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2 ORIGEM DA CONTABILIDADE O surgimento da contabilidade vem desde o inicio da civilização, devido a necessidade que os homens primórdios tinham de controlar o patrimônio representado por rebanhos, metais e outros bens. Conforme Marion (2005, p.30) Costuma-se dizer que a contabilidade é tão antiga quanto à origem do homem. Se abrirmos a Bíblia em seu primeiro Livro, Gênesis, entre outras passagens que sugerem a Contabilidade, observamos uma “competição” no crescimento da riqueza (rebanho de ovelhas) entre Jacó e seu sogro Labão (±4.000a.C).Se a riqueza de Jacó crescia mais do que a de Labão, para conhecer esse fato era necessário um controle quantitativo, por mais rudimentar que fosse. Os primeiros registros os homens só memorizavam, mas com o crescimento significativo de suas posses e com a evolução encontrou maneiras de registrar essas informações através de gravações e outros métodos alternativos. A maneira mais utilizada nesse período para controlar os bens era a descrição. Era registrado em uma lista, ou melhor, no inventário e qualificado conforme sua natureza, ou seja, metais, rebanhos de animais, quantidade de escravos, entre outros. Quando os homens primitivos demonstravam esforços em controlar algum tipo de animal, era realizado através de imagens ou desenhos da cara do animal que desejavam que fossem controlados para que fosse registrado o numero adequado de cabeças existentes. “Antes que o homem soubesse escrever e antes que soubesse calcular, criou ele a mais primitiva forma de inscrição, que foi a artística, da qual se valeu para, também, evidenciar seus feitos e o que havia conseguido para seu uso”. (SÁ, 2002, p.2 Na antiguidade em escavações na cidade de Ur na Caldéia detectaram vestígios de registros contábeis de contas referentes à mão de obra e materiais, demonstrando que desde os primórdios da humanidade os métodos contábeis de controle do patrimônio eram de estimada importância. Com a invenção dos papiros e das penas, as informações passaram a ser registradas diariamente, agrupando-se vários períodos, o que lembrava o diário, balancete mensal e balanço anual. Os gregos escrituravam Contas de custo e receitas de forma a compará- las para poderem apurar o saldo. Da mesma forma, aprimoraram este modelo e a estenderam às várias atividades como administração pública, privada e bancária. Segundo Silva (2007, p. 06): O conjunto de esforços e aprimoramento fez a ciência contábil evoluir na época clássica de “logos” (lógica e ciência), conforme (Apud. Masi 1971), sendo depois considerada uma “rationandi scientia” (ciência racional) no estudo de suas contas, nas aplicações de orientação aos empreendimentos de capital público e privado; no auxilio governamental e privado nas trapezas de acordo com D.áuria (1959) - tal como eram chamados os bancos na Grécia antiga - e nas famílias que também escrituravam e praticavam os registros contábeis. Com isso demonstra que o homem da antigüidade já tinha o cuidado com a riqueza, como os homens dos dias atuais. Desde os primitivos, o homem teve que ir melhorando sua maneira de contabilizar, na medida em que as atividades se tornavam mais complexas. De acordo Marion (2005, p.26): A contabilidade surgiu basicamente da necessidade de donos de patrimônio que desejavam mensurar, acompanhar a variação e controlar suas riquezas. Daí, poder-se afirmar que a Contabilidade surgiu em função de um usuário específico, o homem proprietário de patrimônio, que, de posse das informações contábeis, passa a conhecer melhor sua “saúde” econômico- financeira, tendo dados para propiciar tomada de decisões mais adequadas. O surgimento da contabilidade deu-se através da necessidade prática dos gestores ou proprietários das empresas de controlar, avaliar, estabelecer preços e estudar a evolução do seu patrimônio. Podemos conceituar a contabilidade como uma ciência social, assim como a economia ou administração, que estuda, interpreta e registra os fenômenos, tanto em seu aspecto quantitativo, quanto em seu aspecto qualitativo, que afetam o patrimônio de uma organização. Para Franco (1997, p.21) A Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômicas decorrente da gestão da riqueza patrimonial. A contabilidade exerce um papel fundamental na administração de qualquer negócio, uma vez que oferece um banco de dados com informações preciosas para que os gestores possam tomar decisões estratégicas para o futuro da empresa. Neste sentido, podemos afirmar que ela mensura, condensa e atesta a veracidade de todos os dados e números relativos a tudo o que se passa na organização. Procura fornecer aos administradores da organização, as informações necessárias para tomadas de decisão, bem como aos proprietários do patrimônio e demais pessoas que estejam envolvidas neste processo. 