos que in� uenciaram negativamente ambas as safras. 
Entretanto as análises das estimativas divulgadas pela Conab apontam uma recuperação do setor 
no que tange a área de cultivo como também em relação ao volume de produção.
REGIÃO/UF
2017/18
Área Plantada (mil 
hectares)
Produtivi-
dade (kg/
ha)
Produção 
(Em mil toneladas)
2018/19* 2017/18 2018/19* 2017/18 2018/19*
NORTE 676.5 729.1 3.617 3.910 2.446.6 2.861,9
RR 9.6 15.0 4.857 6.000 46.6 90,0
RO 178.2 191.4 4.166 4.372 742.4 836,8
AC 31.0 32.0 2.616 2.549 81.1 78,3
AM 8.1 11.0 2.560 2.500 20.7 27,5
AP 1.6 1.6 988 952 1.6 1,2
PA 236.9 231.1 3.320 2.962 786.5 684,5
TO 211.1 247.0 3.637 4.570 767.7 1.143,6
NORDESTE 2.652.6 2.598.4 2.430 2.347 6.445.8 6.654,4
MA 483.4 414.4 3.897 3.781 1.884.0 2.101,3
PI 488.5 449.1 3.048 3.515 1.488.8 1.649,4
CE 535.1 588.6 778 746 416.3 401,7
RN 40.9 55.8 473 638 19.3 39,2
PB 108.6 111.2 780 907 84.7 96,6
PE 215.7 217.9 527 600 113.8 119,0
AL 26.2 26.2 1.091 1.019 28.6 26,7
SE 143.0 143.0 808 4.028 115.5 576,0
BA 611.2 592.2 3.755 2.777 2.294.8 1.644,5
CENTRO-OESTE 7.742.1 8.260.6 5.354 6.000 41.451.2 49.776,6
MT 4.498.4 4.826.0 5.869 6.157 26.400.6 29.767,0
MS 1.735.5 1.847.1 3.734 5.132 6.481.0 9.606,8
GO 1.444.6 1.523.7 5.615 6.480 8.111.7 9.874,1
DF 63.60 63.80 7.199 7.751 457.90 528,70
SUDESTE 2.066.9 1.993.9 5.385 5.537 11.129.4 11.385,6
MG 1.165.1 1.117.5 6.082 5.961 7.086.5 7.020,7
ES 13.4 14.3 2.995 3.070 40.1 32,4
RJ 1.0 1.8 3.069 3.151 3.1 3,0
SP 887.4 860.3 4.507 5.033 3.999.7 4.329,5
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SUL 3.478.3 3.673.6 5.530 6.658 19.236.5 24.575,6
PR 2.430.9 2.584.7 4.878 6.133 11.857.7 15.953,3
SC 319.0 335.0 7.997 8.466 2.551.0 2.854,2
RS 728.4 753.9 6.628 7.651 4.827.8 5.768,1
BRASIL 16.616.4 17.255.6 4.857 5.448 80.709.5 95.254,1
Legenda: (¹) Estimativa em abril/2019.
 Tabela 3 - Área plantada, produção e produtividade de milho no Brasil nas safras 2017/18 e 2018/19. Fonte: Conab 
(2019).
 4. PANORAMA MUNDIAL
Entre os produtos vegetais do agronegócio nacional o milho merece destaque, pois o 
Brasil não está apenas entre os maiores produtores como também entre os maiores exportadores 
mundiais. Na produção o Brasil é o terceiro do ranking, atrás dos Estados Unidos e da China 
(Tabela 4). Atualmente, o país ocupa a segunda colocação em relação ao volume de exportação, 
� cando atrás apenas dos Estados Unidos. 
As exportações brasileiras de milho cresceram de maneira concomitante às produções, 
sendo que o principal diferencial do cultivo no milho em relação aos demais produtores 
internacionais é a possibilidade de realizar o cultivo em duas safras anuais, desse modo, quando 
se analisam as séries históricas do cultivo de milho no Brasil, nota-se que o que impulsionou para 
que o Brasil ocupasse o patamar atual é o incremento no cultivo de segunda safra.
A produção mundial de milho na safra 2018/19 atingiu cerca de 1.099,9 milhões de 
toneladas, representando um aumento de 2,2%. O Departamento de Agricultura dos Estados 
Unidos (USDA) registrou no seu relatório de janeiro de 2019 o aumento na oferta mundial de 
milho no período 2018/19, com maior produção em relação à safra anterior dos principais países, 
como Argentina, Brasil e Estado Unidos, cujos incrementos foram de 32,8 %,14,90% e 0,14 %, 
respectivamente. A produção de milho dos Estados Unidos, China e Brasil, corresponde 65,6% 
do volume mundial. 
Na importação, destacam-se União Europeia, México e Japão, com volumes de 21.0 
milhões, 16.7 milhões e 15.5 em milhões de toneladas (expectativa 2019/20). Salienta-se a 
importância de reconhecer os principais importadores, para avaliar a demanda nacional atual e 
conhecer as perspectivas futuras do mercado do milho brasileiro.
SAFRAS 2017/18 2018/19
Estoque inicial 350,4 340.2
Produção mundial 1076,0 1099,9
Importação 149,71 159,74
Consumo mundial 1087,92 1124,59
Estoque fi nal 340.20 308,803
PRINCIPAIS PRODUTORES 
Estados Unidos 370,96 371,5
China 259,07 256,0
Brasil 82 94,5
União Europeia 62,10 60,4
Argentina 32 42,5
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MAIORES EXPORTADORES 
Estados Unidos 61,94 62,23
Brasil 23,5 29,00
Argentina 23 28
Ucrânia 18.5 28
PRINCIPAIS IMPORTADORES
União Europeia 18,4 21,0
México 16,4 16,7
Japão 15.67 15.5
 Tabela 4 - Oferta e demanda mundial do milho em milhões de toneladas. Fonte: USDA (2019).
