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Exercícios sobre depressão, saúde pública, doença mental

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11/08/2021 OneNote
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03/08 
domingo, 1 de agosto de 2021 16:50 
DISPARADOR 1 – “MEU MUNDO” - 
 
“Não estou normal... definitivamente!” Refletia Alberto, na 6ª etapa do curso de Medicina.
Lembro que no primeiro ano me sentia motivado, empolgado, era estimulado por meus pais,
amigos, tudo se tornava uma novidade empolgante para ser contada e de repente... mudou. Não
tenho o mesmo pique para levantar da cama, ligar a câmera, e participar das tutorias, nem o
mesmo impulso para buscar na literatura as respostas, nem acho que estou aprendendo, pareço
cansado, mesmo estando isolado sem fazer atividade. Mas não sou só eu, meus pais estão assim,
meus amigos... Sabe o que está faltando? aqueles papos até altas horas com o pessoal, o
churrasco de sexta na casa do Thomaz, aquele “pedal” de final de semana com a galera... Como
essas coisas fazem falta! Acabei me abastecendo com tantas coisas ruins que agora estou até
meio anestesiado. Mas eu não sou assim! Eu estou assim! Esse momento ruim vai passar? E a
vontade de chorar será que vai? E o medo de perder alguém querido mais uma vez… Será que
entrarei para as estatísticas? O desânimo para fazer as coisas que gosto... a vontade de ficar na
cama..., a angústia de olhar no espelho... será que tudo isso vai passar? Será que vale a pena
continuar vivendo? Ou tudo isso que estou passando é apenas algo normal do novo normal?
Será que preciso procurar alguém? Tomar algum medicamento para isso? 
1- Depressão  
2- Desmotivação / Desânimo. 
3- Isolamento social prolongado. 
4- Alteração nos hábitos sociais / Restrição das atividades de lazer. 
5- Mudança de personalidade (interior). 
6- Vontade de chorar. 
7- Medo de morrer ou perder alguém por COVID. 
8- Angústia, medo, incerteza. 
9- Pensamentos suicidas, refletir sobre a continuidade da vida.  
10- Não buscou ajuda para sua condição.  
11- Dificuldade em sentir os prazeres da vida. 
12- Crise de convívio social. 
13- Baixa auto-estima. 
14- Fadiga. 
15- Ansiedade.  
16- Desesperançoso / confuso 
 
 
 
 
Hipóteses:  
1- Isolamento social devido a pandemia de COVID-19. (1, 2, 3, 4, 6) 
2- Depressão devido ao longo isolamento social. (5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15 e 16) 
3- Alteração nos hábitos sociais e restrição das atividades de lazer devido ao isolamento social.
(3, 4, 11 e 12) 
4- Defasagem nas políticas públicas no manejo da pandemia. (2, 3, 4, 7, 8, 9, 10) 
5- Atendimento preferencial da equipe multiprofissional aos pacientes de COVID deixando de
lado os outros pacientes. (10) 
6- Baixa procura ao atendimento de saúde por medo de se infectar. (10) 
7- Baixo rendimento acadêmico por causa da depressão. (1 - 16). 
8- Alteração na relação familiar. (1, 2, 3, 4, 5, 10 11, 12) 
9- Possível histórico familiar de depressão. (1, 2, 13, 14, 15) 
10- Sobrecarga dos profissionais de saúde mental. (7, 8, 10) 
 
 
Perguntas:  
1- Qual a fisiopatologia da depressão?  
Ao longo do tempo, algumas hipóteses foram sendo levantadas na tentativa de explicar a gênese
da depressão. Atualmente se considera que a causa do transtorno depressivo seja multifatorial,
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resultante da integração de fatores de risco biológicos, psicológicos e sociais, associados a
eventos estressores. Dentre os fatores de risco ambiental destacam-se o uso de substâncias
psicoativas, como o álcool e drogas ilícitas, alterações dos ritmos biológicos e eventos de vida
estres-sores, como maus-tratos ou negligência na infância, perda de entes queridos,
desemprego, derrocada financeira e divórcio. 
A principal teoria relaciona o surgimento da depressão com alterações em sistemas de
neurotransmissão, principalmente no das monoaminas. Segundo essa teoria, a depressão pode
surgir caso ocorra diminuição da atividade neurotransmissora dessas substâncias por diminuição
da produção, esgotamento ou disfunção. As monoaminas que desempenham papel importante
no surgimento do transtorno depressivo são a serotonina (5-HT), a noradrenalina (NA) e a
dopamina (DA). Há várias décadas os estudos têm demonstrado o importante papel dessas
substâncias para a modulação de diferentes atividades corticais, como atividade psicomotora,
apetite, sono, cognição e regulação do humor. Alterações neuroendócrinas também vêm sendo
descritas em pacientes deprimidos, sendo a mais importante delas a alteração no eixo
hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA). Os estudos mostram que aproximadamente metade dos
indivíduos doentes apresenta intensa ativação desse eixo, o que pode ser causado pelo estresse
crônico, que reduz sua inibição, aumentando a produção e a liberação de glicocorticoides. Esses
achados têm sido entendidos como responsáveis por anormalidades funcionais, como a
apoptose de neurônios do hipocampo, o que poderia explicar em parte o déficit de memória nos
indivíduos deprimidos. Outra hipótese é a que aponta para o envolvimento de processos
inflamatórios e alterações imunes. A chamada hipótese das citocinas na depressão explicaria a
alta comorbidade com doenças como esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal, artrite
reumatoide e o uso de agentes imunossupressores.  
<Cantilino, Amaury, e Dennison Carreiro Monteiro. Psiquiatria clínica. Disponível em: Minha
Biblioteca, MedBook Editora, 2017.> 
De maneira sucinta, na depressão ocorre a redução quantitativa de neurotransmissores
liberados. Também, de acordo com Dale, Bang-Andersen e Sánchez (2015), as células pós-
sinápticas capturam menores concentrações de NE e 5-HT 5-hidroxitriptamina, uma vez que há
declínio dessas na fenda sináptica, promovendo redução funcional do sistema nervoso central, já
que os demais processos, como a recaptação desses neurotransmissores, permanecem atuando
de modo fisiológico 
 
