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Hanseníase Carolina L. H. Dias Definição: Doença infectocontagiosa, crônica, causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae, que causa danos a nervos periféricos e a pele. É conhecida como: Lepra, Morfeia, Mal de Hanse, Mal de Lázaro Mycobacterium Leprae is a photograph by Steve Gschmeissner which was uploaded on August 5th, 2016. (Fonte: fineartamerica.com) Doença histórica, com referências no Egito e com várias passagens na bíblia. Relacionava-se com ideia de impureza desonra. Na Idade Média pessoas portadoras da doença eram obrigadas a carregar um sino para anunciar sua presença. A bactéria foi descrita pela primeira vez em 1873 por Gerhard Henrick Armauer Hansen (Fonte:omanaviva.com) Mycobacterium leprae: Alta infectividade, pouca patogenicidade Bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) Bacilo intracelular obrigatório Bacilo se reproduz muito lentamente 6 O homem é reconhecido como a única fonte de infecção. Os doentes com muitos bacilos (multibacilares – MB) sem tratamento, eliminam muitas bactérias. Reservatório: Transmissão? O bacilo é transmitido através de aerossóis – tosses, espirros, secreções nasais. A pessoa que tem contato prolongado com o doente, inala a bactéria e nos pulmões há fagocitose pelos macrófagos alveolares. Não havendo sua destruição, há disseminação bacteriana pelo sangue. O paciente pode demorar anos para começar a ter os sinais e sintomas. Período de incubação dura de 2 a 7 anos. 90 % da população não adoece Contato prolongado = maior risco de adoecimento Afeta cada indivíduo de maneira diferente Forma paucibacilar Forma multibacilar Predomina linfócitos Th1 que produzem IL-2 e IFN-gama. Predomina linfócitos Th2 e T supressores que produzem IL-4, IL-5 e IL-10; Até 5 lesões cutâneas. Apresenta baciloscopias Negativas. Apresentam bacilos BAAR. Casos com mais de 5 lesões cutâneas. 11 Hanseníase indeterminada Hanseníase tuberculóide (Fonte:researchgate.com) (Fonte:huidziekten.nl) Hanseníase dimorfa Hanseníase virchowiana Hanseníase virchowiana (Fonte:medderm.com.br) (Fonte:medicinanet.com.br) Reações hansênicas PowerPoint Presentation Alguns pacientes pela destruição bacilar e modificações imunológicas podem desenvolver reações hansênicas que ocorrem devido a uma exacerbação da resposta imunecelular ou mediada por anticorpos. Reação reversa do tipo 1 Múltiplas lesões eritemato-placares inflamatórias nos mesmos locais das antigas lesões e de novas lesões satélites. Neurites, que podem repercutir em perdas funcionais e sensitivas 02 Content Here Reação reversa do tipo 2 ( eritema nodoso hansênico) Exacerbação da resposta humoral com a formação de imunocomplexos múltiplos Nódulos dolorosos eritemato-vinhosos múltiplos ou lesões em alvo Artralgia, orquite, febre, calafrios e mal estar geral Complicações da hanseníase Resposta imune do paciente Presença do bacilo nos tecidos Lesões neuronais Rinite hansênica Ulceração da mucosa septal Tríquiase Alterações da íris Blefarocalase Lesões neurais : Mão em garra Garra dos artelhos, Lagoftalmo Diagnóstico Essencialmente clínico e epidemiológico Lle Lesões ou áreas da pele com alteração de sensibilidade Espessamento neural com alteração de sensibilidade e/ ou motora. Baciloscopia de esfregaço intradérmico positivo Sinais e sintomas: Perda de força muscular 25 Exame neurológico: 02 Content Here Palpação bilateral dos nervos : Facial; Trigêmeo; Auricular; Radial; Ulnar; fibular comum; tibial posterior. Realizar exame dermatoneurólogico Avalio sensibilidade tátil, térmica e dolorosa Sensibilidade tátil Sensibilidade térmica Sensibilidade dolorosa Esfregaço intradérmico – PB/MB Histopatológico Diagnóstico laboratorial Diagnóstico diferencial Nervo acrômico; Pitiríase versicolor; Vitiligo; Pitiríase rósea de Gilbert; Psoríase; Eritema polimorfo; Eritema nodoso; Lúpus eritematoso; Sífilis Alopécia areata(pelada); Sarcoidose; Neurofibromatose