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Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC Resumo por Otávio Olivo ENDROCRINOLOGIA REPRODUTIVA E CICLO MENSTRUAL Hormônio “produto celular secretado na circulação periférica que exerce efeito em tecidos alvos distantes – secreção endócrina” • Porém, além dos hormônios, existem outros processos necessários para a fisiologia da reprodução. • Processo AUTÓCRINO – Célula libera substâncias que influenciam suas próprias funções. • Comunicação PARÁCRINA – Comum no ovário e refere à sinalização de células vizinhas. • Efeito INTRÁCRINO – Define produção de uma substância dentro da célula que afeta a própria célula antes de sua secreção. A função reprodutiva normal requer regulação precisa do eixo hipotálamo-hipófise-ovário. Dentro do HIPOTÁLAMO Núcleos liberam GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) em pulos liga-se a receptores de gonadotrofos na ADENO-HIPÓFISE gonadotrofos secretam o LH (hormônio luteinizante) e FSH (Hormônio folículo estimulante) na CIRCULAÇÃO PERIFÉRICA. Dentro do OVÁRIO, FSH e LH se ligam às células TECAIS e da GRANULOSA para estimular a FOLICULOGÊNESE e produção ovariana de ESTEROIDES (androgênios, estrogênios e progesterona), de PEPTÍDEOS GONADAIS (ativina, inibina e folistatina) e de fatores de crescimento. • Estes fatores de origem ovariana retroalimentam o hipotálamo e a hipófise para inibir ou aumentar a secreção de GnRH e gonadotrofinas. • Esteroides ovarianos também auxiliam na preparação do endométrio para implantação embrionária quando houver gravidez. ENDOCRINOLOGIA FEMININA Com a puberdade, a mulher inicia a sua capacidade de perpetuação da espécie, passando a ter os ciclos menstruais. E a chegada da menopausa marca o fim de sua capacidade reprodutiva. • Durante a MENACNE (período reprodutivo), ela cicla mensalmente e seus hormônios passam por alterações de pulsos, que produzirão diferentes concentrações hormonais durante os ciclos menstruais BIOSSÍNTESE DOS HORMÔNIOS ESTEROIDES São sintetizados nas gônadas, nas suprarrenais e na placenta. COLESTEROL é a matéria prima para a esteroidogênese. ORIGEM DOS ESTROGÊNIOS CIRCULANTES NO SEXO FEMININO • São constituídos de uma combinação de estradiol com a estrona. • Tem também uma pequena produção de estriol, produzida por meio de conversão periférica em mulheres não grávidas, apesar de geralmente ser produzido pela placenta na gravidez. • ESTRADIOL – Principal estrogênio produzido pelos ovários durante a idade reprodutiva. • Produção de estradiol – pela síntese diretamente dos folículos e pela conversão da estrona. • ESTRONA – Secretada diretamente pelos ovários e também pode ser oriunda da conversão da androstenediona nos tecidos periféricos ANDROGÊNIOS são convertidos em estrogênio em muitos tecidos, mas a conversão ocorre principalmente a partir da AROMATOSE na pele e tecido ADIPOSO. ORIGEM DOS ANDROGÊNIOS CIRCULANTES NO SEXO FEMININO • OVÁRIOS – produzem principalmente a ANDROSTENEDIONA E TESTOSTERONA • Também produzem uma pequena quantidade de Desidroepiandrosterona (DHEA) • CÓRTEX ADRENAL – produz principalmente mineralocorticoides, mas contribui com 50% da produção diária de androstenediona, 90% de DHEA. • 25% da testosterona pelos ovários, 25% pelas suprarrenais e 50% pela conversão periférica de androstenediona. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC NEUROENDOCRINOLOGIA REPRODUTIVA O eixo Hipotálamo-Hipófise-Ovário (HHO) é o centro do estudo do ciclo menstrual. Sobre hormônios secretados por cada compartimento e sob a influência de mecanismos de retroalimentação positivos ou negativos, o ciclo menstrual se completa. • CICLO NORMAL – perfeita interação entre diversos compartimentos femininos – hipotálamo, hipófise, ovários, órgãos efetores, útero e endométrio. • Útero não entra diretamente nessa interação, apesar de fundamental importância na concepção, desempenha papel passivo. COMPONENTES FUNCIONAIS DA NEUROENDOCRINOLOGIA DO CICLO MENSTRUAL O eixo HHO que controla tudo e não se encontra isolado no organismo feminino • Tireoide, adrenais, tecido gorduroso, fígado, rins e SNC podem alterar suas perfeitas inter-relações. • HHO exerce influência e recebe estímulos de diversos setores. HIPOTÁLAMO Desempenha papel importante no início do ciclo menstrual, mas não atua de forma independente. • Está na base do cérebro e não é uma estrutura isolada, porque apresenta várias conexões aferentes e eferentes com diferentes partes do cérebro. Hipotálamo é influenciado mediante secreção de neurotransmissões, como noradrenalina, serotonina, dopamina, GABA, entre outros – que podem influenciar as secreções hipotalâmicas e hipofisárias. HORMÔNIO REGULADOR DE GONADOTROFINAS (GnRH) Estrutura funcional do hipotálamo é o gerador hipotalâmico. • Responsável pela síntese e liberação do GnRH, de forma pulsátil. • Essa intermitência é responsável pelo funcionamento do eixo HHO, porque a administração contínua desse hormônio a longo prazo determina a interrupção na síntese e liberação de gonadotrofinas hipofisárias. SISTEMA LÍMBICO (componente supra-hipotalâmico) exerce influência sobre o perfeito funcionamento do hipotálamo. • Emoções – depressão, ansiedade, fobias, estresse – podem influenciar a liberação pulsátil do GnRH, alterando o cliclo menstrual. DOPAMINA Inibe a síntese de prolactina (PRL). O hormônio tireotrófico (TRH) é considerado o maior estimulador da síntese de PRL. SETOTONINA E MELATONINA NT que influenciam negativamente a secreção de gonadotrofinas. • Melatonina – sintetizada na pineal e se produzida excessivamente na infância, pode inibir o amadurecimento sexual. • Secreção é regulada pela luz ambiente GABA E ACETILCOLINA Estimulam a síntese e liberação de gonadotrofinas. ENDORFINAS Controlam liberação hipofisária de gonadotrofinas, modulado o ciclo menstrual. ÁCIDO ARACDÔNICO Presente na membrana celular, influencia a resposta das células aos hormônios. Favorecem liberação de gonadotrofinas. SUBSTÂNCIA P Encontrada no intestino, cérebro, nervos periféricos e tem ação NT de dor. Diminui gonadotrofinas hipofisárias, que podem resultar em distúrbio menstrual. HORMÔNIOS HIPOTALÂMICOS HORMÔNIO REGULADOR DE GONADOTROFINAS (GnRH) • Também conhecido como hormônio de liberação do LH. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC • Núcleo arqueado tem a maior concentração de neurônios produtores de GnRH. É único entre os hormônios de liberação – controla simultaneamente a secreção de 2 hormônios: gonadotrofinas (LH e FSH) • Deve ter a secreção pulsátil porque tem meia-vida muito curta (2-4 minutos) – rápida clivagem proteolítica. • Sua liberação pulsátil ocorre a cada 60-90 minutos no período antes da ovulação (1ª fase/folicular) e a cada 210-270 minutos após a ovulação (2ª fase ou fase lútea) Secreção de GnRH varia em frequência e amplitude em todo o ciclo menstrual, imprescindível para um ciclo normal. • FASE FOLICULAR – Pulsos frequentes de pequena amplitude • FOLICULAR TARDIA – Aumenta frequência e amplitude. • FASE LÚTEA – aumento gradativo do intervalo entre os pulsos (diminui frequência). Amplitude maior que na fase folicular, mas diminui gradativamente em 2 semanas (mas continuando maior que na fase folicular) Mecanismos que interferem no ciclo menstrual são aqueles que