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Tratamento endodôntico de dentes com rizogênese incompleta

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Endodontia 2 Jennifer Naito 
Aula 3: Tratamento endodôntico de dentes com rizogênese incompleta – Profa. Talita 
Rizogênese = processo de formação da raiz do dente. 
Funções da raiz: 
• Ancorar os dentes; 
• Transmitir e equilibrar as forças oclusais – através do LP; 
• Servir de passagem do feixe vasculonervoso – fornecimento de sensibilidade, nutrição. 
 
Estágios do desenvolvimento dentário: 
• O período entre a irrupção do dente na cavidade bucal e o término da rizogênese leva aproximadamente 3 
anos e, se nesse período, o dente for acometido por algum trauma ou cárie, ele pode ter um processo de 
necrose celular das células que estão envolvidas no desenvolvimento da raiz, levando a interrupção do 
processo de rizogênese. 
• Bainha epitelial de Hertwig: 
o Pulpite reversível: sinais de normalidade; 
o Pulpite irreversível: descontínua ou ausente 
o Polpa necrosada: ausente. 
• Papila apical: é a papila dental reduzida, restrita a porção apical da raiz. Considerada a fonte de 
odontoblastos para a formação de dentina radicular. 
o Pulpite reversível: sinais de normalidade; 
o Pulpite irreversível: celularidade reduzida ou ausência de células; 
o Polpa necrosada: não pode ser distinguida – pode ser facilmente descolada. 
 
Características dos dentes com rizogênese incompleta: 
• Paredes de dentina são muito delgadas, finas; 
• Canal amplo; 
• Forame amplo; 
• Relação coroa/raiz comprometida. 
 
Tratamento: 
• Dificuldade no atendimento: idade – a irrupção ocorre no período dos 6-12 anos, portanto vamos lidar com 
crianças e pré adolescentes com medo e/ou dor, que podem estar na primeira consulta ao dentista. 
• Dificuldade na obturação imediata: risco de extravasamento do material obturador, dificuldade no selamento 
apical. 
• Objetivos: 
o Tentar induzir o término do desenvolvimento radicular ou tentar formar uma barreira apical de tecido 
mineralizado. 
o Ambos dependem de: 
▪ Condição pulpar; 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
▪ Condição dos tecidos perirradiculares; 
▪ Estágios de desenvolvimento radicular; 
▪ Substância empregada no tratamento. 
 
Condição pulpar: 
• Inspeção, percussão, teste elétrico, testes térmicos, palpação – DIAGNÓSTICO; 
• Se houver dúvidas – estabelecer um período de espera; 
• Trauma – pode ocorrer revascularização e reinervação do dente. 
• Diante do diagnóstico: 
o Apicigênese: término da formação da raiz. 
▪ Dentes com polpa vital pelo menos no 1/3 apical. 
▪ Aumento da espessura das paredes dentinárias; 
▪ Maior resistência a fratura radicular. 
o Apicificação: formação de uma barreira apical. 
▪ Dentes com necrose pulpar. 
▪ Formação da barreira de tecido mineralizado obtendo um fechamento apical. 
▪ Porém, nesse caso não ocorre o aumento do comprimento radicular nem o aumento da 
espessura das paredes dentinárias. 
o Revascularização: término da formação radicular – ou endodontia regenerativa. 
▪ Dentes com necrose pulpar. 
▪ Aumento da espessura das paredes dentinárias; 
▪ Maior resistência a fratura radicular; 
▪ Formação de um tecido que substitui a polpa. 
 
Condição dos tecidos perirradiculares: 
• Polpa necrótica sem ou sem reação perirradicular. 