2- Quais são as manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento (farmacológico e não
farmacológico) da depressão?  
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Quadro clínico: Trata-se de uma síndrome na qual os sintomas necessários e imprescindíveis
para se fazer o diagnóstico são humor depressivo ou perda de interesse ou prazer pela maior
parte das atividades por um período de, pelo menos, 2 semanas. 
Esses e outros sintomas devem estar presentes quase todos os dias (exceto alteração de peso ou
ideação suicida), sendo necessários, pelo menos, cinco sintomas para fechar o diagnóstico. 
O paciente também apresenta muito sofrimento ou prejuízo importante em uma ou mais áreas
da vida. 
Para alguns com quadros leves, o funcionamento pode parecer normal, mas, na verdade,
envolve um grande esforço para passar essa impressão. 
Uma irritabilidade aumentada também pode compor o quadro. 
 
Os pacientes podem apresentar: 
 
Humor deprimido: 
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▪ Maior parte do dia, quase todos os dias; 
▪ Outras alterações no humor são apatia ou irritabilidade; 
Anedonia: Diminuição na capacidade de sentir prazer; 
Insônia ou fadiga: 
▪ Podem ser as queixas que levam o paciente a procurar atendimento; 
▪ Pode variar de dificuldades para dormir até o sono excessivo; 
▪ Outras apresentações envolvem cansaço e redução da energia / disposição; 
 
Tristeza: Pode ser negada inicialmente, mas observada durante o atendimento ou inferida pela
expressão facial e por atitudes; 
Queixas somáticas: Os clínicos devem determinar se o sofrimento por essa queixa está associado
a sintomas depressivos específicos, como: 
▪ Cefaleia; 
▪ Dor abdominal; 
▪ Dores nas costas; 
 
Perturbações psicomotoras: 
▪ Agitação ou retardo psicomotor; 
▪ São menos comuns, mas podem ser indicativas de maior gravidade; 
Culpa delirante ou quase delirante: 
▪ Sentimento de menos valia ou culpa; 
▪ Avaliações negativas e irrealistas do próprio valor; 
▪ Preocupaçõesrepletas de culpa; 
▪ Ruminações acerca de pequenos fracassos do passado; 
▪ Esses indivíduos frequentemente interpretam mal eventos triviais ou neutros do
cotidiano como evidências de defeitos pessoais e têm um senso exagerado de
responsabilidade pelas adversidades; 
▪ O sentimento de menos valia ou culpa pode assumir proporções delirantes; 
▪ A autorrecriminação por estar doente e, por não conseguir cumprir com as
responsabilidades profissionais ou interpessoais em consequência da depressão, é
muito comum; 
▪ Pode ser um indicador de gravidade; 
Sexualidade: Pode haver redução significativa nos níveis anteriores de interesse ou desejo
sexual; 
Alterações no apetite: Podem estar aumentado ou reduzido; 
Cognição: 
▪ Pode haver prejuízo na capacidade de pensar, concentrar-se ou tomar decisões; 
▪ Essas pessoas podem mostrar-se mais distraídas, ao relatar dificuldades de memória; 
▪ Em crianças, uma queda abrupta no rendimento escolar pode refletir uma dificuldade
de concentração; 
▪ Em idosos, as dificuldades de memória podem ser a queixa principal, confundindo
com os sinais iniciais de uma demência ("pseudodemência"); 
○ Pensamentos sobre morte e ideação suicida ou tentativas de suicídio; 
○ Demais sintomas: 
▪ Baixa autoestima; 
▪ Desesperança; 
▪ Tristeza; 
▪ Apatia; 
▪ Solidão; 
▪ Ansiedade; 
▪ Tédio; 
▪ Vazio; 
▪ Irritabilidade; 
▪ Ideias congruentes com o afeto (culpa, ruína, falta de sentido, menos valia,
desesperança, etc.); 
▪ Cansaço ou preguiça; 
▪ Ideias delirantes e alteração na sensopercepção (depressão psicótica); 
▪ Insônia ou sono pouco reparador; 
▪ Disfunção erétil; 
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▪ Ejaculação precoce. 
 
