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Daniela Santos Rocha PLEXO LOMBAR E SACRAL O plexo lombossacral é formado pelos ramos ventrais dos nervos espinais de T12 a S4, compreendendo um grande emaranhado de fibras que, por sua vez, levam à formação de seus nervos periféricos. É responsável por fornecer o suprimento nervoso para a parede abdominal, assoalho pélvico e membros inferiores. Assim, possui uma importância considerável tendo em vista que está integralmente relacionado à postura e locomoção do homem. Qualquer acometimento nesse plexo ocasiona riscos referentes à incapacidade de sustentação. Função mista Motora: membro inferiores, inervação da musculatura Sensitiva- inervação cutânea Plexo lombar Localiza-se no interior do músculo psoas maior, anteriormente aos processos transversos das três primeiras vértebras lombares. É constituído pelos ramos ventrais dos nervos espinais de L1, L2, L3 e L4; e em 50% dos indivíduos, recebe contribuição do último nervo torácico, o nervo subcostal. Além disso, corresponde à porção superior do plexo lombossacral. NERVO ILIO-HIPOGÁSTRICO • Origem: ramos ventrais dos nervos espinais de T12 e L1. • Trajeto: emerge da margem lateral do m. psoas maior e, em seguida, passa lateralmente à crista ilíaca entre os mm. oblíquo interno e transverso do abdome. Por fim, divide-se em dois ramos: ilíaco e hipogástrico, os quais se direcionam para inervar lugares distintos. • Inervação: O ramo ilíaco inerva a pele da região lateral do quadril e o ramo hipogástrico desce anteriormente para inervar a pele da região anterolateral do abdome e do dorso. Plexo lombar É constituído pelos ramos ventrais dos nervos espinais de L1, L2, L3 e L4; +T12 -Nervo obturatório -Nervo femoral -Nervo ilio-hipogástrico -Nervo ilioinguinal -Nervo genitofemoral -Nervo cutâneo femoral lateral -Ramos cutâneos anteriores Plexo sacral -Nervo pudendo -Nervo isquiático -Nervo glúteo superior -Nervo glúteo inferior -Nervo cutâneo femoral posterior Daniela Santos Rocha NERVO ILIOINGUINAL • Origem: ramo ventral do nervo espinal de L1, porém em alguns casos pode receber contribuição de T12. • Trajeto: emerge da margem lateral do m. psoas maior, seguindo inferiormente ao nervo ilio-hipogástrico. Ademais, no homem, segue próximo ao funículo espermático através do canal inguinal. • Inervação: esse nervo inerva a face medial da coxa, órgãos genitais externos e região inguinal. NERVO GENITOFEMORAL • Origem: oriundo dos ramos ventrais dos nervos espinais de L1 e L2. Logo, para a formação desse nervo, precisa ocorrer a união do ramo superior proveniente de L1 e o ramo inferior proveniente de L2. • Trajeto: único nervo do plexo lombar que emerge da superfície anterior do m. psoas maior, no qual percorre de forma oblíqua e inferiormente sobre esse músculo, até dividir- se em dois ramos: ramo genital e ramo femoral, os quais se direcionam para inervar regiões distintas. • Inervação: nos homens, o ramo genital se direciona ao m. cremaster a fim de suprir a pele do escroto; e nas mulheres segue para o pudendo feminino. Já o ramo femoral direciona-se para inervar a pele da região superoanterior da coxa e a pele do trígono femoral. NERVO CUTÂNEO FEMORAL LATERAL • Origem: ramos ventrais dos nervos espinais de L2 e L3, ou seja, para que esse nervo seja formado, precisa ocorrer a junção do ramo superior oriundo de L2 e o ramo inferior oriundo de L3. • Trajeto: emerge da margem lateral do m. psoas maior, no qual segue obliquamente cruzando o m. ilíaco até dividir-se em vários ramos. • Inervação: os ramos originados por esse nervo distribuem-se para inervar a pele da região anterolateral da coxa NERVO FEMORAL • Origem: divisões posteriores de L2, L3 e L4, ou seja, para a