Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Endodontia 2 Jennifer Naito Aula 3: Tratamento endodôntico de dentes com rizogênese incompleta – Profa. Talita Rizogênese = processo de formação da raiz do dente. Funções da raiz: • Ancorar os dentes; • Transmitir e equilibrar as forças oclusais – através do LP; • Servir de passagem do feixe vasculonervoso – fornecimento de sensibilidade, nutrição. Estágios do desenvolvimento dentário: • O período entre a irrupção do dente na cavidade bucal e o término da rizogênese leva aproximadamente 3 anos e, se nesse período, o dente for acometido por algum trauma ou cárie, ele pode ter um processo de necrose celular das células que estão envolvidas no desenvolvimento da raiz, levando a interrupção do processo de rizogênese. • Bainha epitelial de Hertwig: o Pulpite reversível: sinais de normalidade; o Pulpite irreversível: descontínua ou ausente o Polpa necrosada: ausente. • Papila apical: é a papila dental reduzida, restrita a porção apical da raiz. Considerada a fonte de odontoblastos para a formação de dentina radicular. o Pulpite reversível: sinais de normalidade; o Pulpite irreversível: celularidade reduzida ou ausência de células; o Polpa necrosada: não pode ser distinguida – pode ser facilmente descolada. Características dos dentes com rizogênese incompleta: • Paredes de dentina são muito delgadas, finas; • Canal amplo; • Forame amplo; • Relação coroa/raiz comprometida. Tratamento: • Dificuldade no atendimento: idade – a irrupção ocorre no período dos 6-12 anos, portanto vamos lidar com crianças e pré adolescentes com medo e/ou dor, que podem estar na primeira consulta ao dentista. • Dificuldade na obturação imediata: risco de extravasamento do material obturador, dificuldade no selamento apical. • Objetivos: o Tentar induzir o término do desenvolvimento radicular ou tentar formar uma barreira apical de tecido mineralizado. o Ambos dependem de: ▪ Condição pulpar; Endodontia 2 Jennifer Naito ▪ Condição dos tecidos perirradiculares; ▪ Estágios de desenvolvimento radicular; ▪ Substância empregada no tratamento. Condição pulpar: • Inspeção, percussão, teste elétrico, testes térmicos, palpação – DIAGNÓSTICO; • Se houver dúvidas – estabelecer um período de espera; • Trauma – pode ocorrer revascularização e reinervação do dente. • Diante do diagnóstico: o Apicigênese: término da formação da raiz. ▪ Dentes com polpa vital pelo menos no 1/3 apical. ▪ Aumento da espessura das paredes dentinárias; ▪ Maior resistência a fratura radicular. o Apicificação: formação de uma barreira apical. ▪ Dentes com necrose pulpar. ▪ Formação da barreira de tecido mineralizado obtendo um fechamento apical. ▪ Porém, nesse caso não ocorre o aumento do comprimento radicular nem o aumento da espessura das paredes dentinárias. o Revascularização: término da formação radicular – ou endodontia regenerativa. ▪ Dentes com necrose pulpar. ▪ Aumento da espessura das paredes dentinárias; ▪ Maior resistência a fratura radicular; ▪ Formação de um tecido que substitui a polpa. Condição dos tecidos perirradiculares: • Polpa necrótica sem ou sem reação perirradicular. Estágio de desenvolvimento radicular: pode influenciar na escolha do tratamento Substância empregada no tratamento: proteção pulpar, limpeza do canal, eliminação de MO, selamento coronário • Hidróxido de cálcio: o Dissociação em íons Ca+2 e OH: íons OH+ alta alcalinidade (pH = 12). o Age por contato. o Propriedade antimicrobianas (íons OH+); o Inativa fatores de virulência bacterianos (íons OH+) o Indução de reparo por tecido mineralizado (íons Ca+2 e OH+): ▪ Ativação de enzimas envolvidas no reparo; ▪ Trauma químico – necrose de coagulação. o Cimentos – bloqueiam estímulos térmicos e elétricos. o Baixa resistência mecânica: Endodontia 2 Jennifer Naito ▪ Pó e pasta: não apresentam porque não tomam presa; ▪ Cimento – maior resistência à compressão; ▪ Cimentos fotoativados – maior resistência. o Solubilidade: ▪ Pastas e pó > cimento; ▪ Considerada alta para material