 
A Tabela 5 apresenta os valores e quantidades envolvidas nas exportações de milho em 
2018. Segundo as Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), em 
2018 foram embarcados 23.5 milhões de toneladas, totalizando mais de US$ 4.034.500.393. A 
referida tabela apresenta ainda os principais destinos do milho nacional em 2018, em que se 
destacam, em ordem, Irã, Vietnã, Espanha e Egito, que absorveram 27,0%, 12,7%, 9,6% e 8,14%, 
respectivamente, dos volumes exportados pelo Brasil, cuja somatória correspondeu a 57,4% do 
total.
 
País Valor (US$) Peso (Kg)
Ira 1.095.698.089 6.379.039.216
Vietnã 515.997.837 3.001.231.085
Espanha 386.712.611 2.273.855.996
Egito 344.997.258 1.980.490.660
Malásia 215.061.023 1.247.567.628
Coreia, rep. sul 207.361.194 1.233.395.613
Bangladesh 194.161.584 1.157.837.707
Taiwan 105.924.338 663.173.722
Portugal 110.340.734 655.149.666
Argélia 107.473.236 650.398.543
Marrocos 110.237.203 631.350.479
Outros 640.535.286 3.669.600.945
Total 4.034.500.393 23.543.091.260
Tabela 5 - Pauta de exportações brasileiras de milho em 2018. Fonte: MAPA (2018).
A região Centro-Oeste destaca-se como o maior polo brasileiro de produção de milho 
seguida da região do Sul. A Tabela 6 apresenta a contribuição de cada região do Brasil para a 
exportação do milho nacional. Com destaque para a região Centro-Oeste,que em 2018 exportou 
18.9 milhões de toneladas, ou seja, a referida região contribuiu com 80,3 % do volume total 
exportado pelo Brasil.
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Região/UF/URF Valor (US$) Peso (Kg)
CENTRO-OESTE 3.224.646.210 18.905.512.298
INDEFINIDA 440.178.000 2.507.370.415
NORDESTE 21.561.037 128.177.435
NORTE 63.758.330 368.258.194
SUDESTE 80.419.190 475.803.338
SUL 203.937.626 1.157.969.580
Tabela 6 - Pauta de exportações brasileiras de milho, por região, no período selecionado (em milhões) e volume (kg). 
Fonte: MAPA (2018).
 
A Conab realizou um levantamento até maio de 2019 sobre as estimativas do mercado do 
milho. Em síntese, as estimativas da Conab (2019b), indicam um aumento da cotação na Bolsa 
de Chicago, quando comparado ao mês anterior. Entretanto a queda dos prêmios dos portos 
nacionais desvaloriza a paridade de exportação e, por consequência, impedem que a tendência 
de baixa das cotações domésticas do milho seja contida. 
Segundo a mesma agência, no âmbito doméstico, com aumento da estimativa de produção 
de milho e, conseguintemente, com a subida dos estoques de passagem, esse se torna mais um 
fator de pressão nos preços.
 O mercado de grãos no Brasil já começa a preci� car esse excesso de oferta, onde, mesmo 
com um consumo estimulado pelo etanol de milho e incremento nas exportações, as cotações 
futuras estão muito próximas do preço mínimo.
As exportações tendem a se con� rmar dentro do valor estimado de 31 milhões de 
toneladas, isto porque, parte do milho já foi comercializado, em que a maior parte foi feita por 
tradings, com direcionamento ao mercado externo (CONAB, 2019b), restando um volume não 
muito alto. Todavia é imprescindível que o país exporte, no mínimo, o montante previsto, caso 
contrário, o volume de estoque exercerá uma pressão ainda maior sobre os preços (CONAB, 
2019b).
A produção de etanol de milho foi uma alternativa pra suprir a ociosidade das 
usinas de cana-de-açúcar na entressafa e diminuir os excedentes de produção do 
milho, evitando a pressão dos preços para baixo. Desse modo, algumas usinas na-
cionais produzem etanol tanto de cana quanto de milho (usinas fl ex). Entretanto, 
no ano de 2017, foi inaugurada a primeira usina exclusiva para a produção de eta-
nol de milho no País. A usina foi mediada através de uma parceria entre a Tapajós 
Participações S/A e o Summit Agricultural Group, sediado nos EUA, a companhia 
foi criada para produzir etanol e coprodutos do cereal no estado de Mato Grosso.
Para mais informações acesse os links: 
• <http://www.canaonline.com.br/conteudo/fs-bioenergia-e-a-primeira-usina-a-
-produzir-etanol100-com-milho-no-brasil.html>.
• <http://www.fsbioenergia.com.br/pt-br>.
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Uma síntese sobre o principal uso do milho nacional, manejo do solo e da cultura 
pode ser assistida no vídeo: A Cadeia produtiva do milho. Sistema Faepa/Senar, 
2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Sya-fT80oGs>. Acesso 
em: 20 abr. 2019.
Dentre os principais problemas enfrentados pelos produtores de milho destaca-
-se o manejo de pragas, mais especifi camente o ataque por lagartas, elevando 
signifi cativamente os custos de produção pela aquisição de inseticidas. O milho 
transgênico (ou geneticamente modifi cado) tem sido desenvolvido, principalmen-
te como forma alternativa de controle de pragas e plantas daninhas. O milho Bt 
baseia-se na utilização de híbridos portadores dos gene cry da bactéria Bacillus 
thuringiensis (Bt). A planta geneticamente modifi cada que possui essa caracte-
rística expressa proteínas inseticidas a determinados grupos de insetos. Sabe-se, 
ainda, que, em variedades transgênicas, o grão possui menos micotoxinas em 
comparação com o grão convencional, lembrando que as micotoxinas são subs-
tâncias tóxicas que comprometem a saúde humana e animal. Outra vantagem do 
milho transgênico é a necessidade de menos aplicação de inseticidas, reduzindo 
os custos com aplicações, além facilitar o manejo da cultura.