formação desse nervo é necessário acontecer a união do ramo superior proveniente de L2, ramo médio proveniente de L3 e ramo inferior proveniente de L4. Daniela Santos Rocha • Trajeto: emerge da margem lateral do m. psoas maior e segue inferiormente até entrar no trígono femoral, no qual se encontra localizado lateralmente à artéria e veia femoral. Ao projetar-se inferiormente, nervo emite inúmeros ramos tanto motores quanto sensitivos, destacando-se o nervo safeno, contribuindo para a inervação cutânea da perna. Além disso, o nervo femoral é considerado o maior ramo do plexo lombar. • Inervação: os ramos motores originados acima do ligamento inguinal seguem inferiormente para inervar os mm. da região anterior da coxa, como o quadríceps femoral, sartório e pectíneo, porém devido a sua trajetória também inervam os mm. ilíaco, psoas maior e iliopsoas. Já os ramos sensoriais inervam a pele da superfície anterior e medial da coxa. Ademais, como já foi citado anteriormente, o nervo femoral emite o nervo safeno contribuindo para a inervação da pele da face medial da perna e do pé. NERVO OBTURATÓRIO • Origem: junção das divisões anteriores de L2, L3 e L4. O ramo superior de L2, ramo médio de L3 e ramo inferior de L4 unem-se para formá-lo. Todavia, ocorre a partir das divisões anteriores, sendo isso que o difere da formação do nervo femoral. • Trajeto: único nervo desse plexo que emerge da margem medial do m. psoas maior, passando lateralmente aos vasos hipogástricos e ureter, descendo através do canal obturatório para seguir em direção à região medial da coxa. Ao entrar no canal obturatório, esse nervo emite duas subdivisões: anterior e posterior, as quais se direcionam para zonas distintas. • Inervação: o ramo anterior é tanto motor quanto sensitivo, logo seus ramos motores distribuem-se para inervar os mm. adutor longo e curto, pectíneo e grácil e os ramos sensitivos inervam a articulação do quadril e uma pequena área de pele da região medial da coxa. Já o ramo posterior emite ramos motores que inervam os mm. adutor magno, obturatório externo e obturatório interno. m. pectíneo m. adutores m. grácil Daniela Santos Rocha Localiza-se a artéria, medial a ela temos a veia e lateral o nervo Plexo sacral Localiza-se anteriormente ao m. piriforme, sobre a parede posterior da pelve. Esse plexo é constituído pelo tronco lombossacral e os ramos ventrais dos nervos espinais de S1, S2, S3 e S4. Além disso, corresponde à porção inferior do plexo lombossacral. TRONCO LOMBOSSACRAL • Origem: união do ramo inferior de L4 e o ramo ventral do nervo espinal de L5. • Trajeto: emerge medialmente ao m. psoas maior, repousando sobre a asa do sacro. • Inervação: esse tronco emite ramos motores colaterais que seguem para inervar o m. quadrado lombar, músculos intertransversais, a partir de L1 e L4, e o m. psoas maior, a partir de L2 e L3. NERVO GLÚTEO SUPERIOR • Origem: formado a partir dos ramos ventrais dos nervos espinhais de L4, L5 e S1. • Trajeto: passa acima do m. piriforme e segue em direção às nádegas através do forame isquiático maior. • Inervação: inerva os mm. glúteo mínimo, glúteo médio e tensor da fáscia lata. NERVO GLÚTEO INFERIOR • Origem: formado a partir dos ramos ventrais dos nervos espinais de L5, S1 e S2. m. piriforme Forame isquiático maior Forame isquiático menor Daniela Santos Rocha • Trajeto: passa inferiormente ao m. piriforme, através do forame isquiático maior, atravessando o ligamento sacrotuberal e distribui-se para a região glútea medial. • Inervação: inerva o m. glúteo máximo. NERVO CUTÂNEO FEMORAL POSTERIOR • Origem: originado a partir das divisões posteriores de S1 e S2 e divisões anteriores de S2 e S3. • Trajeto: emerge inferiormente ao m. piriforme, deixando