 
Subtipos: 
○ Leve: os sintomas são poucos, mas manejáveis; há sofrimento, mas este não incapacita; 
○ Moderada: os sintomas se encontram em fase intermediária entre leves e graves; afeta
parcialmente as funções do indivíduo; 
○ Grave: há muitos sintomas de difícil manejo e geralmente está associada a algum grau de
incapacidade social e/ou profissional. 
 
Existem outras subdivisões quanto a: 
○ Sintomatologia: 
▪ Melancólica ou somática; 
▪ Psicótica; 
▪ Atípica; 
○ Polaridade: 
▪ Unipolar; 
▪ Bipolar; 
○ Curso: 
▪ Recorrente; 
▪ Crônico; 
○ Fatores desencadeantes: 
▪ Sazonais; 
▪ Puerperais; 
 
 
 
• DEPRESSÃO MELANCOLICA 
 
A depressão melancólica do DSM-IV-TR era chamada de endógena no passado, porque sua
sintomatologia era considerada típica das depressões sem causa psicossocial, não
biologicamente determinadas; ela equivale à depressão "com características somáticas" da CID-1
O. Caracteriza-se por: 
1) Perda de interesse ou prazer em atividades habitualmente agradáveis. 
2) Humor depressivo não reativo a estímulos prazerosos. 
3) Tristeza de qualidade distinta da normal (diferente do luto). 
4) Sentimento de culpa. 
5) Insônia terminal (2 horas ou mais antes do habitual). 
6) Piora matutina. 
7) Acentuada diminuição de apetite, perda de peso. 
8) Retardo ou agitação psicomotores 
 
A depressão melancólica afeta indivíduos mais velhos, sem evidentes fatores desencadeantes e
sem distúrbios pré-mórbidos de personalidade; pode apresentar sintomas psicóticos, mais
frequentes em deprimidos internados. Diversas alterações laboratoriais foram encontradas nas
depressões com características melancólicas: aumento do cortisol basal, não supressão de
dexametasona, redução da latência do sono REM, entre outros. Classicamente, as depressões
melancólicas respondiam melhor a antidepressivos tricíclicos (ADTs) e eletroconvulsoterapia
(ECT) e não às psicoterapias. 
 
• DEPRESSÃO ATÍPICA 
 
Na depressão atípica, verificam-se inversão dos sintomas vegetativos típicos, com 
1) aumento de apetite e/ou ganho de peso 
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2) hipersônia (pelo menos 10 horas ao dia ou 2 horas a mais que o habitual) 
3) falta de energia acentuada (sensação de exaustão, enorme cansaço, pernas pesadas), 
4) reatividade do humor (capacidade de se alegrar frente a eventos positivos) 
5) padrão persistente de sensibilidade à rejeição interpessoal 
Uma das grandes diferenças observada na comparação com a depressão melancólica foi o
padrão de resposta a antidepressivos; positiva com inibidores da monoamino-oxidase (IMAOs) e
inibidores seletivos de recaptação de serotonina e negativa com antidepressivos tricíclicos. 
 
• DEPRESSÃO SAZONAL 
 
A evidência mais robusta das anormalidades dos ritmos biológicos é a depressão sazonal,
caracterizada pela ocorrência de episódios depressivos em determinadas estações do ano, mais
comumente no início do outono e do inverno, com remissão na primavera e no verão. 
Os transtornos do humor sazonais provavelmente resultam da falha na adaptação à mudança na
duração do fotoperíodo (1 dia) que acompanha a mudança das estações, levando a um desajuste
nos ritmos circadianos. 
Ocorre predominantemente em mulheres e os sintomas atípicos (hipersônia, hiperfagia, letargia,
ganho de peso e avidez por carboidratos) são frequentes\ sugerindo tratar-se de um subtipo
depressivo bipolar. Respondem ao tratamento com fototerapia e antidepressivos. 
 
 
• DEPRESSÃO PUERPERAL (Pós parto) 
 
Desenvolve-se nas primeiras quatro semanas após o parto, via de regra em primíparas, mas
frequentemente a depressão teve início durante a gestação. Afeta de 10 a 15% das mães e
mulheres com histórico de depressão maior têm risco de 25 a 50% de exibirem novo episódio 
 
• DEPRESSÃO PSICÓTICA 
Em torno de 15 a 19% das depressões são psicóticas. Os sintomas depressivos são mais graves,
especialmente as alterações psicomotoras (lentificação e agitação), ideias de cunho negativo (p.
ex., culpa) e variação circadiana do humor. Seu comprometimento foi observado em testes
neuropsicológicos: comparando com deprimidos não psicóticos, exibem maior dificuldade no
processamento, codificação e manipulação de novas informações, e, além disso, mais déficits
cognitivos na memória verbal, funções executivas e velocidade psicomotora. O tratamento deve
ser incisivo com antidepressivos de amplo espectro de ação (p. ex., ADT, venlafaxina), em doses
altas associados a antipsicóticos; nestes casos também está indicada ECT 
 
• DISTIMIA 
A distimia afeta em torno de 5% da população geral ao longo da vida, principalmente as
mulheres. Incluída na CID- 10 como "transtorno do humor persistente': é um estado depressivo
de intensidade leve e crônico (duração> 2 anos), marcado por sentimentos frequentes de
insatisfação e pessimismo. Ela também faz com que o distímico não se considere doente, e
atribua os sintomas à sua personalidade. São comuns letargia, falta de iniciativa e ânimo (piores
pela manhã), anedonia, dificuldade de concentração, sentimentos de inadequação e baixa
autoestima. Sintomas físicos e alterações psicomotoras dificilmente ocorrem. Os pacientes
queixam-se de mau humor, desânimo e infelicidade. Geralmente eles têm sensibilidade
aumentada às situações potencialmente problemáticas ou desagradáveis, que pioram a
sintomatologia. 
 
