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Edema(Cap.8 exame FÍSICO GERAL) Pelotas, abril de 2021 Abraham Marcolan Bruna Beatriz Módulo 125 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS Curso de Medicina Disciplina de Propedêutica CONCEITO É o excesso de líquido acumulado no espaço intersticial ou no interior das próprias células; A infiltração de líquido no espaço intersticial dos tecidos que constituem a pele e a tela celular subcutânea; Pode ser identificado pela inspeção e palpação. FISIOlogia “anti-edema” O nosso corpo possui mecanismos básicos que impedem os edemas de ocorrerem. É a união do sistema circulatório, renal e linfático. Sistema circulatório Bombas venosas -As válvulas das veias contra a gravidade; -A contração dos músculos comprime as veias localizadas no interior ou adjacentes aos músculos, e ejeta o sangue para fora das veias; -Permite a permanência de uma baixa pressão(20mmHg) nos membros inferiores, de modo a evitar que o liquido saia do sistema circulatório para os espaços teciduais EDEMA Sistema circulatório Forças de Starling: -Pressão hidrostática do capilar (PHc) -Pressão hidrostática do líquido intersticial (PHLi) -Pressão coloidosmótica do plasma (POsp) -Pressão coloidosmótica do líquido intersticial (POsLi) O fato dos capilares venosos serem mais números e mais permeáveis que os arteriais permite que 90% do líquido filtrado seja reabsorvido Sistema LINFÁTICO E os 10% restantes ?? -Os 10% de excesso de filtração efetiva retornam para circulação pelos vasos linfáticos -Ele é drenado como linfa e retorna ao sangue, permitindo que a quantidade de líquido nos tecidos mantenha-se na faixa adequada, de modo a evitar o EDEMA. Sistema RENAL Os rins controlam o volume de líquido extracelular (LEC) por meio da aldosterona (suprarrenais) e do ADH (neuro-hipófise), além de excretar líquidos conforme a taxa de filtração glomerular (TFG). ↑aumenta o volume do LEC a osmolaridade do plasma↓ ↑ da pressão de enchimento sistêmico ↑ o retorno venoso ↑ débito cardíaco ↑ P.A. ↑ perfusão renal. Assim, o excesso de volume vai ser filtrado e excretado, normalizando, finalmente, o volume do LEC. fisiopatologia Semiologia do edema EDEMA GENERALIZADO (anasarca) Aparentemente restrito a uma parte do corpo, tem como causa uma alteração cardíaca, renal, hepática ou nutricional. Inicialmente, “localiza-se” nos membros inferiores nos pacientes que estão deambulando, mas, à medida que se intensifica instala-se nos diferentes segmentos corporais. PRINCIPAIS CAUSAS DE EDEMA GENERALIZADO Síndrome renais (EDEMA RENAL) Insuficiência cardíaca (EDEMA CARDÍACO) Cirrose hepática e Hepatite crônica (EDEMA POR DOENÇA HEPÁTICA) Desnutrição proteica (EDEMA CARENCIAL) Gravidez (EDEMA NA GRAVIDEZ) Fenômenos angioneuróticos (EDEMA ALÉRGICO) Medicamentos: corticosteroides, anti-inflamatórios (EDEMA MEDICAMENTOSO) EDEMA RENAL Costuma ser generalizado, particularmente facial, acometendo principalmente regiões subpalpebrais, sendo mais evidente no período matutino. São moles, inelásticos, indolores e com temperatura normal. Na síndrome nefrótica, o edema é intenso (+++ ou ++++): hiperaldosteronismo secundário (retenção de sódio) e na hipoproteinemia Nas nefrítica e pielonefrite são discretos a moderados (+ ou ++): associados a retenção de sódio e água por desequilíbrio glomerulotubular e aumento da permeabilidade capilar. EDEMA CARDÍACO Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) apresenta edema como sinal importante; Generalizado, predominando nos MMII, vespertino (a tarde após paciente manter-se de pé por várias horas); Pré-sacral nos pacientes acamados o edema. Intensidade (+ a ++++), inelástico, indolor, pele adjacente pode estar lisa e brilhante. ↑ da pressão hidrostática associado à retenção de sódio e água. EDEMA POR DOENÇA HEPÁTICA Generalizado, quase sempre discreto (+ a + +); Predomina nos membros inferiores, e é habitual a ocorrência de ascite concomitante; É mole, inelástico e indolor. Fisiopatologia: hipoproteinemia, hiperaldosteronismo secundário, responsável pela retenção de sódio e água, e a hipoalbuminemia. EDEMA POR DESNUTRIÇÃO (CARENCIAL) Generalizado, predominando nos membros inferiores. É mole, inelástico, indolor e não costuma ser de grande intensidade (+ a + +). Fisiopatologia: a diminuição da pressão osmótica das proteínas plasmáticas, uma decorrência