interferem na secreção de GnRH. • Fatores externos também podem alterar o ciclo – exercícios, estresse, fobia, dietas radicais – pode levar à amnorreia. HIPÓFISE Se localiza na sela túrcica no esfenoide e se divide em adeno e neuro hipófise, sendo a Adeno maior. • Hipófise se comunica com o hipotálamo através do sistema porta-hipofisário, por onde transitam neurotransmissores e outras substâncias provenientes do complexo SNC-Hipotálamo. • Hipófise DEPENDE DO HIPOTÁLAMO para secretar hormônios. • Acredita-se que exista um pool de síntese e outro de secreção de gonadotrofinas. • A secreção, síntese e armazenamento sofrem alterações durante o ciclo menstrual– conforme alterações de estradiol, progesterona, inibinas e outras substâncias produzidas pelo folículo dominante. ADENO-HIPÓFISE • GnRH do hipotálamo age aqui. • Gonadotrofinas ficam armazenadas em forma de grânulos nas células hipofisárias e são secretadas pela membrana celular pela influência de várias substâncias, entre elas Cálcio, adenosina monofosfato e calmodulina. Pulsatilidade do eixo HHO é essencial para o funcionamento harmonioso. • Secreção pulsátil de FSH e LH depende da secreção de esteroides ovarianos. • Por exemplo, administração crônica de estrogênio/progesterona bloqueia o eixo HHO e a ovulação (anticoncepcional) Ao contrário da hipófise posterior (neuro), que é uma extensão do hipotálamo, na anterior não tem conexão com o hipotálamo, ou seja, os hormônios produzidos pelo hipotálamo alcançam a adeno hipófise pela circulação porta hipofisária. • GONADOTROFINAS – FSH E LH – Hormônios secretados de forma pulsátil, com frequência e amplitude que dependem da fase do ciclo. Padrão pulsátil é pelo GnRH. São responsáveis pela estimulação da FOLICULOGÊNESE, OVULAÇÃO E PRODUÇÃO DOS HORMÔNIOS ESTEROIDES PELOS OVÁRIOS. o FSH Eleva-se no final do ciclo anterior (pré-menstrual) e é responsável pelo crescimento folicular. Aumenta o número de receptores de FSH e LH nas células da granulosa Aumenta síntese e liberação de inibina e ativina (ação inibitória e estimulatória da liberação do próprio FSH) Cada folículo tem sensibilidade própria ao FSH, dependendo da concentração de receptores. O mais sensível mais ser o dominante, crescendo mais e sintetizando mais inibina e estradiol. Os demais folículos sofrem atrésia e o dominante vai para a OVULAÇÃO. Meia vida do FSH é de 4h. o LH Sintetizado pela hipófise sobre ação das células da Teca, sintetizando principalmente androgênios e outros esteroides sexuais. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC Na fase folicular as concentrações são baixas e no meio do ciclo, com elevação do ESTRADIOL, há incremento do LH, responsável pela OVULAÇÃO (pico no meio do ciclo) Meia-vida do LH é de 20 minutos. o PROLACTINA (PRL) Tem ação nas mamas, ovários, fígado, adrenais e outros órgãos. Principalmente se relaciona com a lactação, porque regula síntese de caseína pra produção de leite. Também é uma secreção pulsátil e tá relacionado com a secreção de dopamina. DOPAMINA – Fator inibitório da síntese de prolactina. EXCITATÓRIOS – Manipulação da mama, estresse, medicamentos, exercícios, alguns alimentos, Hormônio Tireotrófico (se hipotireoidismo, pode haver hiperprolactinemia (?)), GABA, VIP NEURO-HIPÓFISE Composta apenas de tecido neural. É um prolongamento do hipotálamo. • O hipotálamo é a fonte de toda a produção hormonal da neuro-hipófise. • OCITONINA Liberação deflagrada pela sucção (sinal de estimulação mamária transmitido pelos nervos torácicos até a medula espinhal e depois até o hipotálamo, onde é liberada). Estímulos olfatórios, auditivos, visuais também podem agir. o