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ANESTÉSICOS LOCAIS DEFINIÇÃO - Droga que pode bloquear de forma reversível a transmissão do estímulo nervoso no local onde for aplicado, sem ocasionar alterações no nível de consciência. - Uma série de substâncias químicas localmente aplicadas, com estruturas moleculares semelhantes, capazes de inibir a percepção das sensações e também de prevenir o movimento. HISTÓRICO - 1860 relato do primeiro anestésico local. - 1868 descrito o potencial do uso da cocaína para anestesia local. - 1884 realizado o primeiro procedimento cirúrgico na cavidade bucal. - 1890 identificada a cocaína como um derivado do ácido benzóico. TIPOS DE ANESTESIA - Geral inalatória, intravenosa e balanceada (mistura). - Regional peridural, raquidiana, bloqueio de plexos nervosos. - Anestesia combinada geral + regional. - Anestesia local MECANISMO DE AÇÃO - Atravessam as bainhas do nervos e alcançando as membranas neuronais, atuando nos canais de Na+ regulados por voltagem. - Inibem a condução dos PAs em todas as fibras nervosas (aferentes e eferentes) - Processo: - Depressão da excitação das terminações nervosas. - Inibição da condução dos impulsos elétricos por nervos periféricos por diminuição da permeabilidade dos canais aos íons de Na+. - Podem inibir vários receptores e também deprimindo vias de sinalização intracelular. - Os anestésicos ligam-se á subunidade alfa dos canais de Na+ voltagem dependentes. - Ligam-se ao vestíbulo inferior dos canais de cálcio. ESTRUTURA QUÍMICA - Molécula anfipática possuindo uma parte hidrofílica ligada a uma cadeia intermediária que se conecta à parte lipofílica. - Possuem um grupo aromático (lipossolúvel e hidrofóbico) associado a um grupo amina (polar, hidrofílico). - Os dois se ligam por uma cadeia intermediária que determina a classificação do anestésico local como amida ou éster. CLASSIFICAÇÃO - Amino-amida: - Bupivacaína. - Rpovacaína. - Lidocaína. - Etidocaína. - Prilocaína. - Amino-éster: - Procaína. - Tetracaína. - Cocaína. METABOLISMO E EXCREÇÃO - Amidas (lidocaína): - Metabolismo enzimas hepáticas microssomiais. - Excreção renal. - Exceção prilocaína tem metabolização extra-hepática. - Éster (procaína): - Metabolismo plasma pela pseudocolinesterase. Alguns pacientes têm deficiência dessa enzima e pode não saber! - Excreção renal. - Atentar para a idade e as medicações em uso do paciente. DISTRIBUIÇÃO - O AL segue para a circulação sistêmica pelos capilares da derme e depois para os pulmões, amortecendo seus efeitos sobre o SNC. - Órgão menos nobre. - Na circulação, ligam-se às proteínas, glicoptns ácidas, à albumina e aos eritrócitos. DIFERENÇAS ENTRE AMIDAS E ÉSTERES - Amidas (lidocaína): - Raramente causam reações alérgicas. - Precaução uso de BB (doses altas) e em hepatopatia. - Meia vida mais longa, efeito cumulativo em caso de doses repetidas. - Ésteres (procaína): - Metabolismo reuslta na produção ácido para-aminobenzóico (PABA), associado a reações alérgicas. - Precaução pacientes com deficiência de pseucolinesterase. - Grupo amida é o preferido. CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A DURAÇÃO DO EFEITO - Depende do grau de ligação proteica. - Quanto maior a ligação, maior o tempo de duração. ABSORÇÃO E DISTRIBUIÇÃO - Parte das drogas será absorvida para a circulação sistêmica depende do fluxo sanguíneo do tecido alvo e dos efeitos da droga na circulação local. - Alguns AL em baixas concentrações possuem propriedade vasodilatadora, o que aumenta sua absorção sistêmica. ANESTESIA LOCAL: MECANISMO - Infiltração pele (solução) - Áreas próximas aos nervos ou áreas que devem ser bloqueadas. - Anestesia superficial (aerossol) - Nariz, boca, árvore brônquica. FARMACOCINÉTICA - Quantidade de AL no sangue depende: - Da quantidade injetada. - Taxa de absorção. - Distribuição para os tecidos. - Biotransformação. - Eliminação do fármaco. - Local injetado. PREPARAÇÕES SOLUÇÕES INJETÁVEIS, SPRAYS, CREMES E GÉIS - Frascos para múltiplas doses contém 1mg/mL do conservante metil para-hidroxibenzoato. - Droga também pode ser associada a outros anestésicos locais ou a drogas aditivas para ampliar seus efeitos. - Aditivos comuns epinefrina, felipressina, bicarbonato, glicose. - Tornar vasoconstritor, diminuir baricidade, ardência. ASSOCIAÇÃO COM