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Ciclo Menstrual SP2- UCT XI – Módulo IV Medicina Profa. Ms. Dayane Priscila dos Santos Aula 02 – Patologias do ciclo menstrual Hiperprolactemia Síndromes Hiperandrogênicas Síndrome do Ovário Policistico Hiperprolactemia Gestação e Lactação: Lactotrofos sofrem hiperplasia ↑ prolactina Hiperprolactemia Inibidores de lactotrofos: Dopamina GABA Disfunção no eixo hipotálamo-hipofisário: Alterações do ciclo menstrual Infertilidade Galactorreia Modula negativamente a secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) Hiperprolactemia Prolactina Consequências: Ciclos curtos (insuficiência lútea) Ciclos longos (anovulação) Amenorreia (hipogonadismo hipoestrogênico) Galactorreia (prolactemia + estrogênio) Causas: alteração no controle inibitório ou estimulatório da PRL ou ainda por alteração nas células produtoras de PRL. Prolactinomas (adenomas lactotrófos) Tumores produtores de hormônio do crescimento (GH) Tumores produtores de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) Medicamentos inibidores de dopamina (antidepressivos, antipsicóticos, opiáceos, etc.) Lesões na hipófise Idiopáticas Hiperprolactemia Hiperandrogenismo Androgênio: Testosterona Di-hidrotestosterona (DHT) Androstenediona Deidroepiandrosterona (DHEA) Sulfato de DHEA (S-DHEA) Ligados: Globulina ligadora de esteroides sexuais (SHBG) Albumina Inativos Desnutrição e distúrbios hepáticos ou metabólicos queda da síntese dessas proteínas Hiperandrogenismo Fígado, músculo, ossos, colágeno - Encéfalo Mamas Endométrio Ovários ↓ FSH 5-alfa-redutase Aromatase Pode ocorrer por: Aumento da produção glandular de androgênios (suprarrenais e/ou ovários) Alteração do transporte dos hormônios androgênicos (SHBG) para o sangue e dele para os tecidos Hiperatividade hormonal subsequente à maior sensibilidade local (hirsutismo idiopático) Uso de anabolizantes Hiperandrogenismo Hirsutismo é a manifestação mais frequente do hiperandrogenismo. Hiperandrogenismo Paciente com 23 anos de idade, sexo feminino, com queixa de hirsutismo progressivo desde a menarca. Referiu menarca aos 12 anos de idade, evoluindo com ciclos com oligomenorreia desde então. Nega vida sexual ativa, acne, queda de cabelo, alteração na tonalidade da voz e galactorreia. Também nega uso de medicação no ultimo ano e não tem casos semelhantes na família. Ao exame físico apresentava índice de massa corporal de 34,1 kg/m² (obesidade: IMC entre 30 e 34) e acantose nigricans na região do pescoço e parte interna da coxa. Pressão arterial de 125/75 mmHg, mamas normais, com parênquima preservado e sem galactorreia. Clitóris de tamanho normal e massa muscular de distribuição compatível com o sexo. Caso clínico O que é hirsutismo? O que é acantose nigricans? Qual a hipótese diagnóstica mais provável para essa paciente? Quais os próximos passos para o diagnóstico? Caso clínico Multifatorial Resistência a insulina Hipersecreção de LH Hiposecreção de FSH Produção aumentada de androgênios pela teca ↑ Fator de crescimento semelhante a insulina-1 ↓ Globulina ligadora de esteroides sexuais Síndrome dos ovários policísticos Critérios de diagnóstico (Consenso de Roterdã): A paciente deve apresentar pelo menos dois critérios: Oligomenorreia ou amenorreia (após 2 anos de menarca) Sinais clínicos e/ou bioquímicos de hiperandrogenismo, excluindo-se outras etiologias. Ovários policísticos à ultrassonografia (12 folículos, de 2 a 9 mm de diâmetro em pelo menos 1 ovário/ volume ovariano >10ml). Síndrome dos ovários policísticos Critérios de exclusão: Hiperprolactinemia Disfunções de tireoide Hiperplasia adrenal congênita clássica e não clássica Síndrome de Cushing Tumores de ovário ou adrenal secretores de androgênios Síndrome dos ovários policísticos Avaliação hormonal demonstrou: - Testosterona Total: 150 ng/dL (VR. de 12 a 60 ng/dL) - Sulfato de Dehidroepiandrosterona (SDHEA): 89 mcg/dL (VR. de 18 a 391 mcg/dL) - Prolactina: 12,1 ng/dL (VR. de 2,8 a 29,2 ng/mL) - Progesterona: 0,6 ng/mL (VR. <1,0 ng/mL) - LH: 9,6 UI/L (VR. <10,0 UI/L) - FSH: 0,25 mUI/mL (VR. de 1,90 a 12,50 mUI/mL) - TSH: 2,10 microUI/mL (VR. de 0,48 a 5,60 microUI/mL) - Glicose em jejum: 97 mg/dL (VR. de 60 a 99 mg/dL) - Glicose pós sobrecarga com 75g de dextrosol: 162 mg/dL (VR. <140 mg/dL) - Colesterol: 208 mg/dL (V.R. <190mg/dL) - HDL: 36 mg/dL (VR. >40 mg/dL) - LDL: 150 mg/dL (VR. <130 mg/dL) Caso clínico A ultrassonografia pélvica via abdominal evidenciou útero com forma e contorno normais, com 53 cc e miométrio centrado e homogêneo. Os ovários apresentaram dimensões aumentadas (ovário direito com 13,4 cc e ovário esquerdo com 12,7 cc), com múltiplos cistos de disposição periférica com proporções variando de 3 a 7 mm. Caso clínico Explique a fisiopatologia envolvida no aumento do LH e testosterona e diminuição do FHS observada no quadro clínico dessa paciente. Caso clínico Síndrome dos ovários policísticos O diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos visa a exclusão de causas secundárias do hiperandrogenismo. Quais exames acima visam avaliar as causas secundárias do hiperandrogenismo? Explique. Porque avaliar os níveis de glicose em jejum e após sobrecarga de 75g de dextrosol? Qual o objetivo de avaliar o perfil lipídico dessa paciente? Caso clínico Riscos da paciente com SOP: Intolerância a glicose (morte das células β-pancreáticas) Mudanças no perfil lipídico (↑ de triglicerídeos, ↑ de LDL, ↓ de HDL) Aumento do risco de doenças cardiovasculares Aumento do risco de sangramento disfuncional do endométrio, hiperplasia e carcinoma endometrial Síndrome dos ovários policísticos
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