• DEPRESSÃO BIPOLAR 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 
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Exames de rotina: 
○ Hemograma completo: afasta a possibilidade de anemia e infecções; 
○ Bioquímica; 
○ TSH, T4 livre, T4, T3: afasta a possibilidade de hipo ou hipertireoidismo; 
○ Creatinina e ureia: afasta a possibilidade de doenças renais e ajuda a avaliar a necessidade
de ajuste de dose de medicações; 
○ AST, ALT, FA, GGT, TP, KTTP: afasta a possibilidade de hepatopatias; 
○ Glicemia de jejum: diabetes está associada a maior risco de depressão; 
○ Beta-hCG: para mulheres em idade fértil; 
○ Colesterol total e frações: algunsantidepressivos (como os inibidores da recaptação de
serotonina) podem alterar o perfil lipídico; 
○ Ácido fólico e vitamina B12: se baixos, podem mimetizar sintomas depressivos; 
○ EAS / urina tipo 1; 
○ Neuroimagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética): 
▪ Descarta causas secundárias, como AVC ou neoplasias; 
▪ Indicada na presença de sinais focais, alterações ao exame neurológico; alteração
cognitiva persistente e em idosos; 
○ Eletrocardiograma: alguns antidepressivos podem causar alterações no ECG. 
 
Segundo o DSM-5, o quadro de depressão se caracteriza por, no mínimo, 14 dias, nos quais o
paciente deve apresentar pelo menos cinco dos sintomas a seguir, sendo obrigatoriamente um
deles o humor deprimido ou a perda do interesse / prazer. 
O quadro está associado a sofrimento importante ou prejuízo em uma ou mais áreas da vida e
não pode ser mais bem explicado pelo uso de alguma substância ou outro transtorno mental
(especialmente os transtornos psicóticos) ou doença clínica. 
São estes: 
○ Perda do interesse / prazer nas atividades na maior parte do tempo; 
○ Humor deprimido na maior parte do tempo; 
○ Frequentes pensamentos sobre morte e/ou ideação suicida; 
○ Alterações no peso corporal (sem dieta específica); 
○ Indecisão, dificuldade de concentração ou pensamento; 
○ Alteração do sono; 
○ Sentimento de culpa ou de inutilidade; 
○ Alterações psicomotoras (aumento ou diminuição); 
○ Diminuição da energia / fadiga. 
○
Para se fechar o diagnóstico, é necessário que o paciente nunca tenha apresentado quadro de
hipomania ou mania. 
 
TRATAMENTO 
 
O planejamento terapêutico é baseado na evolução clínica do transtorno depressivo e foi
didaticamente dividido por Kupfer em três fases: aguda, continuação e manutenção. 
 
As opções terapêuticas envolvem: 
○ Estímulo à prática de exercícios físicos; 
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○ Psicoterapia; 
○ Farmacoterapia; 
○ Eletroconvulsoterapia (ECT); 
○ Estimulação magnética transcraniana (EMT) 
 
A opção por tratamento medicamentoso é influenciada pela gravidade e apresentação dos
sintomas, presença de comorbidades clínicas e preferência do paciente. 
Assim, a escolha do antidepressivo baseia-se em alguns fatores: 
• Perfil de efeitos colaterais, segurança e tolerabilidade; 
• Resposta anterior individual ou em membros da família; 
• Preferência do paciente; 
• Evidências disponíveis; 
• Custo do tratamento; 
• Apresentação clínica dos sintomas depressivos. 
Uma vez escolhido e iniciado o tratamento, se após 4 a 8 semanas não se observar pelo menos
uma melhora moderada, deve-se reavaliar o regime de tratamento, verificar a adesão, fatores
farmacocinéticos e farmacodinâmicos. Diante de resposta insatisfatória ou ausente, as opções
de manejo incluem : 
• Aumento da dose; 
• Troca para outro antidepressivo, não-IMAO; considerar IMAO em depressões atípicas 
• Potencialização com lítio ou tri-iodotironina (T3); 
• Associação de antidepressivos; 
• Eletroconvulsoterapia (ECT). 
 
 
Quadros leves: Preferir a psicoterapia e abordar farmacologicamente apenas os sintomas-alvo. 
As técnicas psicoterápicas de maior destaque são: 
○ Terapia cognitivo-comportamental (TCC); 
○ Ativação comportamental; 
○ Terapia interpessoal. 
 
O mindfulness pode ser uma opção após o fim da fase aguda. 
 
