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CONCURSO DE PESSOAS

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CONCURSO DE PESSOAS 
• Conceito: colaboração entre duas ou mais pessoas que planejam e/ou praticam atos 
buscando atingir um resultado penalmente relevante (crime ou contravenção penal). 
• Requisitos do Concurso de Pessoas: 
Não é necessário que exista ajuste prévio entre os agentes delitivos para que fique 
configurado o concurso 
1. Pluralidade de agentes: requer ao menos 2 agentes culpáveis. Devem ser 
diferenciadas duas situações: 
a) Agente Imputável pratica crime valendo-se de menor inimputável 
(autoria mediata), o agente inimputável não responderá, portanto, não 
há concurso de pessoas em uma situação de um doente mental como 
inimputável, nesse caso somente não o concurso. 
 
b) Maior de idade + menor de idade praticam o crime juntos, com dolo, 
neste caso, a doutrina entende que há sim concurso de pessoas, porém, 
o menor responderá por ato infracional análogo ao crime de roubo, não 
configura caso de autoria mediata. 
 
Obs.: crimes eventualmente plussubjetivos – é o caso do art. 155, §4º, 
IV, CP, é quando o concurso de pessoas no crime é levado em 
consideração para uma majorante ou uma qualificadora. 
 
2. Relevância das condutas: a contribuição para a prática do delito há de ser 
relevante e, em regra, anterior à consumação. Por exemplo, a mulher de um 
traficante, ela não contribui e até não gosta, mas aceita, ela sabe que ele é um 
criminoso, porém não denuncia, mas também não o ajuda na ilicitude, portanto, 
não há relevância dela na conduta, não há sua inserção no concurso de pessoas. 
Obs.: a contribuição pode ser posterior à consumação desde que ajustada 
previamente, por exemplo, um cúmplice que entrou posteriormente no crime 
e vai buscar na fuga futura da prisão o traficante, porém anteriormente já 
haviam combinado isso. 
Obs. 2: a participação inofensiva ou negativa não se insere no concurso de 
pessoas. 
 
3. Liame subjetivo entre os agentes: ou vínculo subjetivo ou concurso de 
vontades. Os agentes devem estar conscientes de que estão atuando de forma 
conjunta para o resultado almejado, eles têm conhecimento da conduta um do 
outro, há o vínculo subjetivo, o liame subjetivo dispensa o ajuste prévio para 
sua configuração (pactum sceleres). 
Basta que um dos agentes tome ciência da vontade do outro para configurar o 
liame, por exemplo, se joão e marcelo querem matar Fernando, porém somente 
joão sabe que Marcelo quer matá-lo, Marcelo não sabe que joão quer matar 
também, porém, joão aproveita e ajuda Marcelo sem que ele saiba, furando seu 
pneu ou algo do tipo de modo a facilitar o crime para Marcelo mas sem Marcelo 
saber que há alguém facilitando para ele, já há liame pela parte de joão e esse 
já basta para configurar o concurso, joão será um partícipe e marcelo o autor. 
Por exemplo, se os agentes B e C possuem desafeto pelo agente A e ambos 
querem matá-lo e ambos se preparam para isso, porém não se conhecem nem 
sabem de tal intenção, não há liame subjetivo entre eles, pois um não sabia da 
vontade do outro, portanto, não configura concurso mas sim autoria colateral, 
porém se os agentes se encontrarem por acaso na mesma hora para matá-lo e 
descobrem que ambos, naquela exata hora almejam e irão fazer isso, há 
concurso, porque não requer ajuste prévio no liame subjetivo. 
 
4. Identidade de infração penal: 
a) art. 29, CP – quem de qualquer modo concorre para o crime incide nas 
penas a este cominada, na medida da culpabilidade do agente, de sua 
relevância para aquele crime (teoria monista/monística/unitária) nesta 
teoria, diz-se que todos os agentes (autores e partícipes) respondem pelo 
mesmo delito. Essa teoria é adotada no CP brasileiro. 
b) Teoria Dualista: autor e partícipes devem ter penas distintas, autor 
responde pelo núcleo do verno do crime, partícipe pela conduta praticada 
e não também pelo núcleo. O CP brasileiro não adota esta teoria. 
c) Teoria Pluralista/Pluralística/da Cumplicidade do crime distinto: tipos 
penais diversos para agentes que buscam o mesmo resultado. 
Excepcionalmente adotamos essa teoria no CP brasileiro, como nos 
seguintes exemplos: aborto provocado por terceiro com o consentimento 
da gestante, o resultado é o mesmo, porém as penas são diferentes porque 
as execuções para o crime também são diferentes, a gestante incorre no 
art. 124 do CP e o terceiro no art. 126 do CP. Outro exemplo é a corrupção 
em concurso entre particular e funcionário público, a lei traz uma pena para 
cada um, apesar de buscarem o mesmo resultado. 
 