2.1Áreas de atuação do Contador O profissional de Contabilidade pode atuar em inúmeras áreas no mercado de trabalho. Dentre as quais relataremos as seguintes: 2.1.1 Contador È o profissional com formação superior (Bacharel em Ciências Contábeis) registrado no conselho regional de contabilidade e que executa com zelo, moral, ética e competência as funções contábeis. Contabilidade Financeira fornece informações básicas e de extrema necessidade aos gestores da empresa, sendo obrigatória para o fisco e imprescindível a todas as empresas. A contabilidade Financeira, de acordo com a área ou a atividade em que é aplicada, recebe várias denominações: Contabilidade Agrícola (aplicada ás empresas agrícolas); Contabilidade Bancária (aplicada aos bancos); Contabilidade Comercial (aplicada às empresas comerciais); Contabilidade Hospitalar (aplicada aos hospitais); Contabilidade Industrial (aplicada às indústrias); e mais: Contabilidade Imobiliária, Contabilidade Pastoril, Contabilidade Pública, Contabilidade de Seguros etc.(MARION, 2005, p.27) Contabilidade de Custos foi originada da contabilidade geral, devido a necessidade do gestor de obter um controle maior sobre os custos dos produtos que a empresa produz, comercializa ou desenvolve o serviço. As informações são reunidas, acumuladas e colocadas em ordens para que seja analisada e interpretada em seguida, trazendo assim dados e medidas para solucionar problemas que venham ocorrer na organização. De acordo Leone (2000, p.19) A contabilidade de custos é ramo da contabilidade que se destina a produzir informações para os diversos níveis gerenciais de uma entidade, como auxílio ás funções de determinação de desempenho, de planejamento e controle das operações e de tomadas de decisões. Contabilidade Gerencial é realizada de modo interligado com os gerentes, procura informar de forma mais detalhada e minuciosa possível tudo que se passa na empresa, para que auxilie os diretores nas tomadas de decisões e no planejamento de curto e longo prazo da organização. Distingui-se das contabilidades já mencionadas, devido não se uni aos princípios tradicionais admitidos pelos contadores. Para Santos (et al., 2006, p.9) Contabilidade Gerencial é: O processo de identificação, mensuração, acumulação, análise, preparação, interpretação e comunicação de informações tempestivas (passadas, presentes e/ou futuras) relevantes e úteis, para auxiliar os gestores das organizações no processo decisório das operações diárias e do planejamento de operações futuras. 2.1.2 Auditor Auditoria é uma analise minuciosa e criteriosa onde o auditor interno ou externo efetua a conferência da exatidão dos documentos para emitir com veracidade e competência o seu relatório ou parecer.ConformeAttie ( 1998, p.27) A origem do termo auditor em português, muito embora perfeitamente representado pela origem latina (aquele que ouve, o ouvinte), na realidade provém da palavra inglesa to audit(examinar, ajustar, corrigir, certificar).Segundo se tem notícias, a atividade de auditoria é originaria da Inglaterra que, como dominadora dos mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado a disseminação de investimentos em diversos locais e países e, por conseqüência, o exame dos investimentos em diversos locais e países e, por conseqüência, o exame dos investimentos mantidos naqueles locais. . O auditor Externo ele não tem vínculo empregatício e o grau de independência é bem maior em relação ao auditor interno. Já quanto a sua área de atuação dentro da organização é somente na auditoria contábil, onde o seu principal objetivo é exprimir um parecer sobre as demonstrações contábeis, não podendo examinar ou verificar outras áreas de operação. Ele é um autônomo, mas podendo tem vinculo com alguma empresa de auditoria. Segundo Almeida (2009) O surgimento do profissional auditor interno originou da profissão de auditor externo que é uma das áreas de atuação do contador. Ele é um empregado da organização, mas mesmo assim não deve estar subordinado a pessoa cujo trabalho investiga, e em nenhuma hipótese deverá realizar tarefas que venha um dia averiguar, para que não venha haver interferência em sua independência. 