Para o tratamento de eventuais sintomas-alvo, é possível optar por antidepressivos sedativos
para os sintomas de insônia ou ansiedade, como: antidepressivos tricíclicos em doses baixas (ex.:
Amitriptilina 12,5-25 mg/dia) ou Trazodona 50 mg/dia. 
Outra opção seriam os antipsicóticos (ex.: Quetiapina 25 mg/dia). 
 
Caso sejam extremamente necessários, os benzodiazepínicos devem ser prescritos na menor
dose e pelo menor tempo possível (ex.: Diazepam 5 mg/dia; Clonazepam 0,25 mg/dia). 
 
Caso o paciente ofereça resistência à psicoterapia, é possível realizar o tratamento com
abordagem medicamentosa com antidepressivos em dose terapêutica. 
 
É importante também estar ciente da comorbidade entre depressão e certos transtornos de
personalidade, o que reforça a ideia de que a farmacoterapia é limitada em alguns casos. 
 
 
Quadros moderados: Nesses casos, a primeira linha de tratamento é a farmacoterapia. 
Contudo, o tratamento combinado com psicoterapia parece ser o mais recomendado. 
 
Opções de 1ª linha: 
○ Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs); 
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○ Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (ISRSNs), Agomelatina,
Bupropiona, Vortioxetina e Mirtazapina; 
○ Alguns exemplos: 
▪ Escitalopram 10 mg/dia; 
▪ Fluoxetina 20 mg/dia; 
▪ Paroxetina 20 mg/dia; 
▪ Citalopram 20 mg/dia; 
▪ Sertralina 50 mg/dia; 
Iniciar essas medicações com metade das doses sugeridas por cerca de 7 dias, chegando à dose
sugerida após esse período; 
 
É importante lembrar que o tratamento não surte efeito imediato e são necessárias algumas
semanas (4-8) para avaliar sua eficácia. 
 
Opções de 2ª linha: 
○ Antidepressivos tricíclicos (ATC); 
○ Quetiapina; 
○ Trazodona; 
○ Moclobemida; 
○ Selegilina; 
○ Levomilnaciprana; 
○ Vilazodona. 
 
Opções de 3ª linha: 
○ Inibidores da monoaminoxidase (IMAOs); 
○ Reboxetina. 
 
Quadros graves sem sintomas psicóticos: O tratamento inicial é farmacológico e sugere-se iniciar
com as drogas de 1ª linha. 
Contudo, há recomendação para que a farmacoterapia seja associada à psicoterapia. 
Na hora de escolher o fármaco, sugere-se evitar os tricíclicos pela sua toxicidade, apesar de, em
geral, serem as medicações mais disponíveis no SUS. 
A opção entre as medicações pode ser feita com base nos efeitos colaterais e na tolerância a
cada um. 
Quadros graves com sintomas psicóticos: O procedimento inicial também é farmacológico,
devendo-se optar por um dos antidepressivos de 1ª linha e adicionar antipsicóticos, como
Haloperidol 5 mg/dia. 
Contudo, há recomendação para que a farmacoterapia seja associada à psicoterapia. 
Na manutenção, sugere-se retirar o antipsicótico. 
A eletroconvulsoterapia (ECT) também pode ser considerada uma das primeiras opções, de
acordo com critérios de gravidade do quadro. 
Melancólica ("com características somáticas"): Antidepressivos tricíclicos e ECT. Responde pouco
às psicoterapias. 
Atípica: Boa resposta com antidepressivos IMAOs e inibidores seletivos da recaptação de
serotonina. Não responde bem aos tricíclicos. 
Sazonal: Fototerapia e antidepressivos de 1ª linha. 
Pós-parto: 
○ Fatores psicossociais desempenham importante papel; 
○ Medicar se houver prejuízo nos cuidados maternos; 
○ Psicose puerperal demanda tratamento medicamentoso ou ECT. 
Bipolar: O uso de antidepressivos sem o estabilizador do humor pode agravar os sintomas e o
prognóstico. 
 
