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APG 01 - O MELHOR AMIGO DO HOMEM

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Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
APG 01 – O MELHOR ‘AMIGO’ DO HOMEM 
Abertura: 02/02/2021 
Devolutiva: 05/02/2021. 
 
Objetivos: 
01) Revisar a AnatomoFisiologia CardioVascular; 
02)Compreender os mecanismos de controle da 
pressão arterial; 
03)Ação adrenérgica: Epinefrina e noropinefrina. 
LOCALIZAÇÃO: Apesar de toda a sua força, o coração é 
relativamente pequeno, aproximadamente do mesmo tamanho 
(mas não a mesma forma) de um punho fechado — 
aproximadamente 12 cm de comprimento, 9 cm de largura no 
seu ponto mais amplo e 6 cm de espessura. Pesa em média 250 
g nas mulheres adultas e 300 g nos homens adultos. O coração 
repousa sobre o diafragma, próximo da linha mediana da 
cavidade torácica, no mediastino, uma região anatômica que 
se estende do esterno até a coluna vertebral, da primeira 
costela até o diafragma e entre os pulmões. Aproximadamente 
dois terços da massa do coração situam-se à esquerda da linha 
mediana do corpo. Visualizamos o coração como um cone, 
repousando sobre seu lado. O ápice pontiagudo é formado pela 
ponta do ventrículo esquerdo (uma câmara inferior do 
coração) e repousa no diafragma. Está direcionado para a 
frente, para baixo e para a esquerda. A base do coração é sua 
face posterior, formada pelos átrios (câmaras superiores) do 
coração, principalmente pelo átrio esquerdo. 
Além do ápice e da base, o coração possui faces e margens 
distintas. 
A face esternocostal é profunda ao esterno e às costelas. A face 
diafragmática é a porção do coração entre o ápice e a margem 
direita e repousa, em grande parte, sobre o diafragma. A 
margem direita está voltada para o pulmão direito e se estende 
da face diafragmática até a base. A margem esquerda, também 
chamada de margem pulmonar, está voltada para o pulmão 
esquerdo e se estende da base até o ápice. 
 
 
 
 
 
 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
CAMADAS HISTOLÓGICAS: 
 
 PERICÁRDIO: 
A membrana que envolve e protege o coração é o pericárdio. 
O pericárdio limita o coração à sua posição no mediastino, 
enquanto permite liberdade suficiente de movimento para 
contração vigorosa e rápida. O pericárdio consiste em duas 
partes principais: 
1. O PERICÁRDIO FIBROSO; 
2. O PERICÁRDIO SEROSO. 
O pericárdio fibroso, superficial, é um tecido conjuntivo denso 
não modelado, resistente e inelástico. Assemelha-se a um saco 
que repousa sobre o diafragma, fixando-se nele; sua 
extremidade aberta é fundida com tecidos conjuntivos dos 
vasos sanguíneos que entram e saem do coração. O pericárdio 
fibroso evita o estiramento excessivo do coração, fornece 
proteção e ancora o coração no mediastino. 
O pericárdio seroso, mais profundo, é uma membrana mais 
delicada e mais fina, que forma uma camada dupla em tomo 
do coração. A lâmina parietal, externa, do pericárdio seroso, é 
fundida ao pericárdio fibroso. A lâmina visceral, interna, do 
pericárdio seroso, também chamada de epicárdio, é uma das 
lâminas da parede do coração e adere firmemente à superfície 
do coração. Entre as lâminas parietal e visceral do pericárdio 
seroso encontra-se uma película fina de líquido seroso 
lubrificante. Esta secreção lubrificante das células do 
pericárdio, conhecida como líquido pericárdico, reduz o atrito 
entre as membranas enquanto o coração se move. O espaço 
que contém uns poucos milímetros de líquido pericárdico é 
chamado de cavidade do pericárdio. 
 
 
 
 CAMADAS DA PAREDE DO CORAÇÃO 
(epicárdio, miocárdio e endocárdio): 
A parede do coração consiste em três camadas: 
1. O EPICÁRDIO (CAMADA EXTERNA), 
2. O MIOCÁRDIO (CAMADA INTERMEDIÁRIA) E O 
3. ENDOCÁRDIO (CAMADA INTERNA). 
Como observado anteriormente, a camada mais externa, o 
EPICÁRDIO, a camada externa transparente e fina da parede do 
coração, é também chamado de lâmina visceral do pericárdio 
seroso. É composto por mesotélio e tecido conjuntivo delicado, 
que confere à face externa do coração uma textura 
escorregadia e lisa. 
O MIOCÁRDIO, intermediário, que é o tecido muscular cardíaco, 
forma aproximadamente 95% do coração, sendo responsável 
por sua ação de bombeamento. Embora estriado como o 
músculo esquelético, o músculo cardíaco é involuntário como o 
músculo liso. As fibras do músculo cardíaco se enrolam 
diagonalmente em tomo do coração, em feixes. 
O ENDOCÁRDIO, mais interno, é uma camada fina de endotélio 
sobreposto a uma camada fina de tecido conjuntivo, que 
proporciona um revestimento liso para as câmaras do coração 
e recobre as valvas cardíacas. O endocárdio é contínuo com o 
revestimento endotelial dos grandes vasos sanguíneos presos 
ao coração e minimiza o atrito com a superfície quando o 
sangue passa pelo coração e vasos sanguíneos. 
 
 CAMADAS DO CORAÇÃO: 
O coração possui quatro câmaras. As duas câmaras receptoras 
superiores são os átrios, e as duas câmaras de bombeamento 
inferiores são os ventrículos. Na face anterior de cada átrio 
encontra-se uma estrutura enrugada, saculiforme, chamada de 
AURÍCULA, assim denominada por causa de sua semelhança 
com a orelha do cão. Cada aurícula aumenta ligeiramente a 
capacidade do átrio, de forma que possa armazenar um volume 
maior de sangue. 
Além disso, na superfície do coração encontra-se uma série de 
DEPRESSÕES, CHAMADAS DE SULCOS, contendo os vasos 
sanguíneos coronários e uma quantidade variável de gordura. 
Cada sulco marca o limite externo entre duas câmaras do 
coração. O sulco coronário, profundo, circunda a maior parte do 
coração e marca o limite externo entre os ventrículos inferiores 
e os átrios superiores. O sulco interventricular anterior é um 
sulco raso na face anterior do coração que marca o limite entre 
os ventrículos direito e esquerdo. Esse sulco continua em tomo 
da face posterior do coração como o sulco interventricular 
posterior, que marca o limite entre os ventrículos na face 
posterior do coração. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
 
 
 ÁTRIO DIREITO: 
O átrio direito forma a margem direita do coração, recebendo 
o sangue proveniente de três veias: VEIA CAVA SUPERIOR, 
VEIA CAVA INFERIOR E SEIO CORONÁRIO (AS VEIAS SEMPRE 
RETOMAM O SANGUE PARA O CORAÇÃO). A espessura média 
do átrio direito é de aproximadamente 2 a 3 mm. As paredes 
anterior e posterior do átrio direito são muito diferentes. A 
parede posterior é lisa; a parede anterior é enrugada, por causa 
da presença de cristas musculares chamadas de músculos 
pectíneos, que também se estendem até a aurícula. 
Entre o átrio direito e o átrio esquerdo encontra-se uma 
divisão fina, chamada de septo interatrial. Uma característica 
proeminente deste septo é uma depressão oval, chamada de 
fossa oval, que é o resquício do forame oval, uma abertura no 
septo interatrial do coração fetal que, normalmente, se fecha 
logo após o nascimento. O sangue passa do átrio direito para o 
ventrículo direito através de uma valva chamada de VALVA 
TRICÚSPIDE, porque consiste em três folhetos ou cúspides. É 
também chamada de valva atrioventricular direita. As valvas 
do coração são compostas de tecido conjuntivo denso 
recoberto pelo endocárdio. 
 