2.1.3 Perito Contábil É profissional graduado em Ciências Contábeis e plenamente registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). Conforme Fonseca Apud Alberto (2000, p.38): "A partir do século XVII, criou-se definitivamente a figura do perito como auxiliar da justiça, e ao perito extrajudicial, permitindo assim a especialidade do trabalho judicial." Este profissional pode exercer essa atividade tanto como Perito contador, quanto Perito assistente, sabendo que o Perito Contador é nomeado pelo juiz para elaborar e assinar os laudos técnicos, onde esclarece dados obscuros da matéria pericial já o assistente ele é contratado pelas partes para elaboração do parecer contábil emitindo com clareza, objetividade e praticidade sobre o conteúdo do laudo. 2.1.4 Consultor Contábil Com o grande avanço da profissão de consultor contábil que é o profissional da área de contabilidade, Técnico ou Bacharel. Que tem um nível de conhecimento ideal para esclarecer as interrogações, ou seja, questionamentos de todos que o procuram. Conforme parecer de Marion (2005, p.28) A consultoria, em franco desenvolvimento em nosso país, não se restringe especificamente á parte contábil e financeira, mas também- e aqui houve um grande avanço da profissão- a consultoria fiscal (Imposto de Renda, IPI, ICMS e outros), a consultoria na área de informática, exportação ... 2.1.5 Professor de Contabilidade O profissional de contabilidade capacitado para atuar na área de ensino no mercado de trabalho tem sido uma porcentagem mínima, e está agravando a cada dia, devido o crescimento de faculdades que vem oferecendo o curso de ciências contábeis, fazendo com que o numero de professor improvisado aumente nas salas de aula. Para Strassburg (2003, p.96): “São aqueles que não têm uma experiência anterior com o magistério e, sim, na maioria das vezes, no dia-a-dia das empresas. No caso da Contabilidade, geralmente possuem a graduação ou, no máximo, especialização” 3 CONCEITOS DE AUDITORIA A auditoria é uma das áreas de atuação em que o profissional de contabilidade pode atuar, onde é voltada para testar a eficiência e eficácia do controle patrimonial implantado, cujo objetivo é de expressar um parecer sobre determinado dado. O controle na empresa é determinado pela contabilidade, já a confiabilidade dos dados contábeis acontece através da Auditoria, que além da análise precípua dos lançamentos contábeis da Empresa, analisará os atos e fatos contábeis à luz das normas técnicas e da legislação em vigor. A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e externas, relacionados com o controle do patrimônio, objetivando, objetivando mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes. Os exames são efetuados de acordo com as normas de auditoria usualmente aceitas e incluem os procedimentos que os auditores julgarem necessários, em cada circunstância, para obter elementos de convicção, com o objetivo de comprovar se os registros contábeis foram executados de acordo com princípios fundamentais e normas de contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e outras situações nelas demonstradas. (FRANCO E MARRA, 2009, p.28). Ela se diferencia da Contabilidade, embora necessite dos registros contábeis para confirmar a veracidade, mas o auditor não se limita somente o que está registrado nos livros, devido à omissão dos registros serem uma prova que existem falhas nas demonstrações contábeis. Sá (2002, p. 214) afirma que ”a conduta técnica do auditor gera a sua forma de proceder, para que o trabalho executado tenha eficácia e eficiência, ou seja, alcance seus objetivos racionalmente”. Diante das definições de vários autores pode-se, conceituar auditoria como sendo uma técnica contábil, com detalhe próprio, cuja finalidade é a emissão de um parecer sustentado em vistorias realizadas nas demonstrações contábeis e controles internos da empresa examinada, visando a determinar a veracidade dos registros e demonstrações. Segundo Basso (1991, p.23) ... A Auditoria preocupa-se com a verificação de elementos contábeis e em determinar a exatidão e a felicidade das demonstrações e relatórios contábeis... Provavelmente o mais importante elemento de qualquer auditoria é o auditor, a pessoa que verifica os elementos contábeis e relata o resultado de seu trabalho. Muito pode ser descoberto acerca do que é auditoria, investigando a atitude, o treinamento e os procedimentos do auditor... A auditoria é um processo que busca as verdadeiras informações gerais da empresa baseado nos princípios contábeis e no final é emitido o parecer do auditor. Obviamente que isto deve ser feito com aptidão e atenção. Conforme retrata Boynton (et al.2002, p.34): Auditoria começa em época tão remota quanto à contabilidade. Sempre que o avanço da civilização tinha implicado que a propriedade de um homem fosse confiada, em maior ou menor extensão, a outra, a desejabilidade da necessidade de verificação da fidelidade do último, tornou-se clara. Um Programa de auditoria para ser bem projetado e com eficácia é necessário ter experiência, competência e critério. Os processos aplicados para obtenção de provas, e os quais o auditor se baseia para emitir seu parecer, são evidentes, e se forem aplicados corretamente são eficientes para localizar as faltas de exatidão nos documentos examinados. 