Por outro lado, em longo prazo, não se sabem os impactos dessa tecnologia à 
saúde e ao ambiente. Um problema seria que a pressão de seleção, leva à falta 
de variabilidade genética, levando ao surgimento de pragas, doenças e plantas 
daninhas mais resistentes. 
No Brasil, a adoção dessa tecnologia correspondeu a 89% da área plantada na 
última safra, para os demais (11%) foi plantado milho convencional (ABIMILHO, 
2019).
A partir dessas informações, faça uma refl exão sobre o uso de milho Bt e os im-
pactos relacionados com o custo de produção para o agronegócio do milho e 
também os impactos ao consumidor fi nal, quando o milho ou seus derivados é 
destinado para a alimentação humana.
Para mais informações acesse os links:
• <https://cib.org.br/milho-transgenico/>.
• <http://abimilho.com.br/estatisticas/plantio-de-milho>.
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ENSINO A DISTÂNCIA
Título: Milho do plantio à Colheita.
Autores: Aluízio Borém, João Carlos Cardoso Galvão e 
Marcos Aurélio Pimentel
Sinopse: Neste livro você encontrará tudo que precisa 
saber para sua lavoura de Milho. Milho: do Plantio à 
Colheita traz uma visão integral da melhor forma de 
conduzir seu negócio, pois traduz e lhe apresenta de 
forma simplifi cada as novas tecnologia e inovações 
para o seu agronegócio.
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ENSINO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao � nal de nossa unidade de estudo. Nessa unidade foram 
abordados temas relacionados com o emprego de tecnologias no milho, como uso de cultivares 
transgênicos. Além de aspectos relacionados ao manejo da cultura e manejo de doenças, pragas 
e plantas invasoras.
Por meio desta unidade, identi� camos como os principais países produtores de milho: 
Estados Unidos, China e Brasil. E veri� camos a China como a maior consumidora desta 
commodity, podendo in� uenciar na formação de preços no mercado mundial.
 Nesta unidade abordamos, ainda, aspectos do agronegócio brasileiro de milho, 
com o Brasil ocupando o terceiro lugar no ranking mundial, foi discutida a distribuição geográ� ca 
da cultura de milho, identi� cando as principais regiões e estados produtores, bem como aspectos 
relacionados à produtividade com áreas mais tecni� cadas (grandes propriedades) e áreas com 
menor emprego de tecnologias (pequenas e médias propriedades).
Foi explorada a cadeia produtiva do milho e os elos envolvidos, abrangendo os principais 
produtos e subprodutos destinados para os mais variados tipos de indústrias, como ração, 
alimentação humana, químicas e o mercado de etanol. Dessa forma, a unidade abrangeu os 
principais aspectos relacionados com a cadeia produtiva do milho, para auxiliar o gestor do 
agronegócio nas tomadas de decisões.
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................22
1. A CULTURA DA SOJA: HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS E MANEJO DA CULTURA .........................................23
1.1 MORFOLOGIA E EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS ....................................................................................................23
1.2 MANEJO DO SOLO E DA CULTURA ....................................................................................................................24
1.3 PLANTAS DANINHAS .........................................................................................................................................26
1.4 MANEJO FITOSSANITÁRIO ................................................................................................................................262. CADEIA PRODUTIVA DA SOJA .............................................................................................................................28
3. PANORAMA NACIONAL ....................................................................................................................................... 31
4. MERCADO INTERNACIONAL .............................................................................................................................34
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................38
CADEIA PRODUTIVA DA SOJA
PROF.A DRA. CLEILTAN NOVAIS DA SILVA
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
CADEIA PRODUTIVA DE GRANDES CULTURAS
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INTRODUÇÃO
A soja é uma commodity de ampla representatividade no cenário mundial. Entre os grãos 
produzidos no mundo, a soja se destaca com a quarta maior produção atrás do milho, trigo e 
arroz. Atualmente, a soja é o principal produto da agricultura brasileira.
 As inovações tecnologias e as pesquisas foram a base para o aumento da área plantada 
no Brasil e, a partir do momento que a cultura foi inserida, ocorreram progressões geométricas 
nos volumes colhidos.
A cadeia produtiva no modelo proposto por Zylbersztajn et al. (1999), conhecido também 
como SAG (Sistema Agroindustrial), tendo como referência o produtor como ponto de partida, 
de um lado tem-se a montante que envolve a indústria de insumos (oferecendo produtos para a 
prática produtiva), e do outro lado os setores da jusante, elos que estabelecem canais comerciais, 
como os originadores, os esmagadores/re� nadores, indústrias de derivados, distribuidores e os 
consumidores. 
Os produtos da soja destinam-se principalmente para a nutrição animal. No entanto os 
derivados dos grãos estão presentes em produtos da alimentação humana, na indústria química 
e ainda são utilizados como matéria-prima para produção de biodiesel.
No contexto mundial, a balança comercial da soja é bem delimitada, ou seja, os maiores 
produtores ocupam os primeiros lugares do lado da oferta, representados pelos Estados Unidos, 
Brasil e Argentina e no lado da demanda encontram-se a China e a União Europeia, evidenciando 
quem são os maiores players do mercado de soja e também para onde se devem voltar as atenções 
em relação a análises de mercado (I MEA, 2015).
Em função da importância crescente na produção, na industrialização e na exportação de 
matérias-primas e de alimentos de soja, o Brasil, a cada ano, acompanha a expansão da lavoura de 
soja, alicerçado pelas atividades industriais. No entanto, o país enfrenta problemas relacionados 
com transporte da produção aos terminais de exportação, por outro a alta tecnologia empregada 
na produção torna a cadeia mais competitiva, eleva o agronegócio e garante o crescimento na 
economia nacional ( SANCHES; MICHELLON; ROSSING, 2004).
Desse modo, o gerenciamento adequado no agronegócio da soja, mediado pela adoção 
de tecnologias que visam reduzir custos e aumentar a produtividade de forma sustentável, é 
imprescindível no mercado cada vez mais globalizado e competitivo. Ademais, a identi� cação 
de janelas de mercados, no que tange a exportações, é essencial para o escoamento da produção 
e um bom retorno econômico.