 VENTRÍCULO DIREITO: 
O ventrículo direito tem uma espessura média de 
aproximadamente 4 a 5 mm e forma a maior parte da face 
anterior do coração. 
O interior do ventrículo direito contém uma série de cristas 
formadas por feixes elevados de fibras musculares cardíacas 
chamadas de trabéculas cárneas. Algumas das trabéculas 
cárneas contêm parte do complexo estimulante do coração.➔ As válvulas da valva atrioventricular direita estão 
conectadas a cordões tendinosos, as cordas tendíneas, 
que, por sua vez, estão conectadas a trabéculas cárneas 
coniformes chamadas de músculos papilares. 
Internamente, o ventrículo direito é separado do ventrículo 
esquerdo por uma divisão chamada de septo interventricular. 
O sangue passa do ventrículo direito, pela valva do tronco 
pulmonar, para uma grande artéria, chamada de tronco 
pulmonar, que se divide nas artérias pulmonares direita e 
esquerda. As artérias sempre levam o sangue para longe do 
coração. 
 
 
 
 
 ÁTRIO ESQUERDO: 
O átrio esquerdo tem aproximadamente a mesma espessura do 
átrio direito e forma a maior parte da base do coração, 
recebendo o sangue proveniente dos pulmões, através das 
quatro veias pulmonares. Como o átrio direito, o interior do 
átrio esquerdo possui uma parede posterior lisa. Como os 
músculos pectíneos estão confinados à aurícula do átrio 
esquerdo, a parede anterior do átrio esquerdo também é lisa. O 
sangue passa do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
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Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
pela valva atrioventricular esquerda (bicúspide ou mitral) que, 
como seu nome sugere, possui duas válvulas (cúspides) . O 
termo mitral refere-se à semelhança da valva atrioventricular 
esquerda com a mitra episcopal, que tem dois lados. 
 
 VENTRÍCULO ESQUERDO: 
O ventrículo esquerdo é a câmara mais espessa do coração, 
medindo em média de 10 a 15 mm, e forma o ápice do coração. 
Como o ventrículo direito, o ventrículo esquerdo contém 
trabéculas cárneas e possui cordas tendíneas que ancoram as 
válvulas da valva atrioventricular esquerda aos músculos 
papilares. O sangue passa do ventrículo esquerdo, pela valva 
da aorta, para a parte ascendente da aorta (aorte = levantar, 
porque antigamente acreditava-se que a aorta suspendia o 
coração). Um pouco de sangue da aorta flui para as artérias 
coronárias, que são ramos da parte ascendente da aorta e 
levam o sangue até a parede do coração. O restante do sangue 
passa para o arco da aorta e para a parte descendente da aorta 
(partes torácica ou abdominal da aorta). Os ramos do arco e da 
parte descendente da aorta levam o sangue para todo o corpo. 
Durante a vida fetal, um vaso sanguíneo temporário, chamado 
de canal arterial, desvia o sangue do tronco pulmonar para a 
aorta. Por essa razão, apenas uma pequena quantidade de 
sangue entra nos pulmões fetais não operacionais. O canal 
arterial, normalmente, se fecha logo após o nascimento, 
deixando um remanescente conhecido como ligamento arterial, 
que liga o arco da aorta ao tronco pulmonar. 
 
 
 
 
 FUNÇÃO E ESPESSURA DO MIOCÁRDIO: 
A espessura do miocárdio das quatro câmaras varia de acordo 
com a função de cada câmara. Os átrios com paredes finas 
levam sangue, sob baixa pressão, até os ventrículos adjacentes. 
Visto que os ventrículos bombeiam o sangue sob grande 
pressão, por distâncias maiores, suas paredes são mais 
espessas. Embora os ventrículos direito e esquerdo atuem como 
duas bombas separadas, que simultaneamente ejetam volumes 
iguais de sangue, o lado direito apresenta uma carga de 
trabalho muito menor. O ventrículo direito bombeia sangue 
por uma distância menor até os pulmões, sob baixa pressão, e 
a resistência ao fluxo sanguíneo é pequena. 
O VENTRÍCULO ESQUERDO bombeia sangue por distâncias 
maiores, para outras partes do corpo, e a resistência ao fluxo 
sanguíneo é maior. Portanto, o ventrículo esquerdo trabalha 
muito mais do que o ventrículo direito para manter a mesma 
intensidade de fluxo sanguíneo. A anatomia dos dois 
ventrículos confirma essa diferença funcional — a parede 
muscular do ventrículo esquerdo é consideravelmente mais 
espessa do que a do ventrículo direito. Observe também que o 
perímetro do lume (espaço) do ventrículo esquerdo é 
aproximadamente circular, em contraste com o do ventrículo 
direito, que é relativamente semilunar. 
 
 ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÃO: 
Além do tecido muscular cardíaco, a parede do coração contém 
tecido conjuntivo denso que forma o esqueleto fibroso do 
coração. Essencialmente, o esqueleto fibroso consiste em 
quatro anéis de tecido conjuntivo denso que circundam as 
valvas do coração, unem-se uns aos outros e se fundem com o 
septo interventricular. Além de formar a fundação estrutural 
para as valvas do coração, o esqueleto fibroso evita o 
estiramento excessivo das valvas à medida que o sangue passa 
por elas. Atua, também, como um ponto de inserção para os 
Carlos Caique Araujo Mendes 
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Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
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Salmos 23. 
feixes de fibras musculares cardíacas e age como um isolante 
elétrico entre os átrios e os ventrículos. 
 
 
 
 FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR: 
 
➢ VISÃO GERAL DO SISTEMA CIRCULATÓRIO: 
Em termos mais simples, um sistema circulatório é uma série 
de tubos (vasos sanguíneos) cheios de líquido (sangue), 
conectados a uma bomba (o coração). 
✓ A pressão gerada no coração propele o sangue 
continuamente pelo sistema. 
✓ O sangue captura o oxigênio nos pulmões e os nutrientes 
no intestino e, então, entrega essas substâncias para as 
células corporais enquanto, simultaneamente, remove 
resíduos celulares e calor para serem excretados. 
✓ Além disso, o sistema circulatório tem um papel importante 
na comunicação célula a célula e na defesa do corpo contra 
invasores. 
 
➢ O SISTEMA CIRCULATÓRIO TRANSPORTA 
MATERIAIS POR TODO O COPPO: 
A função primária do sistema circulatório é transportar 
materiais para e de todas as partes do corpo. Substâncias 
transportadas pelo sistema circulatório podem ser divididas em: 
1. NUTRIENTES, ÁGUA E GASES QUE ENTRAM NO CORPO 
A PARTIR DO AMBIENTE EXTERNO; 
2. MATERIAIS QUE SE MOVEM DE CÉLULA A CÉLULA NO 
INTERIOR DO CORPO E 
3. RESÍDUOS QUE AS CÉLULAS ELIMINAM. 
✓ O oxigênio entra no corpo na superfície de troca dos 
pulmões. 
✓ Nutrientes e água são absorvidos através do epitélio 
intestinal. Uma vez no sangue, todos esses materiais são 
distribuídos pelo sistema circulatório. 
Um fornecimento contínuo de oxigênio às células é 
particularmente importante, uma vez que muitas células, 
quando privadas de oxigênio, sofrem danos irreparáveis em um 
curto período de tempo. Por exemplo, cerca de 5 a 10 segundos 
depois que o fluxo sanguíneo cerebral for interrompido, a 
pessoa perde a consciência. Se a chegada do oxigênio parar por 
5 a 10 minutos, ocorrerá dano cerebral permanente. 
Os neurônios encefálicos possuem uma taxa elevada de 
consumo de oxigênio e não podem suprir suas necessidades 
metabólicas de ATP utilizando vias anaeróbias, as quais têm 
baixa produção de ATP/glicose. 
Devido à sensibilidade do encéfalo à hipóxia, controles 
homeostáticos fazem todo o possível para manter o fluxo 
sanguíneo cerebral, mesmo que isso signifique privar outras 
células de oxigênio. 
A comunicação célula a célula é uma função fundamental do 
sistema circulatório. 
➔ Por exemplo, os hormônios secretados pelas glândulas 
endócrinas são transportados no sangue até suas células-
alvo. 
➔ Nutrientes, como a glicose hepática ou ácidos graxos do 
tecido adiposo, também são transportados pelo sangue 
para as células metabolicamente ativas. 
➔ Por fim, a equipe de defesa, que é constituída de leucócitos 
e anticorpos, patrulha a circulação para interceptar 
invasores. 
O sistema circulatório também recolhe os resíduos 
metabólicos e o dióxido de carbono liberados pelas células e 
os transporta para os pulmões e rins, onde serão excretados. 
Alguns produtos residuais são transportados até o fígado para 
serem processados antes que sejam excretados na urina e nas 
fezes.Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
O calor também circula pelo sangue, movendo-se do centro do 
corpo para a superfície, onde é dissipado.
 