3.1 Evolução da Auditoria A Auditoria é uma das atividades que tem mais se destacado e se desenvolvido no mundo nos dias atuais, decorrente da abrangência e desenvolvimento das empresas e a crescente dificuldade na gestão dos negócios. A grandeza econômica e comercial da Inglaterra e da Holanda, em fins do século passado, bem como dos Estados Unidos, onde hoje a profissão é mais desenvolvida, determinou a evolução da auditoria, como conseqüência do crescimento das empresas, do aumento de sua complexidade e do envolvimento do interesse da economia popular nos grandes empreendimentos (Crepaldi, 2007, p. 105). Devido o crescimento acelerado do mercado empresarial e a necessidade de mudança quanto às inovações tecnológicas e metodológicas da gestão empresarial, iniciou a evolução no Brasil apartir da década de 60, ocasionada pela concorrênciaentre as empresas, resultante da economia globalizada, que se fazia presente naquela época. Segundo Attie (1998, p. 27), o surgimento da auditoria se fixa na: (...) necessidade de confirmação por parte dos investidores e proprietários quanto à realidade econômica-financeira espelhada no patrimônio das empresas investidas e, principalmente, em virtude do aparecimento de grandes empresas multigeograficamente distribuídas e simultâneo ao desenvolvimento econômico que propiciou participação acionária na formação do capital de muitas empresas. Devido à auditoria ser uma ramificação da Contabilidade, consente em uma verificação entre as duas atividades. Certifica-se que com a evolução instituída pelo exame científico e sistêmico dos registros, livros, inspeções, aquisição de informações, estão sujeitos as normas apropriadas de actuação para investigar a veracidade das exigências fiscais, dos princípios e das normas contábeis se estão aplicadas de forma uniforme. Com isso mostra que a função de auditoria passa por um processo de reavaliação, demonstrando que não é somente um instrumento tradicional capaz de revelar erros, falhas ou até detectar fraudes na organização, mas sim capaz de sugerir medidas e soluções preventivas e educativas, para que sejam diagnosticados problemas e que venha haver sustentação na administração, melhorando assim a atuação dos empregados e facilitando o trabalho dos auditores seja internos ou externos, influenciando assim positivamente no andamento da empresa. 3.2 Classificações da Auditoria As auditorias podem ser classificada em: Externa e Interna. 3.2.1 Auditoria Externa Os auditores externos se baseiam na emissão de relatórios e pareceres, e não são subordinados às ordens da Direção das entidades, de forma a atuar de maneira imparcial. Auditoria externa é aquela em que o serviço é praticado por contadores que atuam por conta própria, credenciados pelos órgãos específicos ( Conselho Regional de Contabilidade – CRC, Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Banco Central- BACEN, entre outros).Por não possuírem vínculo empregatício, subordinação e qualquer outra ligação de interesse pessoal ou comercial , além do trabalho específico de auditoria, acabam sendo reconhecidos pelo mercado como auditores com independência( e por isto o termo auditores independentes) para expressar uma opinião imparcial sobre a adequação ou não, das demonstrações contábeis e demais procedimentos dos controles internos( FRANCO e MARRA,2001,p.118). Essa auditoria é realizada por um profissional completamente independente da empresa auditada. O principal objetivo do auditor externo é exprimir uma opinião (chamado parecer) sobre as demonstrações financeiras. Franco e Marra (2001, p.218) também define auditoria externa: “É aquela realizada por profissional liberal, auditor independente, sem vínculo de emprego com a entidade auditada e que poderá ser contratado pela auditoria permanente ou eventual”. Sá (2002) descreve que “Surgiu novos rumos às técnicas contábeis e principalmente às de auditoria, visando atentar às necessidades produzidas com o surgimento de grandes empresas. As