 
Estágio de desenvolvimento radicular: pode influenciar na escolha do tratamento 
 
Substância empregada no tratamento: proteção pulpar, limpeza do canal, eliminação de MO, selamento coronário 
• Hidróxido de cálcio: 
o Dissociação em íons Ca+2 e OH: íons OH+ alta alcalinidade (pH = 12). 
o Age por contato. 
o Propriedade antimicrobianas (íons OH+); 
o Inativa fatores de virulência bacterianos (íons OH+) 
o Indução de reparo por tecido mineralizado (íons Ca+2 e OH+): 
▪ Ativação de enzimas envolvidas no reparo; 
▪ Trauma químico – necrose de coagulação. 
o Cimentos – bloqueiam estímulos térmicos e elétricos. 
o Baixa resistência mecânica: 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
▪ Pó e pasta: não apresentam porque não tomam presa; 
▪ Cimento – maior resistência à compressão; 
▪ Cimentos fotoativados – maior resistência. 
o Solubilidade: 
▪ Pastas e pó > cimento; 
▪ Considerada alta para material restaurador e baixa para MIC; 
▪ Cimentos precisam ser protegidos. 
• Cimentos hidráulicos de silicato de cálcio – reparadores: 
o MTA (agregado trióxido mineral); 
o Precursor desses materiais; 
o Pó cinza ou branco + água destilada; 
o Cimento de Portland + óxido de bismuto (radiopacificador); 
o Partículas cristalizam na presença de umidade – hidráulicos; 
o Consistência arenosa – difícil trabalhar; 
o Excelentes propriedades; 
o Custo elevado; 
o Escurecimento da coroa dentária (óxido de bismuto) – sangue aumenta esse escurecimento. 
o Mudanças na formulação: 
▪ Silicatos de cállcio mais puros; 
▪ Veículos alternativos; 
▪ Inclusão de modificadores para acelerar o tempo de presa e consistência; 
▪ Novos radiopacificadores (tungstato de cálcio, óxido de zircônia) – não alteram cor do dente; 
▪ Redução no tamanho das partículas; 
▪ Materiais na forma de pó e líquido; 
▪ Materiais prontos para uso: Putty e Materiais fotopolimerizáveis. 
o Propriedades: 
▪ Biocompatíveis; 
▪ Pouco solúveis em presença de líquidos; 
▪ Tomam presa em contato com líquido > formação de hidróxido de cálcio; 
▪ Alta alcalinidade – pH = 12,5; 
▪ Atividade antibacteriana; 
▪ Induz mineralização tecidual – bioatividade; 
▪ Adesão à dentina; 
▪ Selamento adequado. 
 
Como tratar dentes com rizogênese incompleta com POLPA VITAL: 
• Vamos tentar preservar a vitalidade pulpar e induzir o processo de apicigênese. 
• Opções de tratamento: 
o Proteção pulpar indireta: 
▪ Tratamento expectante. 
▪ Capeamento pulpar indireto. 
o Proteção pulpar direta: 
▪ Capeamento pulpar direto. 
▪ Curetagem pulpar. 
▪ Pulpotomia. 
▪ Pulpotomia profunda. 
• Proteção pulpar indireta: cárie profunda (ausência de dor espontânea) ou fratura por trauma – ambos sem 
exposição pulpar. 
o Objetivos: 
▪ Preservar a vitalidade pulpar. 
▪ Promover esclerose dentinária. 
▪ Estimular a formação de dentina terciária. 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
▪ Em casos de cárie: deter processo carioso e remineralizar a dentina cariada. 
o O melhor material para proteção da polpa, sem dúvida, é a dentina – aquela produzida pela própria 
polpa. 
o Como manejar cáries profundas: 
▪ Remoção total da cárie nas paredes circundantes. 
▪ Remoção total da dentina INFECTADA das paredes de fundo: tecido amolecido que sai com 
facilidade, característica de tecido úmido e colágeno degradado. 
▪ Preservação da dentina AFETADA das paredes de fundo: tecido mais endurecido que sai em 
lascas, de aspecto seco, colágeno intacto e área passível de remineralização. 
o O capeamento pulpar indireto (sessão única) reduziu significativamente a ocorrência de necrose pulpar 
e complicações em comparação com o tratamento expectante (em duas sessões) – normalmente o 
paciente não volta para a segunda sessão. 
o Qual material escolher: não há um ideal. 
▪ Módulo de elasticidade similar à dentina. 