 O SISTEMA CIRCULATÓRIO É CONSTITUÍDO 
POR CORAÇÃO, VASOS SANGUÍNEOS E SANGUE. 
O sistema circulatório é constituído por coração, vasos 
sanguíneos (também denominados vasculatura), células e 
plasma sanguíneos. Os vasos sanguíneos que carregam sangue 
adiante a partir do coração são CHAMADOS DE ARTÉRIAS; os 
vasos sanguíneos que trazem sangue para o coração são 
CHAMADOS DE VEIAS. 
À medida que o sangue é transportado pelo sistema circulatório, 
um sistema de valvas no coração e nas veias assegura que o 
sangue flua em apenas um sentido. Semelhante a uma roleta 
na entrada de um parque de diversões, as valvas impedem que 
o sangue inverta o sentido do seu fluxo. 
O coração está dividido por uma parede central, ou septo, em 
metades esquerda e direita. 
✓ Cada metade funciona como uma bomba independente 
que consiste em um átrio e um ventrículo. 
✓ Os átrios recebem o sangue que retorna ao coração dos 
vasos sanguíneos, e os ventrículos bombeiam o sangue para 
dentro dos vasos sanguíneos. 
✓ O lado direito do coração recebe sangue a partir dos tecidos 
e o envia para os pulmões, onde será oxigenado. 
✓ O lado esquerdo do coração recebe o sangue recém-
oxigenado dos pulmões e o bombeia para os tecidos de todo 
o corpo. 
✓ Observe que o sangue no lado direito do coração está 
pintado de azul. Essa é uma convenção utilizada para 
mostrar o sangue do qual o oxigênio foi extraído pelos 
tecidos. Embora esse sangue seja frequentemente descrito 
como desoxigenado, ele não está completamente 
desprovido de oxigênio; simplesmente tem menos 
oxigênio do que o sangue que sai dos pulmões e vai para 
os tecidos. 
✓ Em pessoas vivas, o sangue bem oxigenado é vermelho -
vivo, ao passo que o sangue com pouco oxigênio é 
vermelho-escuro. Sob algumas condições, o sangue com 
baixo conteúdo de oxigênio pode conferir uma coloração 
azulada a certas áreas da pele, como ao redor da boca e 
embaixo das unhas. Essa condição, denominada cianose, é 
o motivo para se utilizar o azul em desenhos para indicar o 
sangue com baixos teores de oxigênio. 
A partir do átrio direito, o sangue flui para dentro do ventrículo 
direito do coração, de onde ele é bombeado via artérias 
pulmonares para os pulmões, onde é oxigenado. 
✓ A partir dos pulmões, o sangue vai para o lado esquerdo 
do coração através das veias pulmonares. 
✓ OS VASOS SANGUÍNEOS QUE VÃO DO VENTRÍCULO 
DIREITO PARA OS PULMÕES E OS QUE VOLTAM PARA O 
ÁTRIO ESQUERDO SÃO DENOMINADOS CIRCULAÇÃO 
PULMONAR. 
✓ O sangue proveniente dos pulmões entra no coração no 
átrio esquerdo e passa para o ventrículo esquerdo. 
✓ O sangue é bombeado para fora do ventrículo esquerdo e 
entra em uma grande artéria conhecida como aorta. 
✓ A aorta ramifica-se em uma série de artérias menores que, 
por sua vez, ramificam-se em artérias ainda menores até 
chegarem, por fim, em uma rede de capilares. 
✓ Após deixar os capilares, o sangue flui para o lado venoso 
da circulação, movendo-se de pequenas veias para veias 
cada vez maiores. 
✓ As veias da parte superior do corpo se juntam e formam a 
veia cava superior. 
✓ As veias da parte inferior se juntam e formam a veia cava 
inferior. 
✓ As duas veias cavas desembocam no átrio direito. 
✓ OS VASOS SANGUÍNEOS QUE LEVAM O SANGUE DO LADO 
ESQUERDO DO CORAÇÃO PARA OS TECIDOS E DE VOLTA 
PARA O LADO DIREITO DO CORAÇÃO SÃO DENOMINADOS 
CIRCULAÇÃO SISTÊMICA. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
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Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
Ramificações da aorta após ela deixar o ventrículo esquerdo: O 
primeiro ramo representa as artérias coronárias, que nutrem 
o próprio músculo cardíaco. O sangue dessas duas artérias flui 
para os capilares e, então, para as veias coronárias, as quais 
desaguam diretamente no seio coronariano, dentro do átrio 
direito. Ramos ascendentes da aorta vão para os braços, a 
cabeça e o encéfalo. A aorta abdominal supre de sangue o 
tronco, as pernas e os órgãos internos, como o fígado (artéria 
hepática), o trato digestório e os rins (artéria renal). 
Observe dois arranjos especiais da circulação. Um é o 
suprimento sanguíneo para o trato digestório e para o fígado. 
Ambas as regiões recebem sangue bem-oxigenado através de 
suas próprias artérias, mas, além disso, o sangue deixa o trato 
digestório e vai diretamente para o fígado pela veia porta do 
fígado. O FÍGADO É UM ÓRGÃO IMPORTANTE DE 
PROCESSAMENTO DE NUTRIENTES E TEM UM PAPEL 
PRINCIPAL NA DESTOXIFICAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS 
ESTRANHAS. A maioria dos nutrientes absorvidos no intestino é 
levada diretamente ao fígado, permitindo que este órgão 
processe o material antes de ele ser liberado na circulação geral. 
Os dois leitos capilares do trato digestório e do fígado, unidos 
pela veia porta do fígado, são um exemplo de sistema porta. 
Um segundo sistema porta existe nos rins, onde dois leitos 
capilares são conectados em série. Um terceiro sistema porta, 
discutido anteriormente, mas não mostrado aqui, é o sistema 
porta hipotálamo-hipofisário, que conecta o hipotálamo e a 
adeno- -hipófise. 
 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
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Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 SISTOLE ATRIAL: 
Durante a sístole atrial, que dura aproximadamente 0,1 
segundo, os átrios estão se contraindo. Ao mesmo tempo, os 
ventrículos estão relaxados 
➢ A despolarização do nó SA provoca despolarização atrial, 
marcada pela onda P no ECG. 
➢ A despolarização atrial provoca sístole atrial. Conforme os 
átrios se contraem, exercem pressão no sangue no seu 
interior, o que força o sangue pelas valvas AV abertas para 
os ventrículos. 
➢ A sístole atrial contribui com um volume final de 25 mL de 
sangue ao volume existente em cada ventrículo 
(aproximadamente 105 mL). O final da sístole atrial 
também é o final da diástole ventricular (relaxamento). 
Portanto, cada ventrículo contém aproximadamente 130 
mL no final de seu período de relaxamento (diástole). Esse 
volume de sangue é chamado de volume diastólico final 
(VDF). 
➢ O complexo QRS no ECG marca o início da despolarização 
ventricular. 
 SISTOLE VENTRICULAR: 
Durante a sístole ventricular, que dura aproximadamente 0,3 
segundo, os ventrículos estão se contraindo. Ao mesmo 
tempo, os átrios estão relaxados, em diástole atrial. 
➢ A despolarização ventricular provoca sístole ventricular. 
Quando a sístole ventricular começa, a pressão aumenta no 
interior dos ventrículos e empurra o sangue contra as valvas 
atrioventriculares (AV), forçando-as a se fechar. Por 
aproximadamente 0,05 segundo, tanto as valvas arteriais 
(SL) quanto as valvas AV permanecem fechadas. ESSE É O 
PERÍODO DE CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA. Durante esse 
intervalo, as fibras musculares cardíacas estão se 
contraindo e exercendo força, mas ainda não estão se 
encurtando. Portanto, a contração muscular é isométrica 
(mesmo comprimento). Além do mais, como todas as 
quatro valvas estão fechadas, o volume ventricular 
permanece o mesmo (isovolumétrico). 
➢ A contração contínua dos ventrículos faz com que a 
pressão no interior das câmaras aumente 
acentuadamente. 
➢ QUANDO A PRESSÃO VENTRICULAR ESQUERDA SUPERA A 
PRESSÃO AÓRTICA EM APROXIMADAMENTE 80 
MILÍMETROS DE MERCÚRIO (MMHG) E A PRESSÃO 
VENTRICULAR DIREITA AUMENTA ACIMA DA PRESSÃO NO 
TRONCO PULMONAR (APROXIMADAMENTE 20 MMHG), 
AMBAS AS VALVAS ARTERIAIS SE ABREM. 
➢ Nesse ponto, começa a ejeção de sangue pelo coração.O 
período em que as valvas se abrem é a ejeção ventricular e 
dura aproximadamente 0,25 segundo. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
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Prof. 
Salmos 23. 
➢ A pressão no ventrículo esquerdo continua a aumentar até 
aproximadamente 120 mmHg, enquanto a pressão no 
ventrículo direito aumenta até aproximadamente 25 a 30 
mmHg. 
➢ O ventrículo esquerdo ejeta aproximadamente 70 mL de 
sangue na aorta e o ventrículo esquerdo ejeta o mesmo 
volume de sangue no tronco pulmonar. 
➢ O volume restante em cada ventrículo, no final da sístole, 
aproximadamente 60 mL, é o volume sistólico final (VSF). 
➢ O volume sistólico, o volume ejetado a cada batimento, por 
ventrículo, é igual ao volume diastólico final menos o 
volume sistólico final: VS = VDF — VSF. 
➢ Em repouso, o volume sistólico é de aproximadamente 130 
mL - 60 mL = 70 mL. 
➢ A onda T no ECG marca o início da repolarização ventricular. 
 PERÍODO DE RELAXAMENTO (diástole 
átrio/ventricular): 
Durante o período de relaxamento, que dura 
aproximadamente 0,4 segundo, os átrios e os ventrículos estão 
relaxados. À medida que o coração bate cada vez mais rápido, 
o período de relaxamento se toma cada vez menor, enquanto 
as durações das sístoles atrial e ventricular apenas diminuem 
ligeiramente. 
➢ A repolarização ventricular provoca a diástole ventricular. 
À medida que os ventrículos relaxam, a pressão no interior 
das câmaras cai e o sangue na aorta e no tronco pulmonar 
começa a fluir de volta em direção às regiões de menor 
pressão nos ventrículos. 
➢ O sangue retrógrado fica preso nas válvulas das valvas e 
fecha as valvas arteriais. 
➢ A valva da aorta se fecha com uma pressão de 
aproximadamente 100 mmHg. 
➢ O rebote de sangue para fora das válvulas fechadas da 
valva da aorta produz a onda dicrótica na curva de pressão 
aórtica. 
➢ Após o fechamento das valvas arteriais ocorre um breve 
intervalo, durante o qual o volume de sangue ventricular 
não se altera, porque as quatro valvas estão fechadas. ESSE 
É O PERÍODO DE RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO. 
➢ Conforme os ventrículos continuam a relaxar, a pressão cai 
rapidamente. 
➢ Quando a pressão ventricular cai abaixo da pressão atrial, 
as valvas AV se abrem e começa o enchimento ventricular. 
➢ A maior parte do enchimento ventricular ocorre logo após 
a abertura das valvas AV. 
➢ O sangue que estava fluindo para os átrios e nestes se 
acumulando, durante a sístole ventricular, em seguida, 
jorra rapidamente para os ventrículos. 
➢ No final do período de relaxamento, os ventrículos estão 
aproximadamente três quartos cheios. 
➢ A onda P aparece no ECG, sinalizando o começo de outro 
ciclo cardíaco. 
 