da ingestão reduzida dessas substâncias. EDEMA NA GRAVIDEZ Discreto edema, principalmente nos membros inferiores. Em toxemias gravídicas o edema quase sempre é intenso; Fisiopatologia: alterações renais – nefropatia gravídica – combinadas com as modificações hormonais advindas da própria gravidez. Edema alérgico Pode ser generalizado, mas costuma restringir-se a determinadas áreas, principalmente a face. Instala-se de modo súbito e rápido, e a pele, por esse motivo, torna-se lisa e brilhante, podendo também apresentar-se com a temperatura aumentada e a coloração avermelhada. Trata-se de um edema mole e elástico. Fisiopatologia: aumento da permeabilidade capilar devido a reação antígeno-anticorpo que libera substâncias como histaminas e cininas; Edema MEDICAMENTOSO A causa principal do edema medicamentoso é a retenção de sódio. Predomina nos membros inferiores, mas, quando é mais intenso, pode ser facial. PRINCIPAIS CAUSAS DE EDEMA LOCALIZADO Varizes (EDEMA VARICOSO) Trombose venosa (EDEMA NA TROMBOSE) Flebites (EDEMA NA FLEBITE) Postura (EDEMA POSTURAL) Afecções dos linfáticos (LINFEDEMA) Edema VARICOSO Localiza-se nos membros inferiores, preponderando em uma ou outra perna Acentua-se com a longa permanência na posição de pé ou sentada; Não é muito intenso (+ a + +); A princípio é de consistência mole, porém, nos casos muito antigos, torna-se cada vez mais duro; É inelástico, e, com o passar do tempo, a pele vai alterando sua coloração, até adquirir tonalidade castanha ou mesmo mais escura. Edema VARICOSO Sinal de Cacifo (Godet) -Realiza-se uma pressão digital sobre a pele por cinco segundos. -Se o edema estiver presente haverá a formação de uma pequena depressão na região pressionada que não se desfaz imediatamente após a descompressão. -Vídeo https://www.youtube.com/watch?v=q3-V6IVnxGk Edema da trombose O edema é mole, pode ser intenso, e a pele costuma estar pálida. Em certos casos, adquire tonalidade cianótica. Classicamente essas condições são chamadas flegmasia alba dolens e flegmasia alba cerulea. Fisiopatologia: aumento da pressão hidrostática, seja por insuficiência das valvas das veias, seja por oclusão do próprio vaso. Edema na flebite Localizado, de intensidade leve a mediana (+ a + +), elástico, doloroso, com a pele adjacente se apresentando lisa, brilhante, vermelha e quente. Fisiopatologia: componente inflamatório aumenta a permeabilidade capilar Edema postural Ocorre nos membros inferiores das pessoas que permanecem por longo tempo na posição de pé; Ou que ficam com as pernas pendentes por várias horas (viagens longas). É localizado, discreto (+ a + +), mole, indolor e desaparece rapidamente na posição deitada. Fisiopatologia: aumento da pressão hidrostática. linfedema Localizado, duro, inelástico, indolor, e com francas alterações da textura e da espessura da pele, que se torna grossa e áspera. Nos casos avançados, configura o quadro chamado de elefantíase Fisiopatologia: bloqueio no linfonodo ou nos coletores linfáticos como consequência de processo neoplásico, inflamatório (linfangite), parasitário (filariose) ou após cirurgia de esvaziamento de cadeia de linfonodos. linfedema Sinal de Stemmer -Devido à consistência do edema, a pele dos pododáctilos fica difícil de ser pinçada entre os dedos, e o não pregueamento da pele do segundo pododáctilo constitui o sinal de Stemmer. Quando ocorre, é patognomônico do linfedema. Video: https://www.youtube.com/watch?v=QsCTd-qIY8k (os 2 primeiros min- 1º Cacifo e depois Stemmer) Mixedema: uma forma particular É uma forma particular de edema observado na hipofunção tireoidiana. Não se trata de retenção hídrica, mas simda deposição de glicoproteínas no espaço intersticial que acarretará uma certa retenção de água. É pouco depressível, inelástico, não muito intenso. Referências bibliográficas PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de janeiro. Guanabara, 2014. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 13ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2017; PORTO, C.C. Exame clinico, 8º edição; BATES, B; Propedêutica médica, 10° edição; https://www.youtube.com/watch?v=q3-V6IVnxGk https://www.youtube.com/watch?v=QsCTd-qIY8k https://www.sanarmed.com/edema-revisao-da-fisiologia-a-semiologia-colunistas Google imagens BOA TARDE E MUITO OBRIGADO!
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