restaurador e baixa para MIC; ▪ Cimentos precisam ser protegidos. • Cimentos hidráulicos de silicato de cálcio – reparadores: o MTA (agregado trióxido mineral); o Precursor desses materiais; o Pó cinza ou branco + água destilada; o Cimento de Portland + óxido de bismuto (radiopacificador); o Partículas cristalizam na presença de umidade – hidráulicos; o Consistência arenosa – difícil trabalhar; o Excelentes propriedades; o Custo elevado; o Escurecimento da coroa dentária (óxido de bismuto) – sangue aumenta esse escurecimento. o Mudanças na formulação: ▪ Silicatos de cállcio mais puros; ▪ Veículos alternativos; ▪ Inclusão de modificadores para acelerar o tempo de presa e consistência; ▪ Novos radiopacificadores (tungstato de cálcio, óxido de zircônia) – não alteram cor do dente; ▪ Redução no tamanho das partículas; ▪ Materiais na forma de pó e líquido; ▪ Materiais prontos para uso: Putty e Materiais fotopolimerizáveis. o Propriedades: ▪ Biocompatíveis; ▪ Pouco solúveis em presença de líquidos; ▪ Tomam presa em contato com líquido > formação de hidróxido de cálcio; ▪ Alta alcalinidade – pH = 12,5; ▪ Atividade antibacteriana; ▪ Induz mineralização tecidual – bioatividade; ▪ Adesão à dentina; ▪ Selamento adequado. Como tratar dentes com rizogênese incompleta com POLPA VITAL: • Vamos tentar preservar a vitalidade pulpar e induzir o processo de apicigênese. • Opções de tratamento: o Proteção pulpar indireta: ▪ Tratamento expectante. ▪ Capeamento pulpar indireto. o Proteção pulpar direta: ▪ Capeamento pulpar direto. ▪ Curetagem pulpar. ▪ Pulpotomia. ▪ Pulpotomia profunda. • Proteção pulpar indireta: cárie profunda (ausência de dor espontânea) ou fratura por trauma – ambos sem exposição pulpar. o Objetivos: ▪ Preservar a vitalidade pulpar. ▪ Promover esclerose dentinária. ▪ Estimular a formação de dentina terciária. Endodontia 2 Jennifer Naito ▪ Em casos de cárie: deter processo carioso e remineralizar a dentina cariada. o O melhor material para proteção da polpa, sem dúvida, é a dentina – aquela produzida pela própria polpa. o Como manejar cáries profundas: ▪ Remoção total da cárie nas paredes circundantes. ▪ Remoção total da dentina INFECTADA das paredes de fundo: tecido amolecido que sai com facilidade, característica de tecido úmido e colágeno degradado. ▪ Preservação da dentina AFETADA das paredes de fundo: tecido mais endurecido que sai em lascas, de aspecto seco, colágeno intacto e área passível de remineralização. o O capeamento pulpar indireto (sessão única) reduziu significativamente a ocorrência de necrose pulpar e complicações em comparação com o tratamento expectante (em duas sessões) – normalmente o paciente não volta para a segunda sessão. o Qual material escolher: não há um ideal. ▪ Módulo de elasticidade similar à dentina. ▪ Adesão à dentina. ▪ Atividade antimicrobiana. ▪ Baixa solubilidade. ▪ Biocompatibilidade. ▪ Induzir regeneração tecidual. ▪ Materiais de silicato tricálcico como Biodentine e TheraCal LC podem ser preferíveis para capeamento pulpar indireto por causa de sua estimulação da formação de tecido duro e capacidade de liberação de íons. o Sequência clínica – com cimento de hidróxido de cálcio: • Proteção pulpar direta – capeamento pulpar: exposição pulpar pequena (até uns mm) seja ela traumática (menos de 24 horas) ou acidental (no final da remoção da cárie), com a polpa estando saudável (ausência de dor espontânea). o Objetivos: preservar a vitalidade pulpar e estimular a formação de barreira mineralizada. Endodontia 2 Jennifer Naito o Técnica para dentes traumatizados: 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 3. Limpeza da área da exposição e hemostasia – irrigar bem a área com solução fisiológica ou água de cal;4. Aplicação de corticosteroide-antibiótico – induz um controle da resposta inflamatória (otosporin ou maxitrol); 5. Aplicação do revestimento biológico – camada fina e evitar condensar o material para dentro do tecido pulpar; 6. Selamento coronário ou restauração. o Técnica para dentes