Principal função é a estimulação de dois tipos de contração muscular – UTERINA no parto e MIOEPITÉLIO DOS DUCTOS LACTÍFEROS MAMÁRIOS para ejetar leite. • ADH Regula volume sanguíneo. OVÁRIOS Gônadas femininas responsáveis pela produção de esteroides sexuais e pelo desenvolvimento dos folículos imaturos até sua fase final de amadurecimento. • PRODUÇÃO DE ÓVULOS para serem fecundados pelos espermatozoides. • SÍNTESE DE HORMÔNIOS que provocarão alterações no corpo da mulher para favorecer nidação e desenvolvimento da gravidez. Nunca se encontram em repouso, sendo que desde a 20ª semana de vida intrauterina já estão funcionando, indo até a menopausa. • Fenômenos mais marcantes – maturação parcial e atresia folicular. DINÂMICA FOLICULAR OVARIANA • Na 20ª semana de gestação, existem aproximadamente 7 milhões de folículos primordiais. • Cada um desses folículos tem um oócito paralisado próximo da primeira fase da divisão meiótica (DIPLÓTENO), até que o processo de ovulação se inicie. • Pool vai reduzindo até que no nascimento fica cerca de 1 milhão só de folículos primordiais. • MENARCA – Se restrigem de 300 a 400 000 folículos em ambos os ovários. • Na MENACME – a cada ciclo menstrual, quase 1000 folículos são recrutados e quase a totalidade deles sofre atrésia ou morte celular programada ou apoptose, pois apenas um é predestinado à ovulação. • Desta forma, durante a vida reprodutiva, apenas 400 a 500 folículos serão ovulados. • MENOPAUSA – ovário vai ser só estroma denso com raros oócitos dispersos remanescentes. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL – 3 compartimentos • FOLICULAR Principal produto é a secreção de estrogênio. Inibina B também produzida pelas células da granulosa. • CORPO LÚTEO Produto principal é a progesterona. Inibina A também. • ESTROMA Androgênios são os principais produtos. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC ESTEROIDOGÊNESE OVARIANA Ovários são o principal produtor de estrogênios na menacme. • Tem dois tipos de células – teca e granulosa. Interagem entre si para que haja formação dos esteroides • Ovários normais tem capacidade de sintetizar 3 hormônios sexuais – estrogênio, progesterona e androgênios. • PROGESTERONA – usa na segunda fase do ciclo menstrual. • ANDROGÊNIOS – Precursores do estrogênio, fundamental para homeostase hormonal femininas. • Para haver esteroidogênese ovariana tem que ocorrer interação harmoniosa entre SNC, Hipófise e gônadas. • TECA Sintetizam androgênios que são convertidos em estrogênio na camada granulosa. Sob estímulo de LH, sintetizam principalmente Androstenediona e testosterona. • INIBINA produzida nos ovários e age sinergicamente ao estrogênio inibindo a secreção de FSH Após a menopausa, o ovário perde sua função reprodutora, mas não a endócrina, mesmo que em proporções inferiores. • Não havendo mais folículo, vai diminuir nível de estradiol e inibina, consequentemente aumentando FSH e LH. • LH vai estimular as células do estroma ovariano, mantendo produção de androstenediona e testosterona em proporções reduzidas – vão pra circulação e serão convertidas em estrona no tecido gorduroso. RECONTROLE OU RETROALIMENTAÇÃO // FEEDBACKS MECANISMOS DE RETROCONTROLE Corresponde à influência dos hormônios ovarianos sobre as gonadotrofinas hipofisárias e hipotalâmicas • Na maior parte do ciclo o retrocontrole é inibitório – inibindo FSH e LH, evitando o desenvolvimento de múltiplos folículos gonadais • GONADOTROFINAS E PROLACTINA – retrocontrole sobre a produção de GnRH pelo hipotálamo. Quando em baixas concentrações, gonadotrofinas estimulam liberação de GnRH (+). Quando elevada, inibe a liberação