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Carolina Melo – Histologia – UCIV P2 HISTOLOGIA FÍGADO E PÂNCREAS 1.FÍGADO ▪ É o maior órgão do corpo e a maior glândula, pesando cerca de 1,5 kg. ▪ Localiza-se no quadrante superior direito e parcialmente no quadrante superior esquerdo, logo abaixo do diafragma. ▪ Anatomicamente é dividido por sulcos profundos em dois grandes lobos: direito e esquerdo; e em dois pequenos lobos: quadrado e caudado. Essa divisão apresenta importância topográfica ▪ É o órgão no qual os nutrientes absorvidos no sistema digestório são processados e armazenados para serem utilizados por outros órgãos, portanto, é uma interface entre o sistema digestório e o sangue. ▪ Grande parte do sangue transportado para o fígado chega pela veia porta (70 a 80%) e a menor porcentagem pela artéria hepática. ▪ Todos os nutrientes absorvidos pelo intestino chegam ao fígado pela artéria hepática. ▪ A posição do fígado no sistema circulatório é ideal para captar, transformar e acumular metabólitos, e para a neutralização e eliminação de substâncias tóxicas (a eliminação ocorre na bile, uma secreção exócrina do fígado, importante na digestão de lipídios). Obs1.: No embrião, o fígado desenvolve-se como uma evaginação endodérmica a partir da parede do intestino anterior (especificamente o local que irá se tornar o duodeno) para formar o divertículo hepático. Esse divertículo prolifera e dá origem aos hepatócitos, que se dispõem em cordões celulares (hepáticos), formando, assim, o parênquima do fígado. O pedículo original do divertículo hepático torna-se o ducto colédoco. Uma evaginação do ducto colédoco forma o divertículo cístico, que dá origem à vesícula biliar e ao ducto cístico. ▪ Histologia: a. É envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso (cápsula de Glisson) b. O que circunda a cápsula é uma cobertura serosa (peritônio visceral), com exceção dos locais em que o fígado adere diretamente ao diafragma ou a outros órgãos. Obs.: A cápsula de tecido conjuntivo se torna mais espessa no HILO, visto que é onde a veia porta e a artéria hepática penetram o fígado e por onde saem os ductos hepáticos direito e esquerdo, bem como os linfáticos. FISIOLOGIA DO FÍGADO: ▪ O fígado desempenha um importante papel na captação, no armazenamento e na distribuição de nutrientes e vitaminas a partir da corrente sanguínea. ▪ Ele mantém o nível de glicemia e regula os níveis circulantes das VLDLs. ▪ Ele degrada ou conjuga numerosas substâncias tóxicas e medicamentos ▪ Pode tanto um órgão exócrino que produz secreção biliar que contém sais biliares, fosfolipídios e colesterol, quanto um órgão endócrino. ▪ O fígado produz a maior parte das proteínas plasmáticas circulantes do corpo, como albumina, lipoproteínas, glicoproteínas, protrombina e fribinogênio: a. Albuminas: estão envolvidas na regulação do volume plasmático e do equilíbrio do líquido tecidual, mantendo a pressão coloidosmótica do plasma. b. Lipoproteínas: em particular as VLDLs. O fígado sintetiza a maioria das VLDLs, que participam no transporte de triglicerídios do fígado para outros órgãos. Ele também produz pequenas quantidades de outras proteínas plasmáticas, como as lipoproteínas de baixa densidade (LDLs) e as lipoproteínas de alta densidade (HDLs). Obs.: As LDLs transportam ésteres de colesterol do fígado para outros tecidos. As HDLs removem o colesterol dos tecidos periféricos e o transportam para o fígado. c. Glicoproteínas: incluem proteínas envolvidas no transporte do ferro, como a haptoglobina, a transferrina e a hemopexina. d. Protrombina e fibrinogênio: são componentes importantes da cascata da coagulação sanguínea. e. α-globulinas e β-globulinas não imunes: também ajudam a manter a pressão coloidosmótica do plasma e atuam como proteínas carreadoras para várias