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MEDICINA VETERINÁRIA Anestesiologia = anestésico (fármaco) + anestesia (ato, técnicas). Anestesia é o estado reversível de ausência de resposta do estímulo doloroso pelo SNC. Pode ser geral (envolve inconsciência e não há propriedade analgésica) ou local (envolve analgesia e não há inconsciência). Anestesia geral – perda reversível da consciência, narcose ou hipnose e de todas as formas de sensibilidade produzidas deliberadamente para fins terapêuticos na qual as respostas reflexas estão diminuídas ou ausentes, proteção neurovegetativa, miorelaxamento e ausência de resposta ao estímulo cirúrgico. Pode ser inalatória e intravenosa. Para uma anestesia geral bem feita é necessária que haja inconsciência, analgesia, relaxamento muscular e redução da atividade reflexógena (muitas vezes os 2 últimos estão associados). Tríade da anestesia geral. Anestesia local – produção deliberada de perda total de sensibilidade e/ou motricidade de uma parte localizada. Não há depressão no SNC, apenas a perda da sensibilidade uma área específica. Fazem o bloqueio sensitivo e motor. A diferença entre a anestesia local e regional é que a regional abrange uma área maior. A técnica locoregional necessita de um bom conhecimento de anatomia e treinamento. Anestesia dissociativa – uso de cetamina e tiletamina. Ocorre a dissociação (separação) do tálamo da medula. Não há inconsciência e nem perda dos reflexos. Não ocorre depressão cortical, mas isolamento cortical. O paciente pode ter estímulos reflexos, porque não ocorre a sua perca. A catalepsia é o estado produzido pela anestesia dissociativa e ocorre rigidez muscular. Se a cetamina e a tiletamina forem aplicadas de forma isolada, há a rigidez muscular, assim aplica-se um relaxante muscular. Geralmente a tiletamina é comercializada já com zolazepam em sua composição, mas a cetamina não há relaxante muscular associado em sua composição. A cetamina pode ser utilizada para analgesia em doses baixas que não causam rigidez, mas quando utilizada para anestesia dissociativa, as doses são mais altas que causam rigidez. Anestesia balanceada – é uma técnica de anestesia geral onde utiliza-se mais de um fármaco para produzir anestesia, visando obter o melhor efeito de cada um, diminuir as doses e também os efeitos colaterais. Um termo mais recente é a anestesia multimodal (diferentes modalidades/técnicas, ex: associar geral com local). Tranquilização – é o uso de fármacos para acalmar o paciente, ocorre a diminuição das respostas aos estímulos (depressão leve). Não há inconsciência. Fenotiazínicos e benzodiazepínicos. Os fármacos utilizados não tem característica analgésica. Pouco utilizada na veterinária, mas um exemplo é a acepromazina (derivado fenotiazínico) em equinos. Sedação – é uma tranquilização mais intensa, há uma depressão maior do SNC (depressão moderada). Diminuição da resposta aos estímulos com maior intensidade. Não há MEDICINA VETERINÁRIA inconsciência. Opióides e agonistas alfa-2. O paciente pode chegar a dormir, mas acorda com estímulo. Tem propriedades analgésicas. Inconsciência só é produzida na anestesia geral. Analgesia – ausência de dor. Analgésicos – medicamentos utilizados para abolir ou diminuir a dor, não são anestésicos. MPA – medicação pré-anestésica. Podem ser feitos 3 tipos de protocolos: tranquilização (raro), sedação (algumas situações) ou a Neurolepto-analgesia (mais feita). Ela é feita para acalmar o paciente antes da anestesia geral e também começar o protocolo analgésico. Também é feito para diminuir o requerimento anestésico, haver uma recuperação mais tranquila, induzir ou prevenir o vômito dependendo do que ocorrer com o paciente, diminuir respostas do SNA, etc. Não se faz MPA apenas quando o paciente está muito mal. Neurolepto-analgesia – uso de um tranquilizante associado a um analgésico. O que é dor? “É uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual real ou potencial.” A dor pode não ter uma causa definida, como em causas crônicas onde o processo de origem da dor já acabou, mas o paciente continua com dor. O aspecto sensorial da dor está associado ao processo de transmissão do impulso doloroso o qual é denominado de nocicepção, já o aspecto emocional está relacionado com as respostas comportamentais a dor. Em uma anestesia, o paciente ainda pode estar recebendo os estímulos sensoriais, porém, pode não os expressar, pois está inconsciente. A dor tem 4 aspectos. Sensorial (nocicepção, sendo a parte física da dor e dividida em tipo de dor, localização e intensidade), motivacional e afetiva (como o indivíduo irá expressar a dor - comportamentais) e cognitivo (relacionado a experiências anteriores). Parte física da dor. Nocicepção: lesão tissular. Dor: resposta a nocicepção. Sofrimento: Resposta afetiva negativa a dor, medo, estresse, ansiedade... Comportamento doloroso: caretas, gemer, claudicar, ficar deitado... A hipnose é diferente de narcose. A hipnose é um sono artificial (anestesia geral) e a narcose é a sedação profunda (uma etapa anterior a anestesia geral). Acinesia – é a ausência de movimento. Engloba o relaxamento muscular e diminuição dos reflexos. Pré-anestésica não existe, o que existe é a medicação, exames e avaliação pré- anestésica. Vias de administração utilizadas. De uso sistêmico – IV, IM, intra-óssea (rara). Inalatória, intraperitoneal (animais de laboratório), peridural. Subaracnoide, paravertebral (todos locais), bloqueios nervosos, infiltrações locais e tópica. Não existe fármaco perfeito, totalmente seguro. Estar anestesiado não significa não estar sentindo dor.
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