VASOCONSTRITOR - Agentes adrenérgicos: - Epinefrina. - Norepinefrina, fenilefrina. - Análogo sintético da vasopressina: - Felipressina. - Vantagens: - Preservam a ação dos ALs. - Se contrapõem à vasodilatação induzida pelos anestésicos, impedindo rápida distribuição a sítios diferentes da intenção anestésica. - Aumentam o tempo de ação. - Reduzem em 50% a quantidade de AL necessária para obter o bloqueio da dor (principal motivo). - Retardam a absorção do anestésico. - São hemostáticos, reduzindo o sangramento transoperatório e tornando fácil o procedimento. - Menor frequência de efeitos adversos. - Contraindicação: - Locais de limitada circulação colateral dedos, orelhas, nariz, pênis. - Por via intradérmica, a vasoconstrição por simpaticomiméticos pode determinar dano hipóxico sem reversão, com isquemia e necrólise de tecidos. - Indicações: PADRÃO DA ANESTESIA LOCAL: LIDOCAÍNA - Cloridrato de lidocaína. - Rápido início de ação, moderadas duração e toxicidade. - Concentrações de 0,5 a 2% produz rápido e intenso bloqueio sensorial e motor. - Vias tópica, infiltrativa, bloqueio neural, epidural e subaracnoidea. PRILOCAÍNA - Cloridrato de prilocaína. - Início e duração de ação semelhantes aos da lidocaína, mais usado na Odonto. - AL de tipo amida de ação média. - Associações: - Felipressina análogo de vasopressina, determina vasoconstrição apenas local. - Lidocaína venosa. CLORIDRATO DE BUPIVACAÍNA - Procedimentos de maior duração ou quando se deseja analgesia pós-OP mais prolongada. - Comparada à lidocaína, seu início de efeito é mais lento, com duração maior. - Uso em anestesia espinhal, pode ocorrer parada cardíaca, mas somente em maiores doses. DOSES MÁXIMAS ASSOCIAÇÃO DO AL A OUTRAS SUBSTÂNCIAS - Adrenalina vasoconstritor (ex: lidocaína) - Minimiza o efeito vasodilatador próprio da lidocaína. - Reduz a taxa de absorção para a circulação sistêmica, aumentando o efeito local. - Reduz a perda sanguínea. - Contraindicações ao uso de vasoconstritores: - Doença cardiovascular grave. - Disfunção da tireoide, DM, sensibilidade ao sulfito. - Pacientes em uso de inibidores da MAO. - Pacientes em uso de BB muita adrenalina nos receptores alfa, contribuindo à hipertensão. - Bicarbonato: - Aumenta o pH do meio. - Aumenta a proporção da droga não-ionizada, aumentando a velocidade. - Usado quando se precisa anestesiar grandes áreas em curto tempo. - Glicose (ex: bupivacaína): - Aumentar a baricidade da solução, tornando hiperbárica em relação ao líquor. - Tende a manter o anestésico em porções mais inferiores do saco dural. - Maior controle da dispersão. EFEITOS ADVERSOS - Escape do anestésico para circulação sistêmica. - Depende da dose e do grau de absorção. - Reações sistêmicas ocorrem geralmente no SNC e no sistema CV. - SNC é mais susceptível e se produzem reações tóxicas com doses menores. AÇÕES SISTÊMICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS - Vão se manifestar mais nos órgãos que utilizam canais de sódio para seu funcionamento e pouco em órgãos que não utilizam. - SNC alvo principal, ação depressora. - Parestesia nos lábios. - Dificuldade na articulação das palavras. - Redução do nível de consciência. - Sonolência. - Torpor. - Inquietação. - Convulsões. - Níveis tóxicos crise convulsiva tônico-clônica generalizada (pico de excitação); depressão respiratória. - SCV: - Arritmias e redução da contratilidade miocárdica. - Bupivacaína os efeitos cardíacos são de difícil tratamento pelo alto grau de ligação proteica, tornando difícil sua remoção do miocárdio. - Lidocaína pode ser usada como antiarrítmico. - Estéres: - PABA, metabólito dos ésteres, pode desencadear reações alérgicas.- Prilocaína é metabolizada em O-toluidina que pode causar metahemoblobinemia. MANEJO DOS EFEITOS ADVERSOS - Conduta sonolência importante suspender sedação. - O2, monitorar nível de consciência e FR. Intubação se necessário, além de soluções IV para manter euvolemia. - Remover para serviço de atenção emergencial. - Melhor tratamento é a prevenção: - Não injetar a droga dentro do vaso. - Respeitar os limites tóxicos e fazer dose-teste. - Convulsões: - Serviço de emergência. - Tiopental, midazolam, propofol. - Depressão CV: - Efedrina ou atropina. - Ressuscitação pulmonar. CASO CLÍNICO
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