• Crimes Unissubjetivos (de concurso eventual): art. 29, CP, é o crime que há partícipes. 
• Crimes Plurissubjetivos (de concurso necessário): há uma pluralidade de agentes, dois 
ou mais. Há vários coautores e pode haver partícipes. 
 
• Autoria e Participação 
- Teorias (para distinguir quem é autor e quem é partícipe): 
1. Teoria Subjetiva ou Unitária: todo mundo é autor, não há distinção. 
2. Teoria Extensiva: também não diferencia autor e partícipe, todavia, estabelece 
causas de diminuição de pena conforme a menor relevância da contribuição 
para o resultado. É também uma espécie de teoria subjetiva. 
3. Teorias Objetivas ou Dualistas: distingue autor e partícipe. 
a) Teoria objetivo-material: para esta teoria, autor é quem presta a 
contribuição mais relevante. Partícipe é quem presta a contribuição menos 
relevantes. Por exemplo, se joão e Manoel querem matar uma pessoa, 
porém joão compra a arma, planeja a execução do crime, faz tudo o que 
pode ser feito para acontecer, enquanto Manoel somente dispara o gatilho, 
neste caso, Manoel seria o partícipe e joão o autor. O CP brasileiro não 
adota esta teoria. 
b) Teoria objetivo-formal: traz um conceito restritivo de autoria. Autor é 
quem realiza o verbo do tipo penal. Partícipe é quem presta qualquer 
contribuição para o delito, mas não pratica o verbo núcleo do tipo penal. 
O direito penal brasileiro adota essa teoria. Essa teoria não explica a teoria 
mediata, pois quem efetiva o núcleo do verbo é um inimputável. 
4. Teoria do domínio do fato (teoria objetivo-subjetiva): não foi adotada pelo CP 
brasileiro, no entanto, a jurisprudência admite de modo pacificado no STJ e no 
STF essa teoria. Cria por Hans Welzel. Autor é quem possui o controle final do 
fato, o autor é quem domina o transcorrer do crime e decide se e quando ele 
deve ocorrer. Não um embate entre a teoria do domínio do fato e a teoria 
formal, pelo contrário, a do domínio vem para confirmar a formal. 
Há, portanto, uma ampliação no conceito de autor. Para a teoria do domínio do 
fato, serão autores: 
a) Autor propriamente dito: aquele que realiza o verbo do núcleo do tipo 
penal; 
b) Autor intelectual: aquele que planeja o crime para que seja executado por 
outras pessoas e que determina a prática do fato; 
c) Autoria de escritório: aquele que possui influência e determina, sem 
praticar a conduta, as ações que devem ser realizadas por subalternos, ele 
não só planeja, ele determina; 
d) Autor mediato: aquele que se utiliza de um agente não culpável ou de 
pessoa que atua sem dolo ou culpa para executar o tipo. 
 
 - A teoria do domínio do fato reconhece a figura do partícipe? 
 Sim, para esta teoria partícipe será todo aquele que concorre para o crime, desde que 
 não pratique o verbo do núcleo do tipo penal nem possua o controle final do fato. 
Obs.: a teoria do domínio do fato só tem aplicação nos crimes dolosos, uma vez que nos crimes 
culposos não há que se falar em domínio final de um fato não desejado pelo agente. 
 
PARTICIPAÇÃO 
- Espécies: 
1. Participação moral: 
Tem que ter um destinatário específico à prática de um crime específico. 
a) Induzimento: fazer surgir a ideia criminosa (fase da cogitação) 
b) Instigação: reforçar a ideia pré-existente 
 
2. Participação material 
a) Prestação de auxílio (deve ser ajustado previamente, apesar do concurso de 
pessoa não exigir o ajuste prévio, na situação de prestação de auxílio devehaver). 
b) Cúmplice. 
 
 
 
E como se dá a punição do partícipe? 
- Art. 29, CP, caput; 
§1º (se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de 1/6 a 1/3. 
§ 2º se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena 
deste; essa pena será aumentada até a metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado 
mais grave. 
O § 2º trata da chamada cooperação dolosamente distinta (desvios subjetivos entre os agentes 
ou participação em crime menos grave). 
Por exemplo, se joão e marcelo querem praticar furto na casa de felipe, ambos entram na casa 
quando felipe sai, porém felipe retorna antes do previsto e se depara com os dois agentes 
praticando o crime de furto, a intenção de joão era somente furtar, como ele percebeu que não 
ia dar certo, fugiu, porém, Marcelo levou uma arma de fogo e queria continuar o furto, portanto, 
matou felipe. Neste caso, joão responderá tão somente pelo crime de furto na modalidade da 
tentativa, mas Marcelo responderá pelo crime de latrocínio. No entanto, se joão soubesse que 
Marcelo tinha uma arma e que poderia ocorrer outro crime, a pena dele de furto tentado será 
aumentada até a metade, mesmo que essa não fosse a intenção dele, sabia que o outro andava 
armado e que o resultado era previsível de ocorrer. 
 
