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Celulite infecciosa e erisipela

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1 
1 Clínica médica - Infectologia | 5º semestre | Débora Sousa | 03/02/2022 
Celulite infecciosa e erisipela 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
Infecções que envolvem a pele e/ou tecido 
subcutâneo são, em geral, causadas por 
Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus. 
Erisipela e celulite são as formas disseminadas 
dessas infecções bacterianas e, muitas vezes, na 
prática, são difíceis de serem distinguidas 
clinicamente. 
 
São relativamente comuns e não apresentam 
predileção por sexo. 
Ambas acometem todas as faixas etárias, porém a 
erisipela é observada principalmente em crianças e 
idosos. 
Costumam ocorrer mais frequentemente nos 
membros inferiores ou na face. 
São mais frequentes em indivíduos 
imunossuprimidos, obesos ou com deficiências 
vasculares ou linfáticas. 
Lesões de pele, unha ou trauma costumam ser a 
porta de entrada para a infecção. 
QUADRO CLÍNICO (AMBAS): 
Edema de rápida disseminação, hiperemia e calor 
local, podendo ser acompanhados de dor, linfangite 
e inflamação dos linfonodos regionais. 
A superfície cutânea pode apresentar-se com 
aspecto de casca de laranja, e vesículas, bolhas, 
petéquias ou equimoses podem surgir e 
posteriormente evoluir para crostas. 
As manifestações sistêmicas costumam ser leves a 
moderadas, mas podem evoluir rapidamente com 
sinais de sepse grave, sendo a bacteremia descrita 
em 5% dos casos. 
DIFERENCIAÇÕES CLÍNICAS: 
Na erisipela, as lesões são elevadas, superficiais e 
há delimitação clara entre os tecidos acometidos 
e sadios. 
DIAGNÓSTICO (AMBAS): 
Clínico! 
Hemoculturas são positivas em ≤ 5% dos casos 
(deve-se colher apenas nos casos que requerem 
internação para tratamento ou sinais de 
bacteremia). 
Biópsia local com cultura do fragmento pode ser 
feita e a identificação do agente é possível em < 30% 
dos casos, não sendo uma prática rotineira. 
A coleta do material purulento para realização de 
bacterioscópio (Gram) e cultura deve ser realizada 
sempre que houver material disponível. 
Leucocitose, desvio à esquerda e aumento de 
provas inflamatórias podem estar presentes. 
TRATAMENTO (AMBAS): 
O tratamento segue algumas medidas gerais: 
➢ Cuidados locais da área acometida; 
➢ Repouso e elevação do membro afetado a 45°; 
➢ Tratamento da causa de base (trauma, 
ferimentos, onicomicose – grande fator de risco 
–, eczema, úlcera venosa, xerodermia, entre 
outros); 
➢ Drenagem do abscesso sempre que possível, com 
envio do material para gram e cultura; 
➢ Profilaxia antitetânica em todos os casos. 
Difere-se na parte medicamentosa, em que se 
escolhe a droga mais abrangente do agente + comum 
da doença. 
A decisão de realizar o tratamento ambulatorial ou 
hospitalizado depende da situação clínica do 
paciente e do grau de acometimento da doença. 
Progressão rápida da doença pode ocorrer em 24 
horas, principalmente quando o agente envolvido é 
o Staphylococcus aureus (celulite) 
FARMACOLÓGICO: 
O tempo de tratamento deve ser o mínimo 
necessário até a resolução da infecção. Em geral, 
 