 FIBRAS AUTORRÍTMICAS: O COMPLEXO 
ESTIMULANTE DO CORAÇÃO: 
Uma atividade elétrica rítmica e intrínseca é a razão dos 
batimentos contínuos do coração. A origem dessa atividade 
elétrica é uma rede de fibras musculares cardíacas 
especializadas, chamadas de fibras autorrítmicas, por serem 
autoexcitáveis. 
➔ As fibras autorrítmicas, repetitivamente, geram potenciais 
de ação que desencadeiam as contrações cardíacas. 
➔ As fibras autorrítmicas continuam a estimular o coração a 
bater, mesmo após sua remoção do corpo — por exemplo, 
para ser transplantado em outra pessoa — e a seção de 
todos os seus nervos. (Nota: Os cirurgiões não tentam a 
necrorrafia dos nervos cardíacos durante cirurgias de 
transplante de coração. Por essa razão, diz-se que os 
cirurgiões cardíacos são melhores “encanadores” do que 
“eletricistas”.) 
Durante o desenvolvimento embrionário, aproximadamente 
1% das fibras musculares cardíacas tornam-se fibras 
autorrítmicas; estas fibras relativamente raras têm duas 
funções importantes: 
1. Atuam como marcapasso, definindo o ritmo de 
estimulação elétrica que provoca a contração do 
coração. 
2. Formam o complexo estimulante do coração, uma 
rede de fibras musculares cardíacas especializadas que 
fornecem uma via para a propagação de cada ciclo 
cardíaco pelo coração. O complexo estimulante do 
coração assegura que as câmaras cardíacas sejam 
estimuladas a se contraírem de forma coordenada, o 
que faz com que o coração seja, efetivamente, uma 
bomba. Como você perceberá posteriormente, neste 
capítulo, os problemas com as fibras autorrítmicas 
resultam em arritmias (ritmos anormais) nas quais o 
coração bate irregularmente, muito rápido ou muito 
lento. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
 
 POTENCIAIS DE AÇÃO: 
Os potenciais de ação cardíacos se propagam através dos 
seguintes componentes do complexo estimulante do coração: 
➢ Normalmente, a excitação cardíaca começa no nó 
sinoatrial (NSA), situado na parede atrial direita, 
imediatamente inferior e lateral à abertura da veia cava 
superior. 
➢ As células do nó sinoatrial não têm um potencial de 
repouso estável. Ao contrário, despolarizam-se 
repetidamente até o limiar espontaneamente. 
➢ A despolarização espontânea é um potencial marcapasso. 
Quando o potencial marcapasso atinge o limiar, dispara 
um potencial de ação. 
➢ Cada potencial de ação originado no nó S A propaga-se 
pelos dois átrios, por meio de junções comunicantes, nos 
discos intercalados das fibras musculares atriais. Após o 
potencial de ação, os átrios se contraem. 
➢ Propagando-se ao longo das fibras musculares atriais, o 
potencial de ação atinge o nó atrioventricular (NAV), 
situado no septo interatrial, imediatamente anterior à 
abertura do seio coronário. 
➢ Do nó AV, o potencial de ação chega ao fascículo 
atrioventricular (AV) (também conhecido como feixe de 
His). Esse fascículo é o único local no qual os potenciais de 
ação se propagam dos átrios para os ventrículos. (Em outra 
parte, o esqueleto fibroso do coração isola eletricamente os 
átrios dos ventrículos.) 
➢ Após propagar-se ao longo do fascículo AV, o potencial de 
ação entra nos ramos direito e esquerdo do fascículo AV. 
➢ Os ramos do fascículo se estendem pelo septo 
interventricular, em direção ao ápice do coração, 
➢ Finalmente, os ramos subendocárdicos (fibras de 
Purkinje), com grande diâmetro, conduzem rapidamente o 
potencial de ação, começando no ápice do coração, depois 
para cima, para o restante do miocárdio ventricular. 
➢ Em seguida, os ventrículos se contraem, empurrando o 
sangue para cima, em direção às valvas arteriais. 
Por si mesmas, as fibras autorrítmicas do nó SA iniciariam um 
potencial de ação aproximadamente a cada 0,6 segundo, ou 
100 vezes por minuto. 
✓ Essa velocidade é mais rápida do que a de quaisquer outras 
fibras autorrítmicas. 
✓ Como os potenciais de ação do nó SA se propagam através 
do complexo estimulante do coração e estimulam outras 
áreas antes que estas sejam capazes de gerar um potencial 
de ação por conta própria, em uma frequência mais lenta, o 
nó SA atua como o marcapasso natural do coração. 
✓ Impulsos nervosos originados na divisão autônoma do 
sistema nervoso (DASN) e hormônios transmitidos pelo 
sangue (como a epinefrina) modificam a sincronização e a 
intensidade de cada batimento cardíaco, mas não 
estabelecem o ritmo básico. 
✓ Na pessoa em repouso, por exemplo, a acetilcolina, liberada 
pela parte parassimpática da DASN, reduz o ritmo cardíaco 
pelo nó SA para aproximadamente 0,8 segundo ou 75 
potenciais de ação por minuto. 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
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Salmos 23. 
 