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1 . A CULTURA DA SOJA: 
HISTÓRICO, CARACTERÍSTICAS E MANEJO DA 
CULTURA
A soja (Glycine max (L) Merril) é uma espécie anual, herbácea pertencente a ordem 
Fabales, família Leguminosae. A espécie é originária da China (30 e 45° de latitude norte). A 
hipótese do pesquisador H ymowitz (1970) é de que a soja surgiu na região central a China, por 
volta do século XI a.C., a partir de mutações da espécie ancestral Glycine soja. A partir daí se 
expandiu para outras partes da Ásia.
No Brasil foi inserida primeira na Bahia, no � nal do século XIX, mas não se adaptou. 
Durante muitas décadas a soja foi plantada somente em caráter experimental, e a partir da década 
de 60 a cultura passou a adquirir importância comercial no país, inicialmente na região sul devido 
às semelhanças com as principais regiões produtoras do mundo (T EIXEIRA et al., 2008).
Posteriormente, o cultivo foi ampliado para outras regiões produtivas, graças às pesquisas 
na área do melhoramento genético que permitiu a adaptação da cultura em novas regiões. Nos dias 
atuais, destaca-se o avanço para regiões dos cerrados do Centro-Oeste e, mais recentemente, para 
regiões do Norte e Nordeste (MATOPIBA). O Ma-to-pi-ba designa as regiões que compreendem 
os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
O cultivo comercial da soja iniciou-se pela região Sul, em função similaridade dos 
ecossistemas dessa região do Brasil com os Estados Unidos, facilitando a transferência da genética 
e de sistemas de produção. Atrelado a isso, a região apresenta boas condições de logística de 
transporte, armazenagem e comunicação que facilitaram as exportações. Por sua vez, a expansão 
para a região centro-oeste foi devida, principalmente, ao baixo valor das terras nos cerrados, 
ao regime pluviométrico regular, favorecendo cultivos de primavera/verão, as suas áreas com 
topogra� as adequadas à mecanização e incentivos de programas governamentais para abertura 
de novas áreas de produção agrícola (GAZZONI; DALL’AGNOL, 2018).
 
1 .1 Morfologia e Exigências Climáticas 
A soja possui um sistema radicular composto de raiz principal axial e raízes secundárias, 
sendo classi� cado com um sistema difuso, em que a raiz principal é fracamente desenvolvida 
(S EDIYAMA et al., 1985).
Nas raízes da soja são encontrados nódulos resultantes da associação com bactérias 
(rizóbios) que realizam o processo conhecido como � xação biológica de nitrogênio (FBN), em 
que o nitrogênio (N2) presente na atmosfera é convertido em formas que podem ser utilizadas 
pelas plantas. Ressalta-se que o processo de FBN não ocorre em todos vegetais.
O caule é do tipo herbáceo, ereto, pubescente (coberto com pelos � nos) ramoso, e 
desenvolve-se a partir do eixo embrionário (TEIXEIRA et al., 2008). De acordo com o mesmo 
autor, durante o desenvolvimento da planta são distinguidos três tipos de folha: cotiledonares ou 
embrionárias, folhas simples ou unifoliadas e as trifolioladas ou compostas.
A soja é uma espécie autógama, com � ores completas (formadas pelo cálice, corola, 
androceu e gineceu), cujos órgãos masculinos e femininos estão protegidos dentro da corola.
O fruto da soja é do tipo vagem, pubescente (coberta por pelos � nos) e deiscente (quando 
maduros, abrem-se expondo as sementes). As sementes de soja são lisas, ovais, globosas ou 
elípticas (NUNES, 2016). 
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Em relação às condições climáticas, a planta da soja melhor se adapta a temperaturas 
do ar entre 20o C e 30o C; a temperatura ideal para seu crescimento e desenvolvimento é em 
torno de 30o C, a planta é tipicamente de dias curtos, no entanto a exigência do período crítico 
fotoperiódica depende da cultivar (E MBRAPA, 2014).
No que tange às exigências hídricas, a necessidade total de água na cultura da soja, visando 
o máximo rendimento, varia entre 450 a 800 mm/ciclo.
Os estágios de desenvolvimento da soja são divididos em estádios vegetativos e 
reprodutivos, representados pela letra V e R, respectivamente.
1.2 Manejo do Solo e da Cultura
O manejo adequado do solo é imprescindível para a sustentabilidade do agronegócio. 
No manejo do solo a primeira etapa a ser considerada é o preparo deste. O preparo do solo 
convencional (aração + gradagens leves) em excesso contribui para a degradação dos solos, 
podendo ser mais danoso quando é praticado o monocultivo.
Segundo a Embrapa (2014), o manejodo solo consiste num conjunto de operações 
realizadas com objetivos de propiciar condições favoráveis à semeadura, ao desenvolvimento e à 
produção das plantas cultivadas, por tempo ilimitado.
Para tanto, boas práticas conservacionistas devem ser adotadas, como o uso do Sistema 
Plantio Direto (SPD), fundamentado na ausência de preparo do solo e na cobertura permanente 
deste e na adoção de rotação de culturas. No Brasil, geralmente, adota-se a sucessão soja-milho, 
soja-trigo.
De acordo com T rancredi, Sediyama e Barros (2009), desde que SPD seja adotado 
corretamente, oferece vantagem em relação aos sistemas que revolvem os solos. O adequado 
manejo da cultura contribuiu para atingir alta produtividade com baixos custos. O principal 
componente para a implantação da lavoura de soja é a semente. A C onab (2016), em um 
levantamento sobre a evolução dos custos de produção de soja no Brasil, observou um aumento 
de 3,41% na participação das sementes no custo ao longo dos anos, mostrando a importância 
assumida pelo componente genético atrelado a este insumo, em que no total dos custos a semente 
participa com 7,9%.