2 
2 Clínica médica - Infectologia | 5º semestre | Débora Sousa | 03/02/2022 
infecções menos graves são resolvidas com 7-10 dias 
de tratamento. 
Infecções mais graves devem usar antibióticos até a 
resolução do processo infeccioso, o que pode durar 
até ≥ 3 semanas, principalmente nos casos com 
complicações. 
Recomenda-se a demarcação da extensão da 
infecção nos primeiros dias de tratamento para 
avaliar a resposta clínica, principalmente se não 
houver acompanhamento médico diário. 
É normal que a lesão inicial passe da cor 
avermelhada para cor arroxeada durante o processo 
de melhora da infecção. 
Caso haja isolamento do agente, o ajuste da 
antibioticoterapia deve ser realizado conforme 
resultado de cultura e antibiograma. 
A cobertura de Gram-negativos deve ser feita com 
cautela e com base em fatores de risco do paciente 
(p. ex., diabéticos). Após o 1° quadro de infecção, 
aumentam os riscos de o paciente vir a ter novas 
infecções. 
Nos casos de infecções de repetição, 
principalmente de erisipela, a profilaxia 
medicamentosa é controversa, mas pode ser 
tentada com as seguintes medicações: 
PENICILINA BENZATINA, 1.200.000 UI, IM, a cada 
21 dias; ou 
AZITROMICINA, 500 mg, VO, 3 vezes por semana, 
por 3-6 meses. 
COBERTURA EMPÍRICA PARA 
Staphylococcus aureus E Streptococcus 
pyogenes : 
É comum realizar associações medicamentosas ao se 
usar no esquema as medicações penicilina 
cristalina, oxacilina e ceftriaxona: 
➢ PENICILINA CRISTALINA + OXACILINA (deve-se 
ter extremo cuidado com flebite 
medicamentosa quando realizado em veia 
periférica): é difícil de ser tolerado muitos dias 
pelos pacientes; 
➢ CEFTRIAXONA + OXACILINA; 
➢ LINEZOLIDA e DAPTOMICINA podem ser usadas 
em associação com outro antibiótico, por conta 
da boa cobertura tanto para estafilococos 
quanto para estreptococos. 
➢ CEFTRIAXONA + CLINDAMICINA 
ESQUEMAS MENOS APROPRIADOS: 
CIPROFLOXACINO: s/ ação contra estreptococos | 
resistência em S. aureus | reservar p/ osso ou 
resistência bacteriana 
CELULITE INFECCIOSA 
DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA 
Infecção aguda mais profunda que a erisipela, 
envolvendo a derme e o tecido gorduroso 
subcutâneo; pode ser causada por diversos agentes, 
mas é geralmente causada por Staphylococcus 
aureus. 
Doença grave devido a possibilidade da evolução p/ 
sepse 
Caso tenha acometimento dos membros inferiores 
pode evoluir p/ tromboflebite 
AGENTE ETIOLÓGICO 
Cocos gram positivos, bactérias que normalmente 
fazem parte da microbiota da pele: 
Sthapyloccoccus (principal) e Streptococcus. 
Staphylococcus aureus (75%) 
FISIOPATOLOGIA 
s/ distinção entre pele saudável e afetada 
Porta de entrada bactéria atinge derme, epiderme 
e tecido celular subcutâneo dor | hiperemia| 
edema | calor local | com bordas s/ delimitações 
 
Casos graves: linfangite | linfonodomegalia regional 
| vesículas | bolhas | febre e sinais de sepse (lesões 
extensas) 
 