3- Quais são os diagnósticos diferenciais de depressão?  
Episódios maníacos com humor irritável ou episódios mistos. Episódios depressivos maiores com
humor irritável proeminente podem ser difíceis de distinguir de episódios maníacos com humor
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irritável ou de episódios mistos. Essa distinção requer uma criteriosa avaliação clínica da
presença de sintomas maníacos. 
Transtorno do humor devido a outra condição médica. Episódio depressivo maior é o diagnóstico
apropriado se a perturbação do humor não for considerada, com base na história individual, no
exame físico e em achados laboratoriais, consequência fisiopatológica direta de uma condição
médica específica (p. ex., esclerose múltipla, AVC, hipotireoidismo). 
Transtorno depressivo ou bipolar induzido por substância/medicamento. Este transtorno é
distinguido do transtorno depressivo maior pelo fato deque uma substância (p. ex., uma droga
de abuso, um medicamento, uma toxina) parece estar etiologicamente relacionada à
perturbação do humor. Por exemplo, o humor depressivo que ocorre apenas no contexto da
abstinência de cocaína seria diagnosticado como transtorno depressivo induzido por cocaína. 
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. A distratibilidade e a baixa tolerância à
frustração podem ocorrer tanto em um transtorno de déficit de atenção/hiperatividade quanto
em um episódio depressivo maior; caso sejam satisfeitos os critérios para ambos, o TDAH pode
ser diagnosticado em conjunto com transtorno de humor. Entretanto, o clínico deve ter cautela
para não superdiagnosticar um episódio depressivo maior nas crianças com transtorno de déficit
de atenção/hiperatividade cuja perturbação no humor se caracteriza mais por irritabilidade do
que por tristeza ou perda de interesse. 
Transtorno de adaptação com humor deprimido. Um episódio depressivo maior que ocorre em
resposta a um estressor psicossocial é diferenciado do transtorno de adaptação com humor
deprimido pelo fato de que no transtorno de adaptação não são satisfeitos todos os critérios
para um episódio depressivo maior. 
Tristeza. Por fim, períodos de tristeza são aspectos inerentes à experiência humana. Esses
períodos não devem ser diagnosticados como um episódio depressivo maior, a menos que sejam
satisfeitos os critérios de gravidade (i.e., cinco dos nove sintomas), duração (i.e., na maior parte
do dia, quase todos os dias, por pelo menos duas semanas) e sofrimento ou prejuízo
clinicamente significativos. O diagnóstico de outro transtorno depressivo especificado pode
aplicar-se a apresentações de humor deprimido com prejuízo clinicamente significativo que não
satisfazem os critérios de duração ou gravidade. 
<(APA), A.P. A. DSM-5. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2016. 9788582711835. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582711835/. Acesso em: 2021 ago.
09.> 
 