Além disso, a referida agência revelou que os itens com maior participação nos custos 
de produção foram os fertilizantes, os agrotóxicos, as operações com máquinas, as sementes e a 
depreciação de máquinas e implementos, que conjuntamente foram responsáveis por 68,80% do 
custo.
No Brasil foram descritos vários métodos de semeaduras, o sistema de semeadura direto 
(conhecido como plantio direto) é o mais usado. A época ideal para realizar a semeadura varia de 
acordo com a cultivar e local de plantio, pois a agricultura é totalmente dependente das condições 
ambientais.
Na gestão do agronegócio, a identi� cação de regiões com alto potencial de produção, isto 
é, áreas onde o clima e o solo sejam adequados para a cultura, é o passo decisivo para se alcançar 
uma agricultura sustentável, dinâmica e altamente produtiva (CONAB, 2017).
No Brasil o calendário agrícola é bastante dinâmico em função da extensão territorial 
e diferenças nas condições climáticas. A Figura 1 apresenta o calendário agrícola da soja nos 
principais países produtores.
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Fi gura 1 - Calendário agrícola da soja nos principais países produtores. Fonte: Conab (2017).
 
A soja normalmente é semeada em espaçamento entre linhas de 45 a 50 cm, com uma 
população de plantas de 320.000 plantas/ha a 400.000 plantas/ha e profundidade de 2-3 (solos 
argilosos) e 3-5 cm (solos arenosos) (ODA; SEIYAMA; BARROS, 2009).
Com relação à adubação, o nitrogênio é o nutriente mais requerido pela cultura da soja. 
O teor elevado de proteína dos grãos de soja resulta em uma demanda de aproximadamente 80 
kg de nitrogênio (N) para cada tonelada de grãos produzidos, assim, rendimentos de 3000 kg.ha-1 
requerem cerca de 240 kg de N (HU NGRIA; CAMPO; MENDES, 2007a)
No entanto, a demanda por esse nutriente é geralmente suprida pela de Fixação Biológica 
de Nitrogênio (FBN). No processo FBN ocorre a simbiose entre as plantas da soja e as bactérias 
do gênero Bradyrhizobium, que � xam o nitrogênio do ar em formas disponíveis para as plantas 
de soja (SM IDERLE; MACIEIRA, 2017).
Atualmente, no mercado, estão disponíveis inoculantes (substrato de sobrevivência 
em que se encontram populações das bactérias � xadoras de nitrogênio) nas fórmulas líquidas 
(aplicado via semente e via sulco de semeadura) e sólidas, sendo mais comuns os turfosos 
(aplicado via semente).
A bactéria inoculada (Bradyrhizobium japonicum e Bradyrhizobium elkanii) nas sementes 
infecta as raízes da soja, formando os nódulos e, no seu interior, ocorre o processo de FBN 
(HU NGRIA; CAMPO, 2007). Estima-se que a FBN resulta em uma economia anual de US$ 12 
bilhões para o Brasil pela não aplicação de fertilizantes nitrogenados nas culturas.
Ademais, a adubação depende da exigência da cultura e das características químicas e 
físicas do solo, em que a análise do solo atua como uma importante ferramenta para otimizar o 
processo de adubação. Cabe ressaltar a importância do gestor em Agronegócios em direcionar a 
obtenção dos insumos de maneira mais dinâmica e com custos competitivos.
Para conhecer mais sobre a Correção da acidez do solo e adubação com macro e 
micronutrientes na cultura da soja, acesse o link: <https://www.embrapa.br/bus-
ca-de-publicacoes/-/publicacao/470943/calagem-e-adubacao-da-soja>.
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1.3 Plantas Daninhas
Para evitar os prejuízos causados pelas daninhas, se gasta, aproximadamente, 20-30% do 
custo de produção de uma lavoura no controle dessas plantas.
Segundo Gazziero et al. (2015), desde que a cultura foi introduzida comercialmente 
no Brasil, o controle das plantas daninhas tem se constituído como uma das operações mais 
complexas e caras do sistema de produção, tanto para a soja convencional como para a soja 
geneticamente modi� cada (soja com tecnologias RR) tolerante ao glifosato.
O método mais utilizado na cultura da soja para controle de plantas daninhas é o químico 
(herbicidas). No entanto, problemas de resistência de plantas daninhas aos herbicidas nas culturas 
geneticamente modi� cadas têm sido relatados.
Segundo a Embrapa (s.d.), nestas culturas, a resistência das plantas de soja ao glifosato, 
que proporciona a utilização deste herbicida na pós-emergência destas culturas, sem dúvida 
foi a tecnologia que resultou em maiores modi� cações no manejo das plantas daninhas. Como 
redução dos custos de operações e de aplicação de defensivos. No entanto, o uso frequente do 
glifosato tem selecionado plantas daninhas resistentes, a exemplo das espécies azevém (Lolium 
multi� orum), a buva (Conyza bonariensis e Conyza canadensis) e o capim-amargoso (Digitaria 
insularis).
O controle de plantas daninhas resistentes pode elevar os custos para 48%, 42% e 165%, nas 
espécies azevém, buva e capim-amargoso, respectivamente (CONTINI et al., 2018). Os mesmos 
autores estimam que o custo médio anual para o manejo da resistência de plantas daninhas no 
Brasil é de quase R$ 5 bilhões.
As estratégias de manejo de plantas daninhas resistentes aos herbicidas incluem ações 
integradas, como a rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação e a adoção do 
manejo integrado (que consiste na adoção de um conjunto de medidas para controlar as espécies), 
como a rotação de culturas, controle mecânico.
Desse modo, a adoção do manejo integrado contribui para a sustentabilidade dos sistemas 
agrícolas, com redução dos custos e minimização dos impactos ambientais. 
 
1.4 Manejo Fitossanitário
Insetos-pragas constituem um dos principais problemas enfrentados pelos sojicultores 
no alcance de altas produtividades de grãos, podendo atingir a planta desde estágios iniciais 
até a fase da colheita. A seguir serão apresentadas algumas pragas na cultura, ressaltando que a 
importância das espécies pode variar de região pra região.