3 
3 Clínica médica - Infectologia | 5º semestre | Débora Sousa | 03/02/2022 
 
 
QUADRO CLÍNICO 
ATENÇÃO: evolução grave p/ tromboflebite, 
necrose e formação de abscessos locais. 
PREDISPOSIÇÃO 
Alterações de drenagem linfática e insuficiência 
venosa: maior incidência de celulite, além de 
formas mais graves da doença. 
O processo inflamatório decorrente de um episódio 
inicial de celulite, erisipela ou linfangite pode 
determinar uma obstrução da drenagem linfática e 
aumentar a predisposição para novos episódios. 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
Casos leves acompanhamento 
ambulatorial 
ESCOLHA VIA ORAL (VO): 
72h após início do uso deve-se ter algum resultado 
p/ avaliar eficácia da medicação 
AMOXICILINA + CLAVULANATO: 500 mg/125 mg, 
VO, 8/8h (tem que ser com o inibidor de beta-
lactamase) 
Cefalosporina de 1ª geração: CEFALEXINA: 0,5-1 g, 
VO, 6/6h (preferir doses mais altas em pacientes 
obesos) | CEFAZOLINA: 1-2 g, EV, 8/8h (é EV, e não 
VO) 
CLINDAMICINA: 600 mg, VO, 6/6h ou 8 /8h (a dose 
de 6/6h costuma provocar + intolerância gástrica 
usá-la em casos de infecções mais extensas e 
paciente obeso); 
Casos moderados a graves internação 
hospitalar: 
OXACILINA: 2 g, EV, 4/4h (cuidado com flebite 
medicamentosa quando realizado em veia 
periférica); 
CLINDAMICINA 600 mg, EV, 6/6h 
ERISIPELA 
DEFINIÇÃO E ETIOLOGIA 
Infecção da epiderme, com acometimento dos vasos 
linfáticos, causada por espécies de Streptococcus, 
classicamente o Streptococcus pyogenes 
(Streptococcus do grupo A de Lancefield) e mais 
raramente por Staphylococcus aureus; 
Processo infeccioso mais superficial -> atinge 
gordura do tecido celular 
AGENTE ETIOLÓGICO 
Cocos gram positivos, bactérias que normalmente 
fazem parte da microbiota da pele: Sthapyloccoccus 
e Streptococcus (principal) 
Streptococcus pyogenes (75%) 
FISIOPATOLOGIA 
Porta de entrada bactéria atinge epidermee 
derme lesão eritematosa e edemaciada | quente 
| dolorosa | brilhante | com bordas elevadas bem 
delimitadas 
SINAL CLÁSSICO: lesões elevadas com clara 
diferenciação entre a área acometida e a pele de 
aspecto normal. 
 
4 
4 Clínica médica - Infectologia | 5º semestre | Débora Sousa | 03/02/2022 
 
 
Casos mais graves: linfonodomegalia + vesículas e 
bolhas | febre e sinais de sepse (lesão extensa) 
 
Erisipela de repetição linfedema crônico 
TRATAMENTO 
Lesões purulentas: onde há pus, não há cicatrização 
-> muitas vezes deve-se fazer a limpeza p/ depois 
realizar o tratamento 
Casos leves acompanhamento 
ambulatorial 
ESCOLHA VIA ORAL (VO): 
72h após início do uso deve-se ter algum resultado 
p/ avaliar eficácia da medicação 
Cefalosporina de 1ª geração: CEFALEXINA: 0,5-1 g, 
VO, 6/6h (preferir doses mais altas em pacientes 
obesos) | CEFAZOLINA: 1-2 g, EV, 8/8h (é EV, e não 
VO) 
CEFADROXILA: 0,5-1 g, VO, a cada 8 ou 12 horas 
(preferir doses mais altas em pacientes obesos); 
CLINDAMICINA: 600 mg, VO, 6/6h ou 8 /8h (a dose 
de 6/6h costuma provocar + intolerância gástrica 
usá-la em casos de infecções mais extensas e 
paciente obeso); 
Amoxicilina 
ESCOLHA INTRAMUSCULAR (IM): 
PENICILINA PROCAÍNA: 400.000 UI, IM, a cada 12 
horas, por até 7 dias 
Casos moderados a graves internação 
hospitalar: 
PENICILINA G CRISTALINA:4.000.000 UI, EV, 4/4h 
Causa muita flebite quando adm em veia periférica 
| costuma ser acesso central p/ administração + 
segura -> pouco usada! 
Cefalosporina 3ª geração CEFTRIAXONA 1g, EV, 
12/12h 
CLINDAMICINA 600 mg, EV, 6/6h 
LINEZOLIDA: 600 mg, EV, 12/12h 
DAPTOMICINA: 4 mg/kg, EV, 1 vez ao dia. 
 
REFERÊNCIAS: 
 
SORAYA REZENDE ROSSI. Aula #9 - ERISIPELA 
X CELULITE - DIAGNÓSTICO E 
TRATAMENTOYouTube, 3 set. 2020. Disponível 
em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=4t2Lh7SqNpE>
. Acesso em: 4 mar. 2022 
MARTINS; Milton de Arruda. Manual do residente 
de clínica Médica. 2ed. São Paulo: Manole, 2017.

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