cariados: 1. O dente já estará anestesiado e isolado; 2. Terminar de remover o tecido cariado; 3. Limpeza da área da exposição e hemostasia; 4. Aplicação de corticosteroide-antibiótico; 5. Aplicação do revestimento biológico; 6. Selamento coronário ou restauração. • Proteção pulpar direta – curetagem pulpar: exposição pulpar seja traumática (após 24h até 7 dias) ou acidental (ainda há tecido cariado para remover), com polpa saudável (ausência de dor espontânea). o Objetivos: ▪ Remover camada superficial de tecido infectado e/ou inflamado; ▪ Promover cura da região amputada; ▪ Estimular a formação de barreira mineralizada. o Técnica para dentes traumatizados: 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 3. Ampliação da área da exposição; 4. Curetagem do tecido pulpar; 5. Limpeza da área e hemostasia; 6. Aplicação de corticosteroide-antibiótico; 7. Aplicação do revestimento biológico; 8. Selamento coronário ou restauração. o Técnica para dentes cariados: 1. O dente já estará anestesiado e isolado; 2. Ampliação da área da exposição; 3. Curetagem do tecido pulpar – remoção de 2-3mm do tecido pulpar com broca diamantada nova ou colher de dentina bem afiada; 4. Limpeza da área e hemostasia – irrigação com solução fisiológica ou água de cal e, após, utilizar bolinhas de algodão embebidas na solução; Sangramento deve ser vermelho vivo e hemostasia facilmente obtida, se continuar sangrando cortar mais fundo. 5. Aplicação de corticosteroide-antibiótico – otosporin ou maxitrol por 5min com algodão; 6. Aplicação do revestimento biológico – não pode haver coagulo sobre a polpa; 7. Selamento coronário ou restauração. • Pulpotomia: exposição traumática ou acidental grande, ampla destruição coronária, dor espontânea (pulpite irreversível) e estágio 7 ou 8 de Nolla – mais favoráveis. o Objetivos: ▪ Remoção total da polpa coronária; ▪ Manutenção e cura da porção radicular da polpa; ▪ Estimulação da formação de barreira mineralizada – na maioria dos casos. o Características favoráveis do tecido pulpar: ▪ Hemorragia suave e facilmente contida (+/-3 min); Endodontia 2 Jennifer Naito ▪ Sangue com coloração vermelho vivo e brilhante; ▪ Tecido pulpar remanescente: consistência firme (resistente ao corte), coloração róseo- avermelhada; o Técnica imediata – sessão única. 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 3. Abertura coronária; 4. Remoção da polpa coronária; 5. Irrigação e hemostasia; 6. Aplicação de corticosteroide-antibiótico – 15 min; 7. Aplicação de fina camada de revestimento biológico; • Mineralizadores: promovem a mineralização da polpa junto ao orifício de entrada do canal radicular. É um procedimento definitivo. Podemos utilizar Hidróxido de cálcio ou cimento hidráulicos de silicato de cálcio. • Não mineralizadores: mantém a polpa radicular viva e sem mineralização. É um procedimento expectante (após obturar). Podemos utilizar Óxido de zinco ou Óxido de zinco e eugenol. 8. Selamento coronário ou restauração. o Técnica mediata – 2 sessões (maior índice de sucesso). 1ª sessão: 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 3. Abertura coronária; 4. Remoção da polpa coronária; 5. Irrigação e hemostasia; 6. Curativo com corticosteroide-antibiótico; 7. Selamento coronário. 2ª sessão (2 a 7 dias após): 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto e antissepsia do campo operatório; 3. Remoção do selamento e curativo; 4. Irrigação com solução fisiológica; 5. Teste de vitalidade – com cone de guta-percha; 6. Fina camada de revestimento biológico; 7. Selamento coronário. • Pulpotomia profunda: exposição pulpar por cárie ou trauma (demora para realizar o tratamento), porção apical da polpa inflamada, porém vital, e/ou necessidade de colocação de retentor intrarradicular. o Objetivos: manutenção da porção apical da polpa radicular com vitalidade para permitir a complementação radicular. o Técnica mediata: 1. Isolamento absoluto e antissepsia; 2. Abertura coronária; 3. Neutralização do conteúdo séptico e exploração do canal; 4. Odontometria; 5. Anestesia – somente depois da abertura para que consigamos determinar presença de tecido vital; 6. Pulpectomia e preparo biomecânico; • Pulpectomia – 2-3 mm aquém do vértice radiográfico; • Lima Hedstrom ou tipo K; • Movimento de limagem (penetração, pressão lateral e remoção vertical); • Instrumentação delicada – regularizar as paredes; Endodontia 2 Jennifer Naito • Soro fisiológico. 