substâncias ▪ O fígado armazena e converte diversas vitaminas e ferro a. Ele atua no armazenamento, no metabolismo e na homeostasia do ferro: sintetiza todas as proteínas envolvidas no transporte e Carolina Melo – Histologia – UCIV P2 metabolismo do ferro, por exemplo, a transferrina é uma proteína plasmática de transporte do ferro. A haptoglobina liga-se à hemoglobina livre no plasma, a partir do qual todo o complexo é removido pelo fígado para preservar o ferro. A hemopexina está envolvida no transporte do heme livre no sangue. O ferro é armazenado no citoplasma dos hepatócitos, na forma de ferritina, ou pode ser convertido em grânulos de hemossiderina. ▪ O fígado degrada fármacos e toxinas: a. Os hepatócitos estão envolvidos na degradação de fármacos, toxinas e outras proteínas estranhas ao corpo (xenobióticos). Muitos fármacos e toxinas não são hidrofílicos; por conseguinte, não podem ser eliminados de modo efetivo da circulação pelos rins. O fígado converte essas substâncias em formas mais solúveis. ▪ O fígado está envolvido em muitas outras vias metabólicas importantes: a. É importante no metabolismo dos carboidratos, por mantém um suprimento adequado de nutrientes para todos os processos celulalres. b. Produz corpos cetônicos, que são utilizados como combustível por outros órgãos (o fígado não pode utilizá-los como fonte de energia) c. Faz parte do metabolismo do colesterol (síntese e captação a partir do sangue). Esse colesterol é utilizado na formação de sais biliares, na síntese de VLDLs e na biossíntese de organelas d. Sintetiza a maior parte da ureia do corpo a partir de íons amônio derivados da degradação de proteínas e ácidos nucleicos. e. É envolvido na síntese e na conversão de aminoácidos não essenciais (organismo produz). ▪ A função de bile é uma função exócrina do fígado ▪ A função endócrina está relacionada com a sua capacidade de modificar a estrutura e a função de numerosos hormônios a. Vitamina D: é convertida pelo fígado em 25- hidroxicolecalciferol, a forma predominante da vitamina D circulante. b. Tiroxina: é um hormônio secretado pela glândula tireoide na forma de tetraiodotironina (T4), é convertida no fígado na forma biologicamente ativa, a tri-iodotironina (T3), por desiodação. c. Hormônio do crescimento (GH): é um hormônio secretado pela hipófise. A ação do GH é amplificada pelo fator de crescimento semelhante à insulina 1, que é produzido pelo fígado e inibido pela somatostatina, a qual é secretada pelas células enteroendócrinas do trato gastrintestinal d. Insulina e glucagon: são hormônios pancreáticos. Esses hormônios são degradados em muitos órgãos, mas o fígado e o rim representam os locais mais importantes para sua degradação. SUPRIMENTO SANGUÍNEO DO FÍGADO: ▪ Ducto biliar é facilmente diferenciado por ter epitélio cúbico simples. ▪ O epitélio dos vasos é o pavimentoso simples. ▪ A Veia porta apresenta um epitélio com uma luz maior e a parede mais delgada. ▪ A Artéria hepática apresenta uma luz mais estreita e uma parede mais grossa por causa da camada de músculo. ▪ O sangue passa da tríade portal para a veia central. ▪ O lóbulo clássico leva em consideração o fluxo sanguíneo (sendo ele da periferia para a veia central) – fluxo centrípeto ▪ O lóbulo portal leva em consideração a característica excretora do fígado (o fluxo da bile é contrário ao fluxo do sangue – veia central para tríade portal – fluxo centrífugo Carolina Melo – Histologia – UCIV P2 ▪ O ácino hepático leva em consideração os dois. Por exemplo, é importante tanto as características metabólicas do fígado, quanto as características circulatórias. (É uma região importante para o estudo patológico. Em situações de hipóxia a área 3 sofre primeiro e em situações de intoxicação, a área 1 é a mais afetada) Lóbulo clássico do fígado: nos seres humanos não há