▪ Adesão à dentina. 
▪ Atividade antimicrobiana. 
▪ Baixa solubilidade. 
▪ Biocompatibilidade. 
▪ Induzir regeneração tecidual. 
▪ Materiais de silicato tricálcico como Biodentine e TheraCal LC podem ser preferíveis para 
capeamento pulpar indireto por causa de sua estimulação da formação de tecido duro e 
capacidade de liberação de íons. 
o Sequência clínica – com cimento de hidróxido de cálcio: 
• Proteção pulpar direta – capeamento pulpar: exposição pulpar pequena (até uns mm) seja ela traumática 
(menos de 24 horas) ou acidental (no final da remoção da cárie), com a polpa estando saudável (ausência de 
dor espontânea). 
o Objetivos: preservar a vitalidade pulpar e estimular a formação de barreira mineralizada. 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
o Técnica para dentes traumatizados: 
1. Anestesia; 
2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 
3. Limpeza da área da exposição e hemostasia – irrigar bem a área com solução fisiológica ou água 
de cal;4. Aplicação de corticosteroide-antibiótico – induz um controle da resposta inflamatória (otosporin 
ou maxitrol); 
5. Aplicação do revestimento biológico – camada fina e evitar condensar o material para dentro do 
tecido pulpar; 
6. Selamento coronário ou restauração. 
o Técnica para dentes cariados: 
1. O dente já estará anestesiado e isolado; 
2. Terminar de remover o tecido cariado; 
3. Limpeza da área da exposição e hemostasia; 
4. Aplicação de corticosteroide-antibiótico; 
5. Aplicação do revestimento biológico; 
6. Selamento coronário ou restauração. 
• Proteção pulpar direta – curetagem pulpar: exposição pulpar seja traumática (após 24h até 7 dias) ou 
acidental (ainda há tecido cariado para remover), com polpa saudável (ausência de dor espontânea). 
o Objetivos: 
▪ Remover camada superficial de tecido infectado e/ou inflamado; 
▪ Promover cura da região amputada; 
▪ Estimular a formação de barreira mineralizada. 
o Técnica para dentes traumatizados: 
1. Anestesia; 
2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 
3. Ampliação da área da exposição; 
4. Curetagem do tecido pulpar; 
5. Limpeza da área e hemostasia; 
6. Aplicação de corticosteroide-antibiótico; 
7. Aplicação do revestimento biológico; 
8. Selamento coronário ou restauração. 
o Técnica para dentes cariados: 
1. O dente já estará anestesiado e isolado; 
2. Ampliação da área da exposição; 
3. Curetagem do tecido pulpar – remoção de 2-3mm do tecido pulpar com broca diamantada nova 
ou colher de dentina bem afiada; 
4. Limpeza da área e hemostasia – irrigação com solução fisiológica ou água de cal e, após, utilizar 
bolinhas de algodão embebidas na solução; 
Sangramento deve ser vermelho vivo e hemostasia facilmente obtida, se continuar sangrando 
cortar mais fundo. 
5. Aplicação de corticosteroide-antibiótico – otosporin ou maxitrol por 5min com algodão; 
6. Aplicação do revestimento biológico – não pode haver coagulo sobre a polpa; 
7. Selamento coronário ou restauração. 
• Pulpotomia: exposição traumática ou acidental grande, ampla destruição coronária, dor espontânea (pulpite 
irreversível) e estágio 7 ou 8 de Nolla – mais favoráveis. 
o Objetivos: 
▪ Remoção total da polpa coronária; 
▪ Manutenção e cura da porção radicular da polpa; 
▪ Estimulação da formação de barreira mineralizada – na maioria dos casos. 
o Características favoráveis do tecido pulpar: 
▪ Hemorragia suave e facilmente contida (+/-3 min); 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
▪ Sangue com coloração vermelho vivo e brilhante; 
▪ Tecido pulpar remanescente: consistência firme (resistente ao corte), coloração róseo-
avermelhada; 
o Técnica imediata – sessão única. 
