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Síndromes Obstrutivas Intestinais

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DEFINIÇÃO: 
• Interrupção parcial ou total da passagem do bolo ali-
mentar pela luz do intestino 
• Incapacidade do intestino de realizar o trânsito do 
conteúdo no sentido fisiológico → condição insta-
lada de forma aguda 
• Síndrome em que o conteúdo, tanto do intestino 
grosso quanto do intestino delgado, não pode pro-
gredir até o reto, impossibilitando sua eliminação do 
organismo. 
IMPORTÂNCIA CLÍNICA 
• Sem o diagnóstico correto e a instituição de trata-
mento em tempo hábil, pode ocorrer isquemia de 
parte no intestino, peritonite, choque, sepse e morte 
• Com tratamento médico adequado, a obstrução in-
testinal pode ser tratada com sucesso 
CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA: 
Mecânica: 
• Bridas 
• Aderência 
• Hernia 
• Volvo 
• Invaginação 
• Má formação congênita 
Funcional: 
• Íleo paralítico 
Vascular: 
• Trombose 
• Embolia 
TIPOLOGIA: 
• Completo ou parcial 
• Simples: 
 Alta do intestino delgado 
 Baixa do intestino delgado 
 Do cólon 
• Obstrução em alça fechada 
• Com estrangulamento 
 
ETIOLOGIA: 
• Primeira causa de obstrução intestinal: brida pós-
operatória → 60% dos casos 
• Segunda causa de obstrução intestinal → câncer do 
cólon 
 1° local mais acometido → Ceco 
 2° local mais acometido → Sigmoide 
• Causa mais importante → Hérnia 
• Obstruções do intestino delgado → benignas 
• Obstruções do intestino grosso → carcinoma de có-
lon e neoplasias pélvicas 
Obstrução do intestino delgado: 
• Aderências (bridas) congênitas 
• Aderências adquiridas em laparotomias prévias: 
 Operações ginecológicas pélvicas 
 Apendicectomia 
 Colectomia 
• Hernias da parede abdominal 
 Inguinal 
 Femoral 
 Incisional 
 Outras 
• Doença de Crohn 
• Infecções abdominais: 
 Apendicite 
 Abscessos 
• Comprometimento secundário em neoplasias 
abdominais: 
 Carcinomatose 
 Tumores de bexiga 
 Colo do útero 
• Outras: corpo estranho, calculo biliar, tumor primá-
rio de intestino delgado, hematoma, endometriose, 
bolo de áscaris e outras 
Obstrução do intestino grosso: 
• Carcinoma de colo 
• Tumores pélvicos 
• Volvo de sigmoide ou ceco 
• Estenose por doença diverticular 
• Estenose isquêmica, estenose inflamatória 
SINTOMATOLOGIA: 
• Queixas duram entre 2 e 15 dias, com média de 4,6 
a 3,9 dias 
• Sintomas mais comuns: 
 Dor abdominal acompanhada de distensão 
 Vômitos 
 Parada de eliminação de gases e fezes 
Características idosos: 
• A distinção entre a obstrução intestinal funcional e 
orgânica oferece dificuldade no idoso; 
• Importante causa de obstrução intestinal → cân-
cer de cólon, com quadro obstrutivo já na primeira 
manifestação clínica. 
• Bridas e hérnias são igualmente importantes na eti-
ologia da obstrução intestinal 
• Sinais clínicos obstrutivos são pouco evidentes no 
idoso e a leucometria é mais fidedigna para esse di-
agnóstico. 
• Fator de risco: 
 Reconhecimento tardio de uma patologia grave 
 É possivelmente modificável 
 Está associado a piores desfechos em pacien-
tes idosos com dor abdominal aguda 
• Delirium pode ser a única manifestação clínica de 
pacientes idosos com bacteremia 
Dor: 
Obstrução mecânica: 
• Em cólica 
• De forte intensidade 
Obstruções mais proximais: 
• Cólicas mais frequentes (intervalos de 4 a 5 minutos) 
• Vômitos precoces 
Vômitos: 
• Precoce nas obstruções altas 
• Podem ser intensos 
• Alcalose metabólica 
• Desidratação 
Distensão abdominal: 
• Leve 
• Moderada 
• Significativa 
• Parada de eliminação de gases e fezes
 