4- Qual o mecanismo de ação das principais classes de fármacos antidepressivos? 
Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs): Os ISRSs inibem a recaptação de
serotonina (neurotransmissor) no SNC. Acredita-se que o aumento dos níveis de serotonina atue
como estimulante para reverter a depressão. citalopram, escitalopram, fluoxetina, fluvoxamina,
paroxetina, sertralina e vilazodona. 
Inibidores da recaptação de serotonina/norepinefrina ou de dopamina/norepinefrina (IRSNs ou
IRDNs): Acredita-se que o mecanismo de ação da maioria dos IRSNs/IRDNs consista em afetar a
neurotransmissão de serotonina, norepinefrina e dopamina. Exemplos desse grupo de fármacos
incluem a venlafaxina e bupropiona. 
Antidepressivos tricíclicos (ATCs): Antidepressivos tricíclicos (ATCs), como amitriptilina e
doxepina, inibem recaptação de norepinefrina ou serotonina no cérebro, com isso aumenta a
disponibilidade de catecolaminas nas sinapses. Imipramina, Clomipramina, Amitriptilina,
desipramina e Nortriptilina. 
Inibidores da monoamina oxidase (IMAOs): Os IMAOs inibem a atividade da monoamina oxidase,
um complexo sistema enzimático responsável pela inativação de determinados
neurotransmissores. O bloqueio da monoamina oxidase resulta em aumento de epinefrina,
norepinefrina, dopamina e serotonina endógenas no sistema nervoso. Um aumento nesses
neuro-hormônios (neurossubstâncias secretadas, em lugar de transmitidas) estimula o
SNC. Isocarboxazida, Moclobemida, Fenelzina, Selegilina e Tranilcipromina. 
<M., F. S. Farmacologia Clínica. [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2019. 9788527735681.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527735681/. Acesso em:
2021 ago. 09.> 
#Quetiapina/Amitriptilina: indutor do sono 
5- Quais as políticas públicas para a atenção das doenças mentais?  
Respondida junto com a questão 6 
6- Como funciona a rede de apoio ao paciente com doença mental? 
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) estabelece os pontos de atenção para o atendimento de
pessoas com problemas mentais, incluindo os efeitos nocivos do uso de crack, álcool e outras
11/08/2021 OneNote
https://onedrive.live.com/redir?resid=31E8E5B4D458889%21915&page=Edit&wd=target%28TUTORIA.one%7C%2F03%5C%2F08%7Caadf4… 10/12
drogas. A Rede integra o Sistema Único de Saúde (SUS). A Rede é composta por serviços e
equipamentos variados, tais como: os Centros de Atenção Psicossocial(CAPS); os Serviços
Residenciais Terapêuti cos (SRT); os Centros de Convivência e Cultura, as Unidade de
Acolhimento (UAs), e os leitos de atenção integral (em Hospitais Gerais, nos CAPS III). Faz parte
dessa política o programa de Volta para Casa, que oferece bolsas para pacientes egressos de
longas internações em hospitais psiquiátricos. 
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/conheca_raps_rede_atencao_psicossocial.pdf> 
7- Como atuar frente a um paciente que apresenta ideação/tentativa suicida? 
O local da anamnese deve ser calmo e seguro, onde haja privacidade. Além disso, deve-se retirar
do ambiente qualquer objeto potencialmente perigoso. É importante reservar tempo e ouvir o
paciente atentamente, mostrando empatia e respeito por seus valores, sem fazer julgamentos.
Deve-se evitar mostrar espanto ou muita emoção diante do relato do paciente, interrompê-lo
com frequência, mostrar-se ansioso e fazer o problema explicitado parecer trivial. Ao contrário
do que se imagina popularmente, falar com o paciente sobre suicídio não o incentiva a se matar,
tendo inclusive efeito protetor: o mesmo sente-se mais seguro e confortável por poder
conversar sobre assuntos que lhe causam incômodo. Também ao contrário da crença popular,
de que pacientes que desejam cometer suicídio não comunicam sua intenção, 80% das pessoas
com ideação suicida avisam de sua decisão, 50% informam claramente e 40% procuram cuidado
médico na semana anterior a do suicídio. A abordagem deve ser feita inicialmente com
perguntas amplas. Perguntas como “tem enfrentado muitos problemas recentemente?” e
“como tem se sentido ultimamente?” dão abertura para que o paciente possa falar mais
abertamente sobre os seus sentimentos e sua visão do mundo. Caso ainda não tenha ocorrido a
tentativa de suicídio, as perguntas a serem feitas devem ser focadas na avaliação da intenção
suicida. Perguntas como “você tem pensado em morrer?”, “você tem pensado em tirar a sua
vida?” ajudam nesta análise. Em caso afirmativo, a existência de um plano e a sua viabilidade
devem ser estimadas, ajudando nestas tarefas perguntas como “você tem ideia de que forma
poderia se matar?” e “você tem armas, veneno ou pílulas em casa?”. A entrevista com a família
também pode ser muito esclarecedora, pois possibilita a coleta de dados como características do
paciente (desanimado, impulsivo, instável...), sua aderência a tratamentos médicos,
comportamento após intervenções anteriores e fatos omitidos por ele na anamnese. 
Baixo risco: a conduta, neste caso, é trabalhar os sentimentos suicidas, conversando com do
paciente para diminuir a confusão emocional. Focalizar em aspectos positivos da sua
personalidade e em problemas já enfrentados e resolvidos pode restabelecer a confiança. Caso
não haja melhora, encaminhar o paciente a um profissional da saúde mental e reforçar apoio
familiar. 
Médio risco: com estes pacientes é necessário trabalhar alternativas ao suicídio na solução dos
problemas enfrentados. Na grande maioria destes casos, a internação psiquiátrica é indicada. 
Caso esta não seja uma opção viável no momento, estabelecer um acordo com o paciente, em
que ele prometa não tentar suicídio sem antes informar a equipe de saúde e nem faça nenhuma
tentativa por um prazo estipulado são estratégias que ajudam a ganhar tempo. Comunicar a
família, de preferência com autorização do paciente, sobre o risco e explicar medidas de
prevenção (estar por perto, esconder armas e venenos, etc.), é de extrema importância. 
Alto risco: esta é uma situação de emergência. Além do apoio, é função do médico informar a
família e realizar a internação psiquiátricaimediata. Caso isto não seja possível no local de
atuação, uma ambulância deve ser chamada e o paciente imediatamente encaminhado para um
serviço de referência. Caso a tentativa de convencimento do paciente a uma internação
voluntária não seja bem sucedida, a internação involuntária será necessária. 
<https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/04/882736/manejo-em-emergencia-do-paciente-
suicida.pdf> 
11/08/2021 OneNote
https://onedrive.live.com/redir?resid=31E8E5B4D458889%21915&page=Edit&wd=target%28TUTORIA.one%7C%2F03%5C%2F08%7Caadf40… 11/12
8- Como diferenciar depressão de um estado de melancolia/luto?  
Vide resposta número 2 
9- Quais são as consequências psicológicas da pandemia? 
Pessoas com suspeita de infecção pelo novo coronavírus podem desenvolver sintomas
obsessivo-compulsivos, como a verificação repetida da temperatura corporal (Li et al., 2020b). A
ansiedade em relação à saúde também pode provocar interpretação equivocada das sensações
corporais, fazendo com que as pessoas as confundam com sinais da doença e se dirijam
desnecessariamente a serviços hospitalares, conforme ocorreu na pandemia de influenza H1N1,
em 2009 (Asmundson & Taylor, 2020). Ademais, medidas como isolamento de casos suspeitos,
fechamento de escolas e universidades, distanciamento social de idosos e outros grupos de
risco, bem como quarentena, acabam por provocar diminuição das conexões face a face e das
interações sociais rotineiras, o que também pode consistir em um estressor importante nesse
período (Brooks et al., 2020; Zandifar & Badrfam, 2020; Zhang, Wu, Zhao, & Zhang, 2020b). 
Dentre os estudos populacionais já realizados até o presente momento sobre implicações na
saúde mental diante da pandemia do novo coronavírus, destaca-se o de Wang et al. (2020) com
a população geral na China, incluindo 1.210 participantes em 194 cidades, durante o estágio
inicial da pandemia. Esse estudo revelou sintomas moderados a severos de ansiedade,
depressão e estresse, em 28,8%, 16,5% e 8,1% dos respondentes, respectivamente. Além disso,
75,2% dos respondentes referiram medo de que seus familiares contraíssem a doença. Ser
mulher, estudante e apresentar sintomas físicos ligados à COVID-19, ou problemas de saúde
prévios, foram fatores significativamente associados a maiores níveis de ansiedade, depressão e
estresse. Por outro lado, receber informações precisas sobre a situação local da doença e formas
de prevenção e tratamento consistiram em fatores significativamente associados a menores
níveis de ansiedade, depressão e estresse 
<Schmidt, B., Crepaldi, M. A., Bolze, S. D. A., Neiva-Silva, L., & Demenech, L. M. (2020). Saúde mental e
intervenções psicológicas diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia
(Campinas), 37, e200063.> 
 