a pelve através do forame isquiático maior e segue trajeto descendente profundamente ao m. glúteo máximo, juntamentecom os vasos glúteos inferiores. Além disso, encontra-se localizado medialmente ao n. isquiático. • Inervação: inerva a pele da face posterior da coxa. NERVO PUDENDO • Origem: formado através da união dos ramos ventrais dos nervos espinais de S2, S3 e S4. • Trajeto: emerge da pelve através do forame isquiático maior entre os mm. piriforme e isquiococcígeo, entra na região glútea e cruza o ligamento sacroespinal próximo à sua inserção na espinha isquiática, onde ele se localiza medialmente aos vasos pudendos internos. • Inervação: inerva a pele e os músculos do períneo e dos órgãos genitais externos. Nervo pudendo segue o mesmo trajeto que a artéria pudenda interna Daniela Santos Rocha NERVO ISQUIÁTICO • Origem: O nervo isquiático é considerado o mais extenso do corpo, sendo formado pelos ramos ventrais dos nervos espinais de L4, L5, S1, S2 e S3. Esse nervo consiste, na verdade, em dois segmentos: o nervo tibial, derivado das divisões anteriores, e o nervo fibular comum, derivado das divisões posteriores, estes são unidos na mesma bainha de tecido conjuntivo. • Trajeto: Passa pelo forame isquiático maior (inferiormente ao músculo piriforme) e desce ao longo da superfície posterior da coxa, entre o trocânter maior do fêmur e a tuberosidade isquiática em direção à fossa poplítea, onde geralmente se bifurca para formar o nervo tibial e o nervo fibular comum. Entretanto, em cerca de 12% das pessoas, os nervos separam-se quando deixam a pelve (Moore, 2014). • Inervação: No seu trajeto pela face posterior da coxa, emite ramos motores para inervação dos mm isquiotibiais (m. semimembranáceo, m. semitendíneo e a cabeça longa do m. bíceps femoral) e para o m. adutor magno. NERVO TIBIAL • Origem: É originado do nervo isquiático (divisões anteriores de L4, L5, S1, S2 e S3). • Trajeto: Inicia seu trajeto na porção superior da fossa poplítea, lateralmente aos vasos poplíteos e desce verticalmente pela face posteromedial da perna para se posicionar entre o calcanhar e o maléolo medial. Este nervo termina abaixo do retináculo dos mm. flexores, onde se ramifica em seus ramos terminais: o nervo plantar medial e o nervo plantar lateral que continuam em direção ao pé. • Inervação: Os ramos articulares suprem a articulação do joelho e tornozelo. Seus ramos motores inervam todos os músculos do compartimento posterior da perna, são eles: gastrocnêmio lateral e medial, sóleo, poplíteo, tibial posterior, flexor longo dos dedos do pé e flexor longo do hálux. Um ramo do n. tibial, o nervo cutâneo sural medial, geralmente se une ao nervo cutâneo sural lateral para formar o nervo sural, que supre a pele da parte lateral e posterior do terço inferior da perna e a região lateral do pé. Esse nervo será explicado mais adiante. NERVO PLANTAR MEDIAL • Origem: O nervo plantar medial é a maior divisão terminal do nervo tibial, tem origem profundamente ao retináculo dos mm. flexores e se localiza lateralmente à artéria plantar medial. Daniela Santos Rocha • Trajeto: Da sua origem, passa inferiormente ao abdutor do hálux e, após, entre ele e o m. flexor curto dos dedos. A partir disso, origina um nervo digital próprio medial para o hálux e se divide próximo às bases metatarsais em três nervos digitais plantares comuns (ramos cutâneos). • Inervação: Os ramos articulares suprem as articulações do tarso e as metatarsais. Seus ramos motores inervam o m. flexor curto dos dedos, m. abdutor do hálux, m. flexor curto do hálux e primeiro m. lumbrical. Os ramos cutâneos suprem a pele do primeiro à metade do terceiro dedo – inclusive a pele dorsal e os leitos ungueais (parte abaixo das unhas) de