de GnRH (-) ALÇAS DE RETROCONTROLE • ALÇA LONGA – Ovário-hipotálamo • ALÇA CURTA – Ovário-hipófise ou hipófise-hipotálamo. • ALÇA ULTRACURTA – Hipotálamo, hipófise e ovário sobre as próprias secreções. RETROCONTROLE NEGATIVO – Bloqueio da secreção hipofisária ou hipotalâmica pelos hormônios esteroides (estradiol e progesterona) e não esteroides (inibina). Inibe o eixo HHO. RETROCONTROLE POSITIVO – Aumenta liberação de gonadotrofinas mediada pelos hormônios ovarianos. Observado no período puberal (estradiol produzido pelos ovários é capaz de estimular a síntese de LH) VARIAÇÕES HORMONAIS NO CICLO MENSTRUAL CIBERINAS – São substâncias responsáveis pela regulação do sistema HHO, ao lado de hormônios e NT. Principais são inibinas e ativinas • INIBINAS Assim como o estradiol, SEMPRE INIBEM O FSH, não tendo ação no LH. • ATIVINAS Ação positiva na liberação de FSH pela hipófise, também potencializando sua ação no ovário. • FOLISTATINA Possui ação negativa em nível hipofisário na produção de FSH. LEPTINA Proteína dos adipócitos que atua informando o cérebro sobre quantidade de gordura no organismo. Regula fome e balanço energético. Baixas ou elevadas concentrações podem desregular o eixo HHO. Mulheres muito magras, por exemplo, tem disfunçãoovulatória e menstrual. Alguns fatores de crescimento também interferem na atividade do FSH positiva ou negativamente. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC CORRELAÇÃO ENTRE GONADOTROFINAS E ESTEROIDES SEXUAIS FSH Aumenta no final do ciclo menstrual anterior. Pico no meio do ciclo, elevando 2x a concentração normal. LH Há pico no meio do ciclo, estimulando ovulação (8x valor normal). Mantém concentração alta na fase lútea, estimulando a sintetizar progesterona. ESTRADIOL Rápida elevação na fase folicular tardia, tendo pico no meio do ciclo, que ocorre 24h antes do pico do LH. Depois do pico tem queda abrupta – quando algumas mulheres queixam-se de sangramento vaginal. PROGESTERONA Aumento no dia do pico de LH. Eleva na fase lútea. CICLO MENSTRUAL NORMAL Conjunto de eventos endócrinos interdependentes do eixo HHO e consequentes modificações fisiológicas no organismo para preparar para ovulação e futura gravidez. Durante cada ciclo menstrual, dois processos principais ocorrem: • MATURAÇÃO FOLICULAR por estímulo hormonal e liberação de um óvulo por um dos ovários. • PREPARAÇÃO DO ÚTERO para receber o embrião, caso ocorra fertilização. Por convenção, o 1º dia da menstruação é considerado o 1º dia do ciclo. • Duração normal varia de 21 a 35 dias (média de 28). • Fluxo menstrual dura aproximadamente 2-6 dias, com perda de sangue entre 20-60ml. CICLO OVARIANO Desenvolvimento folicular é um processo contínuo e dinâmico que só se interrompe quando a reserva ovariana chega ao fim. Após o início do desenvolvimento folicular, ocorrerá apoptose ou ovulação. FASE FOLICULAR 1º dia até o dia do pico de LH, no meio do ciclo. • Assegura o recrutamento de uma nova corte de folículos para recrutar um dominante. • O folículo destinado a ovulação passa pelos estágios primordial, primário, pré-antral e pré-ovulatório. • O resultado final é um único folículo maduro viável. • Processo dura 10-14 dias. • A duração do ciclo menstrual é determinada pela variação na duração da fase folicular. Na verdade, o sinal para recrutamento folicular inicia-se na fase lútea do ciclo precedente, com diminuição da progesterona, do estradiol e da inibina A. • Como consequência, o retrocontrole negativo sobre o FSH é liberado e se observa aumento nos primeiros dias da fase folicular – AUMENTO É O SINAL PARA RECRUTAMENTO FOLICULAR. • 15 ou mais folículos são recrutados a