DIAGNÓSTICO: 
• História clínica 
• Exame físico 
• Exame radiológico do abdome nas posições ortostá-
tica e decúbito 
• Dosagens laboratoriais 
• Tomografia computadorizada (quando necessário) 
Exame físico: 
Inspeção: 
• Avaliar a presença de cicatrizes de cirurgias prévias 
e a região inguinal bilateral, a fim de se verificar se 
há hérnias encarceradas. 
Ausculta: 
• Presença de ruídos hidroaéreos afasta a possibili-
dade de obstrução funcional por íleo paralítico 
• Ruídos mais intensos e metálicos estão associados 
aos estágios iniciais da obstrução mecânica 
Palpação: 
• Abdome distendido e com dor difusa: 
 Dor localizada na fossa ilíaca direita → 
a*end5c5te ag4da c60 abscess6 
 Dor no flanco esquerdo → diverticulite compli-
cada (fatores obstrutivos) 
 Presença de massas abdominais → etiologia 
neoplásica 
 Irritação peritoneal → perfuração de alça intes-
tinal por isquemia 
Toque retal: 
• Identificar a presença de tumores de reto • A presença de fezes na ampola retal sugere obstru-
ção incompleta ou quadro inicial de obstrução. 
Exames complementares: 
RX simples de abdome (mais importante!) 
 Posição supina 
 Posição ortostática 
 Em decúbito lateral (direito e esquerdo) 
• Exame que confirma o diagnóstico clínico 
• Distinguir as obstruções de intestino delgado e 
grosso, entre as formas mecânica e funcional e tam-
bém pode sugerir o diagnóstico específico, como no 
caso do íleo biliar ou do volvo de sigmoide. 
OBSERVAÇÃO: 
Distinguir as obstruções de intestino delgado e grosso, 
entre as formas mecânica e funcional, também pode su-
gerir o diagnóstico específico, como no caso do íleo bi-
liar ou do volvo de sigmóide. 
Exame radiológico: 
• Distensão gasosa no intestino com formação de ní-
veis hidroaéreos → obstrução intestinal. 
• Níveis hidroaéreos: 
 quando em diferentes valores em um mesmo 
segmento → obstrução intestinal mecânica 
 níveis de mesmo valor → obstrução funcional. 
• “Pilha de moedas”: as válvulas coniventes do in-
testino delgado distendido formam imagens circula-
res superpostas, gerando um aspecto radiológico 
conhecido como “pilha de moedas” 
 
• Identificar os níveis de líquidos (hidroaéreos) e a 
região da obstrução: 
 alças que estiverem acima da obstrução → di-
latadas, cheias de líquidos e gases; 
 as que estiverem abaixo da obstrução → mur-
chas 
• Níveis líquidos na mesma alça: 
 em alturas diferentes → obstrução mecânica 
(luta da alça). 
 na mesma altura → indicam adinamia (íleo pa-
ralítico) 
• Obstrução total → ausência de ar no cólon e reto. 
• Excluir a possibilidade de gás extra intestinal por 
perfuração de víscera oca (estômago e intestino). 
• A realização de enema opaco simples é indicada 
para pacientes com forte suspeita clínica de obstru-
ção distal, toque retal normal e exame radiológico de 
abdome inespecífico. 
• Caso haja suspeita de perfuração intestinal, é PRO-
IBITIVO o uso de sulfato de bário. Portanto, o con-
traste a ser administrado é a solução iodada hidros-
solúvel. 
OBSERVAÇÃO: 
Em aproximadamente 30% dos casos, o exame radio-
lógico de abdome pode ser inespecífico. 
 