uma visão tão perfeita do lóbulo clássico AH, Artéria hepática DB, Ducto biliar NL, Nódulo linfáticoTC, Tecido conjuntivo VC, Veia central (vênula hepática terminal) VH, Veia hepática VP, Veia porta Asteriscos (figura inferior), Sinusoides sanguíneos Linha tracejada (figura superior), Indica os limites de um lóbulo Obs.: Tanto os capilares sinusoides, quanto os hepatócitos estão apoiados em tecido conjuntivo de fibras reticulares (por isso a denominação de trama reticular) Fotomicrografia do fígado. A. Veia central (VC). Observe as placas de hepatócitos limitando os espaços ocupados pelos capilares sinusoides B. Espaço porta contendo ramo da artéria hepática, ramo da veia porta e ducto biliar, circundados por tecido conjuntivo. C. Fibras reticulares constituídas por colágeno III no lóbulo, formando uma rede de suporte para os hepatócitos. PARÊNQUIMA HEPÁTICO: Hepatócitos: ▪ Os hepatócitos constituem as placas celulares anastomosadas do lóbulo hepático. ▪ São grandes células poligonais, que medem entre 20 e 30 μm em cada dimensão. Constituem cerca de 80% da população de células do fígado. ▪ Os hepatócitos têm uma vida relativamente longa para células associadas ao sistema digestório; o seu tempo de sobrevida médio é de cerca de 5 meses. Além disso, as células hepáticas são capazes de regeneração apreciável quando a substância hepática é perdida, devido a processos hepatotóxicos, doença ou cirurgia. ▪ O citoplasma do hepatócito é geralmente acidofílico. ▪ Os peroxissomos são numerosos nos hepatócitos. ▪ O REL pode ser extenso nos hepatócitos. Carolina Melo – Histologia – UCIV P2 ▪ O grande complexo de Golgi nos hepatócitos consiste em até 50 unidades de Golgi. CB, Canalículo biliar CK, Célula de Kupffer (delimita o endotélio vascular e são originadas da medula, tendo função imunológica) En, Célula endotelial F, Fibroblasto GL, Gotícula de lipídio S, Sinusoide VC, Veia central Asteriscos, Tecido conjuntivo da veia central Setas, Glicogênio Setas curvas, Abertura do sinusoide na veia central Obs.: Tanto os capilares sinusoides, quanto os hepatócitos estão apoiados em tecido conjuntivo de fibras reticulares (por isso a denominação de trama reticular) Canalículos biliares: Esta fotomicrografia em grande aumento mostra várias placas de hepatócitos com uma célula de espessura, intercaladas por sinusoides hepáticos. O plano de corte em certas áreas é paralelo aos canalículos biliares. Este plano revela a disposição dos canalículos nos quatro lados dos hepatócitos (setas). As pontas de seta indicam perfis transversais de canalículos biliares. Obs.: No Espaço de Disse ocorrem as trocas de substâncias e a linfa é produzida no Espaço de Disse A bile, que é encaminhada para os ductos biliares de forma centrífuga, análoga ao fluxo sanguíneo normal que é centrípeto. ▪ No canal de Hering há os Colangiócitos, que também são células do ducto biliar e são extremamente importantes por serem as células-tronco do fígado, capazes de fazer a regeneração do órgão quando se proliferam ▪ Os Ductos biliares desembocam no Canal de Hering que desemboca nos ductos biliares*** Carolina Melo – Histologia – UCIV P2 ▪ O Espaço de Disse é o espaço entre o capilar e o hepatócito. Nele vão ocorrer trocas de substâncias e a linfa vai ser produzida. 2.PÂNCREAS ▪ O pâncreas é um órgão exócrino – acino hepático - e endócrino - ilhotas (por um lado vai formar o suco pancreático – acinos – e por outro lado ele vai produzir hormônios, como a insulina e o glucagon Região da ilhota de Langerhans: há nela três tipos celulares (células alfa, beta e gama). As células alfa estão geralmente na periferia e produzem glucagon, já as células beta estão geralmente no centro e produzem insulina – não da para diferenciar as células com coloração de HE
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