O Corós (Phyllophaga cuyabana) é um besouro, no entanto os prejuízos à cultura ocorrem 
durante sua fase larval, em que se alimentam de raízes e podem causar tombamento e morte da 
planta.
A Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) ataca a folha, sendo a desfolhadora mais 
comum no Brasil. A lagarta-falsa-medideira (Chrysodeixis includen e Rachiplusia nu) ataca as 
folhas, podendo também causar desfolha. Já a lagarta-broca-das-axilas (Epinotia aporema) entra 
pelas axilas, depois se move para o caule, bloqueando o � uxo de seiva para as folhas.
 Entre os percevejos destacam-se o percevejo marrom (Euschistus heros) e o Percevejo 
verde (Nezara viridula), que atacam principalmente as sementes e as vagem das plantas.
Segundo Smiderle e Macieira (2017), apesar dos danos causados pelo ataque de pragas, 
não se recomenda o controle preventivo com produtos químicos, pois quando aplicados semnecessidade, elevarem o custo da lavoura.
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Dessa forma, recomenda-se o Manejo de Pragas, mediante monitoramento das pragas 
embasado em nível de danos econômicos para, então, entrar com medidas de controle. Dentre as 
quais se citam o controle biológico mediante o uso dos vírus (baculovirus anticarsia), bactérias 
(bacillus thuringiensis) e fungos (Beauveria bassiana) para controle de algumas lagartas e 
percevejos.
O controle químico é realizado pela utilização de inseticida, porém este deve ser realizado 
de forma cuidadosa por meio de produto registrado pelo MAPA, prescrito em receituário por 
pro� ssional habilitado.
Com relação às doenças, todos os órgãos da planta de soja podem ser susceptíveis a algum 
microrganismo patogênico (organismo capaz de causar doenças em plantas), que pode reduzir a 
quantidade e qualidades dos grãos. As perdas causadas variam de safra a safra no mesmo campo 
ou região ( DHINGRA; MENDONÇA, MACEDO, 2009). As doenças podem ser causadas por 
fungos, bactérias, nematoides ou vírus.
Entre as doenças causadas por vírus destaca-se o mosaico comum da soja (Soybean 
mosaic virus-SMV), transmitido pela semente, cujos prejuízos produtivos podem alcançar até 
25%. A principal forma de controle é o uso de cultivares resistentes.
No que tange as doenças causadas por nematoides é relevante na cultura da soja o 
nematoide do cisto da soja (Heterodera glycines), cujas perdas na produtividade dos grãos variam, 
podendo ser pequenas ou chegar a 90%, dependendo de fatores como grau de infestação e os 
nematoides das galhas dos quais as principais espécies encontradas no Brasil são Meloidogyne 
incognita e Meloidogyne javanica, em que a primeira espécie é amplamente distribuída do Brasil. 
No controle de M. javanica recomenda-se a rotação de culturas, como milho, amendoim e algodão, 
e para lavouras infectadas com M. incognita rotação de cultura com cultivares resistentes.
Entre as doenças causadas por fungos, destaca-se Crestamento foliar de e mancha púrpura 
causada por Cercospora Kikuchii, essa doença afeta as folhas, pecíolos, hastes, vagens e sementes. 
Em condições favoráveis, as perdas podem chegar a 30%. Outra doença de distribuição mundial 
é o oídio (Erysiphe difusa) que acomete as partes aéreas da soja. No Brasil, perdas de 30-40% 
foram relatadas em 1997, devido um incidência severa do oídio em diferentes regiões produtoras.
A doença conhecida como antracnose (Colletotrichum dematium var. truncata) destaca-
se principalmente nas regiões dos cerrados. Esse fungo pode causar morte de plântulas, necrose 
dos pecíolos e manchas nas folhas, hastes e vagens (alta redução do número de vagens). Relatos 
apontam perdas de 16% a 100% (perda total da produção).
No entanto, a ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, é caracterizada 
como a principal doença da soja, com grandes impactos na produção. Em regiões onde a doença 
já se estabeleceu perdas de 10 a 80% foram relatadas.
De acordo com Dhingra, Mendonça e Macedo (2009), na safra 2002/03 surtos da doença 
afetaram a produtividade de grãos em Mato Grosso, Bahia, Rio Grande do Sul, Goiás e Minas 
Gerais em que as perdas geradas foram de 4 milhões de toneladas. Segundo os mesmos autores, 
os custos de produção foram cada vez mais altos, devido ao aumento do uso de fungicidas para 
controle da doença, com isso é necessário que as pessoas envolvidas na produção de soja estejam 
atentas a condições favoráveis para ocorrência da doença.
Medidas de controle combinadas como: semeadura de cultivares precoces, evitar 
prolongamento da semeadura; monitoramento climático, além de controle químico minimizam 
os danos causados por esta doença.
O fungo Phakopsora pachyrhizi, é classi� cado como biotró� co, ou seja, depende das 
plantas vivas para sobreviver. Deste modo, o Ministério da Agricultura do Brasil (MAPA), em 
parceria com a Embrapa, estabeleceu a medida de controle denominada como “Vazio Sanitário” 
(é o período de no mínimo 60 dias sem plantas no campo), entre os meses especi� cados para 
cada estado e/ou região.
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Segundo a Embrapa (2018), o objetivo do Vazio Sanitário é reduzir a quantidade de 
inóculo (esporos, estruturas que atuam como sementes do fungo) durante a entressafra e, assim, 
atrasar a ocorrência da doença na safra. Com isso, o número de aplicações de fungicidas e a 
exposição do fungo aos fungicidas diminuem.
No Brasil, 13 estados e o Distrito Federal adotaram essa medida, além do Brasil o 
Paraguai também estabeleceu o período de vazio sanitário. A Figura 2 apresenta o período de 
vazio sanitário em alguns estados brasileiros.
F igura 2 - Período de vazio sanitário em alguns estados brasileiros e no Paraguai. Fonte: Embrapa (2018).