7. Medicação intracanal – pode associar radiopacificador e trocar a pasta após 7 dias; 8. Selamento coronário; 9. Controle clínico-radiográfico; • 1, 3 e 6 meses; • Trocar MIC – solubilização; • Apicigênese e selamento apical: 3-8 meses. 10. Obturação. o Indicação: canais com paredes paralelas ou convergentes para apical. o Após o preparo biomecânico ou um curativo intracanal: confecção de tampão apical com HC e/ou cimento de silicato de cálcio, obturação e controle clínico-radiográfico. • Evidências do sucesso do tratamento em dentes com polpa vital: o Proservação clínica e radiográfica (2-4 anos): ▪ Ausência de sinais e sintomas; ▪ Formação de barreira de tecido mineralizado entre a polpa e o revestimento biológico; ▪ Término da formação radicular; ▪ Integridade da lâmina dura e ausência de lesão apical; ▪ Ausência de calcificação do canal radicular; ▪ Ausência de reabsorção interna. Tratamento de dentes com rizogênese incompleta – POLPA NECROSADA: • Essencial combater a infecção para induzir o processo de apicificação e revascularização. • Opções de tratamento: o Apicificação – técnica mediata; o Tampão apical – apicificação técnica imediata; o Revascularização. • Apicificação – técnica mediata: um método para induzir uma barreira calcificada em um raiz com um ápice aberto ou o desenvolvimento apical continuado de uma raiz incompleta em dentes com polpa necrótica. o Vantagens: ▪ Formação de barreira mineralizada apical; ▪ Manutenção do dente na cavidade bucal; ▪ Alta prevalência de reparo apical e fechamento apical. o Desvantagens: ▪ Tempo para a formação da barreira calcificada (3-24 meses); ▪ Várias trocas da pasta HC; ▪ Raiz não aumenta de tamanho; ▪ Espessura radicular não aumenta. o Primeira sessão: 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto e antissepsia; 3. Abertura coronária; 4. Neutralização do conteúdo séptico – penetração desinfetante; • Lima Hedstrom ou tipo K fina; • Solução de NaOCl a 2,5%; • Movimento de exploração ou cateterismo; • Aprofundar gradativamente; • Limite apical – alguns mm aquém do ápice. 5. Odontometria - CT 1mm aquém do ápice radiográfico; 6. Preparo biomecânico; • Instrumentação delicada – regularizar as paredes; • Lima Hedstrom ou tipo K; Endodontia 2 Jennifer Naito • Movimento de limagem (penetração, pressão lateral e remoção vertical). 7. Irrigação; • Irrigar muito; • Usar NaOCl em baixas concentrações (1%-2,5%); • Substituir o NaOCl em caso de ápices amplos ou alergia; • Evitar o travamento da agulha no canal; • Posicionar a agulha aquém do CRT; • Usar agulha com ponta fechada e saída lateral; • Evitar pressão excessiva no êmbolo da seringa. • Agitação da solução irrigadora: proporciona maior contato do irrigante com as paredes do canal e melhora a limpeza das paredes não tocadas pelos instrumentos. • Irrigação final: o NaOCl e agitar por 20s em cada canal; o Renovar o irrigante e repetir a agitação 3 vezes; o EDTA a 17% e agitar por 20s em cada canal; o Renovaro irrgante e repetir a agitação 3 vezes o NaOCl ou CLX e agitar por 20s em cada canal; o Renovar o irrigante e repetir a agitação 3 vezes; o Instrumento de agitação – 2mm aquém do CT. 8. Medicação intracanal: hidróxido de cálcio com ação antimicrobiana; 9. Selamento coronário. • Remover o excesso da pasta da câmara; • Selamento simples: algodão + material selador; • Selamento duplo: algodão + guta-percha em bastão + material selador. o Trocas de medicação e controle clínico-radiográfico: ▪ Se houver sinais e sintomas de infecção/inflamação – repetir o preparo biomecânico e MIC; ▪ Necessidade e frequência da troca (30 a 90 