demonstrações contábeis passaram a ter um significado grande para os futuros investidores de recursos, como medida de segurança contra a capacidade de manipulação de informações. Portanto a auditoria externa, pela relevância, confiabilidade e independência pelo qual os auditores podem prestar seus serviços, podendo explicar de forma minuciosa os seus pareceres, os acionista, financiadores, fornecedores e analista tem em uma visão diferenciada e mais segura, quantos as informações disponibilizadas da escrituração e das demonstrações contábeis, a fim de confirmar sua adequação. A auditoria, dessa maneira, aprimora vantagens quantas as informações fornecidas e dá credibilidade à contabilidade, valorizando seus objetivos. 3.2.2 Auditoria Interna O papel fundamental da auditoria interna na empresa é subsidiar ao diretor um plano de ação com dados e informações tecnicamente elaborados para auxiliar a empresa a conquistar seus objetivos, referente ás atividades para cujo acompanhamento este não tem condição de efetuar. Franco e Marra (2001, p.118) define auditoria interna: “É aquela exercida por funcionário da própria empresa, em caráter permanente”. Ou seja, aquela em que o serviço é praticado por contadores empregados das sociedades, associações e fundações, que os contratam para tal. (ALMEIDA, 1996 a, p. 25.) A Auditoria Interna é um trabalho de avaliação independente e de assistência da administração, voltada exclusivamente para o exame e avaliação de adequação, eficiência e eficácia dos sistemas de controle, bem como da qualidade do desempenho das áreas, em relação às atribuições e aos planos, às metas, aos objetivos e as políticas definidas para as mesmas. O objetivo da auditoria Interna é acompanhar de forma minuciosa os negócios das organizações, fiscalizarem os setores imposta pelos administradores, para que sejam identificados possíveis erros nos controles internos que possam vir a ocasionar prejuízos irrecuperáveis fiscais e tributários e consiga recursos financeiros com qualidade e precisão das informações prestadas. A principal função da auditoria interna é trazer tranqüilidade os setores e traçar um plano de ação dentro da empresa, relacionadas, de modo intenso, com o curso de cada cargo, área, departamento, setor e operação. A auditoria interna é aquela exercida por funcionário da própria empresa, em caráter permanente. Apesar de seu vinculo á empresa, o auditor interno deve exercer sua função com absoluta independência profissional, preenchendo todas as condições necessárias ao auditor externo, mas também exigindo da empresa cumprimento daquelas que lhe cabem. Ele deve exercer sua função com total obediência às normas de auditoria e o vínculo de emprego não lhe deve tirar a independência profissional, pois sua subordinação à administração da empresa deve ser apenas sob o aspecto funcional. (FRANCO E MARRA, 2009, p 219) O auditor interno mesmo tendo um vínculo empregatício, ele necessita de autonomia e confiança para examinar e avaliar os registros, planos e políticas da empresa, de forma que os colaboradores venham contribuir fornecendo assim a documentação necessária para auditar com eficiência e eficácia. 3.3 Tipos de Auditoria Existem inúmeros tipos de ramificações na auditoria interna, exemplo: auditoria de sistemas, auditoria trabalhista, auditoria tributária, auditoria da qualidade, auditoria jurídica, auditoria contábil e outras. Dentre essas iremos abordar sobre auditoria trabalhista. 3.3.1 Auditoria Trabalhista O principal objetivo da auditoria trabalhista é averiguar a estrutura dos controles e procedimentos do setor pessoal, com exames de rotinas, procedimentos ligados ao setor, verificações de folhas de pagamento, cálculos, apropriações, retenções, recolhimentos, procurando abranger os aspectos mais relevantes do setor e sua correlação com o setor contábil. A Organização pode designar o funcionário responsável pelo RH para efetuar auto-auditoria (auditoria interna), objetivando identificar e regularizar as pendências, antes de uma fiscalização do Ministério do Trabalho, INSS, e até mesmo antecipando-se a uma Auditoria Externa. O roteiro e os relatórios facilitam o trabalho. ꞏ A auditoria no departamento de pessoal atinge as principais rotinas de análise de relações trabalhistas: Registro de Empregados, Admissões, Cartões de Ponto, Cálculos da folha de pagamento (insalubridade, horas extras, periculosidade, adicional noturno e outros) Férias, Décimo terceiro salário, Rescisões Contratuais, Licença Maternidade, Segurança e Medicina no trabalho, Recolhimento de encargos, Reclamatórias