Exame de imagem: 
• A tomografia computadorizada de abdome tem 
maior valor preditivo para identificação da causa da 
lesão, mas frequentemente não é necessária para 
estabelecer as etapas iniciais do tratamento. 
• Ela é útil em caso de suspeita de causas inflamató-
rias, como nos abscessos e na diverticulite do colo. 
Exames laboratoriais: 
Hemograma: 
• Anemia pode ser associada a perdas crônicas, como 
nas neoplasias e nas doenças inflamatórias. 
• Leucocitose com desvio à esquerda pode significar 
comprometimento vascular do intestino ou existên-
cia de uma causa infecciosa da obstrução, como di-
verticulite ou abscesso abdominal. 
Dosagem de eletrólitos, ureia e creatinina: 
• são importantes para avaliar distúrbios hidroeletrolí-
ticos e função renal 
 
Tratamento: 
• Inicialmente tratamento CONSERVADOR, visando 
a descompressão do trato gastrointestinal; 
• EXCEÇÃO: feita para aqueles pacientes com sinais 
de irritação peritoneal. 
Conduta: 
1. colocação de sonda nasogástrica (SNG), 
2. hidratação parenteral e correção dos distúrbios hi-
droeletrolíticos, 
3. sonda vesical, 
4. sonda retal (quando necessário). 
5. As novas técnicas de enteroscopia ajudam a colo-
car a sonda longa nas porções altas do intestino. 
6. A constataçãode drenagem de secreção clara ou 
biliosa sugere uma evolução favorável, enquanto 
a drenagem de secreção amarronzada e fétida (fe-
caloide) indica obstrução completa. 
 
 
Tratamento cirúrgico: 
Indicação: 
• Falta de resposta frente às medidas conservadoras. 
• Pacientes com sinais de irritação peritoneal. 
Técnicas: 
• Tradicional (laparotomia), 
• Laparoscopia (videolaparoscopia) 
Observações 
• Na maioria dos casos, as obstruções mecânicas 
completas do intestino delgado têm tratamento ci-
rúrgico. 
• Não havendo grande distensão (obstruções proxi-
mais ou nas incompletas) – pode-se efetuar a vide-
olaparoscopia, por meio da qual resolve-se em 
torno de 50% dos casos (Corleta; Ghezzi, 2014). 
• As obstruções acompanhadas de peritonite sempre 
são tratadas, além da desobstrução, com grandes 
lavagens da cavidade abdominal para limpeza da in-
fecção nesta cavidade. 
Caso clínico: 
Identificação e QP: 
Paciente, sexo feminino, 68 anos, deu entrada no OS 
com quadro de dor abdominal em cólica, distensão ab-
dominal e vômitos iniciado há 5 dias. 
HDA: 
Após os primeiros episódios de dor, evacuou uma vez 
e, depois disso, passou a não eliminar gases nem fe-
zes. 
HPP: 
Histerectomia há 20 anos (devido a miomatose uterina) 
Exame Físico: 
• Mucosas hipocoradas 
• Pele e mucosas secas 
• Ritmo regular em dois tempos, Bulhas normofonéti-
cas, 
• FC: 122 bpm 
• FR: 20 ipm (inspirações por minuto) 
• MV diminuídos em ambas as bases pulmonares 
• Toque retal: ampola vazia e ausência de lesões no 
reto 
• RX de abdome: dilatação do intestino delgado com 
formação de níveis hidraéreos em diferentes alturas 
de uma mesma alça e ausência de ar no reto. 
Diagnóstico: 
• Paciente apresenta todos os componentes clínicos 
sugestivos de obstrução intestinal 
• A não ocorrência das situações predisponentes de 
íleo adinâmico e pseudo-obstrução ocasiona supo-
sição de obstrução de causa mecânica. 
• Distensão abdominal pronunciada e ausência de ar 
no intestino grosso sugerem obstrução de intestino 
delgado. Entre as causas de obstrução de intestino 
delgado, as aderências peritoneais por cirurgias pré-
vias são as mais comuns. Entre as cirurgias que 
mais causam obstrução por aderências, estão as ci-
rurgias pélvicas. No caso clínico, há história de his-
terectomia. 
• Sinais clínicos de desidratação 
• Paciente deve ser tratada com hidratação parenteral 
e correção de distúrbios eletrolíticos, instalação de 
SNG para alívio de distensão.

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