1. Anestesia; 
2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 
3. Abertura coronária; 
4. Remoção da polpa coronária; 
5. Irrigação e hemostasia; 
6. Aplicação de corticosteroide-antibiótico – 15 min; 
7. Aplicação de fina camada de revestimento biológico; 
• Mineralizadores: promovem a mineralização da polpa junto ao orifício de entrada do canal 
radicular. É um procedimento definitivo. Podemos utilizar Hidróxido de cálcio ou cimento 
hidráulicos de silicato de cálcio. 
• Não mineralizadores: mantém a polpa radicular viva e sem mineralização. É um 
procedimento expectante (após obturar). Podemos utilizar Óxido de zinco ou Óxido de 
zinco e eugenol. 
8. Selamento coronário ou restauração. 
o Técnica mediata – 2 sessões (maior índice de sucesso). 
1ª sessão: 
1. Anestesia; 
2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 
3. Abertura coronária; 
4. Remoção da polpa coronária; 
5. Irrigação e hemostasia; 
6. Curativo com corticosteroide-antibiótico; 
7. Selamento coronário. 
2ª sessão (2 a 7 dias após): 
1. Anestesia; 
2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 
3. Remoção do selamento e curativo; 
4. Irrigação com solução fisiológica; 
5. Teste de vitalidade – com cone de guta-percha; 
6. Fina camada de revestimento biológico; 
7. Selamento coronário. 
• Pulpotomia profunda: exposição pulpar por cárie ou trauma (demora para realizar o tratamento), porção 
apical da polpa inflamada, porém vital, e/ou necessidade de colocação de retentor intrarradicular. 
o Objetivos: manutenção da porção apical da polpa radicular com vitalidade para permitir a 
complementação radicular. 
o Técnica mediata: 
1. Isolamento absoluto e antissepsia; 
2. Abertura coronária; 
3. Neutralização do conteúdo séptico e exploração do canal; 
4. Odontometria; 
5. Anestesia – somente depois da abertura para que consigamos determinar presença de tecido 
vital; 
6. Pulpectomia e preparo biomecânico; 
• Pulpectomia – 2-3 mm aquém do vértice radiográfico; 
• Lima Hedstrom ou tipo K; 
• Movimento de limagem (penetração, pressão lateral e remoção vertical); 
• Instrumentação delicada – regularizar as paredes; 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
• Soro fisiológico. 
7. Medicação intracanal – pode associar radiopacificador e trocar a pasta após 7 dias; 
8. Selamento coronário; 
9. Controle clínico-radiográfico; 
• 1, 3 e 6 meses; 
• Trocar MIC – solubilização; 
• Apicigênese e selamento apical: 3-8 meses. 
10. Obturação. 
o Indicação: canais com paredes paralelas ou convergentes para apical. 
o Após o preparo biomecânico ou um curativo intracanal: confecção de tampão apical com HC e/ou 
cimento de silicato de cálcio, obturação e controle clínico-radiográfico. 
• Evidências do sucesso do tratamento em dentes com polpa vital: 
o Proservação clínica e radiográfica (2-4 anos): 
▪ Ausência de sinais e sintomas; 
▪ Formação de barreira de tecido mineralizado entre a polpa e o revestimento biológico; 
▪ Término da formação radicular; 
▪ Integridade da lâmina dura e ausência de lesão apical; 
▪ Ausência de calcificação do canal radicular; 
▪ Ausência de reabsorção interna. 
 
Tratamento de dentes com rizogênese incompleta – POLPA NECROSADA: 
• Essencial combater a infecção para induzir o processo de apicificação e revascularização. 
• Opções de tratamento: 
o Apicificação – técnica mediata; 
o Tampão apical – apicificação técnica imediata; 
o Revascularização. 