 POTENCIAL DE AÇÃO E CONTRAÇÃO DAS 
FIBRAS CONTRÁTEIS: 
O potencial de ação gerado pelo nó SA se propaga ao longo do 
complexo estimulante do coração e se dispersapara excitar as 
fibras musculares atriais e ventriculares “trabalhadoras”, 
chamadas de fibras contráteis. Um potencial de ação em uma 
fibra contrátil ocorre da seguinte forma: 
➢ DESPOLARIZAÇÃO. Diferentemente das fibras 
autorrítmicas, as fibras contráteis têm potencial de 
membrana em repouso estável, próximo a -90 mV. Quando 
uma fibra contrátil é levada ao seu limiar por um potencial 
de ação gerado pelas fibras vizinhas, seus canais rápidos de 
Na* controlados por voltagem se abrem. Esses canais 
iônicos de sódio são referidos como “rápidos” porque se 
abrem muito rapidamente em resposta a uma 
despolarização do nível do limiar. A abertura desses canais 
permite o influxo de Na+ porque o citosol das fibras 
contráteis é eletricamente mais negativo do que o líquido 
intersticial, e a concentração de Na* é mais elevada no 
líquido intersticial. O influxo de Na+ abaixo do gradiente 
eletroquímico produz uma despolarização rápida. Dentro 
de uns poucos milissegundos, os canais rápidos de Na+ se 
inativam automaticamente e o influxo de Na+ diminui. 
➢ PLATÔ. A fase seguinte de um potencial de ação, em uma 
fibra contrátil, é o platô, um período de despolarização 
contínua. É decorrente, em parte, da abertura dos canais 
lentos de Ca2* controlados por voltagem no sarcolema. 
Quando esses canais se abrem, os íons cálcio se movem do 
líquido intersticial (que tem uma concentração maior de 
Ca2 f) para o citosol. Esse influxo de Ca2+ faz com que ainda 
mais Ca2+ vaze do retículo sarcoplasmático para o citosol 
através dos canais de Ca2* adicionais na membrana do 
retículo sarcoplasmático. O AUMENTO NA 
CONCENTRAÇÃO DE CA2+ NO CITOSOL, FINALMENTE, 
PROVOCA CONTRAÇÃO. Diversos tipos diferentes de canais 
de K* controlados por voltagem também são encontrados 
no sarcolema de uma fibra contrátil. Imediatamente antes 
do início da fase de platô, alguns desses canais de K+ se 
abrem, permitindo que os íons potássio deixem a fibra 
contrátil. Consequentemente, a despolarização é mantida 
durante a fase de platô porque o influxo de Ca2+ apenas 
equilibra o efluxo de K~. A fase de platô dura 
aproximadamente 0,25 segundo e o potencial de 
membrana da fibra contrátil fica próximo de 0 mV. Por 
comparação, a despolarização em um neurônio ou fibra 
muscular esquelética é muito mais breve, 
aproximadamente 1 milissegundo (0,001 s), porque não 
tem a fase de platô. 
➢ REPOLARIZAÇÃO. O restabelecimento do potencial de 
membrana de repouso, durante a fase de repolarização do 
potencial de ação cardíaco, assemelha-se ao dos outros 
tecidos excitáveis. Após um período de tempo (que é 
particularmente prolongado no músculo cardíaco), os 
canais de K+ controlados por voltagem se abrem. O efluxo 
de K* restabelece o potencial de membrana de repouso 
negativo (—90 mV). Ao mesmo tempo, os canais de cálcio 
no sarcolema e no retículo sarcoplasmático estão se 
fechando, o que também contribui para a repolarização. 
O MECANISMO DA CONTRAÇÃO NOS MÚSCULOS CARDÍACO E 
ESQUELÉTICO É SEMELHANTE: a atividade elétrica (potencial de 
ação) induz à resposta mecânica (contração) após uma 
pequena demora. 
Conforme a concentração de Ca:+ aumenta no interior da fibra 
contrátil, O CA2+ SE FIXA À PROTEÍNA REGULADORA 
TROPONINA, O QUE PERMITE AOS FILAMENTOS DE ACTINA E 
DE MIOSINA DESLIZAREM UNS SOBRE OS OUTROS, COM 
INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO DE TENSÃO. As substâncias que 
alteram o movimento do Ca2+ pelos canais lentos de Ca2 ‘ 
influenciam a intensidade das contrações cardíacas. A 
epinefrina, por exemplo, influencia a intensidade de contração 
intensificando o influxo de Ca2* para o citosol. No músculo, o 
período refratário é o intervalo de tempo durante o qual uma 
segunda contração não pode ser produzida. O período 
refratário da fibra muscular cardíaca é mais longo que a 
própria contração. Como resultado, outra contração só tem 
início quando o relaxamento já estiver bem avançado. Por essa 
razão, o tétano (contração contínua) não ocorre no tecido 
muscular cardíaco como ocorre no músculo esquelético. A 
vantagem é aparente se você considerar como os ventrículos 
funcionam. Sua função de bombeamento depende da 
alternância de contração (quando ejetam sangue) e de 
relaxamento (quando voltam a se encher). Se o músculo 
cardíaco entrasse em tétano, o fluxo sanguíneo cessaria. 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
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Salmos 23. 
 
 
 REGULAÇÃO DA FREQUÊNCIA CARDÍACA: 
Como acabamos de aprender, o débito cardíaco depende da 
frequência cardíaca e do volume sistólico. Os ajustes da 
frequência cardíaca são importantes no controle em curto 
prazo do débito cardíaco e da pressão arterial. 
O NÓ SINOATRIAL (NSA) INICIA A CONTRAÇÃO E, SE AGIR POR 
SI MESMO, ESTABELECE UMA FREQUÊNCIA CARDÍACA 
CONSTANTE DE APROXIMADAMENTE 100 
BATIMENTOS/MINUTO. 
Contudo, os tecidos necessitam de fluxo sanguíneo com 
diferentes volumes, sob condições diversas. Durante o 
exercício, por exemplo, o débito cardíaco aumenta para suprir 
os tecidos ativos, com aumentos nas quantidades de oxigênio 
e de nutrientes. 
O volume sistólico pode diminuir se o miocárdio ventricular for 
danificado ou se o volume sanguíneo for reduzido por 
sangramento. Nesses casos, os mecanismos homeostáticos 
mantêm um débito cardíaco adequado aumentando a 
frequência cardíaca e a contratilidade. Entre os diversos fatores 
que contribuem para a regulação da frequência cardíaca, OS 
MAIS IMPORTANTES SÃO A DIVISÃO AUTÔNOMA DO SISTEMA 
NERVOSO E OS HORMÔNIOS LIBERADOS PELA MEDULA DA 
GLÂNDULA SUPRARRENAL (EPINEFRINA E NOREPINEFRINA). 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
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Salmos 23. 
OBJETIVO 02: 
 