10- Qual a epidemiologia da depressão?  
A depressão é uma condição clínica que atinge um número cada vez maior de pessoas. O mais
robusto estudo populacional sobre a epidemiologia da depressão foi o World Mental Health
Survey Initiative (WMHSI), que estimou uma taxa de prevalência de depressão durante a vida de
14,6% em países de alta renda e de 11,1% em países de baixa renda. As mulheres são cerca de
duas vezes mais atingidas que os homens, com tendência à diminuição dessa diferença após a
idade adulta. A prevalência é maior e o início é mais precoce na etnia branca, quando comparada
com os indivíduos negros. O primeiro episódio costuma começar em faixa etária jovem. Em
inquéritos populacionais, cerca de 40% dos indivíduos responderam que seu primeiro episódio
de depressão aconteceu antes dos 20 anos de idade, 50%, entre 20 e 50 anos de idade, e apenas
10% após os 50 anos. 
Em populações específicas com condições debilitantes e estados inflamatórios crônicos, como
infarto do miocárdio recente e câncer, as taxas de comorbidade com a depressão chegam a
patamares de 33% e 47%, respectivamente. Os dados do WMHSI também apontam a depressão
como o quarto maior contribuinte 
para a incapacidade no nível da sociedade em países desenvolvidos, perdendo apenas para a dor
crônica, as doenças cardiovasculares e a artrite, nesta ordem. A previsão para 2030 é de que seja
a primeira causa específica de incapacidade. Estudos epidemiológicos americanos estimam que
na rede básica de saúde cerca de 80% dos pacientes deprimidos não sejam diagnosticados,
recebendo tratamentos inadequados, com o agravamento da evolução clínica, e promovendo
inúmeras consequências negativas, como maior custo social. 
<Cantilino, Amaury, e Dennison Carreiro Monteiro. Psiquiatria clínica. Disponível em: Minha
Biblioteca, MedBook Editora, 2017.> 
11- Quais as complicações da depressão não tratada? 
Uma depressão não tratada pode gerar graves consequências físicas, mentais, emocionais e
comportamentais, como: aumento da probabilidade de comportamentos de risco, predisposição para o
consumo de drogas, álcool entre outros. Este transtorno afeta desde as esferas mais simples da vida de
um indivíduo, como a forma com que se alimenta e dorme, até a sua autoestima, relações sociais e os
pensamentos. 
É importante ressaltar que a depressão pode acometer pessoas em todas as faixas etárias e está
comprovadamente relacionado às respostas fisiológicas do ser humano, já que o desânimo sem fim,
sentido por uma pessoa depressiva, pode ser resultado de desequilíbrios na bioquímica cerebral, como a
diminuição na oferta de neurotransmissores como a serotonina, responsável pela sensação de bem-
estar e felicidade. 
11/08/2021 OneNote
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Além das complicações relacionadas ao humor, como tristeza, emotividade, angústia, irritabilidade,
ansiedade exacerbada, anedonia e desmotivação, a depressão ainda incita sintomas cognitivos como
baixo rendimento intelectual; insegurança; sentimento de abandono; rejeição e inferioridade; baixa
autoestima; pessimismo; sentimento de culpa e até mesmo ideias de suicídio. Há também os sintomas
somáticos: 
 
Baixas no sistema imunológico; 
Aumento dos processos inflamatórios; 
Cansaço extremo; 
Fraqueza; 
Insônia (ou sono de má qualidade); 
Dificuldade para se concentrar; 
Problemas ou disfunções sexuais. 
 
 
De acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças, pessoas que não tratam a depressão
podem morrer até 25 anos mais cedo do que a média de vida normal, devido, principalmente, às
mudanças químicas no cérebro e efeitos progressivos. A maioria dessas implicações é muito grave,
abrangendo o agravamento da própria condição, danos cardiovasculares e cerebrais e desenvolvimento
de doenças como a arterial coronariana. 
Estudo 
A depressão duradoura pode prejudicar fisiologicamente o cérebro. Uma pesquisa do Centro de Estudos
sobre Vícios e Saúde Mental (CAMH) do Canadá sugere que, se não tratada, a doença que persiste por
mais de 10 anos provoca inflamações no cérebro equivalentes às detectadas no Alzheimer e em outros
tipos de demência. A complicação intoxica áreas cerebrais e é progressiva, também como as doenças
neurodegenerativas. Detalhes do trabalho foram divulgados na revista The Lancet Psychiatry. 
A inflamação no cérebro foi medida por meio de exame de tomografia por emissão de positrões (TEP),
que consegue detectar proteínas translocadoras. Produzidas pelas micróglias, células imunes do
cérebro, essas estruturas são ativadas em caso de inflamação. De acordo com os resultados do estudo, o
grupo de voluntários com depressão duradoura apresentou até 30% mais inflamação no córtex pré-
frontal e no córtex cingulado anterior, quando comparado aos que não tinham a doença.

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