dias) – não há consenso; ▪ 1ª troca – geralmente 7 dias (usar veículo com dissociação mais lenta); ▪ Tentar não extruir a pasta para os tecidos periapicais – difícil; ▪ Controle clínico-radiográfico até o fechamento apical – 30 dias e trimestrais; ▪ Apicificação: 3 meses – 24 meses; ▪ Visualizar radiograficamente e/ou comprovar barreira apical. o Barreira mineralizada: ▪ Fechamento parcial ou completo; ▪ Apresenta comunicações com os tecidos periapicais (poros); ▪ Histologicamente: material osteoide (semelhante a osso) e material cementoide (semelhante a cemento). o Ultima sessão: 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto; 3. Abertura coronária; 4. Remoção da medicação intracanal; 5. Irrigação final; 6. Secagem do canal; 7. Obturação; • Técnicas recomendadas: cone rolado, cone moldado, cone invertido, guta-percha plastificada, compactação lateral. • Evitar técnica hibrida de Tagger – pressão pode romper a barreira mineralizada. 8. Reabilitação do dente e proservação. Endodontia 2 Jennifer Naito • Tampão apical – apicificação pela técnica imediata: consiste em confeccionar uma barreira apical com um material biocompatível para obturar o canal após o preparo biomecânico ou uso de um curativo intracanal com HC. Indicada para seguimento apical com paredes paralelas ou convergentes. o Vantagens: ▪ Menor número de sessões; ▪ Melhor adesão do paciente; ▪ Maio taxa de sucesso; ▪ Menor risco de fratura – uso do HC e tratamento longo; ▪ Formação de barreira mineralizada apical similar a apicificação convencional. o Desvantagens: ▪ Raiz não aumenta de tamanho; ▪ Espessura radicular não aumenta. o Primeira sessão: igual técnica da apicificação convencional. o Segunda sessão: se o paciente estiver com sinais e sintomas de infecção/inflamação repetir os procedimentos da 1ª sessão. Já se o paciente estiver assintomático: 1. Anestesia; 2. Isolamento absoluto; 3. Remoção do selamento coronário e da medicação intracanal; 4. Irrigação e agitação do irrigante; 5. Secagem do canal; 6. Confecção do tampão apical (aprox.. 3 mm); • Materiais: hidróxido de cálcio, cimento de silicato de cálcio, associação entre os dois, ou adição de membrana colágena. 7. Radiografia; 8. Obturação do canal e reabilitação; 9. Proservação. • Revascularização (endodontia regenerativa): procedimentos de base biológica desenvolvidos para substituir fisiologicamente estruturas dentarias comprometidas, incluindo dentina e estruturas radiculares, assim como as células do complexo dentinopulpar. Com esse tratamento conseguimos induzir o término da formação radicular em dentes com necrose pulpar. o Indicação: ▪ Dente permanente com rizogênese incompleta; ▪ Necrose pulpar; ▪ Com ou sem lesão; ▪ Não necessitar de retentor intrarradicular; ▪ Ser possível isolar; ▪ Paciente sem alergia a medicamentos e antibióticos utilizados no tratamento; ▪ Paciente/responsável colaboradores durante o tratamento. o Objetivos do tratamento: ▪ Essencial – eliminar sintomas e promover reparo ósseo periapical; ▪ Desejável – aumentar a espessura das paredes do canal e/ou do comprimento radicular; ▪ Obter resposta positiva ao teste de sensibilidade pulpar (se ocorrer, pode indicar um tecido pulpar mais organizado). o Pontos chaves da endodontia regenerativa: 1. Mínima ou não instrumentação do canal; 2. Efetiva desinfecção com irrigantes; 3. Aplicação de medicação intracanal; 4. Indução de sangramento e criação de um coágulo; 5. Capeamento com cimento hidráulico de silicato; 6. Selamento coronário efetivo. Combater a infecção → Conduzir células indiferenciadas para dentro do dente (coágulo) → Proteger o coágulo com um material biocompatível. o Fatores ligados ao sucesso do tratamento: Endodontia 2 Jennifer Naito ▪ Antissepsia e detoxificação: precisamos de um Scaffold (matriz) para que as células tronco produzidas dentro do dente possam se diferenciar por meio do estímulo de fatores de crescimento e isso só vai ocorrer se não houver contaminação. O sucesso é maior quando o tratamento é realizado