Casos de Impunibilidade: 
Art. 31, CP – o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
Ou seja, para que o partícipe seja punido é necessário que ao menos tenha iniciado a execução. 
Por exemplo, se joão instiga Marcelo a matar uma pessoa, não só instiga como também dá ao 
Marcelo os meios para ele consumar o crime, porém, Marcelo desiste do crime, diz que não quer 
realizá-lo, portanto, joão não será culpabilizado, mesmo entregando um veneno a Marcelo para 
ele usar para matar a pessoa. Se houver tentativa, será punido. O partícipe (joão) só será punido 
se o crime for ao menos tentado. 
 
Participação – Teorias da Acessoriedade 
- Teoria da acessoriedade mínima: não é aceita, ela diz que basta o autor praticar fato típico para 
o partícipe também sofrer punição (esquece que existe auxílio em uma legítima defesa). 
- Teoria da acessoriedade limitada (média): é a mais adotada no Brasil, apesar de não ser 
pacífica, ela diz que o autor deve praticar um fato típico e ilícito para ser punível ainda que não 
haja culpabilidade, aí o partícipe também será punido. 
- Teoria da acessoriedade máxima (extrema): o partícipe será punido se o autor cometer fato 
típico, ilícito e culpável, parte da doutrina aceita. 
- Teoria da hiperacessoriedade: não é aceita, o autor além de cumprir os requisitos da 
acessoriedade máxima, deve ter punibilidade do agente (partícipe) no caso concreto. 
 
 
Participação Sucessiva: 
Ocorre quando o mesmo agente (autor) é induzido, instigado, ou auxiliado por 2 ou mais 
pessoas que desconhecem entre si a contribuição prestada. 
Todos que tenham induzido, instigado ou prestado auxílio para a prática do delido serão 
responsabilizados como partícipes. 
Participação em Cadeia 
 Ocorre quando alguém induz ou instiga outra pessoa a induzir, instigar ou auxiliar terceiro a 
praticar um delito. 
Todos que tenham induzido, instigado ou prestado auxílio para a prática do delito serão 
responsabilizados como partícipes. 
Participação Negativa (conivente, crime silente ou concurso absolutamente negativo) 
O indivíduo simplesmente observa sua prática sem nada fazer. Não será considerado partícipe. 
 
• Circunstâncias Incomunicáveis: 
Art. 30, CP – não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, 
salvo quando elementares do crime. 
Vamos supor que uma mãe sob estado puerperal quer matar seu filho e pede uma faca 
para seu marido, ele fica sem entender nada mas dá a faca, essa mãe mata o filho e 
incorre no art. 123 do CP, por ser uma mãe em estado puerperal, o que configura crime 
de caráter pessoal, se o marido não tivesse dado a faca ele ficaria impune, por conta 
disso, porém, ele deu a faca, ele foi um elementar do crime, então ele como partícipe 
responderá, pois ele teve uma participação elementar no crime. 
O mesmo ocorre no crime de peculato, ser funcionário público é caráter pessoal, porém 
se um particular em conluio com este funcionário estiver propagando o crime de 
peculato, ele será elementar no crime, portanto, responderá também, como partícipe. 
 
• Concurso de pessoas nos crimes culposos: 
 
Admite-se a coautoria em crimes culposos? 
Sim, por exemplo, duas pessoas praticando esporte de tiro, sem querer acertam 
simultaneamente pessoa atrás. 
 
Admite-se a participação em crimes culposos? 
Não, é impossível. Pois o partícipe tem a INTENÇÃO em participar do crime, instigar e 
induzir, portanto, não é compatível com o crime culposo. 
 
• Concurso de pessoas nos crimes omissivos: 
 É possível coautoria nos crimes omissivos próprios e nos impróprios? 
 Há uma divergência significativa na doutrina, uns dizem que sim outros que não, no caso 
 dos próprios é bem dividida. 
 No caso dos impróprios, a maioria da doutrina diz que sim, porém há também 
 divergência. Impróprios (é o garante – pai e mãe que têm o dever legal de fornecer 
 alimento ao filho e não fornecem). 
 
 
 É possível participação nos crimes omissivos próprios e nos impróprios? 
 Sim, desde que o agente pudesse agir no caso concreto e tivesse o dever de agir para 
 evitar o resultado, no caso dos próprios. 
 No caso dos impróprios, é possível também, desde que o agente possa agir no caso 
 concreto e tenha o dever de agir para evitar o resultado (art. 13, § 2º, CP) de uma 
 conduta criminosa praticada por outrem. 
 Ex.: a nova esposa de joão o induz a não cuidar de seu filho, sendo assim, joão morre 
 por desnutrição, induzido por sua esposa, partícipe, responderá como tal para a prática 
 de crime omissivo impróprio. 
 
 
COAUTORIA 
Consiste em dois ou mais autores, com liame subjetivo, que buscam atingir determinado 
resultado típico. 
• Coautoria Parcial (ou funcional) – a soma dos atos de cada agente gera o resultado 
almejado. Há divisão de tarefas. 
• Coautoria Direta (material) – os agentes geram o resultado praticando a mesma 
conduta.

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