cada ciclo. • FOLÍCULO PRIMORDIAL ooócito paralisado no estágio diplóteno da prófase I da meiose. Crescimento inicial não depende de hormônios. Mecanismo regulador parece estar no próprio ovário. Primeiro parece que sintetiza RNA e proteínas. Há mudança no formato da célula também. Surgem junções entre as células da granulosa e o oócito que permite trocas de nutrientes. • FOLÍCULO PRIMÁRIO primordial vira primário quando há multiplicação das células da granulosa. Uma importante mudança é a diferenciação das células do estroma em teca inerna e externa, que independe da estimulação pelas gonadotrofinas, sem ação hormonal. Há um padrão de crescimento limitado que só é interrompido se o grupo de folículos responde a uma elevação de FSH e é incentivado ao crescimento. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC o A cada ciclo menstrual, na fase lútea do ciclo precedente, a diminuição da progesterona, do estradiol e da inibina A, resultante da regressão do corpo lúteo, possibilita a elevação do FSH por retrocontrole positivo, alguns dias antes da menstruação, o que permite o recrutamento folicular. o HORMÔNIO ANTIMÜLLERIANO (AMH) – secretado principalmente pelas células dos folículos. Quando folículos adquirem certa diferenciação e sensibilidade às gonadotrofinas, esse hormônio não é mais secretado o AMH é considerado o regulador contrário ao desenvolvimento folicular inicial. o AMH inibe o crescimento folicular e a ação do FSH. o AMH é também um marcador de reserva funcional ovariana, também envolvido na diminuição do crescimento folicular, e menor apoptose. • FOLÍCULO PRÉ-ANTRAL A partir do momento que o folículo passa a ser estimulado pelo FSH, ele progride até o estágio pré-antral. As células da granulosa desse folículo são capazes de sintetizar as 3 classes de esteroides. • FOLÍCULO ANTRAL Influência do estrogênio junto com o FSH promove um aumento na produção de líquido folicular, que se acumula, coalesce e forma uma cavidade líquida, cheia de estrogênio produzido pelo folículo. o Esse folículo é o que tem maiores concentrações de estrogênio, consequentemente oócitos de melhor qualidade. o Na presença de FSH, o estrogênio passa a ser o elemento dominante do líquido folicular. Na ausência do FSH, o androgênio predomina e acarreta na degeneração do oócito (atresia) • FOLÍCULO PRÉ-OVULATÓRIO Oócito prossegue com a meiose e quase completa sua divisão reducional. o Próximo da maturação, o folículo pré-ovulatório, que corresponde ao folículo maduro é o FOLÍCULO DE GRAAD – que produz quantidades cada vez maiores de estrogênio. o Na fase folicular tardia, o estrogênio aumenta rapidamente e atingem seu pico 3 dias antes da ovulação. o Vale lembrar que a elevação do estradiol é determinante para liberação de LH. o ESTRADIOL PARA LIBERAR LH deve ser maior que 200pg/ml, que deve persistir por aproximadamente 50 horas. o A interação do LH com seus receptores promove luteinização das células da granulosa no folículo dominante, que resulta na produção de progesterona. o Ocorre então um aumento da progesterona que começa a ser detectado 12-24 horas antes da ovulação. PROGESTERONA facilita a retroação positiva do estradiol – age diretamente na hipófise e contribui para a elevação do FSH e LH no meio do ciclo menstrual. • As células da teca dos folículos EM ATRESIA sob ação do LH, aumentam a produção de androgênios, elevando níveis destes no plasma – estimulando a libido da mulher para aumentar frequência de relações sexuais no período pré- ovulatório. FASE OVULATÓRIA Recomeço da meiose I após o pico de LH, aumento na produção de progesterona 12-24h antes da ovulação (luteinização), rotura