de Von Recklinghausen TRATAMENTO Tratamento poliquimioterápico Associação de Rifampcina, dapsona e clofazimina. Morte do bacilo e cura da doença. No inicio do tratamento a transmissão já é interrompida. Paucibacilar : até 5 lesões Multibacilar : mais de 5 lesões Importante lembrar que o esquema de tratamento irá se basear no numero de lesões Tratamento de 6 meses Comprimido vermelho (Rifampicina) Comprimido branco (Dapsona) Forma Indeterminada e Tuberculoide Tratamento de 12 a 24 meses; Comprimido vermelho (Rifampicina); Comprimido branco (Dapsona); Comprimido marrom (Clofazimina) Forma Dimorfa e Virchowiana - Esquema infantil Reações adversas dos medicamentos Não são frequentes Substituir o tratamento em algumas situações Rifampcina: Hepatoxidade, rubor, prurido, náuseas, vômitos e diarreia. Trombocitopenia e anemia hemolítica. Síndrome pseudogripal. Clofazimina: Fotossensibilidade, coloração vermelho-acobreada ou acinzentada, náuseas, diarreia e dor abdominal que sugere obstrução intestinal. Dapsona: Rash, icterícia colestática ou hepatite tóxica. Síndrome nefrótica. Psicoses, neuropatia motora periférica. Anemia hemolítica, em especial, em indivíduos com deficiência da enzima glicose-6-fosfato-desidrogenase (G-6-PD). Tratamento das reações hansênicas Reação hansênica do tipo 1 Predinisona Manter poliquimioterapia Monitorar função neural, sensitiva e motora. Prevenção de incapacidades Reação do Tipo 2 (ENH) manter a PQT introduzir corticosteroide em caso de comprometimento neural imobilizar o membro afetado em caso de neurite monitorar a função neural sensitiva e motora; prevenção de incapacidades Vigilância epidemiologica Atentar aos fatores de risco: Precariedade das condições de vida Aglomeração domiciliar Convivência com caso multibacilar Susceptibilidade genética É uma doença de notificação compulsória Investigação obrigatória dos contatos : - Anamnese - Exame dermatoneurológico - Vacinação BCG Epidemiologia % colored blank 60 40 % colored blank 40 60 Afeta indistintamente ambos os sexos e a faixa etária mais acometida é a do adulto jovem Um problema relevante de saúde pública; em todas as unidades federadas No mundo, foram reportados à OMS 208.619 casos novos da doença em 2018. Desses, 30.957 ocorreram na região das Américas e 28.660 foram notificados no Brasil. É mais frequente em populações que vivem em condições desfavoráveis. É importante que os programas sociais sejam parceiros para o controle da doença. Prevalência da hanseníase e número de casos novos detectados em 160 países ou territórios da OMS Existem casos de hanseníase em municípios localizados em todas as regiões brasileiras, mas as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste são as mais endêmicas 55 Taxa de detecção geral de casos novos de hanseníase por 100 mil habitantes segundo região de residência. O Brasil diagnosticou 23.612 casos novos de hanseníase em 2019. Númerototal de casos novos de hanseníase e em menores de 15 anos Figure 1 High-risk clusters of leprosy, Brazil from 2001 to 2015 Clusters de risco de hanseníase no Brasil de 2001 a 2015 Proporção de casos multibacilares e paucibacilares em 2019 Obrigada! Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014. 812 p. RODRIGUES, Rayssa Nogueira et al . High-risk areas of leprosy in Brazil between 2001-2015. Rev. Bras. Enferm., Brasília , v. 73, n. 3, e20180583, 2020 . World Health Organization (WHO). Weekly epidemiological record Relevé épidémiologique hebdomadaire. n 36, 4 sep. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. Número especial, 2020. Coura, JR. Dinâmica das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Hanseníase. Seção 4. Capítulo 120. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005 2v. Vol 1 Referências: .MsftOfcThm_Text1_lumMod_75_lumOff_25_Fill { fill:#404040; } .MsftOfcThm_Background1_Fill { fill:#FFFFFF; }
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