 REGULAÇÃO AUTÔNOMA DA FREQUÊNCIA 
CARDÍACA: 
✓ Esta região do tronco encefálico recebe influxos de uma 
variedade de receptores sensoriais e dos centros 
encefálicos superiores, como O SISTEMA LÍMBICO E O 
CÓRTEX CEREBRAL. 
✓ O centro cardiovascular, em seguida, dirige o efluxo 
apropriado aumentando ou diminuindo a frequência dos 
impulsos nervosos nos ramos simpáticos e parassimpáticos 
da DASN. 
✓ Mesmo antes do início da atividade física, especialmente 
sob condições competitivas, a frequência cardíaca pode 
aumentar. 
✓ Esse aumento antecipatório ocorre porque o SISTEMA 
LÍMBICO envia impulsos nervosos para o centro 
cardiovascular no bulbo. 
✓ Conforme a atividade física começa, os proprioceptores que 
estão monitorando a posição dos membros e dos músculos 
enviam impulsos nervosos com uma frequência maior para 
o centro cardiovascular. 
✓ Esse influxo proprioceptivo é um estímulo importante para 
o rápido aumento da frequência cardíaca que ocorre no 
início da atividade física. 
✓ Outros receptores sensoriais que fornecem influxos para o 
centro cardiovascular incluem os QUIMIORRECEPTORES, 
que monitoram as variações químicas do sangue, e os 
BARORRECEPTORES, que monitoram o estiramento das 
principais artérias e veias provocado pela pressão do sangue 
que flui por elas. 
✓ Os importantes barorreceptores situados no arco da aorta e 
nas artérias carótidas, detectam as variações da pressão 
arterial e fornecem influxos para o centro cardiovascular 
quando há mudança na pressão arterial. 
✓ Os neurônios simpáticos se estendem do bulbo até a 
medula espinal. 
✓ Da região torácica da medula espinal, os nervos 
aceleradores cardíacos simpáticos se estendem até o nó 
SA, o nó AV e para a maior parte do miocárdio. 
✓ Os impulsos nos nervos aceleradores cardíacos promovem 
a liberação de NOREPINEFRINA que se combina a 
receptores beta-1 nas fibras musculares cardíacas. Essa 
interação tem dois efeitos distintos: 
1. Nas fibras do nó SA (e do nó AV)a norepinefrina 
acelera a frequência das despolarizações espontâneas, 
de modo que esses marcapassos produzam impulsos 
com maior rapidez e a frequência cardíaca aumente; 
2. nas fibras contrateis, nos átrios e nos ventrículos, a 
norepinefrina aumenta a entrada de Ca2+, por meio dos 
canais lentos de Ca2+ controlados por voltagem, 
aumentando, assim, a contratilidade. Como resultado, 
um maior volume de sangue é ejetado durante a sístole. 
Com aumento moderado da frequência cardíaca, o volume 
sistólico não diminui, porque a maior contratilidade compensa 
a pré-carga diminuída. Todavia, com estimulação simpática 
máxima a frequência cardíaca pode chegar a 200 
batimentos/minuto, em uma pessoa com 20 anos de idade. 
• Com uma frequência cardíaca tão alta, o volume sistólico é 
menor do que aquele em repouso, em virtude do tempo de 
enchimento muito menor. 
• A frequência cardíaca máxima diminui com a idade; em 
regra, subtraindo-se sua idade de 220 tem-se boa 
estimativa de sua frequência cardíaca máxima, em 
batimentos/minuto. 
• Os impulsos nervosos parassimpáticos chegam ao coração 
via nervos vagos (X) direito e esquerdo. 
• Axônios vagais terminam no nó SA, nó AV e miocárdio 
atrial. 
• Os axônios liberam ACETILCOLINA, que diminui a 
frequência cardíaca, reduzindo a frequência das 
despolarizações espontâneas nas fibras autorrítmicas. 
• Como apenas umas poucas fibras vagais inervam o 
músculo ventricular, as variações na atividade 
parassimpática têm pouco ou nenhum efeito sobre a 
contratilidade dos ventrículos. 
• Existe um equilíbrio permanentemente variável entre as 
estimulações simpática e parassimpática do coração. 
• Em repouso, predomina a estimulação parassimpática. A 
frequência cardíaca em repouso — aproximadamente 75 
batimentos/minuto — é, em geral, mais baixa do que a 
frequência autorrítmica do nó SA (aproximadamente 100 
batimentos/minuto). 
Com estimulação máxima pela parte parassimpática, o coração 
diminui a frequência em até 20 ou 30 batimentos/minuto, ou 
pode, até mesmo, parar momentaneamente. 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
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Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
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 PAPEL DO CENTRO CARDIOVASCULAR: 
O centro cardiovascular (CV), no bulbo (medula oblonga), ajuda 
a regular a frequência cardíaca e o volume sistólico. O centro CV 
também CONTROLA OS SISTEMAS DE RETROALIMENTAÇÃO 
NEGATIVA (FEEDBACK NEGATIVO) NEURAIS, HORMONAIS E 
LOCAIS QUE REGULAM A PRESSÃO ARTERIAL E O FLUXO DE 
SANGUE PARA TECIDOS ESPECÍFICOS. 
 Grupos de neurônios dispersos no centro CV regulam a 
frequência cardíaca, a contratilidade (força da contração) 
dos ventrículos e o diâmetro dos vasos sanguíneos. 
 Alguns neurônios estimulam o coração (centro 
cardioestimulante); 
 outros inibem o coração (centro cardioinibidor). 
 Outros ainda controlam o diâmetro dos vasos sanguíneos, 
provocando constrição (centro vasoconstritor) ou 
vasodilatação (centro vasodilatador); 
 ESSES NEURÔNIOS SÃO REFERIDOS COLETIVAMENTE 
COMO CENTRO VASOMOTOR. 
Visto que os neurônios do centro CV se comunicam 
mutuamente, atuando em conjunto, e por não serem 
claramente distintos anatomicamente, aqui os descreveremos 
como um grupo. 
➔ O CENTRO CARDIOVASCULAR recebe influxos tanto das 
regiões encefálicas superiores como dos receptores 
sensoriais. 
➔ Os impulsos nervosos descem do CÓRTEX CEREBRAL, 
SISTEMA LÍMBICO E HIPOTÁLAMO, para afetar o centro 
cardiovascular. 
➔ Por exemplo, mesmo antes que se comece a correr, em 
uma com petição, a frequência cardíaca pode aumentar, 
em virtude dos impulsos nervosos conduzidos do SISTEMA 
LÍMBICO para o centro CV. 
➔ Se a temperatura corporal aumenta, durante a corrida, o 
hipotálamo envia impulsos nervosos para o centro CV. 
➔ A vasodilatação resultante dos vasos sanguíneos da pele 
permite que o calor seja dissipado, mais rapidamente, da 
superfície da pele. 
➔ OS TRÊS TIPOS PRINCIPAIS DE RECEPTORES SENSORIAIS 
QUE GERAM INFLUXOS PARA O CENTRO 
CARDIOVASCULAR SÃO OS PROPRIOCEPTORES, OS 
BARORRECEPTORES E OS QUIMIORRECEPTORES. 
➔ Os PROPRIOCEPTORES monitoram os movimentos das 
articulações e músculos e geram influxos para o centro 
cardiovascular, durante a atividade física. A atividade dos 
proprioceptores responde pelo rápido aumento da 
frequência cardíaca, no início do exercício. 
➔ Os BARORRECEPTORES monitoram as variações na pressão 
e no estiramento, nas paredes dos vasos sanguíneos, e 
➔ Os QUIMIORRECEPTORES monitoram a concentração de 
diversas substâncias químicas no sangue. 
➔ Os efluxos do centro cardiovascular fluem ao longo dos 
neurônios simpáticos e parassimpáticos da DASN. 
➔ Os impulsos simpáticos chegam ao coração via nervos 
aceleradores cardíacos. 
➔ UM AUMENTO NA ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA AUMENTA A 
FREQUÊNCIA E A CONTRATILIDADE CARDÍACAS; UMA 
DIMINUIÇÃO NA ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA DIMINUI A 
FREQUÊNCIA E A CONTRATILIDADE CARDÍACAS. 
➔ A estimulação parassimpática, conduzida ao longo dos 
nervos vagos (X), diminui a frequência cardíaca. Dessa 
forma, AS INFLUÊNCIAS OPOSTAS SIMPÁTICA 
(ESTIMULANTE) E PARASSIMPÁTICA (INIBITÓRIA) 
INFLUENCIAM O CONTROLE DO CORAÇÃO. 
➔ O centro cardiovascular também envia, continuamente, 
impulsos para o músculo liso, nas paredes dos vasos 
sanguíneos, via nervos vasomotores. 
➔ Esses neurônios simpáticos deixam a medula espinal através 
de todos os nervos espinais torácicos e pelo primeiro ou os 
dois primeiros nervos espinais lombares e, em seguida, 
passam para os gânglios do tronco simpático. 
➔ Daí, os impulsos se propagam ao longo dos neurônios 
simpáticos que inervam os vasos sanguíneos nas vísceras e 
nas áreas periféricas. 
➔ A região vasomotora do centro cardiovascular envia, 
continuamente, impulsos por essas vias para arteríolas, 
em todo o corpo, mas especialmente para aquelas da pele 
e das vísceras abdominais. 
➔ O resultado é um estado moderado de contração tônica ou 
vasoconstrição, chamado de tônus vasomotor, que define 
o nível de repouso da resistência vascular sistêmica. 
➔ A estimulação simpática, da maioria das veias, resulta em 
constrição, que desloca o sangue dos reservatórios 
venosos e aumenta a pressão sanguínea. 
 