 
2. CADEIA PRODUTIVA DA SOJA
A cadeia produtiva da soja é uma das mais importantes para o agronegócio do Brasil, 
destacando-se tanto no mercado interno como externo.
Do grão de soja são derivados diferentes produtos e subprodutos dos quais os relevantes 
são o farelo e o óleo. O grão de soja é composto de proteínas, lipídios, carboidratos, minerais, 
vitaminas e � bras. Muito embora ocorra variação na composição química da soja em função de 
fatores como cultivar, condições climáticas, luminosidade e sanidade da planta, na maioria das 
cultivares destinados para a produção de farelo e óleo são encontradas teores médio da proteína, 
em torno de 40%, mas o valor pode variar de 30-53% e o teores de óleo em torno de 20%, podendo 
variar de 13 a 28% (T EIXEIRA; SEIYAMA; FINOTO., 2005). 
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Estima-se que para cada tonelada de soja produz-se 780 kg de farelo de soja e 190 kg de 
óleo (ZYLBERSZTAJN et al., 1999). Além desses, outros produtos mais elaborados são destinados 
para agroindústria de alimentos e indústria química. Da proteína de soja são originados produtos 
comestíveis, como bebidas e alimentos dietéticos, sendo usada também pela indústria de adesivos 
e nutriente como formulador de espumas, fabricação de � bra, revestimento, papel e outras 
aplicações (SANCHES et al., 2004). A soja integral é utilizada pela indústria de alimentos em 
geral e o óleo bruto se transforma em óleo re� nado e lecitina, que dá origem a inúmeros outros 
produtos (SANCHES; MICHELLON; ROESSING, 2004).
Ademais, a busca por alternativas aos combustíveis fósseis tem impulsionado a produção 
de biodiesel. Assim, os vegetais ricos em óleo, como a soja, ocupam posição importante no setor.
Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (A BIOVE, 2019), em 
2018 foram produzidos 5.349.162 m3 de biodiesel no país, cujo incremento em relação ao ano 
anterior foi de 24,6%. Atualmente a mistura do biodiesel ao diesel no Brasil é de 10 % (B10), 
com previsão de aumento para 11 % (B11) ainda neste ano, a partir daí a mistura seguiria um 
cronograma de evolução percentual até chegar ao B15 (15%) em 2023.
Notadamente, a soja é a principal matéria-prima para a produção de biodiesel e, apesar de 
sofrer oscilação em relação a sua participação, nos últimos dez anos a média da sua contribuição 
variou entre 70% e 82% do total da produção nacional (Figura 3).
Ressalta-se que com o objetivo de reduzir a dependência de apenas uma matéria–prima, 
o governo vem incentivando também o uso de outros materiais.
 
F igura 3- Produção de biodiesel por matéria-prima (%). Fonte: ANP/ABIOVE - Coordenadoria de Economia e 
Estatística (s.d.).
O sistema agroindustrial da soja no Brasil encontra-se delimitado pelos segmentos das 
indústrias de insumos agrícolas, produção agrícola, originadores, esmagadores e re� nadores, 
indústrias de derivados de óleo, distribuição e consumidor (L AZZARINI; NUNES, 2000). A 
Figura 4 apresentaos seguimentos envolvidos na cadeia produtiva da soja, bem como onde 
ocorrem transações (“T”), entre agentes e ambientes, que celebram questões contratuais.
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Fi gura 4 - Representação da cadeia da soja no Brasil. Fonte: Lazzarini e Nunes (1998).
 
O setor produtivo é fundamental para movimentar a cadeia e interligar os demais 
elos, no entanto, antes da unidade produtiva, precede a compra de insumos como indústrias 
de sementes (convencional ou transgênica), defensivos (contribui para danos e perdas da 
produção), fertilizantes (importantes para o aumento da qualidade do solo culminando com 
altas produtividades) e maquinário que contribuem para que a cultura atinja o máximo potencial 
produtivo.
Posterior à produção agrícola encontram-se os compradores da produção caracterizado 
pelas indústrias de esmagamento (T2), as trandings (T3), cooperativas (T4) e corretores e 
armazenadores (T5), com exceção do primeiro, os demais compradores compõem o elo dos 
originadores. Os originadores interligam-se aos esmagadores (T8), segmento que envolve o 
processamento da soja, em que o óleo segue para as indústrias de derivados de óleo (T10) e parte 
do farelo é direcionado para tradings (T7) e depois para o mercado externo (T9), o restante é 
vendido para indústria de rações (T12), cujo elo tem estreita relação com a indústria de carnes 
(T13). O (T9) envolve Mercado Externo, ainda podem retornar aos cedentes pelas indústrias de 
esmagamentos e Cooperativas (T7) e em forma de vendas internacionais (T11).
O óleo é processado nas fases de esmagamento e re� no, pode ser destinado para indústrias 
de alimento (margarinas, gorduras, maionese) e normalmente destinam-se ao mercado interno 
por meio das distribuidoras (T16).
No seguimento da distribuição encontram-se os atacadistas e varejistas, que ligam 
a indústria de derivados (T17), indústria de carnes (T14) e indústrias em geral (T16) aos 
consumidores. Estes, por sua vez, incluem compradores industriais, vendas externas e indústrias 
de processamento.
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No âmbito mundial, a maior demanda de soja refere-se aos farelos proteicos para nutrição 
animal. Segundo Ab reu et al. (2009), os fatores que tornam o grão de soja amplamente usado na 
alimentação de aves e suínos referem-se à alta concentração de proteína bruta (36-42%), o per� l 
apropriado de aminoácidos essenciais e o seu valor energético, devido a riqueza do seu óleo. 
Os mesmos autores reforçam que do grão de soja são obtidos vários produtos e subprodutos 
destinados à alimentação animal, como casca de soja, concentrado proteico de soja, farelo de soja, 
farelo semi-integral de soja, óleo degomado de soja, proteína isolada de soja, proteína texturizada 
de soja, soja integral extrusada, soja integral tostada e soja micronizada.