• Apicificação – técnica mediata: um método para induzir uma barreira calcificada em um raiz com um ápice 
aberto ou o desenvolvimento apical continuado de uma raiz incompleta em dentes com polpa necrótica. 
o Vantagens: 
▪ Formação de barreira mineralizada apical; 
▪ Manutenção do dente na cavidade bucal; 
▪ Alta prevalência de reparo apical e fechamento apical. 
o Desvantagens: 
▪ Tempo para a formação da barreira calcificada (3-24 meses); 
▪ Várias trocas da pasta HC; 
▪ Raiz não aumenta de tamanho; 
▪ Espessura radicular não aumenta. 
o Primeira sessão: 
1. Anestesia; 
2. Isolamento absoluto e antissepsia; 
3. Abertura coronária; 
4. Neutralização do conteúdo séptico – penetração desinfetante; 
• Lima Hedstrom ou tipo K fina; 
• Solução de NaOCl a 2,5%; 
• Movimento de exploração ou cateterismo; 
• Aprofundar gradativamente; 
• Limite apical – alguns mm aquém do ápice. 
5. Odontometria - CT 1mm aquém do ápice radiográfico; 
6. Preparo biomecânico; 
• Instrumentação delicada – regularizar as paredes; 
• Lima Hedstrom ou tipo K; 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
• Movimento de limagem (penetração, pressão lateral e remoção vertical). 
7. Irrigação; 
• Irrigar muito; 
• Usar NaOCl em baixas concentrações (1%-2,5%); 
• Substituir o NaOCl em caso de ápices amplos ou alergia; 
• Evitar o travamento da agulha no canal; 
• Posicionar a agulha aquém do CRT; 
• Usar agulha com ponta fechada e saída lateral; 
• Evitar pressão excessiva no êmbolo da seringa. 
• Agitação da solução irrigadora: proporciona maior contato do irrigante com as paredes do 
canal e melhora a limpeza das paredes não tocadas pelos instrumentos. 
• Irrigação final: 
o NaOCl e agitar por 20s em cada canal; 
o Renovar o irrigante e repetir a agitação 3 vezes; 
o EDTA a 17% e agitar por 20s em cada canal; 
o Renovaro irrgante e repetir a agitação 3 vezes 
o NaOCl ou CLX e agitar por 20s em cada canal; 
o Renovar o irrigante e repetir a agitação 3 vezes; 
o Instrumento de agitação – 2mm aquém do CT. 
8. Medicação intracanal: hidróxido de cálcio com ação antimicrobiana; 
9. Selamento coronário. 
• Remover o excesso da pasta da câmara; 
• Selamento simples: algodão + material selador; 
• Selamento duplo: algodão + guta-percha em bastão + material selador. 
o Trocas de medicação e controle clínico-radiográfico: 
▪ Se houver sinais e sintomas de infecção/inflamação – repetir o preparo biomecânico e MIC; 
▪ Necessidade e frequência da troca (30 a 90 dias) – não há consenso; 
▪ 1ª troca – geralmente 7 dias (usar veículo com dissociação mais lenta); 
▪ Tentar não extruir a pasta para os tecidos periapicais – difícil; 
▪ Controle clínico-radiográfico até o fechamento apical – 30 dias e trimestrais; 
▪ Apicificação: 3 meses – 24 meses; 
▪ Visualizar radiograficamente e/ou comprovar barreira apical. 
o Barreira mineralizada: 
▪ Fechamento parcial ou completo; 
▪ Apresenta comunicações com os tecidos periapicais (poros); 
▪ Histologicamente: material osteoide (semelhante a osso) e material cementoide (semelhante a 
cemento). 
o Ultima sessão: 
1. Anestesia; 
2. Isolamento absoluto; 
3. Abertura coronária; 
4. Remoção da medicação intracanal; 
5. Irrigação final; 
6. Secagem do canal; 
7. Obturação; 
• Técnicas recomendadas: cone rolado, cone moldado, cone invertido, guta-percha 
plastificada, compactação lateral. 
• Evitar técnica hibrida de Tagger – pressão pode romper a barreira mineralizada. 