 
 
 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
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Salmos 23. 
 REGULAÇÃO NEURAL DA PRESSÃO SANGUÍNEA 
O sistema nervoso regula a pressão sanguínea por meio de alças 
de retroalimentação negativa (feedback negativo) que ocorrem 
em dois tipos de reflexos: OS REFLEXOS BARORRECEPTORES E 
OS REFLEXOS QUIMIORRECEPTORES. 
 
O sistema cardiovascular contribui de maneira fundamental 
para a manutenção da homeostasia do organismo. Para exercer 
esta função, dispõe-se de processos refinados de ajuste da 
pressão arterial, atuando momento a momento (controle 
neural) e em longo prazo (controle humoral). 
A modulação cardiovascular pelo sistema neural abrange a 
ativação de receptores periféricos (barorreceptores, 
quimiorreceptores e receptores cardiopulmonares), cujas 
aferências se projetam para o sistema nervoso central via 
nervos vagos e glossofaríngeos. 
O processamento dessas informações aferentes no sistema 
nervoso central produz uma conseqüente regulação das vias 
autonômicas eferentes, havendo, assim, o ajuste das variáveis 
cardiovasculares (freqüência cardíaca, volume sistólico e 
resistência periférica). 
A hipertensão é definida como uma elevação dos padrões 
normais da pressão arterial por um período contínuo acima de 
24 horas, sendo considerada como um dos distúrbios de maior 
incidência na população mundial. 
 
Nas estruturas bulbares, destaca-se o NTS, que recebe 
projeções oriundas de aferências barossensitivas, enquanto 
que o CVL atua comouma área vasodepressora. Esses eventos 
fisiológicos ocorrem em razão da vasodilatação decorrente da 
redução da atividade simpática. 
Por outro lado, a desinibição do núcleo RVL resulta em elevação 
da pressão arterial por meio da resistência periférica, e pode 
resultar no aumento de catecolaminas da medula da adrenal 
por ocorrer aumento da atividade dos neurônios pré-
ganglionares simpáticos. 
Já a área depressora gigantocelular (GiDA) participa na 
modulação da homeostase cardiovascular através de suas 
projeções para os neurônios simpáticos pré-ganglionares. 
 
 
 REFLEXOS BARORRECEPTORES: 
Barorreceptores, receptores sensoriais sensíveis à pressão, 
ESTÃO LOCALIZADOS NA AORTA, ARTÉRIAS CARÓTIDAS 
INTERNAS (ARTÉRIAS NO PESCOÇO QUE FORNECEM SANGUE 
AO ENCÉFALO) E OUTRAS GRANDES ARTÉRIAS NO PESCOÇO E 
NO TÓRAX. 
Os barorreceptores enviam impulsos ao centro cardiovascular 
para ajudar a regular a pressão arterial. 
➔ OS DOIS REFLEXOS BARORRECEPTORES MAIS 
IMPORTANTES SÃO O REFLEXO DO SEIO CARÓTICO E O 
REFLEXO AÓRTICO. 
➔ Barorreceptores na parede dos seios caróticos iniciam o 
reflexo do seio carótico que ajuda a regular a pressão 
sanguínea no encéfalo. Os seios caróticos são pequenas 
dilatações das artérias carótidas internas direita e esquerda, 
logo acima do ponto no qual se ramificam das artérias 
carótidas comuns. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
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Salmos 23. 
➔ A pressão sanguínea distende a parede do seio carótico, 
estimulando os barorreceptores. 
➔ Os impulsos nervosos se propagam dos barorreceptores do 
seio carótico pelos axônios sensoriais nos nervos 
glossofaríngeos (IX) até o centro cardiovascular no bulbo 
(medula oblonga). 
➔ Os barorreceptores na parede da parte ascendente da 
aorta e no arco da aorta iniciam o reflexo aórtico, que 
regula a pressão sanguínea sistêmica. 
➔ Impulsos nervosos dos barorreceptores aórticos chegam 
ao centro cardiovascular por meio de axônios sensoriais 
dos nervos vagos (X). 
➔ Quando a pressão arterial cai, no entanto, os 
barorreceptores são menos distendidos, enviando 
impulsos nervosos com menor frequência para o centro 
cardiovascular. 
➔ Em resposta, o centro CV diminui a estimulação 
parassimpática do coração pelos axônios motores dos 
nervos vagos e aumenta a estimulação simpática do 
coração pelos nervos aceleradores cardíacos. 
➔ Outro efeito do aumento da estimulação simpática é o 
aumento da secreção de EPINEFRINA E DE NOREPINEFRINA 
PELA MEDULA DA GLÂNDULA SUPRARRENAL. 
➔ Conforme o coração bate mais rápido e com mais força, e à 
medida que a resistência vascular sistêmica aumenta, o 
débito cardíaco e a resistência vascular sistêmica aumentam 
e a pressão sanguínea aumenta até o nível normal. 
➔ Inversamente, quando se detecta um aumento na pressão, 
os barorreceptores enviam impulsos com uma frequência 
maior. 
➔ O CENTRO C V RESPONDE COM AUMENTO DA 
ESTIMULAÇÃO PARASSIMPÁTICA E DIMINUIÇÃO DA 
ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA. 
➔ As consequentes reduções da frequência cardíaca e da força 
de contração diminuem o débito cardíaco. 
➔ O centro CV também diminui a frequência com a qual envia 
impulsos simpáticos ao longo dos neurônios vasomotores, 
que normalmente provocam vasoconstrição. 
➔ A vasodilatação resultante diminui a resistência vascular 
sistêmica. Tanto a redução do débito cardíaco quanto a 
resistência vascular sistêmica diminuem a pressão arterial 
sistêmica, retomando-a ao nível normal. Mover-se da 
posição deitada para a ereta diminui a pressão sanguínea e 
o fluxo de sangue na cabeça e na parte superior do corpo. 
Os reflexos barorreceptores, no entanto, contrabalançam 
rapidamente a queda da pressão. Algumas vezes, esses 
reflexos atuam de forma mais lenta do que o normal, 
especialmente nas pessoas idosas, levando a pessoa a 
desmaiar quando fica de pé muito rapidamente, em virtude 
da redução do suprimento de sangue para o encéfalo. 
 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
 REFLEXOS QUIMIORRECEPTORES: 
Quimiorreceptores, RECEPTORES SENSORIAIS QUE 
MONITORAM A COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO SANGUE, ESTÃO 
LOCALIZADOS PRÓXIMO AOS BARORRECEPTORES DO SEIO 
CARÓTICO E DO ARCO DA AORTA, EM PEQUENAS ESTRUTURAS 
CHAMADAS DE GLOMOS CARÓTICOS E GLOMOS PARA-
AÓRTICOS, RESPECTIVAMENTE. 
➔ Estes quimiorreceptores detectam variações nas 
concentrações sanguíneas de 02 , de C02 e de H+. 
➔ Hipóxia (diminuição da disponibilidade de 02 ), 
➔ acidose (aumento na concentração de H+) e 
➔ hipercapnia (excesso de C02) estimulam os 
quimiorreceptores a enviar impulsos para o centro 
cardiovascular. 
➔ Em resposta, o centro CV aumenta a estimulação simpática 
para as arteríolas e veias, produzindo vasoconstrição e 
aumento da pressão arterial. 
➔ Esses quimiorreceptores também originam influxos para o 
centro respiratório, no tronco encefálico, para ajustar a 
frequência respiratória. 
 