folicular propriamente dita • Somente o folículo que atinge seu estágio final de maturação é capaz de se romper. • Marcador mais importante da aproximação da ovulação é o pico de LH no meio do ciclo, precedido pelo aumento do estradiol. • Ovulação ocorre aproximadamente 32-36h após início da elevação dos níveis de LH e cerca de 10-12 horas depois do pico máximo. RECOMEÇO DA MEIOSE Oócito permanece no estágio diplóteno da prófase da meiose I até a onda de LH. Aí ocorre retomada da meiose e o oócito se torna apto para fertilização. • Esse processo é uma interrupção da inibição da meiose • Meiose avança para a metáfase. LUTEINIZAÇÃO Um pequeno aumento da progesterona ocorre 12-24h antes da ovulação – esse aumento tem impotância na indução da onda de LH e FSH pelo aumento do feedback positivo do estradiol na ação desses hormônios. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC • Progesterona também pode atuar para terminar o pico de LH quando está em concentrações mais elevadas. Exercido efeito de feedback negativo. OVULAÇÃO Desde a fase folicular, sob ação das gonadotrofinas, há acumulo de prostaglandinas E e F e produção de fator ativador do plasminogênio, plasmina e outras proteases – que vão ativar a COLAGENASE que irá digerir o colágeno presente na parede do folículo, facilitando liberação do oócito. • FSH e LH estimulam também a produção e depósito de ácido hialurônico em volta do oócito e dentro da coroa radiado. • Agindo junto, as prostaglandinas E e F e o LH, fazem a contração das células musculares da parede folicular já enfraquecida, com extrusão do oócito ocorrendo a ovulação. • Há aumento do fluxo sanguíneo no folículo e na permeabilidade capilar. • Pode haver irritação local na hora da eliminação do óvulo, que pode causar dor abdominal. Aí o óvulo vai ser apreendido pelas fímbrias tubárias efica à mercê dos movimentos das tubas e do epitélio ciliar. FASE LÚTEA – AUMENTO AGUDO DA PROGESTERONA Período da ovulação até o aparecimento da menstrual. • Sua duração normalmente é fixa em 14 dias. • Aumento da progesterona de forma aguda caracteriza essa fase. • Pico máximo ocorre 8 dias após ovulação, com maiores níveis estrogênicos e com maior vascularização do endométrio. Uma vez liberado o oócito, estrutura passa a ser chamada de corpo lúteo ou amarelo. Porque acumula LUTEÍNA nas células após a liberação do oócito. • Aumento na vascularização local favorece o aporte de LDL colesterol, importante na síntese de progesterona. • Fatores que induzem a angiogênese fazem capilares penetrarem na granulosa, atingirem a cavidade central e preencher com sangue Funcionamento lúteo normal requer um desenvolvimento folicular pré-ovulatório adequado – pra ter certinho a secreção de estradiol e progesterona – porque o estrogênio é necessário para a síntese de receptores de progesterona no endométrio. • Porque precisa de progesterona no endométrio para preparação adequada. • A progesterona, que aumenta produção a cada pulso de LH, atua no interior do ovário na supressão de novos crescimentos foliculares. • Pulsos de LH são maiores no início da fase lútea e diminuem gradativamente, que favorece atuação da fatores que levam a luteólise – aí o corpo lúteo entra em processo de degeneração. • Caso ocorra gravidez, o HCG mantém o funcionamento lúteo até que a esteroidogênese placentária se estabeleça. Regressão do corpo lúteo leva a uma queda dos níveis circulantes de estradiol, progesterona e inibina A, que remove a influência supressora sobre a secreção de FSH pela hipófise e esse volta a se elevar alguns dias antes da menstruação. • Decréscimo de estradiol e progesterona permite aumento nos pulsos de GnRH pelo hipotálamo, que é mais um estímulo para a produção de FSH. • Aumento do FSH protege um grupo de folículos da atresia. • Esse fato permite a seleção de um folículo dominante e todo processo se reinicia. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC CICLO UTERINO ENDOMÉTRIO MENSTRUAL – MARCADO PELA INFILTRAÇÃO LEUCOCITÁRIA E REAÇÃO DECIDUAL DO ESTROMA É uma ruptura irregular do endométrio que ocorre pela interrupção da secreção das glândulas endometriais na ausência de implantação embrionária. • Término da vida do corpo lúteo diminui estrogênio e progesterona, que leva a reações vasomotoras, perda tecidual e menstruação. Isquemia. • Também há ruptura de lisossomas e liberação de enzimas proteolíticas que provocam destruição local adicional de tecido. • Prostaglandinas também podem ajudar a expelir o tecido endometrial que descama do útero. • Camada basal do endométrio permanece intacta e pode iniciar a reparação da camada funcional. ENDOMÉTRIO PROLIFERATIVO – Intensa atividade mitótica nas glândulas e estroma endometrial. Fase folicular ocorredo no ovário. • Depois de 3 a 4 dias da menstruação, o endométrio inicia sua regeneração e cresce rapidamente por estímulo do estrogênio. • Endométrio no início da fase folicular tem 2mm de espessura e atinge cerca de 10mm no período pré-ovulatório. • Desenvolve células ciliadas e microvilosas – importantes para a fase seguinte – a secretora. ENDOMÉTRIO SECRETOR – SECREÇÃO GLANGULAR E EDEMA DO ESTROMA Corresponde à fase lútea ocorrendo no ovário • Atuação da progesterona produzida pelo corpo lúteo em contraposição à ação estrogênica. • Glândulas endometriais se encontram em processo progressivo de dilatação. • Estroma permanece inalterado até o 7º dia após a ovulação, quando se inicia o edema progressivo do tecido. • Glândulas em processo progressivo de dilatação. • Nesse período o endométrio já se encontra preparado para implantação do blastocisto. EXPRESSÃO DE RECEPTORES HORMONAIS NO ENDOMÉTRIO Varia durante todo o ciclo menstrual. • RECEPTORES DE ESTROGÊNIO – alta na fase proliferativa e diminui após ovulação – pela ação supressiva da progesterona nesses receptores • RECEPTORES DE PROGESTERONA – máxima durante fase ovulatória – pela indução desses receptores pelo estradiol. Reduz muito na fase lútea, mas continuam presentes no estroma. EFEITOS EM OUTROS ÓRGÃOS MUCO CERVICAL Altera de acordo com os níveis plasmáticos hormonais SOB EFEITO DO ESTROGÊNIO • FILÂNCIA – Muco fluído, elástico, clara de ovo (pega com os dedos) • CRISTALIZAÇÃO – 8º dia do ciclo aparece e se torna típica no periovulatório. Aumenta mucina e NaCl no muco cervical por ação estrogênica. FORMA CRISTAIS MICROSCÓPICOS. Após ovulação deixa de ser observada, pela produção de progesterona pelo corpo lúteo. SOB EFEITO DA PROGESTERONA – Muco espesso, turvo e perde distensibilidade. Viscosidade. Otávio Olivo – MEDICINA UNESC Criciúma - SC VAGINA Estrogênio tem ação proliferativa e progesterona proliferativa e descamativa. • Primeira metade do ciclo – células eosinófilas isoladas. • Segunda metade do ciclo – células basófilas em grupos. MAMAS Sofre alterações morfométricas e morfológicas no epitélio e estroma. • FASE PROLIFERATIVA – Rápido desenvolvimento de tecido epitelial e muitas mitoses • FASE SECRETORA – Níveis de progesterona provocam dilatação dos ductos • PRÉ-MENSTRUAL – aumento do volume mamário pelo aumento de estrogênio e progesterona • MENTRUAÇÃO – Reduz volume mamário • APÓS A MESNTRUAÇÃO – redução da atividade secretora do epitélio e diminuição do edema local
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