8. Reabilitação do dente e proservação. 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
• Tampão apical – apicificação pela técnica imediata: consiste em confeccionar uma barreira apical com um 
material biocompatível para obturar o canal após o preparo biomecânico ou uso de um curativo intracanal 
com HC. Indicada para seguimento apical com paredes paralelas ou convergentes. 
o Vantagens: 
▪ Menor número de sessões; 
▪ Melhor adesão do paciente; 
▪ Maio taxa de sucesso; 
▪ Menor risco de fratura – uso do HC e tratamento longo; 
▪ Formação de barreira mineralizada apical similar a apicificação convencional. 
o Desvantagens: 
▪ Raiz não aumenta de tamanho; 
▪ Espessura radicular não aumenta. 
o Primeira sessão: igual técnica da apicificação convencional. 
o Segunda sessão: se o paciente estiver com sinais e sintomas de infecção/inflamação repetir os 
procedimentos da 1ª sessão. Já se o paciente estiver assintomático: 
1. Anestesia; 
2. Isolamento absoluto; 
3. Remoção do selamento coronário e da medicação intracanal; 
4. Irrigação e agitação do irrigante; 
5. Secagem do canal; 
6. Confecção do tampão apical (aprox.. 3 mm); 
• Materiais: hidróxido de cálcio, cimento de silicato de cálcio, associação entre os dois, ou 
adição de membrana colágena. 
7. Radiografia; 
8. Obturação do canal e reabilitação; 
9. Proservação. 
• Revascularização (endodontia regenerativa): procedimentos de base biológica desenvolvidos para substituir 
fisiologicamente estruturas dentarias comprometidas, incluindo dentina e estruturas radiculares, assim como 
as células do complexo dentinopulpar. Com esse tratamento conseguimos induzir o término da formação 
radicular em dentes com necrose pulpar. 
o Indicação: 
▪ Dente permanente com rizogênese incompleta; 
▪ Necrose pulpar; 
▪ Com ou sem lesão; 
▪ Não necessitar de retentor intrarradicular; 
▪ Ser possível isolar; 
▪ Paciente sem alergia a medicamentos e antibióticos utilizados no tratamento; 
▪ Paciente/responsável colaboradores durante o tratamento. 
o Objetivos do tratamento: 
▪ Essencial – eliminar sintomas e promover reparo ósseo periapical; 
▪ Desejável – aumentar a espessura das paredes do canal e/ou do comprimento radicular; 
▪ Obter resposta positiva ao teste de sensibilidade pulpar (se ocorrer, pode indicar um tecido 
pulpar mais organizado). 
o Pontos chaves da endodontia regenerativa: 
1. Mínima ou não instrumentação do canal; 
2. Efetiva desinfecção com irrigantes; 
3. Aplicação de medicação intracanal; 
4. Indução de sangramento e criação de um coágulo; 
5. Capeamento com cimento hidráulico de silicato; 
6. Selamento coronário efetivo. 
Combater a infecção → Conduzir células indiferenciadas para dentro do dente (coágulo) → Proteger o coágulo com um material biocompatível. 
o Fatores ligados ao sucesso do tratamento: 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
▪ Antissepsia e detoxificação: precisamos de um Scaffold (matriz) para que as células tronco 
produzidas dentro do dente possam se diferenciar por meio do estímulo de fatores de 
crescimento e isso só vai ocorrer se não houver contaminação. O sucesso é maior quando o 
tratamento é realizado em pacientes com idade entre 8 e 18 anos e quando o diâmetro foraminal 
for maior que 1,0mm. 
▪ Instrumentação, irrigantes e MIC – tudo isso ajuda na obtenção do sucesso do tratamento. 
▪ Células tronco são conduzidas para o interior do canal por meio do sangramento que entra no 
canal formando um coágulo. Essas células podem ter origem tanto dos tecidos periapicais, quanto 
da papila apical. 
▪ Scaffold (matriz de crescimento ou arcabouço): matriz 3D que permite a interação entre as 
células e o crescimento de um novo tecido. Coágulo é o recrutamento das células mesenquimais 
indiferenciadas da região apical. 