trabalhistas, Terceirização, Controles Internos do setor, infrações e penalidadesaplicadas aos casos. O auditor precisará conhecer a atividade principal da empresa e a importância do departamento, das contas e das operações como um todo para que venha ter sucesso na auditoria, para que logo em seguida venha planejar, delimitar os objetivos da auditoria e os procedimentos que se farão necessários. Os dispêndios realizados com mão de obra são fatores de alta relevância em uma auditoria de departamento de pessoal, mesmo sendo pessoas sem vínculo empregatício, e a influência do capital humano na realização das operações da empresa. O foco principal será a importância com relação aos gastos com remuneração, pois a incidência da contribuição previdenciária é com relação: [...] alíquota de 20% sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e adiantamentos decorrentes de ajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador do serviço, nos termos da lei ou do contrato, ou ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. Os funcionários do departamento de pessoal sentem dificuldades de apuração e até de interpretação da própria legislação previdenciária, quando não acompanhados de profissional sabedor da legislação e das normas trabalhistas e previdenciárias, dos cálculos e observância das obrigações dessas legislações, faz com que o risco imanente para a afirmação de avaliação ou alocação possa ser alto. Essa situação ocorre se a organização não tiver práticas e políticas de controle interno ou se estes são ineficientes, o que será experimentado pelo auditor mediante inspeção de documentos e relatórios e até mesmo reexecução de alguns ajustes. O auditor determinará se serão necessário maior ou menor quantidades de procedimentos de revisão analítica Dependendo do resultado dos testes, que são muito eficientes no levantamento de fraude. 3.3.1.1 Folha de Pagamento A preparação da folha de pagamento é um documento de extrema importância, e sua elaboração deverá ser realizada da maneira mais diligente possível. Todos os lançamentos deverão ser efetuados da maneira mais clara e explicativa possível, devido o público alvo dos lançamentos efetuados, serem compostos por pessoas que não possuem os conhecimentos técnicos necessários para compreender tudo o que estará lançado. “A confecção da folha de pagamento, além de um procedimento de caráter trabalhista, decorre de obrigatoriedade prevista no art.47 do ROCSS- Regulamento da Organização e Custeio da Seguridade Social”. (Brondi e Bermúdez, 2004, p.169) O setor de contabilidade utiliza a folha de pagamento para contabilizar os rendimentos e os descontos efetuados na remuneração dos empregados. Por isso é de extrema importância que seja descriminada de forma clara e precisa. Segundo Brondi e Bermúdez ( 2004, p.169) “Lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminadas, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos”. A elaboração da folha é de grande valia na organização, e deve ser feita de forma especial e com toda dedicação possível, está no fato de que, será um dos primeiros documentos solicitados quando, eventualmente, a empresa vier a ser fiscalizada, seja pelo Ministério do Trabalho, seja pela própria Previdência Social. A folha de pagamento analítica é um documento que relata todos os créditos e débitos referentes ao pagamento dos funcionários. Vejamos inicialmente, os principais créditos: 3.3.1.2 Salário Salário é a parte fixa efetivamente paga ao empregado, proporcionado pelo empregador ao empregado pelo serviço prestado. É o valor do salário pelo qual o empregado se compromete, pela assinatura do contrato de trabalho, a exercer suas funções dentro dos horários determinados. Para Basile (2010, p.114) “Salário representa a contraprestação em dinheiro ou utilidade, oferecida diretamente pelo empregador ao empregado,em função do contrato de trabalho, para satisfazer suas necessidades vitais básicas e de sua família.’ O salário pode ser divido em: fixo, variável e misto. Salário Fixo é o valor invariável pactuado entre as partes para remuneração mensal do empregado baseado na CLT. Salário Variável é o firmado de acordo com a produção do profissional capacitado, podendo ser por peça, comissão, tarefa etc. Misto é um salário constituído por parte fixa e variável. Dispõe o art.457 da CLT que integram o salário: a parte fixa, as comissões, as percentagens (adicionais), as gratificações, os abonos e o valor total das diárias quando excedentes a 50% do salário, embora a doutrina identifique também em outras verbas a mesma natureza salarial. (Basile, 2010, p.114) O Salário pode ser mensal, quinzenal, semanal, diário, por hora, por produção, por comissão ou por tarefa. O mais utilizado no mercado de trabalho, é o salário fixado por mês (que via de regra, é fixado para funções administrativas) e por hora, produção e comissão sobre vendas ou serviços (que, via de regra, são fixados para empregados que exercem funções operacionais. 