As aves e suínos consomem 2/3 desses produtos/subprodutos, os quais representam a 
fonte proteica predominante nas rações desses animais no Brasil. No entanto o farelo de soja é o 
mais usado devido a sua qualidade nutricional, disponibilidade, valor proteico e preço (ABREU 
et al., 2009).
Em suma, no decorrer do texto veri� ca-se que o principal destino da soja é a nutrição 
animal, ou seja, percebe-se a integração do complexo de grãos, com a cadeia produtiva de carnes.
 
3. PANORAMA NACIONAL
A soja é a principal cultura do agronegócio nacional. A cultura contribuiu com 52,4% do 
volume total de grãos produzido no Brasil, seguida da cultura do milho.
A área plantada com soja, segundo dados da Conab (2019a), foi de 35.149,2 mil hectares, 
representando um aumento 3,6% em relação à safra anterior (Tabela 1). O incremento da região 
centro-oeste, maior região em área plantada, foi de 2,9%, em que do total da área plantada com 
soja no país, aproximadamente, 44,6% encontra-se na região centro-oeste.
Fi gura 5 - Série histórica de área plantada com soja, entre as safras 1976/77 a 2017/18. Fonte: Conab (2019a).
 Segundo a Conab, (2019a), para a safra de 2018/19 mantêm-se a expectativa de 
crescimento da área plantada, respaldado principalmente pelo fato de que a soja é um produto 
com forte liquidez, que tem proporcionado um quadro de suporte dos preços no âmbito interno, 
tornando um cenário otimista para os produtores.
Além disso, o aumento da área de soja pode estar relacionado com guerra comercial entre 
China e Estados Unidos, pois se ocorrer a redução das exportações americanas para a China, 
possivelmente isso contribuirá para abertura de mercado para que maiores quantidades de soja 
brasileira sejam direcionadas a esse país. 
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Na Figura 5 é possível acompanhar a série histórica de área plantada com soja nas 
diferentes regiões produtoras. Nota-se que até a safra de 2000/01 a região sul detinha a maior 
área plantada, porém na safra seguinte a região centro-oeste assume a liderança, fato que persiste 
até os dias atuais.
Segundo Sanchez et al. (2004), fatores como a boa adaptação da soja na região Sul e a 
crescente demanda dos mercados tanto interno quanto externo mantendo a estabilidade dos 
preços do produto, incentivaram o aumento de área. Atrelado a isso, pesquisadores da Embrapa, 
desenvolveram tecnologias especí� cas para as condições de solo e clima do Brasil, além de 
criarem cultivares adaptadas para produções em regiões tropicais (Cerrados), desbravando 
novas fronteiras agrícolas, levando o país a ocupar lugar de destaque entre os maiores produtores 
mundiais de soja.
Ga zzoni e Dall’Agnol (2018) elencaram alguns fatores que culminaram com a expansão 
da cultura no Brasil, entre eles: (i) a alta expressiva da cotação da soja no mercado internacional; 
(ii) facilidades de mecanização total da cultura; (iii) estabelecimento de uma rede de pesquisa 
de soja articulada, incluindo o Centro-Oeste; (iv) substituição das gorduras animais, por óleos 
vegetais; (v) demanda por soja na ração, principalmente de suínos e aves; (vi) política agrícola que 
incentivou a produção, (vii) e� ciente rede privada no suprimento de insumos e (viii) agricultores 
empreendedores competentes e com capacidade gerencial.
 Com relação ao parâmetro produtividade, a média nacional manteve-se praticamente a 
mesma no ano anterior. No entanto, devido às condições climáticas favoráveis, as regiões Centro-
Oeste, Sudeste e Nordeste, apresentaram um incremento na produtividade em 2017/18 (Tabela 
1). 
REGIÃO/UF
Área Plantada 
(mil hectares)
Produtividade
 (Kg/ha)
Produção
 (em mil toneladas)
2016/17 2017/18 2016/17 2017/18 2016/17 2017/18
NORTE 1.809,0 1.931,7 3.061 3.056 5.536,4 5.903,9
RR 30,0 38,2 3.000 3.077 90,0 117,5
RO 296,0 333,6 3.143 3.282 930,3 1.094,9
AC - 0,5 - 2.938 - 1,5
AM - 1,5 - 2.250 - 3,4
AP 18,9 20,2 2.878 2.884 54,4 58,3
PA 500,1 549,6 3.270 2.785 1.635,3 1.530,6
TO 964,0 988,1 2.932 3.135 2.826,4 3.097,7
NORDESTE 3.095,8 3.263,5 3.115 3.631 9.644,7 11.850,7
MA 821,7 951,5 3.010 3.125 2.473,3 2.973,4
PI 693,8 710,5 2.952 3.573 2.048,1 2.538,6
AL - 2,2 - 2.500 - 5,5
BA 1.580,3 1.599,3 3.242 3.960 5.123,3 6.333,2
CENTRO-OESTE 15.193,6 15.648,8 3.301 3.447 50.149,9 53.945,4
MT 9.322,8 9.518,6 3.273 3.394 30.513,5 32.306,1
MS 2.522,3 2.672,0 3.400 3.593 8.575,8 9.600,5
GO 3.278,5 3.386,7 3.300 3.480 10.819,1 11.785,7
DF 70,00 71,50 3.450 3.540 241,50 253,10
SUDESTE 2.351,4 2.470,1 3.467 3.625 8.151,5 8.955,0
MG 1.456,1 1.508,5 3.480 3.676 5.067,2 5.545,2
SP 895,3 961,6 3.445 3.546 3.084,3 3.409,8
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ENSINO A DISTÂNCIA
SUL 11.459,6 11.835,1 3.542 3.264 40.592,8 38.626,7
PR 5.249,6 5.464,8 3.731 3.508 19.586,3 19.170,5
SC 640,4 678,2 3.580 3.400 2.292,6 2.305,9
RS 5.569,6 5.692,1 3.360 3.013 18.713,9

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