suas falanges distais – e a pele da face medial plantar. Sua distribuição na pele e nos mm. do pé é comparável à do nervo mediano na mão. NERVO PLANTAR LATERAL • Origem: Origina-se no menor ramo terminal do nervo tibial. • Trajeto: Segue profundamente entre os mm. flexor curto dos dedos e quadrado plantar em sentido anterolateral, na face medial da artéria plantar. Esse nervo termina quando chega ao compartimento lateral, dividindo-se em ramos superficial e profundo. • Inervação: Antes de sua divisão, inerva o abdutor do dedo mínimo e dá origem a pequenos ramos que suprem a pele da parte lateral da planta do pé. O ramo superficial se divide em dois nervos digitais plantares: o lateral e o medial. O primeiro inerva a face lateral do quinto dedo, flexor curto do dedo mínimo e os dois interósseos no quarto espaço intermetatarsal. Já o medial se conecta ao terceiro ramo digital plantar comum (do nervo plantar medial) e se divide em dois para suprir os lados adjacentes do quarto e quinto dedos. O ramo profundo acompanha a artéria plantar lateral, suprindo do segundo ao quarto lumbrical, adutor do hálux e todos os interósseos (exceto os do quarto espaço intermetatarsal). NERVO FIBULAR COMUM • Origem: Tem seu início no nervo isquiático (divisões posteriores de L4, L5, S1 e S2). • Trajeto: O nervo fibular comum desce obliquamente ao longo da borda lateral da fossa poplítea, acompanhando o m. bíceps femoral até a cabeça da fíbula, onde se curva lateralmente para o colo da fíbula. Divide-se em dois ramos terminais: os nervos fibular superficial e profundo. NERVO FIBULAR SUPERFICIAL • Origem: Origina-se do nervo fibular comum, sendo considerado o nervo responsável por suprir o compartimento lateral da perna. • Trajeto: No seu início, é profundo ao m. fibular longo e, em seguida perfura a fáscia muscular no terço distal da perna para se tornar cutâneo. Depois divide-se em um nervo cutâneo dorsal medial e um nervo cutâneo dorsal intermédio. • Inervação: Quando profundo, os ramos motores inervam os mm. fibulares longo e curto. Já quando se torna cutâneo, emite ramos sensoriais para a face ântero inferior da perna. O nervo cutâneo dorsal medial divide- se em dois ramos digitais dorsais: um nervo que supre a borda medial do hálux e outro que inerva o lado adjacente do segundo e do terceiro dedo. O ramo intermédio atravessa lateralmente o dorso do pé. Este se divide em ramos digitais dorsais que inervam os lados próximos do terceiro até o quarto dedo e a pele da face lateral do tornozelo. Daniela Santos Rocha NERVO FIBULAR PROFUNDO • Origem: É originado do nervo fibular comum e inerva o compartimento anterior da perna. • Trajeto: Depois de sua entrada na face anterior, o n. fibular profundo acompanha a artéria tibial anterior, primeiro entre os mm. tibial anterior e extensor longo dos dedos, depois entre os mm. tibial anterior e extensor longo do hálux. O nervo desce com a artéria para o tornozelo, onde se divide em dois ramos terminais: ramo lateral e ramo medial. • Inervação: É responsável por inervar os mm. tibial anterior, m. extensor longo do hálux, m. extensor longo dos dedos e o m. fibular terceiro, bem como o ramo articular da articulação do tornozelo. Seu ramo terminal lateral cruza o tornozelo e inerva o m. extensor curto dos dedos. Em seguida, três ramos interósseos diminutos suprem as articulações társicas e metatarsofalangeanas dos três dedos médios. Já o ramo terminal medial segue distalmente no dorso do pé e conecta-se ao ramo medial do n. fibular superficial no primeiro espaço interósseo. Esse ramo se divide em dois nervos digitais dorsais que inervam os lados adjacentes do primeiro e do segundo dedos.
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