▪ Fatores de crescimento: podem ser provenientes da matriz dentinária, do coágulo sanguíneo, 
Scaffolds enriquecidos, PRP e PRF. 
o Protocolo clínico recomendado: 
1ª consulta: 
▪ Anestesia local; 
▪ Isolamento absoluto; 
▪ Abertura coronária – irrigar a câmara pulpar com NaOCl; 
▪ Remover o conteúdo do canal com um instrumento; 
▪ Odontometria – CT 1mm aquém do ápice; 
▪ Evitar instrumentação mecânica das paredes do canal; 
▪ Irrigar com NaOCl 1,5-3% - 20mL/canal/5min; 
▪ Irrigar com solução salina e/ou EDTA 17% - 20mL/canal/5min; 
▪ Secagem do canal com pontas de papel absorvente; 
▪ Aplicação de medicação intracanal; 
• Hidróxido de cálcio: capaz de eliminar microrganismos e destruir o LPS, não prejudica a 
sobrevivência das células-tronco, solubiliza e libera fatores de crescimento da dentina (TGF-
B1) e a adesão e proliferação das células da dentina é maior com HC que com pasta 
triantibiótica. 
• Pastas antibióticas: altas concentrações – melhor efeito antimicrobiano, tóxicas para 
células mesenquimais, efeito deletério na dentina; concentrações muito baixas são mais 
fluidas (difícil manusear); efeito antimicrobiana residual (DAP: 14-30 dias; TAP: 7-14 dias)./ 
▪ Selamento coronário. 
2ª consulta (1-4 semanas após) – se sinais e sintomas de inflamação/infecção: 
▪ Repetir procedimentos da primeira consulta; 
▪ Utilizar outra MIC (alternativa); 
▪ Considerar a prescrição de antibióticos em caso de sinais de comprometimento sistêmico; 
2ª consulta (1-4 semanas após) – se o paciente não apresentar alteração: 
▪ Anestesia local – sem vasoconstritor; 
▪ Isolamento absoluto; 
▪ Remoção do selamento coronário; 
Endodontia 2 Jennifer Naito 
▪ Irrigação com EDTA 17% - 20mL/canal/5 min; 
▪ Irrigação com soro fisiológico estéril – 5mL; 
▪ Secagem com pontas de papel; 
▪ Introduzir instrumento pré-curvado 2mm além do forame – promover laceração dos tecidos 
periapicais e sangramento. 
Sangramento > coágulo sanguíneo (15 min): 
• 2-3mm abaixo da margem gengival; 
• Recrutamento das células mesenquimais indiferenciadas da região apical; 
• Rico em fatores de crescimento; 
• Atua como uma matriz 3D de fibrina que permite a interação entre as células e o 
crescimento de um novo tecido. 
▪ Selamento coronário: 
1. Matriz colágena sobre o coágulo; 
2. Cimento hidráulico de silicato de cálcio – 2-3mm; 
3. CIV e resina composta. 
o Membrana colágena: 
▪ Facilmente degradada; 
▪ Ajuda a evitar que o cimento entre no coágulo; 
▪ Aumenta a formação de novos tecidos mineralizados; 
▪ Poros fornecem um microambiente estável, permitindoa adesão e crescimento celular. 
o Proservação: 3 (infecção prolongada), 6, 12, 18, 24 meses e após anualmente até 5 anos. 
▪ Sem dor, sinais e sintomas de inflamação ou fístula; 
▪ Desaparecimento de radioluscência apical (6-12 meses); 
▪ Aumento da espessura das paredes da raiz (12-24 meses); 
▪ Aumento do comprimento da raiz; 
▪ Ausência (continuação) de reabsorção radicular externa; 
▪ Resposta positiva ao teste de sensibilidade ou vitalidade pulpar; 
▪ Sem alteração de cor inaceitável; 
▪ Detecção radiográfica de um novo LPD ao redor da raiz. 
o Sucesso deve estar centrado no paciente: 
▪ Ausência de dor, estática, dente em função e longevidade do dente. 
 
Qual tratamento escolher para um dente imaturo com necrose pulpar? 
• Levar em consideração o tempo disponível para realizar o tratamento, a necessidade de um retentor intra-
radicular e o desenvolvimento radicular.

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