em pacientes com idade entre 8 e 18 anos e quando o diâmetro foraminal for maior que 1,0mm. ▪ Instrumentação, irrigantes e MIC – tudo isso ajuda na obtenção do sucesso do tratamento. ▪ Células tronco são conduzidas para o interior do canal por meio do sangramento que entra no canal formando um coágulo. Essas células podem ter origem tanto dos tecidos periapicais, quanto da papila apical. ▪ Scaffold (matriz de crescimento ou arcabouço): matriz 3D que permite a interação entre as células e o crescimento de um novo tecido. Coágulo é o recrutamento das células mesenquimais indiferenciadas da região apical. ▪ Fatores de crescimento: podem ser provenientes da matriz dentinária, do coágulo sanguíneo, Scaffolds enriquecidos, PRP e PRF. o Protocolo clínico recomendado: 1ª consulta: ▪ Anestesia local; ▪ Isolamento absoluto; ▪ Abertura coronária – irrigar a câmara pulpar com NaOCl; ▪ Remover o conteúdo do canal com um instrumento; ▪ Odontometria – CT 1mm aquém do ápice; ▪ Evitar instrumentação mecânica das paredes do canal; ▪ Irrigar com NaOCl 1,5-3% - 20mL/canal/5min; ▪ Irrigar com solução salina e/ou EDTA 17% - 20mL/canal/5min; ▪ Secagem do canal com pontas de papel absorvente; ▪ Aplicação de medicação intracanal; • Hidróxido de cálcio: capaz de eliminar microrganismos e destruir o LPS, não prejudica a sobrevivência das células-tronco, solubiliza e libera fatores de crescimento da dentina (TGF- B1) e a adesão e proliferação das células da dentina é maior com HC que com pasta triantibiótica. • Pastas antibióticas: altas concentrações – melhor efeito antimicrobiano, tóxicas para células mesenquimais, efeito deletério na dentina; concentrações muito baixas são mais fluidas (difícil manusear); efeito antimicrobiana residual (DAP: 14-30 dias; TAP: 7-14 dias)./ ▪ Selamento coronário. 2ª consulta (1-4 semanas após) – se sinais e sintomas de inflamação/infecção: ▪ Repetir procedimentos da primeira consulta; ▪ Utilizar outra MIC (alternativa); ▪ Considerar a prescrição de antibióticos em caso de sinais de comprometimento sistêmico; 2ª consulta (1-4 semanas após) – se o paciente não apresentar alteração: ▪ Anestesia local – sem vasoconstritor; ▪ Isolamento absoluto; ▪ Remoção do selamento coronário; Endodontia 2 Jennifer Naito ▪ Irrigação com EDTA 17% - 20mL/canal/5 min; ▪ Irrigação com soro fisiológico estéril – 5mL; ▪ Secagem com pontas de papel; ▪ Introduzir instrumento pré-curvado 2mm além do forame – promover laceração dos tecidos periapicais e sangramento. Sangramento > coágulo sanguíneo (15 min): • 2-3mm abaixo da margem gengival; • Recrutamento das células mesenquimais indiferenciadas da região apical; • Rico em fatores de crescimento; • Atua como uma matriz 3D de fibrina que permite a interação entre as células e o crescimento de um novo tecido. ▪ Selamento coronário: 1. Matriz colágena sobre o coágulo; 2. Cimento hidráulico de silicato de cálcio – 2-3mm; 3. CIV e resina composta. o Membrana colágena: ▪ Facilmente degradada; ▪ Ajuda a evitar que o cimento entre no coágulo; ▪ Aumenta a formação de novos tecidos mineralizados; ▪ Poros fornecem um microambiente estável, permitindoa adesão e crescimento celular. o Proservação: 3 (infecção prolongada), 6, 12, 18, 24 meses e após anualmente até 5 anos. ▪ Sem dor, sinais e sintomas de inflamação ou fístula; ▪ Desaparecimento de radioluscência apical (6-12 meses); ▪ Aumento da espessura das paredes da raiz (12-24 meses); ▪ Aumento do comprimento da raiz; ▪ Ausência (continuação) de reabsorção radicular externa; ▪ Resposta positiva ao teste de sensibilidade ou vitalidade pulpar; ▪ Sem alteração de cor inaceitável; ▪ Detecção radiográfica de um novo LPD ao redor da raiz. o Sucesso deve estar centrado no paciente: ▪ Ausência de dor, estática, dente em função e longevidade do dente. Qual tratamento escolher para um dente imaturo com necrose pulpar? • Levar em consideração o tempo disponível para realizar o tratamento, a necessidade de um retentor intra- radicular e o desenvolvimento radicular.
Compartilhar