 REGULAÇÃO HORMONAL DA PRESSÃO 
SANGUÍNEA: 
Diversos hormônios ajudam a regular a pressão arterial e o fluxo 
de sangue, alterando o débito cardíaco, modificando a 
resistência vascular sistêmica ou ajustando o volume total de 
sangue: 
1. Sistema renina-angiotensina-aldosterona (RAA): 
Quando o volume de sangue diminui ou o fluxo de sangue 
para o rim é reduzido, as células justaglomerulares, nos 
rins, secretam renina na corrente sanguínea. Na sequência, 
a renina e a enzima conversora de angiotensina (ECA) 
atuam nos substratos, produzindo o hormônio ativo 
angiotensina II, que ELEVA A PRESSÃO ARTERIAL DE DUAS 
MANEIRAS. 
PRIMEIRO, a angiotensina II é um 
VASOCONSTRITOR POTENTE, que aumenta a pressão 
arterial elevando a resistência vascular sistêmica. 
SEGUNDO , a angiotensina estimula a secreção de 
aldosterona, que aumenta a reabsorção dos íons sódio 
(Na') e de água pelos rins. A reabsorção de água 
aumenta o volume de sangue total, que aumenta a 
pressão arterial. 
2. EPINEFRINA E NOREPINEFRINA: Em resposta à 
estimulação simpática, a medula da glândula suprarrenal 
libera epinefrina e norepinefrina. Estes hormônios 
aumentam o débito cardíaco aumentando a frequência e a 
força de contração cardíacas. 
Os hormônios também produzem vasoconstrição das 
arteríolas e veias na pele e nos órgãos abdominais e 
vasodilatação das arteríolas nos músculos cardíaco e 
esquelético, que ajuda a aumentar o fluxo de sangue para 
o músculo durante o exercício. 
3. HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH): O ADH é 
produzido pelo hipotálamo e liberado pela neuro-hipófise, 
em resposta a desidratação ou redução no volume de 
sangue. Entre outras ações, o ADH provoca vasoconstrição, 
que AUMENTA A PRESSÃO ARTERIAL. Por essa razão, o 
ADH também é chamado vasopressina. 
 
4. PEPTÍDEO NATRIURÉTICO ATRIAL (PNA): 
Liberado pelas células nos átrios do coração, o PNA diminui 
a pressão arterial, provocando vasodilatação e 
promovendo a perda de sal e água na urina, que reduz o 
volume sanguíneo. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
 
 
AÇÃO ADRENÉRGICA: epinefrina e norepinefrina: 
 REGULAÇÃO QUÍMICA DA FREQUÊNCIA 
CARDÍACA: 
Certas substâncias químicas influenciam tanto a fisiologia básica 
do músculo cardíaco quanto a frequência cardíaca. Por 
exemplo, a hipóxia (baixa concentração de oxigênio), a acidose 
(pH baixo) e a alcalose (pH elevado) deprimem todas a 
atividade cardíaca. Diversos hormônios e cátions exercem um 
efeito expressivo no coração: 
1. HORMÔNIOS. A epinefrina e a norepinefrina (da medula da 
glândula suprarrenal) aumentam a eficiência do 
bombeamento cardíaco.Esses hormônios afetam as fibras 
musculares cardíacas de forma bastante semelhante à da 
norepinefrina liberada pelos nervos aceleradores cardíacos 
— aumentam tanto a contratilidade cardíaca quanto a 
frequência cardíaca. EXERCÍCIO, ESTRESSE E EXCITAÇÃO 
fazem com que a medula da glândula suprarrenal libere 
mais hormônios. Os hormônios tireoidianos também 
aumentam a contratilidade e a frequência cardíacas. 
UM DOS SINAIS DO HIPERTIREOIDISMO (EXCESSO DE 
HORMÔNIO TIREOIDIANO) É A TAQUICARDIA, A FREQUÊNCIA 
CARDÍACA ELEVADA EM REPOUSO. 
2. CÁTIONS. Visto que as diferenças entre as concentrações 
intra e extracelular de diversos cátions (por exemplo, Na* 
e K~) são essenciais para a produção de potenciais de ação 
em todas as fibras nervosas e musculares, não é 
surpreendente que desequilíbrios iônicos rapidamente 
comprometam a eficácia do bombeamento do coração. De 
modo especial, as concentrações relativas de três cátions 
— K.*, Ca2* e Na* — exercem um grande efeito sobre o 
funcionamento cardíaco. As concentrações elevadas de 
Na* e de K* reduzem a frequência e a contratilidade 
cardíacas. O excesso de Na' bloqueia o influxo de Ca2+ 
durante os potenciais de ação cardíacos, 
consequentemente, diminuindo a força de contração, 
enquanto o excesso de K* bloqueia a geração de potenciais 
de ação. Um aumento moderado na concentração do Ca2* 
intersticial (e, portanto, intracelular) acelera a frequência 
cardíaca e fortalece o batimento cardíaco. 
 
D e s t r a t o r ... 
➔ OUTROS FATORES NA REGULAÇÃO DA 
FREQUÊNCIA CARDÍACA: 
Idade, sexo, estado físico e temperatura corporal também 
influenciam a frequência cardíaca em repouso. Uma criança 
recém-nascida tem, provavelmente, frequência cardíaca acima 
de 120 batimentos/minuto; a frequência, em seguida, declina 
gradualmente ao longo de sua vida. As mulheres adultas, 
frequentemente, têm frequências cardíacas ligeiramente mais 
altas que os homens adultos, embora o exercício regular tenda 
a diminuir a frequência cardíaca em repouso nos dois sexos. 
Uma pessoa fisicamente bem preparada pode chegar, até 
mesmo, a apresentar bradicardia, a frequência cardíaca em 
repouso abaixo de 50 batimentos/ minuto. Este é o efeito 
benéfico do treinamento de resistência, porque o coração que 
bate mais lentamente é mais eficiente no uso da energia do 
que aquele que bate mais rapidamente. 
O aumento na temperatura corporal, como ocorre durante a 
febre ou no exercício extenuante, faz com que o nó SA dispare 
impulsos com maior rapidez, aumentando, desse modo, a 
frequência cardíaca. 
A temperatura corporal baixa diminui a frequência cardíaca e 
a força da contração. 
Durante o reparo cirúrgico de certas anormalidades cardíacas, é 
útil reduzir a frequência cardíaca do paciente por hipotermia, na 
qual o corpo da pessoa é, deliberadamente, resfriado até uma 
temperatura central baixa. A hipotermia reduz o metabolismo, 
o que diminui as necessidades de oxigênio dos tecidos, 
permitindo que o coração e o encéfalo resistam, por curtos 
períodos de tempo, à interrupção ou à redução do fluxo 
sanguíneo, durante o ato cirúrgico. 
Carlos Caique Araujo Mendes 
Curso de Medicina 3º Período 
Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional 
Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. 
Prof. 
Salmos 23. 
 
 
Referências bibliográficas: 
1. GUYTON, A.C. e Hall J.E.– Tratado de Fisiologia 
Médica. Editora Elsevier. 13ª ed., 2017. 
2. SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem 
Integrada, 7ª Edição, Artmed, 2017. 
3. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de 
anatomia e fisiologia. 12ª. edição. 
4. VALENTI, V. E. Et al - Regulação neural do 
sistema cardiovascular: centros bulbares. 
Revista Neurociências, 2007. 14/04/2007. 
Acesso em 04/02/2021. Disponível em: 
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoe
s/2007/RN%2015%2004/Pages%20from%20RN
%2015%2004-12.pdf 
http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2007/RN%2015%2004/Pages%20from%20RN%2015%2004-12.pdf
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