3.3.1.3 Adicional de Insalubridade Este adicional deverá ser pago a todo o empregado que estiver desempenhando suas funções em condições que esteja exposto a agentes nocivos à saúde, de acordo com o artigo 192 da CLT. “Não Basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho”( OJ 4, I, SBDI-1 do TST). As atividades insalubres são aquelas descritas na Norma Regulamentadora n.º 15, aprovada pela Portaria n.º 3.214/78. Importante destacar que não é função do encarregado pelo Departamento pessoal , determinar quais locais de trabalho, há ou não agentes insalubres. Este trabalho é de exclusividade do profissional voltado à área de Higiene, Segurança e Medicina do Trabalho. “O empregado que exerce o trabalho em condições que ofereçam riscos a saúde percebe um adicional de salário de 10,20 ou 40%, conforme a classificação da insalubridade nos graus mínimo, médio e máximo, respectivamente” (CLT, art.192). 3.3.1.4 – Adicional de Periculosidade Este adicional é de direito dos empregados que expõe as suas vidas em risco exercendo suas atividades em condições perigosas ou em contato com produtos inflamáveis ou explosivos. “São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado”. (CLT, art.193) A Diferença do adicional de periculosidade para o de insalubridade é que não existe classificação entre graus, mínimo, médio ou máximo. O adicional de periculosidade é correspondente a 30% (trinta por cento) sobre o salário contratual do trabalhador, consoante o artigo 193 e §§ da CLT. 3.3.1.5 - Adicional Noturno O Adicional Noturno é concedido ao empregado urbano e rural que trabalha no período noturno, período esses que variam para o trabalhador urbano entre 22 e 5 horas e para o rural ente 21 horas de um dia às 5 horas do dia seguinte. Conforme Martins (2004, p.264): O pagamento do adicional noturno depende de uma condição, que é o trabalho à noite. Se o trabalho deixa de ser prestado no período noturno, perde o trabalhador o direito ao adicional, que não se incorpora ao seu contrato de trabalho. Esclarece o Em. 265 do TST que a transferênciapara o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. O trabalhador urbano que realiza suas tarefas no período noturno deve ser remunerado com um percentual de acréscimo de no mínimo 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna, exceto condições mais favoráveis previstas em acordo, convenção coletiva ou sentença normativa. O trabalhador rural que executa suas atividades à noite, terá também um percentual de acréscimo de no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor da hora diurna 3.3.1.6 - Horas Extras São considerada horas extras aquelas que ultrapassam a jornada normal firmadas no contrato de trabalho de cada trabalhador,lembrando que não poderá exceder as oito horas diárias e 44 horas semanais na duração do trabalho normal De acordo com a CLT a jornada de trabalho só poderá ser prorrogada em até duas horas, salvo nos casos de força maior ou necessidade imperiosa.“Conforme determinação constitucional(CF, art. 7º,XVI),deverá ser paga no mínimo em 50% acima do valor da hora normal, percentual que poderá ser maior, por força de lei, de acordo ou sentença normativa.” As horas extraordinárias terão acréscimo de, no mínimo 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da hora normal de trabalho, se executadas em dias normais, ou seja, que não sejam domingos ou feriados. No caso de ser trabalhadas em domingos ou feriados, o acréscimo mínimo sobre a hora normal, passa a ser de 100% (cem por cento). 3.3.1.7 Comissão A comissão é estipulada em termos percentuais quando da assinatura do contrato de trabalho do empregado. Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível depois de ultimada a transação a que se referem. § 1º - Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação. § 2º - A cessação das relações de trabalho não prejudica a percepção das comissões e percentagens devidas na forma estabelecida por este artigo. São quantias em que o empregado recebe referente vendas ou serviço prestado em forma de percentual por unidade ou integral dos negócios sucedido.
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